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Amebas de Vida Livre

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1 Parasitologia Médica Lis Yumi 
Amebas de Vida Livre 
 São protozoários amplamente distribuídos na 
natureza, vivendo de forma independente em terra ou 
água. Apesar de não necessitarem de hospedeiro para 
sobreviverem, as amebas de vida livre possuem 
capacidade de invadir um e desenvolver parasitismo. 
 Esses parasitas facultativos e oportunistas podem 
ser encontrados no solo, no ar, na poeira, em 
ambientes aquáticos, ou até mesmo em ar-
condicionado ou piscina. 
 A Acanthamoeba spp. e a Naegleria fowleri são 
possivelmente patogênicas, possuindo grande 
importância médica. Além disso, ambas têm uma 
relação de endossimbiose com algumas bactérias e 
vírus, podendo levar eles “de carona” para os 
hospedeiros. 
 O diagnóstico clínico de amebas de vida livre é 
muito difícil de ser dado, pois podem assemelhar-se a 
outras patologias. Por isso, geralmente é feito post-
mortem. 
 Além disso, a terapêutica também é problemática, 
mesmo alguns medicamentos tendo efeito. 
 Apesar de tais dificuldades com o diagnóstico e a 
terapêutica, as amebas de vida livre começaram a ser 
estudadas a partir da década de 50, mesmo que em 
pouca quantidade. Até hoje se vê poucos estudos 
sendo feitos sobre elas. 
• Acanthamoeba spp. 
 Muito importante em relação a indivíduos 
imunocomprometidos. 
Espécies de interesse: A. culbertsoni, A. castellanii, A. 
polyphaga, A. astronyxis, A. healyi e A. divionesis. 
Exemplo: pacientes com HIV – quando manifestam 
uma forma mais grave da infecção, eles começam a 
ter alterações neurológicas e de comportamento. 
 ∟ Ciclo de Vida 
Fase trofozoítica (a) e uma forma cística (b). 
 
Trofozoíto: um único núcleo e acantopodia (pequenas 
projeções em direção contrária ao corpo, permitindo 
adesão à superfície e realização de movimentos 
celulares). É uma forma infectante e invasiva. 
 Eles não conseguem sobreviver muito tempo em 
algumas situações como: temperatura e pH extremos, 
falta de alimento etc. 
Cisto: Presença de duas paredes (endocisto e 
ectocisto) que possuem poros (ostíolos), usados para 
monitorar as condições do ambiente. 
 É capaz de sobreviver em in vitro por mais de 20 
anos, devido a sua grande resistência. 
 ∟ Transmissão 
A contaminação pode se dar por inalação, ingestão de 
cistos ou através da pele. 
 ∟ Diagnóstico 
Geralmente dado como Acanthamoeba spp. 
 ∟ Doenças 
 Apesar das várias formas de contato com a 
Acanthamoeba e o fato dela ser facilmente 
encontrada na natureza, a infecção de homens e 
animais por essa ameba é raramente encontrada. 
∙ Encefalite Amebiana Granulomatosa (EAG) – 
oportunista. 
 Apesar de poucos casos relatados no mundo (pode 
ter havido mais, dado a dificuldade do diagnóstico), 
tem uma taxa de mortalidade alta entre eles. A EAG 
afeta indivíduos imunocomprometidos ou debilitados, 
diabéticos não compensados e pessoas 
transplantadas. 
Vias de entrada: trato respiratório baixo e lesões na 
pele, acompanhada de disseminação hematogênica 
para o sistema nervoso central. 
 O período de incubação é variável e alterações no 
estado mental, bem como mudanças no 
comportamento são comuns. Ademais, a pessoa pode 
apresentar convulsões, dor de cabeça, afasia, febre, 
rigidez no pescoço, visão prejudicada, anorexia, 
náusea e vômito, ataxia e coma. 
Obs: Pode ser causada também por Balamuthia 
mandrillaris. 
∙ Ceratite por Acanthamoeba – pode ser encontrada 
em indivíduos imunocompetentes. 
Fatores de risco: traumas e injúrias na córnea, prática 
de natação em águas contaminadas e lente de 
contato. 
 
2 
 → A lente de contato serve como um agente 
facilitador de infecção por ameba de vida livre. Se a 
pessoa usar a lente durante muito tempo ou ficar 
dormindo com ela, pode acabar fazendo uma lesão 
(microfissura) na córnea. Com isso, possivelmente 
desenvolverá uma ceratite. 
 
Sinais típicos: lesões epiteliais e áreas opacas. 
Outros sinais e sintomas (podem durar semanas ou 
meses): sensação de corpo estranho no olho, dor 
ocular intensa, vermelhidão nos olhos, visão turva e 
lacrimejamento. 
 Geralmente só um olho é afetado, e muitos casos 
são tratados mesmo quando o diagnóstico é 
inconclusivo, pois nenhum método é 100% sensível. 
Exames: PCR, cultura, raspagem etc. Contudo, nem 
sempre é possível estabelecer um diagnóstico. 
 Se a infecção acompanhada de Acanthamoeba 
atingir o estroma da córnea, poderá haver 
comprometimento permanente da visão. 
• Naegleria fowleri 
 Não tem relação com pacientes 
imunocomprometidos igual a Acanthamoeba. 
 Por ser um microrganismo termófilo, é mais 
encontrado, por exemplo, em lagos e piscinas 
aquecidas. 
 ∟ Ciclo de Vida 
Trofozoíto (a), forma flagelada (b) e cisto (c) 
 
Trofozoíto: forma cilíndrica, um núcleo e 
movimentação rápida através de pseudópodes. É a 
principal forma infectante. 
Biflagelado: aspecto piriforme com flagelos que 
emergem do núcleo. Aqui o protozoário não se divide 
e nem se alimenta; É uma forma temporária e 
transitória. 
Cisto: uninucleados, poligonais e providos de poros 
(em algumas espécies não dá para ver por 
microscopia óptica, só eletrônica). Eles podem ser 
encontrados no meio ambiente, no solo e em culturas 
envelhecidas. 
 ∟ Doenças 
∙ Meningoencefalite Amebiana Primária (MAP) 
 É uma infecção aguda, hemorrágica e fulminante. 
Ela é mais comum em crianças e adultos jovens, e 
causa grandes danos no lobo frontal. Além disso, 
geralmente é fatal. 
Possibilidade de ser MAP: caso os indivíduos tiveram 
contato com água de rios, lagos ou piscinas antes do 
início dos sintomas. 
Vias de entrada: aspirada para dentro das passagens 
nasais após o contato com a água contaminada. 
 O período de incubação é de 3 a 7 dias, e uma 
característica marcante da MAP é o rápido 
aparecimento de sintomas (menos de 24 horas após o 
contato com a ameba). 
Alguns sintomas: cefaleia, febre, rigidez de nuca, 
convulsões e coma. 
 O diagnóstico e tratamento também são difíceis. 
• O perigo desses microrganismos em hospital 
 Eles estão muito presentes no sistema de 
distribuição de água, então caso algum hospital não 
tenha uma manutenção adequada desse sistema faz 
muito tempo, tem que ter mais atenção ainda. Isso se 
deve a formação de biofilme bacteriano, uma vez que 
esses protozoários se alimentam das bactérias que se 
desenvolvem nesses locais/condições.
 
Referências 
http://dx.doi.org/10.18561/2179-5746/biotaamazonia.v4n2p124-129; 
https://repositorio.ucs.br/xmlui/handle/11338/693; 
Livro Parasitologia Humana, David Pereira Neves – 11ª Edição; 
+ aula.

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