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Profa. Suzane Frutuoso Palestra: Comunicação não violenta Conflitos são naturais e até saudáveis. Não devem, no entanto, serem marcados por agressividade, desrespeito e violência. Além disso, qualquer diálogo, seja profissional ou pessoal, comumente é impactado por incompreensões, divergências e falta de transparência ou de objetividade no que se quer dizer. Até mesmo emoções antigas ou que nada têm a ver com o assunto podem entrar no jogo. Assim, os relacionamentos ficam prejudicados. Por isso, esta palestra abordará: A natureza do conflito; O conceito de comunicação não violenta; Solucionando conflitos; Considerações finais. Resumo da palestra Fonte: https://www.pexels.com/ pt-br/@geralt. Origem da palavra: Segundo Ernesto Berg, autor do livro Administração de conflitos (2011), a palavra conflito vem do latim conflictus. = Significa choque entre duas coisas, embate de pessoas ou de grupos opostos que lutam entre si. Embate entre duas forças contrárias. Conflito, portanto, é um estado antagônico de ideias, pessoas ou interesses. É a existência de opiniões e de situações divergentes ou incompatíveis. “O conflito nos tempos atuais é inevitável e sempre evidente. Entretanto, compreendê-lo, e saber lidar com ele, é fundamental para o seu sucesso pessoal e profissional”. A natureza do conflito Baixa autoestima. Mensagens passadas e/ou compreendidas pela metade. Crenças limitantes. Diferenças de objetivos e interesses. Tentativa de bloqueio para a outra parte alcançar um objetivo. Medos, traumas. A natureza do conflito Fonte: https://www.pexels.com/photo/full-frame-shot-of-text-on-wood-326642/ Todos acreditam ter razão: Marido/esposa. Aluno/professor. Chefe/funcionário. Nações. Vendedor/comprador. Cliente. A natureza do conflito Fonte: https://sz.jus.com.br/system/file/395/fa902bf83ec03a8d759b0ed03a86654f.png Tipos de conflito, segundo Berg: pessoais, interpessoais e organizacionais. Conflito pessoal: como a pessoa lida consigo mesma. Inquietações, desarmonias internas do indivíduo. Incoerência entre o que se diz e o que faz, entre o que se pensa e como age. Leva ao estresse e a atritos com os demais. Conflito interpessoal: entre indivíduos, quando duas ou mais pessoas encaram uma situação de maneira diferente. Mesmo que seja relacionado ao trabalho, a maioria dos atritos são de origem pessoal, o que dificulta ainda mais a solução. Conflito organizacional: não é fundamentado em valores pessoais, mas em dinâmicas organizacionais em constante mudança, muitas delas externas à empresa. A natureza do conflito Já para Anna e Marc Burbridge, autores de Gestão de conflitos (2017), existem dois tipos de conflitos: Interno: pode ocorrer entre áreas ou unidades de negócios. Mas a raiz do conflito é sempre entre pessoas. É complexo porque as partes conflitantes estão, em geral, no mesmo time ou têm até o mesmo objetivo. Externo: mais fácil de identificar e ser medido. Pode ser, por exemplo, com outra empresa, com o governo, outra organização ou até com uma pessoa. “Onde há conflito, há pessoas. Onde há pessoas, há emoções.” A natureza do conflito Para Idalberto Chiavenato (2004), existem vários tipos de conflitos e em vários níveis de gravidade. A saber: Conflito percebido: as partes percebem e compreendem que o conflito existe, sentem que seus objetivos são diferentes e que existem oportunidades de interferência ou bloqueio. Conflito experienciado: provoca sentimentos de hostilidade, raiva, medo, descrédito entre uma parte e outra. É chamado também de conflito velado. Não é manifestado com clareza. Conflito manifestado: expresso por meio de comportamento de interferência ativa ou passiva por ao menos uma das partes. “O conflito é inevitável [...] A solução de um conflito passa, quase sempre, pelo exame das condições que o provocaram.” A natureza do conflito Quais foram as emoções que dominaram a última situação de conflito que você vivenciou? Vale escrever no papel para identificar melhor esses sentimentos. Reflexão Fonte: Gino Crescoli/Pixabay. INTERVALO Antes, os impactos dos Ruídos de Comunicação. É qualquer elemento que interfira no processo da transmissão de uma mensagem do emissor ao receptor. Compreensão da mensagem é metade de quem fala e metade de quem ouve. Ouvimos influenciados por experiências de vida, educação, crenças, medos, traumas, culturas. Conceito de Comunicação Não Violenta (CNV) Fonte: https://pixabay.com/p t/users/sasint- 3639875/ O que é? ▪ Abordagem para se relacionar de maneira mais autêntica e “desarmada” nas conversas e relacionamentos. ▪ São conversas em que transformamos nossas intenções iniciais para criarmos conexão com o outro. ▪ É desligar o modo de ataque ou de defesa que aprendemos a utilizar ao longo da vida, permitindo que nossas vulnerabilidades sejam mostradas. ▪ O processo acontece através da empatia, ferramenta que ajuda a nos colocarmos no lugar uns dos outros, gerando compreensão. Conceito de Comunicação Não Violenta (CNV) “Por trás de todo comportamento existe uma necessidade.” – Marshall Rosenberg, psicólogo. O criador Fonte: https://www.pensador.com/autor/marshall_b_rosenberg/ Começa a ser usada nos anos 1960 em projetos do governo americano para integrar de forma pacífica escolas e instituições. Impulsionado pelo movimento dos Direitos Civis nos EUA. Rosenberg vivenciou situações de violência na infância e, na vida adulta, passou a investigar as relações humanas para criar uma ferramenta que seria um instrumento de paz. O eixo central da metodologia é a dinâmica da cooperação, entendendo e atendendo as necessidades básicas e valores universais dos seres humanos. Assim, abrimos a possibilidade de enxergar a real mensagem por trás de palavras e atitudes, nossas e dos outros. Cria-se, então, a conexão. É expressar o que sentimos e sermos honestos com os outros. Como surgiu a Comunicação Não Violenta 1. Gatilhos: rótulos, críticas, julgamentos, atos de violência verbal/emocional = expressões de necessidades não atendidas. 2. Necessidades universais: pertencimento, autonomia, acolhimento, segurança, entre outras. 3. Uso em reuniões, conversas, debates e até brigas! 4. Cresce nas empresas como meio de combater também o assédio moral a partir dos anos 2000 e melhorar a fluidez de processos de trabalho. Quando pode ser usada Fonte: https://ww2.itau.com.br/hotsites/itau/carreira/img- revista/101535292_acordo_647x394.jpg Quase sempre perdemos tempo discutindo o comportamento, que sempre varia de pessoa para pessoa e acontece por motivações diversas, mas quase nunca discutimos o que está por trás dos comportamentos: as necessidades. As necessidades são o que nos conecta. Significa: ao invés de julgar uma pessoa do porquê ela fez ou falou algo, identificar quais são as necessidades dela que não estão sendo atendidas e comunicar isso. = Essa identificação é a chave da conexão! O que o outro quer realmente dizer Baixar a guarda na conversa para se conectar com o outro. Ter a conexão como intenção inicial quando for se comunicar. Identificar as necessidades não atendidas no outro e em mim mesmo. Compreender que se comunicar de uma maneira totalmente diferente do que estamos acostumados é um processo e não simplesmente um conceito que se aprende rapidamente. Dificuldades a superar Você consegue expressar o que sente de forma assertiva, mas não agressiva? Reflexão Fonte: Steve Buissine/Pixabay. INTERVALO São quatro componentes para considerar: Observação: não use juízo de valor para avaliar uma situação. Por exemplo: “Você não quer conversar porque não quer que nosso relacionamento dê certo.” Prefira: “Observei que algumas questões sobre nossa relação precisam ser conversadas, não sei se você sentiu o mesmo. Vamos falar sobre isso?” Sentimento: explicar o que estásentindo abre espaço para a empatia e, logo, para o diálogo e entendimento do problema para ambas as partes. Necessidades: expresse as preocupações que mexem com seus valores e desejos. Pedido: é a parte do “vamos falar sobre isso?”, do estender a mão, que desarma de vez e cria a conexão. Solucionando conflitos por meio da CNV Inclusive pensando na situação de quarentena e isolamento social: 1. Idoso: não o trate como incapaz e não seja impositivo, o que pode aumentar o sentimento de desvalia. Lembre de outras vezes em que ele enfrentou situações difíceis, que foi corajoso, que superou. 2. Crianças: o caminho é dizer a verdade, mas sempre de forma tranquila e com respostas simples. 3. Casais: respeitar as vontades do outro, dividir tarefas, dar espaço e tempo ao outro, conversem sobre bons momentos. Como falar com... Impactos de muitas mudanças deixam todos mais sensíveis e vulneráveis! Adaptações rápidas à tecnologia. Conversas a distância, às vezes é difícil de compreender o humor do outro. Aumento dos desentendimentos, dos ruídos e da pressão. Adequação ao home office/trabalhar de casa. = Tente ser o agente de pacificação, ajude quem puder, não crie situações de medo e tensão Relações profissionais Vem do inglês, “retorno”. Positivo: mais do que um elogio, é uma palavra de apoio que enaltece que algo de bom está sendo feito. Construtivo: traz crítica, mas logo solução e não é humilhação Reconhecimento por uma atitude resolutiva, pela proatividade em uma situação delicada ou simplesmente pelo bom desempenho em suas atribuições. Feedback Fonte: https://www.maxpixel.net/Review- Board-Feedback-Chalk-School-Study- 3700116 Metodologia que faz parte da CNV para estimular a escuta empática, a honestidade e para criar espaço de fala sobre necessidades e sentimentos. Facilitador: define tema e organiza encontro. Evitar: dar conselhos, competir pelo sofrimento, interromper quem fala, mudar de assunto e tentar educar alguém que tenta se expressar. Prática de conexão: por exemplo, meditação ou respiração antes de começar. Sentindo o presente: permita que cada um diga como está naquele dia. Escuta empática: foco no momento presente, não julgamento ou imposição de rótulos; proponha que todos pensem em uma situação desafiadora que estão vivendo, que reconheçam como se sentem e quais necessidades não foram atendidas. Vale fazer duplas para que troquem o sentimento, mas sem um interromper o outro. Encerramento: pergunte aos participantes como eles saem do encontro e qual aprendizado levam para colocar em prática. Círculos empáticos Você sabe ouvir sem interromper? Como praticar de fato a escuta ativa? Reflexão Fonte: Pixabay. INTERVALO Dica de livro: Para finalizar Fonte:https://grupoahora.net.br/conteudos/2020/05/09/comunicacao-nao-violenta-nunca- foi-tao-util-e-necessaria/ Dica de filme: História de um Casamento. Para finalizar Fonte: Pinterest. Dica de documentário: Repense o elogio. Para finalizar Fonte: https://mff.com.br/films/repense-o-elogio/ Às vezes é mesmo preciso ir embora… Considerações finais Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/@geralt. Comunicação vem do latim communicatio. Significa partilhar, tornar comum, retribuir. Coragem vem do latim coraticum. Significa o que vem do coração. Comunicar com coragem, permitindo-se a vulnerabilidade, deixando as armaduras de lado, traz entendimento, acolhimento, paz de espírito e laços mais fortes. Considerações finais Fonte: Pixabay. ROSENBERG, Marshall. Comunicação não violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Editora Ágora, 2003. BERG, Ernesto. Administração de conflitos: abordagens práticas para o dia a dia. São Paulo: Editora Jurua, 2011. Como usar a comunicação não violenta com grupos. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/18764/como-usar-a-comunicacao-nao-violenta-com- grupos. Acesso 02 de setembro de 2020. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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