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1 Prof.ª Me. Gabrielle Fernandes CURSO GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS DISCIPLINA: INDICADORES DE DESEMPENHO EM RECURSOS HUMANOS TEMA 1 – INTRODUÇÃO ÀS MÉTRICAS TEXTO PARA APOIO AO ESTUDO A importância das métricas para a Gestão de Recursos Humanos É comum pensarmos em medidas de objetos, por exemplo, quando se fala em medir. Temos medidas expressadas em comprimento, réguas ou fita métrica, porém, é razoável concordar que esse conceito é muito amplo. Para alguns estudiosos, medir por ser compreendido com comparar (Nunes e Bryant, 1997). Nas organizações empresariais não é diferente. Quando pensamos no funcionamento de uma empresa, é preciso também medir as capacidades e o desempenho dos funcionários que ali estão. Sendo assim, a área de Recursos Humanos precisa dispor para elaborar e delimitar suas estratégias, de medidas que identifiquem o desempenho das pessoas que atuam em uma determinada organização. Desta forma, é possível potencializar as habilidades e competências dos funcionários, buscando garantir o melhor desenvolvimento dentro das trajetórias e possibilidades que a empresa possa vir oferecer. Estudioso relevante de gestão de pessoas, Jac Fitz-enz, apresentou um modelo de gestão da atividade de Recursos Humanos, conhecido como “o modelo Gestão do Capital Humano para o século XXI – HMC 21 (FITZ-ENZ, 2001). Por meio deste modelo é proposto uma cadeia de valor que dispõe de três momentos diferentes, objetivando assim um sistema que identifique e mensure o desempenho das atividades de recursos humanos. São quatro as dimensões para definir os indicadores propostos por Jac Fitz-Enz (2001): Planejamento (organizar e dimensionar a força de trabalho de uma organização, a fim de viabilizar uma gestão de RH sustentável) Produção (visão estatística para se buscar conhecer as combinações mais eficientes), Previsão (sistema que se apresente indicadores estratégicos) e Análise (forças e oportunidades que a empresa dispõe e o quanto isto pode impactar as pessoas que nela trabalham). Medir é – portanto – uma das palavras-chave para Organizações que possuem metas a serem atingidas em um determinado período e considerando-se um conjunto disponível – e normalmente limitado – de recursos financeiros, materiais, tecnológicos, físicos e humano. Medir, no contexto Organizacional, é fundamental para se determinar um ponto de chegada, estabelecer parâmetros, compartilhar e entender expectativas, determinar e mobilizar recursos, corrigir rumos, reforçar ações, alavancar esforços, reconhecer e recompensar resultados, empenho, dedicação e comprometimento. (ASSIS, 2005, p. 7-8) As medidas instituídas, estabelecem indicadores que podem ser utilizados pelas organizações para a estruturação de um planejamento, para a tomada de decisão, para demonstração de suas realizações em um balanço social, dentre outras possibilidades. Desta forma, é fato constatarmos que as organizações precisam utilizar medições, indicadores, de maneira sistêmica, para compor um conjunto de dados que evidencie, tornando relevante aspectos importantes para a gestão dos negócios. As medidas são tão relevantes para as organizações, que algumas 2 Prof.ª Me. Gabrielle Fernandes consultorias se especialização na colheita de dados para elaborar relatórios úteis para o melhor benchmarking. É possível citar aqui, algumas das empresas que medem, e que vendem seus relatórios para organizações que buscam informações para as mais variadas análises corporativas: Sextante Brasil, Deloitte, HayGroup, Pwc, Towers Perrin, HSM e Great Place to Work. 1. A importância dos indicadores Não é uma novidade as medições em Recursos Humanos. No entanto, nota-se que a partir dos anos 1990, a necessidade e preocupação das organizações em medir os resultados da área de RH elevou, tendo em vista o aumento da importância do capital intelectual, formado pelo capital estrutural, relacional e humano (CHIAVENATO, 2010). Sendo assim, é possível afirmar que um indicador nada mais é do medidas qualitativas ou quantitativas que apoiam uma empresa em determinadas tomadas de decisões gerenciais. Assis (2014), dispõe que os indicadores são métricas utilizadas para compreender o passado e suas consequências no presente. Os indicadores auxiliam os gestores de forma que avaliem, acompanhem, sugiram, decidam e interfiram na posição e na evolução dos processos da organização. Estas medições também podem servir para compreender e controlar determinado processo, contribuindo para a definição e o equilíbrio das metas de desempenho. (ASSIS, 2014). Os indicadores de RH são dados quantificados dos resultados de um processo ou sistema que permitem fazer comparações com as metas definidas e com outras empresas e fornecem informações para os gestores tomarem decisões. Por exemplo, o índice de rotatividade da empresa pode demonstrar que existe algum problema em determinada área que precisa ser analisado e solucionado. É válido destacar que, os indicadores de RH, para se tornarem essenciais e relevantes em um relatório gerencial, precisam evidenciar claramente seu objetivo, sendo quantificáveis, realistas, concretos, precisos e mensuráveis, considerando-se um período definido. Um dos propósitos essenciais dos indicadores é medir um processo atual, descrevê-lo e compará-lo com dados anteriores para prever e determinar seu resultado. Desta forma, estas medidas são expressas em porcentagens ou frações, permitindo assim o estabelecimento de padrões para o acompanhamento contínuo. A colaboração de todos os subsistemas de RH é essencial para a elaboração e consolidação dos indicadores. É possível destacar em cada subsistema um ou mais indicadores, sendo assim, se faz necessário manter planilhas com dados das atividades que podem ser mensuradas. A avaliação dos processos de Gestão de Pessoas precisa ser alinhada à concepção de “pessoas como fontes de receita e não apenas como custos ou centros de despesas” (CHIAVENATO, 2010, p. 551). O valor dos ativos intangíveis que fazem as empresas prosperarem não são mensurados pela área contábil das organizações. Destacam-se como ativos intangíveis: competências dos colaboradores, estrutura interna (marcas, patentes, modelos/sistemas administrativos e computacionais, cultura organizacional) e estrutura externa (relações com os clientes, fornecedores, outras organizações, a imagem da empresa). É possível perceber que por trás dos ativos intangíveis está o capital humano da empresa, que representa fonte de receita e não custos qualificados como organizacionais. Através dos indicadores de desempenho da área de Gestão de Pessoas, é possível evidenciar e avaliar os ativos intangíveis. Cada organização precisa desenvolver e implementar indicadores compatíveis com 3 Prof.ª Me. Gabrielle Fernandes seus objetivos estratégicos. 2. A importância dos indicadores, das fórmulas e do benchmarking Considera-se como ferramenta de gestão o Benchmarking. Este, é entendido como um instrumento para a comparação das práticas empresariais com as de outras empresas. Sua utilização se dá, habitualmente, por meio de comparação de dados e práticas com a empresa líder do seu segmento ou concorrente relevante. O Bechmarking é uma forma de conhecer e aperfeiçoar o desempenho de tarefas e processos. Proporciona ao gestor de pessoas realizar comparações de projetos, de práticas, de políticas e de procedimentos de uma empresa com outras (CHIAVENATO, 2010). Muitas organizações compreendem a importância de fazer benchmarking. Sua utilização permite identificar oportunidades, ameaças e ajustar-se, com o objetivo de manter ou elevar a vantagem competitiva da organização. (ARAÚJO, 2011). O Bechmarking é uma forma da área de Gestão de Pessoas compreender se suas ações estão alinhadas com as do mercado. Podemos denotar ainda, que este instrumento permite a troca de informações e apresenta alguns princípios como ode reciprocidade e a analogia. Tendo o intuito de comparar e promover o desempenho das organizações, o benchmarking também carrega a compreensão dos motivos que levam uma empresa a obter o resultado mais expressivo que outra, além de compará-los com as que estão em posição de liderança no mercado nos procedimentos que estão como base de comparação. Chamamos este princípio de medição. Como último princípio do bechmarking, destaca-se a validade. Para que este princípio seja efetivado, é importante que os praticantes do benchmarking não confiarem em suposições ou intuições, mas ir em busca de metodologias, estatísticas que confirmem o que está sendo analisado. (MADEIRA, 1999) 3. Indicadores As decisões nas organizações, para serem tomadas, precisam estar baseadas em dados e informações quantitativas. Nessa perspectiva, os indicadores de desempenho podem ser compreendidos como uma ferramenta de mensuração e valorização das estratégias empresariais. Devem também responder pela forma como as decisões são tomadas. ➢ Indicadores : Auxiliam na demonstração , volume ou intensidade de uma ou de mais variáveis. Exemplo: A área de Recrutamento e Seleção desta empresa, realiza todo o processo de seleção em 2 dias. ➢ Métricas: Apresentam a forma como será calculado um indicador. Exemplo: TMC (tempo médio de contratação) 4 Prof.ª Me. Gabrielle Fernandes Segundo Maria Adelice, “indicadores são úteis na identificação de questões prioritárias (...) servindo não só como subsídio para formulação de políticas (...,) mas como parâmetro de orientação, fortalecimento da ação de fiscalização dessas políticas e para elaboração de alternativas” (Maria Adelice é professora de pós-graduação do IESP na Paraíba.) 4. Características de um bom Indicador: ➢ Relevância e Credibilidade ➢ Relação Benefício e Custo ➢ Não Sobreposição e Complementaridade ➢ Praticidade e Simplicidade na medição São ferramentas de planejamento, medição e controle os indicadores de desempenho. Estes devem ser de fácil utilização e ter boa consistência na informação obtida por meio deles. A facilidade de sua utilização deve permitir que sirvam de ferramenta para variados níveis da empresa. Pode-se compreender os indicadores, os categorizando. A seguir observe as formas mais conhecidas de Indicadores: • Indicadores Demográficos Auxiliam na Compreensão de Aspectos Quantitativos da Força de Trabalho de uma organização. • Indicadores Financeiros Auxiliam na medição de aspectos pontuais de um processo ou de um programa. • Indicadores Operacionais, de Desempenho ou de Processos Auxiliam na compreensão do nível de eficiência e de eficácia de determinados processos ligados à gestão de Recursos Humanos. • Indicadores de Gestão do Clima Organizacional e Balanço Auxiliam na caracterização do ambiente de trabalho, a partir de fatores da organização. • Indicadores Quantitativos e Qualitativos: “Usamos indicadores quantitativos quando necessitamos de dados numéricos gerados por processos ou atividades sobre as quais queremos manter controle. Isso normalmente envolve receita, custo, tempo e capacidade. Por outro lado, usamos indicadores qualitativos quando estamos interessados em conhecer a opinião das pessoas, seus valores e suas reações” (ASSIS, 2005, p.16-17). • Indicadores de Eficiência e Eficácia: “Os indicadores de Eficiência estão normalmente associados ao processo, ao meio, ao 5 Prof.ª Me. Gabrielle Fernandes consumo dos recursos utilizados para a obtenção de certos resultados. Os indicadores de Eficácia estão relacionados ao cumprimento do objetivo, do propósito de determinada ação ou conjunto de ações” (ASSIS, 2005, p.16-17). Os indicadores de desempenho devem ser úteis para monitorar como as organizações estão cumprindo as estratégias estabelecidas no planejamento, como também em seus respectivos processos. Os indicadores podem ainda ser utilizados para: produzir uniformidade e consenso de compreensão da estratégia; informar a toda a empresa a estratégia; partilhar objetivos departamentais relacionadas à estratégia; reconhecer e proporcionar iniciativas estratégicas; impulsionar a revisão e atualização estratégicas de forma contínua e sistemáticas; conseguir feedback para melhorar a estratégia. É essencial para implementar os indicadores de desempenho (SANTOS, 2019): • averiguar a abrangência de cada meta e objetivo; examinar os planos globais e setoriais da organização, estratégias e processos associados; • para cada objetivo e meta, já previamente analisados em relação as suas abrangências, determinar os seus fatores críticos de sucesso; • priorizar os dados e informações para a avaliação do desempenho e verificar se essas informações irão efetivamente subsidiar a tomada de decisões (ações corretivas para a manutenção de rotinas e ações voltadas para as melhorias contínuas); • definir os respectivos indicadores de desempenho; • definir os responsáveis pela coleta de dados e sua frequência pelo tratamento e análise das informações e pela divulgação dos indicadores; • estruturar para cada setor ou função da organização um quadro com dados. AS INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE MATERIAL DE APOIO AO ESTUDO FORAM EXTRAÍDAS DAS SEGUINTES PUBLICAÇÕES: ALBURQUERQUE, L. G.; LEITE, N. P. Gestão de pessoas: perspectivas estratégicas. São Paulo: Atlas, 2009. ASSIS, Marcelino Tadeu de; Indicadores de gestão de recursos humanos: usando indicadores demográficos, financeiros e de processos na gestão do capital humano. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. BECKER, Brian E.; HUSELID, Mark A.; ULRICH, Dave. Gestão estratégica de pessoas com “scorecard”: interligando pessoas, estratégia e performance. Rio de Janeiro: Campus, 2001. CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organização. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. FITZ-enz. Jac. Retorno do investimento em capital humano. Sâo Paulo: Makron Books, 2001. FRIEDMAN, Brian; HATCH, James; Walker, David M. Como atrair, gerenciar e reter capital humano – da promessa à realidade. São Paulo: Futura, 2000. MADEIRA, P. J. Benchmarking: a arte de copiar. [S. l.; S. n.], 1999. SVEIBY, Karl Erik. A nova riqueza das organizações: gerenciando e avaliando patrimônios de conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1998. SCHROEDER, C. S. et al. Sistemas de treinamento corporativo virtual: definindo critérios e indicadores de avaliação. Revista Eletrônica de Administração, Porto Alegre, v. 11, n. 1, p. 1-24, 2005.
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