Buscar

Câncer Colorretal, Pólipos

Prévia do material em texto

Kaio Maciel MedFasa 
 
APG 17 – Câncer 
Colorretal pelos 
Pólipos intestinais. 
Compreender a epidemiologia e 
fatores de riscos (genética) do câncer 
colorretal decorrente dos pólipos 
intestinais. 
Epidemiologia 
 Os pólipos adenomatosos, que 
correspondem a cerca de 70% de todos os 
pólipos, são conhecidamente lesões pré-
malignas que antecedem, em 10 a 15 
anos, o câncer colorretal. 
 Dados de 2018 do INCA mostra que o 
câncer colorretal é o 3° tipo de câncer 
mais comum e ocupa o 2° lugar em 
mortes por câncer. 
 Nas taxas atuais, aproximadamente 5% 
das pessoas desenvolverão câncer 
colorretal ao longo de suas vidas. 
 O intestino grosso é o local de origem de 
mais neoplasias primárias que qualquer 
outro órgão do corpo 
 A cada ano, nos Estados Unidos, há mais 
de 130.000 novos casos e 55.000 mortes 
por adenocarcinoma colorretal. Isso 
representa quase 15% de todas as mortes 
por câncer, perdendo apenas para o 
câncer de pulmão 
 A incidência de câncer colorretal tem seu 
pique aos 60-70 anos de idade, e menos 
de 20% dos casos ocorrem antes dos 50 
anos 
 Os homens são acometidos com mais 
frequência do que as mulheres 
Fatores de risco: 
 Idade, principalmente o envelhecimento (a 
partir de 68 anos em homens e 72 anos 
em mulheres) 
 Pacientes com história familiar de câncer 
(dois ou mais parentes de 1° grau ou 2° 
grau). 
 Portadores de doença de Crohn ou colite 
ulcerativa 
 Pacientes com polipose adenomatosa 
familiar do intestino grosso. 
 A polipose adenomatosa familiar (PAF); é 
um distúrbio autossômico dominante raro 
associado a uma mutação no braço longo 
do cromossomo 5, gene de polipose 
adenomatosa coli (APC).. Os pacientes 
com essa doença desenvolvem vários 
pólipos adenomatosos no intestino grosso 
em uma idade precoce. Uma contagem de 
pelo menos 100 pólipos é necessária para 
o diagnóstico de PAF clássica. O 
adenocarcinoma colorretal se desenvolve 
em 100% dos pacientes com PAF não 
tratada, muitas vezes antes dos 30 anos 
de idade. 
 O câncer colorretal não polipose 
hereditário (CCNPH), também conhecido 
como síndrome de Lynch, foi originalmente 
descrito como agregação familiar de 
câncer em vários locais, incluindo cólon, 
endométrio, estômago, ovário, ureteres, 
cérebro, intestino delgado. O CCNPH é 
causado por mutações herdadas da linha 
germinativa em genes que codificam 
Kaio Maciel MedFasa 
 
proteínas responsáveis pela detecção, 
excisão e reparo de erros que ocorrem 
durante a replicação do DNA. Pelo menos 
cinco desses genes de reparo foram 
reconhecidos, mas a maioria dos casos de 
CCNPH envolve MSB2 ou MLH1. 
Pacientes com CCNPH herdam um gene 
mutado de reparação de DNA e um alelo 
normal. Quando a segunda cópia é 
perdida através da mutação ou 
silenciamento epigenético, defeitos de 
reparo levam ao acúmulo de mutações em 
taxas até 1.000 vezes superiores ao 
normal, principalmente nas regiões que 
contêm sequências curtas de DNA de 
repetição chamadas de DNA 
microssatélite. 
 A dieta também parece desempenhar um 
papel importante. O foco da atenção está 
na ingestão de gorduras, açúcares 
refinados e fibras e no consumo dietético 
adequado de micronutrientes protetores 
como vitaminas A, C e E. 
Entender a histopatologia do câncer 
colorretal decorrentes dos pólipos 
intestinais. (fisiopatologia) 
 Pólipos são estruturas teciduais 
expressadas como protuberâncias que 
surgem na luz do intestino, sendo o termo 
pouco específico e empregado pela 
macroscopia da lesão. 
 As células do organismo humano seguem 
um padrão de comportamento. 
Ele define, entre outros fatores, a 
velocidade e o modo como as 
células devem se multiplicar para substituir 
outras. 
 Pólipos intestinais são formados quando 
as células da mucosa do intestino sofrem 
mutações genéticas e têm o seu 
comportamento modificado. Elas se 
multiplicam de maneira desorganizada 
dando origem à formação de um novo 
tecido, originando uma espécie de caroço 
ou verruga. 
 Na avaliação macroscópica, os pólipos em 
sua superfície tende a ser avermelhada, 
com possíveis irregularidades e depósito 
de muco, e seu diâmetro pode variar de 1 
mm a vários centímetros, podem ser 
classificados em: 
o Pediculados: base estreita e 
nodulação na ponta e inseridos or 
um pedículo. 
o Sésseis: base assume praticamente 
o mesmo diâmetro do topo, nódulos 
elevados. 
o Subpediculados: base um pouco 
mais larga do que a dos 
pediculados. 
 Normalmente os pólipos são 
assintomáticos e encontrados nos 
exames de rotina, como a 
colonoscopia. Quando se manifestam, 
ocasionam sangramentos na forma de 
enterorragia ou hematoquezia, dor 
abdominal em cólica, evacuações que 
tendem a diarreia e, em alguns casos, 
mucorreia, tenesmo, intussuscepção e 
Kaio Maciel MedFasa 
 
prolapso, sintomas presentes em 
pólipos maiores. 
 
 Pólipos neoplásicos Benignos 
 
Adenoma: 
 Caracteriza por uma proliferação anormal 
das glândulas da mucosa, a partir de 
mutação genética associada a fatores 
ambientais, como dieta rica em gorduras e 
pobre em fibras, obesidade, sedentarismo 
etc. 
 É mais frequente na região sigmoide e 
reto. 
 Os adenomas podem ser classificados 
como tubulares, tubulovilosos ou vilosos 
com base na sua arquitetura: 
o Os adenomas tubulares, que 
representam 65% dos adenomas 
benignos do intestino grosso, 
geralmente são lesões esféricas com 
superfícies lisas e diâmetro menor que 
2 cm, que se encontram ligadas à 
superfície da mucosa por um pedículo. 
o O adenoma com componente viloso 
tem maior risco para malignização. 
Frequentemente são maiores e 
sésseis, são cobertos por vilosidades 
delgadas. Quase toda totalidade das 
neoplasias de cólon respeita a 
sequência adenoma-carcinoma, em 
que um adenoma com displasia leve 
leva em torno de 7 a 10 anos para se 
tornar carcinoma, fato que ocorre em 3 
a 5% da população. 
 O número, o tamanho e o componente 
viloso são os fatores mais importantes na 
relação com o câncer. Tamanho maior 
que 1 cm, idade avançada e presença de 
componente viloso no achado histológico 
são os marcadores de pontecial maligno. 
 Os adenomas tubulovilosos têm 
arquitetura com elementos tubulares e 
vilosos. Os adenomas desse tipo ocupam 
uma posição intermediária entre os 
adenomas tubulares e vilosos, no que se 
refere ao risco de desenvolvimento de 
carcinoma invasivo. 
 
Pólipo Serrilhado: 
 Caracterizada por pólipos hiperplásicos 
múltiplos, grandes e/ou proximais, e as 
vezes pequenos números de adenomas 
serrilhados (forma agressiva de pólipo 
hiperplásico), adenomas e pólipos mistos 
hiperplásicos/adenomatosos. 
 A síndrome é caracterizda pela presença 
de 1 ou mais dos seguintes: 
o Pelo menos 5 pólipos serrilhados 
proximais ao cólon sigmóide, dos 
quais 2 ou mais são maiores ou 
iguais a 10mm 
Kaio Maciel MedFasa 
 
o Qualquer número de pólipos 
serrilhados proximais ao cólon 
sigmoide em indivíduo com familiar 
de 1° grau de indivíduos com a 
síndrome. 
o Mais de 20 pólipos serrilhados de 
qualquer tamanho, distribuídos por 
todo o cólon. 
 Os pólipos serrilhados sésseis são mais 
prevalentes no cólon proximal e 
tipicamente sem displasia. 
 
 Pólipos neoplásicos Maligno 
 
Adenocarcinoma: 
 A maioria dos cânceres colorretais começa 
como pólipos adenomatosos benignosdo 
intestino grosso. A frequência dos pólipos 
aumenta com a idade e a prevalência dos 
pólipos adenomatosos aumenta 
significativamente depois dos 60 anos. 
 Adenocarcinoma do cólon é heterogênea e 
inclui anormalidades genéticas e 
epigenéticas. Pelo menos duas vias 
genéticas distintas de via APC/b-catenina 
foram descritas. Em termos mais simples, 
esses são os distúrbios que levam ao 
aumento da sinalização de WNT, e a via 
de instabilidade microssatélite que está 
associada a defeitos no reparo de DNA: 
o Via APC/b-catenina: geralmente 
envolve a mutação do supressor de 
tumor APC no início do processo 
neoplásico. Ambas as cópias do 
gene APC devem ser 
funcionalmente inativadas, por 
mutação ou por eventos 
epigenéticos, para os adenomas 
desenvolverem-se. Com a perda 
da função de APC, a b-catenina 
(proteína) se acumula e transloca 
para o núcleo, onde ativa a 
transcrição de genes, como os que 
codificam MYC e ciclina Dl, que 
promovem a proliferação. 
o Via de Instabilidade de 
microssatélites: Em pacientes com 
deficiência de reparo de DNA 
(devido à perda de genes de 
reparo), as mutações se acumulam 
em repetições microssatélites, uma 
condição chamada de instabilidade 
microssatélite. Essas mutações 
geralmente são silenciosas porque 
os microssatélites tipicamente estão 
localizados em regiões não 
codificadoras, mas outras 
sequências microssatélites estão 
localizadas nas regiões de 
codificação ou promotoras de genes 
envolvidos na regulação do 
crescimento celular, como aquelas 
de codificação do receptor TGF-b 
tipo II e a proteína proapoptótica 
BAX. . Pelo fato de o TGF-b inibir a 
proliferação de células epiteliais do 
cólon, mutantes do receptor TGF-b 
tipo II podem contribuir para o 
crescimento celular descontrolado, 
enquanto a perda de BAX pode 
aumentar a sobrevida de clones 
geneticamente anormais. 
Kaio Maciel MedFasa 
 
 Em geral, os cânceres de cólon e reto se 
instalam muito tempo antes do 
aparecimento dos sintomas. O 
sangramento é uma queixa inicial muito 
significativa e, em geral, é uma das causas 
que levam pessoas a buscarem 
atendimento médico. Outros sinais e 
sintomas são alterações dos hábitos 
intestinais, diarreia ou constipação 
intestinal e, em alguns casos, sensação de 
urgência ou esvaziamento incompleto do 
intestino. Em geral, dor é um sintoma 
tardio. 
 O prognóstico dos pacientes com câncer 
colorretal depende em grande parte da 
extensão do acometimento intestinal e da 
existência de metástases por ocasião do 
diagnóstico. 
 Em geral, o câncer colorretal é 
classificado em quatro estágios com base 
no sistema TNM (tumor, linfonodo e 
metástase): 
o Estágio I: invasão das camadas 
mucosa e submucosa do intestino 
grosso, e está associado a uma 
taxa de sobrevida entre 90 e 100% 
em 5 anos 
o Estágio II (linfonodos negativos): 
tumor infiltra, mas não ultrapassa a 
camada muscular própria, e tem 
taxa de sobrevida de 80% em 5 
anos. 
o Estágio III(linfonodos positivos): 
invasão da serosa e dos linfonodos 
regionais, a taxa de sobrevida 
diminui para 30 a 50% em 5 anos. 
o Estágio IV(metastático): tumores 
penetram na serosa ou nos órgãos 
adjacentes e têm prognóstico muito 
mais desfavorável.

Continue navegando