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v GESTÃO DA QUALIDADE vi vii JORGE LUIZ ALVES MORGADO GESTÃO DA QUALIDADE 1ª Edição - Revista - Taubaté Universidade de Taubaté 2017 viii Copyright©2017. Universidade de Taubaté. Todos os direitos dessa edição reservados à Universidade de Taubaté. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização desta Universidade. Administração Superior Reitor Prof. Dr. José Rui Camargo Vice-reitor Prof. Dr. Isnard de Albuquerque Câmara Neto Pró-reitor de Administração Prof. Dr. Isnard de Albuquerque Câmara Neto (interino) Pró-reitor de Economia e Finanças Prof. Dr. Mario Celso Peloggia (interino) Pró-reitora Estudantil Profa. Ma. Angela Popovici Berbare Pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias Prof. Dr. Mario Celso Peloggia Pró-reitora de Graduação Profa. Dra. Nara Lucia Perondi Fortes Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação Prof. Dr. Francisco José Grandinetti Coordenação Geral EaD Profa.Dra.Patrícia Ortiz Monteiro Coordenação Acadêmica Profa.Ma. Rosana Giovanni Pires Coordenação Pedagógica Profa.Dra.Ana Maria dos Reis Taino Coordenação de Tecnologias de Informação e Comunicação Wagner Barboza Bertini Coordenação de Mídias Impressas e Digitais Profa.Ma.Isabel Rosângela dos Santos Ferreira Coord. de Área: Ciências da Nat. e Matemática Profa. Ma. Maria Cristina Prado Vasques Coord. de Área: Ciências Humanas Profa. Dra. Suzana Lopes Salgado Ribeiro Coord. de Área: Linguagens e Códigos Profa. Dra. Juliana Marcondes Bussolotti Coord. de Curso de Pedagogia Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Gestão e Negócios Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Recursos Naturais Revisão ortográfica-textual Revisão Técnica da primeira edição Projeto Gráfico Diagramação Autor Profa. Ma. Ely Soares do Nascimento Profa. Ma. Márcia Regina de Oliveira Profa. Ma. Márcia Regina de Oliveira Profa. Ma. Isabel Rosângela dos Santos Ferreira Prof. Mário Henrique Jorge Me. Benedito Fulvio Manfredini Bruna Paula de Oliveira Silva José Luiz Alves Morgado Unitau-Reitoria Rua Quatro de Março,432-Centro Taubaté – São Paulo CEP:12.020-270 Central de Atendimento:0800557255 Polo Taubaté Polo Ubatuba Polo São José dos Campos Polo São Bento do Sapucaí Avenida Marechal Deodoro, 605–Jardim Santa Clara Taubaté–São Paulo CEP:12.080-000 Telefones: Coordenação Geral: (12)3621-1530 Secretaria: (12) 3622-6050 Av. Castro Alves, 392 – Itaguá – CEP: 11680-000 Tel.: 0800 883 0697 e-mail: nead@unitau.br Horário de atendimento: 13h às 17h / 18h às 22h Av Alfredo Ignácio Nogueira Penido, 678 Parque Residencial Jardim Aquarius Tel.: 0800 883 0697 e-mail: nead@unitau.br Horário de atendimento: 8h às 22h EMEF Cel. Ribeiro da Luz. Av. Dr. Rubião Júnior, 416 – São Bento do Sapucaí – CEP: 12490-000 Tel.:(12) 3971-1230 e-mail: polosaobento@ead.unitau.com.br Horário de atendimento: das 18h às 21h (de segunda a sexta-feira) / das 8h às 12h (aos sábados). Ficha catalográfica elaborada pelo SIBi Sistema Integrado de Bibliotecas/UNITAU M847g Morgado, Jorge Luiz Alves Gestão da qualidade / Jorge Luiz Alves Morgado. Taubaté: UNITAU, 2011. 97p. : il. ISBN: 978-85-65687-89-8 Bibliografia 1. Qualidade. 2. Gestão da qualidade total. 3. Gestão ambiental. 4. Gestão organizacional. 5. Ferramentas para gestão da qualidade. I. Universidade de Taubaté. II. Título. ix PALAVRA DO REITOR Palavra do Reitor Toda forma de estudo, para que possa dar certo, carece de relações saudáveis, tanto de ordem afetiva quanto produtiva. Também, de estímulos e valorização. Por essa razão, devemos tirar o máximo proveito das práticas educativas, visto se apresentarem como máxima referência frente às mais diversificadas atividades humanas. Afinal, a obtenção de conhecimentos é o nosso diferencial de conquista frente a universo tão competitivo. Pensando nisso, idealizamos o presente livro- texto, que aborda conteúdo significativo e coerente à sua formação acadêmica e ao seu desenvolvimento social. Cuidadosamente redigido e ilustrado, sob a supervisão de doutores e mestres, o resultado aqui apresentado visa, essencialmente, a orientações de ordem prático-formativa. Cientes de que pretendemos construir conhecimentos que se intercalem na tríade Graduação, Pesquisa e Extensão, sempre de forma responsável, porque planejados com seriedade e pautados no respeito, temos a certeza de que o presente estudo lhe será de grande valia. Portanto, desejamos a você, aluno, proveitosa leitura. Bons estudos! Prof. Dr. José Rui Camargo Reitor x xi Apresentação O livro-texto Gestão da Qualidade que aqui apresento tem como objetivo apresentar o histórico, os principais conceitos, as metodologias e as ferramentas relacionados à Gestão da Qualidade, dentro de um foco sistêmico e empresarial, apoiando a participação no Curso; e, possibilitar que sejam, posteriormente, buscadas novas informações sobre o tema. Dentro desse objetivo e das limitações trazidas pela grande amplitude do assunto, o presente material é, antes de tudo, um guia referencial e de apoio para o entendimento dos conceitos básicos do assunto, cabendo a cada participante, dentro de seus objetivos pessoais e profissionais, aprimorar o conhecimento relacionado, por meio de literatura especializada, participação em outros eventos de capacitação, assim como por intermédio da aplicação prática e consciente dos conceitos apresentado. Desejo a todos bons estudos. xii xiii Sobre o autor Jorge Luiz Alves Morgado é Engenheiro Eletrotécnico formado pela Universidade de Taubaté; pós-graduado em Processamento de Dados – INPG/UNITAU e em Didática do Ensino Superior pela FAPI – Pindamonhangaba. É mestrando em Engenharia Mecânica – Ênfase em Automação – UNITAU. Atuou como professor na Universidade de Taubaté, de 1995 a 2006 – Ensino Superior e Técnico; foi professor contratado pelo SENAI-Taubaté. Atuou como Coordenador Administrativo do Hospital Universitário de Taubaté, de 1999 a 2005. Atualmente é Coordenador de Cursos técnicos profissionalizantes do Colégio Tableau; Consultor nas áreas de Qualidade e Gestão para indústrias e Serviços de Saúde; Professor dos cursos de engenharia da Faculdade Anhanguera de Taubaté e Professor MBA dos cursos de pós-graduação de Engenharia Integrada da Qualidade e Gestão de Projetos. xiv xv Caros(as) alunos(as), Caros( as) alunos( as) O Programa de Educação a Distância (EAD) da Universidade de Taubaté apresenta-se como espaço acadêmico de encontros virtuais e presenciais direcionados aos mais diversos saberes. Além de avançada tecnologia de informação e comunicação, conta com profissionais capacitados e se apoia em base sólida, que advém da grande experiência adquirida no campo acadêmico, tanto na graduação como na pós-graduação, ao longo de mais de 35 anos de História e Tradição. Nossa proposta se pauta na fusão do ensino a distância e do contato humano-presencial. Para tanto, apresenta-se em três momentos de formação: presenciais, livros-texto e Web interativa. Conduzem esta proposta professores/orientadores qualificados em educação a distância, apoiados por livros-texto produzidos por uma equipe de profissionais preparada especificamente para este fim, e por conteúdo presente em salas virtuais. A estrutura interna dos livros-texto é formada por unidades que desenvolvem os temas e subtemas definidos nas ementasdisciplinares aprovadas para os diversos cursos. Como subsídio ao aluno, durante todo o processo ensino-aprendizagem, além de textos e atividades aplicadas, cada livro-texto apresenta sínteses das unidades, dicas de leituras e indicação de filmes, programas televisivos e sites, todos complementares ao conteúdo estudado. Os momentos virtuais ocorrem sob a orientação de professores específicos da Web. Para a resolução dos exercícios, como para as comunicações diversas, os alunos dispõem de blog, fórum, diários e outras ferramentas tecnológicas. Em curso, poderão ser criados ainda outros recursos que facilitem a comunicação e a aprendizagem. Esperamos, caros alunos, que o presente material e outros recursos colocados à sua disposição possam conduzi-los a novos conhecimentos, porque vocês são os principais atores desta formação. Para todos, os nossos desejos de sucesso! Equipe EAD-UNITAU xvi xvii Sumário Palavra do Reitor ............................................................................................................. ix Apresentação ................................................................................................................... xi Sobre o autor .................................................................................................................. xiii Caros(as) alunos(as) ....................................................................................................... xv Ementa .............................................................................................................................. 1 Introdução ......................................................................................................................... 3 Unidade 1. Conceitos de Qualidade, Produtividade e Competividade ...................... 5 1.1 Introdução ................................................................................................................... 5 1.1.1 Qualidade: Conceito ................................................................................................ 5 1.1.2 Conceito de produtividade ....................................................................................... 7 1.1.3 Competividade ....................................................................................................... 10 1.1.4 Conceito de controle da qualidade total [TQC] ..................................................... 11 1.2 Síntese da Unidade ................................................................................................... 13 1.3 Atividades ................................................................................................................. 13 1.4 Para saber mais ........................................................................................................ 14 Unidade 2. Gestão da Qualidade total ....................................................................... 15 2.1 Sobre a NRB ISO 9000:2015 ................................................................................... 15 2.2 Benefícios de um sistema de gestão da qualidade e da certificação ISO 9001 ........ 16 2.3 Princípios de Gestão da Qualidade ........................................................................... 17 2.4 Sobre a ISO ............................................................................................................... 17 2.5 O ambiente da qualidade .......................................................................................... 18 2.6 Gestão da qualidade total - GQT .............................................................................. 19 2.7 Os dez princípios da qualidade total ......................................................................... 21 xviii 2.8 Os três maiores motivos para adoção da GQT em empresas Japonesas .................. 22 2.9 Requisito fundamental para implantação ................................................................. 22 2.10 Resumindo o que é qualidade total ........................................................................ 22 2.11 Síntese da Unidade ................................................................................................. 23 2.12 Atividades .............................................................................................................. 24 Unidade 3. Ferramentas para gestão da qualidade ................................................... 25 3.1 O ciclo PDC e a melhoria contínua .......................................................................... 25 3.2 Brainstorming ........................................................................................................... 27 3.3 5W2H ....................................................................................................................... 29 3.4 Diagrama de causa e efeito (Espinha de Peixe/Diagram de Ishikawa) .................... 32 3.5 Fluxograma ............................................................................................................... 35 3.6 Folha de verificação.................................................................................................. 37 3.7 Gráfico de Pareto ...................................................................................................... 43 3.8 MASP – Método de análise e solução de problemas................................................ 47 3.9 Auditoria da qualidade.............................................................................................. 48 3.10 Os 5’s ...................................................................................................................... 51 3.11 Síntese da Unidade ................................................................................................. 53 3.12 Atividades .............................................................................................................. 53 Unidade 4. A norma de gestão da qualidade: ISO 9001: 2015 ................................. 55 4.1 A ISO 9001:2015 ...................................................................................................... 55 4.2 Normas da série ISO 9000 ........................................................................................ 58 4.3 Norma ABNT NBR ISO 9001:2015 – Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) ..... 58 4.4 Uma norma de gestão que nasce no nível estratégico e é disseminada por todos os níveis da organização...................................................................................................... 59 4.5 Os oito principios da ISO 9001 ................................................................................ 60 xix 4.6 O Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) ............................................................... 60 4.7 A familia ABNT NBR ISO 9000 ............................................................................. 61 4.8 A estrutura da norma ISO 9001:2015 ....................................................................... 61 4.9 Certificação ............................................................................................................... 62 4.10 Sistema de Gestão da Qualidade ............................................................................ 62 4.11 Comunicação nas organizações .............................................................................. 63 4.12 Qualidade ontem e hoje ....................................................................................... 64 4.13 Os elementos da ISO série 9000 ............................................................................. 65 4.14 O sistema de documentação ................................................................................... 67 4.15 A implantação e Certificação ................................................................................. 68 4.16 As auditorias ...........................................................................................................70 4.17 Os benefícios da ISO 9000 ..................................................................................... 72 4.18 Síntese da Unidade ................................................................................................. 72 4.19 Atividades ............................................................................................................... 73 Unidade 5. Sistema de Gestão Ambiental – ISO 14000 ............................................. 75 5.1 Finalidade da ISO 14000 .......................................................................................... 75 5.1.1 Subcomitês da criação da ISO 14000 .................................................................... 76 5.1.2 Subcomitê 1: Sistema de gestão Ambiental (SGA) ............................................... 76 5.1.3 Subcomitê 2: Auditoria na área de meio Ambiente ............................................... 78 5.1.4 Subcomitê 3: Rotulagem Ambiental ..................................................................... 79 5.1.5 Subcomitê 4: Avaliação da Performance Ambiental ............................................. 80 5.1.6 Subcomitê 5: Análise durante a existência (análise do ciclo de vida) ................... 80 5.1.7 Subcomitê 6: Definições e Conceitos .................................................................... 81 5.1.8 Subcomitê 7: Integração de Aspectos Ambientais no projeto e desenvolvimento de produtos ..................................................................................................................... 82 xx 5.1.9 Subcomitê 8: Comunicação Ambiental ................................................................. 82 5.1.10 Subcomitê 9: Mudanças Climáticas .................................................................... 82 5.2 Certificação ISO 14000 ............................................................................................ 83 5.3 Política Ambiental .................................................................................................... 84 5.4 Programa de Gestão Ambiental ................................................................................ 85 5.4.1 Estrutura organizacional e responsabilidades ........................................................ 85 5.4.2 Conscientização e treinamento .............................................................................. 85 5.4.3 Comunicação ......................................................................................................... 86 5.4.4 Documentação do Sistema de Gestão Ambiental .................................................. 86 5.4.5 Controle de documentos ........................................................................................ 86 5.4.6 Controle operacional.............................................................................................. 86 5.4.7 Situações de emergência ........................................................................................ 86 5.4.8 Monitoramento e avaliação ................................................................................... 87 5.4.9 Não conformidade, ações corretivas e ações preventivas...................................... 87 5.4.10 Registros .............................................................................................................. 87 5.4.11 Auditoria do Sistema de Gestão Ambiental ........................................................ 87 5.4.12 Análise do Sistema de Gestão Ambiental ........................................................... 87 5.4.13 Certificação .......................................................................................................... 87 5.4.14 Pré-avaliação ....................................................................................................... 88 5.4.15 Avaliação ............................................................................................................. 88 5.4.16 Pós-avaliação ....................................................................................................... 88 5.5 Benefícios ao se obter a certificação ambiental........................................................ 88 5.5.1 De um modo gral, o SGA ...................................................................................... 88 5.5.2 Para a empresa ....................................................................................................... 89 5.5.3 Para os clientes ...................................................................................................... 89 xxi 5.6 Síntese da Unidade ................................................................................................... 89 5.7 Atividades ................................................................................................................. 90 Unidade 6. Os Prêmios da Qualidade ......................................................................... 91 6.1 Os prêmios da Qualidade .......................................................................................... 91 6.1.1 Prêmio Deming ...................................................................................................... 91 6.1.2 Prêmio Canadense para a Excelência .................................................................... 92 6.1.3 Prêmio Malcolm Baldrige ..................................................................................... 92 6.1.4 Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) .................................................................. 93 6.1.5 Prêmio de Excelência da Fundação Europeia de Gestão da Qualidade ................ 93 6.1.6 Prêmio Francês de Qualidade e Desempenho ....................................................... 94 6.1.7 Prêmio Excelência Empresarial do Reino Unido .................................................. 94 6.1.8 Prêmio Ibero-americano de Qualidade .................................................................. 95 6.2 Tabelas ...................................................................................................................... 95 6.3 Síntese da Unidade ................................................................................................... 97 6.4 Atividades ................................................................................................................ 97 Referências ..................................................................................................................... 99 xxii 11 ORGANIZE-SE!!! Você deverá usar de 3 a 4 horas para realizar cada Unidade. Gestão da Qualidade Ementa EMENTA Conceitos de qualidade e produtividade. Sistemas de gestão de qualidade total. Ferramentas e métodos para melhoria da qualidade. Programas de qualidade e produtividade: gerenciamento pelas matrizes, gerenciamento de rotinas, PDCA. Gestão empresarial pelas Normas da série ISO 9000. Gestão ambiental pelas Normas da série ISO 14.000. Premiação para qualidade e produtividade: prêmios mundiais, prêmio nacional, setoriais e empresariais. 22 Objetivo Geral Apresentar os aspectos ligados aos princípios e conceitos de gestão da qualidade e das certificações afins, enfatizando a importância de um sistema de gestão de qualidade que permita a compreensão da necessidade dos processos de mudança pessoal e organizacional. Objetivos Específicos • Compreender a Qualidade como um modelo de Gestão baseado na melhoria contínua dos processos; • Conhecer a evolução e conceitos da qualidade; • Entender a importância da gestão da qualidade no contexto empresarial; • Entender o papel das “partes interessadas” na gestão empresarial; • Compreender o método para planejamento, controle e melhoria da qualidade; • Entender a abordagem de processos; • Entender o gerenciamentopara manter e melhorar resultados; • Conhecer os modelos de gestão da qualidade, gestão ambiental e de responsabilidade social baseados em normas; • Motivar a utilização de metodologia e ferramentas na gestão organizacional. 33 Introdução Neste livro-texto, veremos os conceitos de qualidade e produtividade (exemplos de aplicação de ambos); conceitos de competitividade e de controle total da qualidade; gestão da qualidade total baseada nas normas ISO 9000-2015; benefícios de um sistema de gestão da qualidade e seus princípios; gestão da qualidade total e seus princípios e requisitos para implantação; ferramentas para gestão da qualidade; comentários sobre as normas para gestão da qualidade ISO 9001-2015; elementos da série de normas ISO 9000, documentação necessária para o processo de certificação; sistemas de gestão ambiental ISO 14000; e, finalizando, comentários sobre os principais prêmios concedidos pela gestão da qualidade. 44 55 Unidade 1 Unidade 1 . Conceitos de Qualidade, Produtividade e Competividade Nesta Unidade, vamos estudar alguns dos conceitos de Qualidade, produtividade e competitividade. 1.1 Introdução O conceito de Qualidade foi, primeiramente, associado à definição de conformidade às especificações. Posteriormente, o conceito evoluiu para a visão de Satisfação do Cliente. Obviamente, a satisfação do cliente não é um resultado apenas; e, tão somente do grau de conformidade com as especificações técnicas; mas, também, de fatores como prazo e pontualidade de entrega, condições de pagamento, atendimento pré e pós-venda, flexibilidade, etc. Paralelamente a esta evolução do conceito de Qualidade, surgiu a visão de que a qualidade é fundamental no posicionamento estratégico da empresa perante ao mercado, alinhada à preocupação com a produtividade e competitividade. 1.1.1 Qualidade: Conceito Conforme dicionário Aurélio, qualidade é dote, dom, virtude. Em administração, qualidade é sinônimo de melhoria contínua; é a adequação ao uso. “É conformidade às exigências”. Esta é a definição técnica estabelecida pelo ISO – International Standardization Organization, situado na Suíça e responsável pelas normas de Qualidade, em diversos setores, no mundo inteiro. Contudo, quando falamos de Qualidade, é forçoso render-se às definições mais abrangentes. “Qualidade tem relação, 66 primordialmente, com o processo pelo qual os produtos ou serviços são materializados. Se o processo for bem realizado, um bom produto final advirá, naturalmente. A Qualidade reside no que se faz – aliás – em tudo o que se faz – e não apenas no que se tem como consequência disso”. Ou, em outras palavras, todos os processos de uma determinada atividade são importantes; se os processos forem desenvolvidos com qualidade, o produto final terá qualidade. Se perguntarmos aos leigos “O que é Qualidade?”, provavelmente, receberemos várias respostas. A Qualidade está ligada aos sentimentos subjetivos que refletem as necessidades internas de cada um. Muitas pessoas avaliam a Qualidade pela aparência; outras se voltam à qualidade do material com que é feito o produto. Outras, ainda, avaliam a Qualidade de alguma coisa pelo preço. Existem várias dimensões da Qualidade. O termo qualidade assumiu diferentes significados, dependendo não só do enfoque teórico-metodológico, como também do período histórico e dos processos que cada autor se referia. Na Antiguidade, qualidade referia-se a um padrão ideal de excelência e moral que a sociedade grega deveria buscar. Juran, muito tempo depois, define qualidade como adequação ao uso; enfoque este que se subdivide em dois segmentos: o primeiro, voltado à satisfação do cliente; e, o segundo, à ausência de falhas. No período pré-Revolução Industrial, a qualidade de um produto era definida pela reputação da habilidade e pelo talento do artesão que o produzia. Com o tempo, o conceito de qualidade passou a ter outras dimensões, além daquela que associa excelência ou superioridade do produto; mas, também, pontos como valor de mercado. Da Revolução Industrial até o início deste século, o conceito de qualidade esteve focalizado na ideia do menor preço pelo qual o produto poderia ser trazido ao mercado. Nos anos 30, com a produção em massa (carros e armamentos), a produção passou a seguir projetos, requerendo inspeção permanente na produção, passando a adotar princípios tayloristas (administração científica), fazendo com que houvesse um crescimento impar em relação à produtividade, Contudo, observou-se que os custos 77 aumentavam devido aos grandes números de departamentos criados dentro da empresa para se fazer o controle da qualidade. Nos anos 50, incorporou-se a ideia de que o produto, além de conformidade com o projeto, deveria atender às necessidades do cliente. Deming e Juran foram mais específicos e deram mais enfoque a este item. Com isso, surgiu um conjunto de técnicas estatísticas e práticas como just-in-time e zero defeito. Modelos que se tornaram mais conhecidos com o desenvolvimento da economia japonesa. A Globalização trouxe nova abordagem sobre controle da qualidade: deixa de ser função e responsabilidade especifica dos gerentes de departamentos, para ser exercida por todos os empregados. Daí surge a denominação: CQT (Controle Total da Qualidade). Segundo Ishikawa (1985), essa visão mudaria a forma de conceber gestão, pois mudaria o tratamento entre empregados e clientes. A definição mais especifica de qualidade, atualmente, incorpora noções de menor preço, ausência de defeitos, obediência aos projetos, adequação ao uso e satisfação dos clientes. Tudo por meio de melhoria contínua nos produtos e serviços. Um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente (de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo) às necessidades do cliente. Portanto, em outros termos pode-se dizer: projeto perfeito, sem defeitos, baixo custo, segurança ao cliente, entrega em prazo certo, local certo e quantidade certa. O verdadeiro critério da boa qualidade é a preferência do consumidor. 1.1.2 Conceito de produtividade "A produtividade é o grau de transformação de entradas em saídas". As empresas são estruturadas em processos que transformam matérias-primas em pacotes de valor a serem entregues aos clientes. Por isso, quando uma empresa passa a utilizar menos recursos para produzir um mesmo produto (com as mesmas características) podemos dizer que ela está se tornando mais produtiva. Mas, o importante é que seja mantida a qualidade do produto: o atendimento aos requisitos a que ele foi projetado para atender. 88 Produtividade = (Resultados) / (Insumos) É o resultado do esforço associado à determinada tarefa ou trabalho, incluindo conceitos de lucratividade, eficiência, efetividade, valor, qualidade, inovação, nível de vida. Com base nesses resultados, os gerentes conseguem analisar e verificar até que ponto os esforços de sua equipe atendem às expectativas da empresa. Não há controle e possibilidade de correção de desvios sem que existam metas, planos e padrões de desempenho pré-estabelecidos. Para tal, existe o planejamento estratégico (que é o principal método para os gestores estabelecerem metas e planos de ação para a organização, incentivando esforços e orientando a obtenção de resultados esperados). A produtividade ou as realizações das pessoas e organizações oscilam. Somos mais ou menos produtivos, dependendo da tarefa, interesse e motivação. A eficiência da organização é diretamente influenciada pela satisfação de seus colaboradores. As expectativas dos gerentes e o trabalho dispensado aos colaboradores determinam fortemente o desempenho das equipes e os níveis de produtividade. Os gerentes têm a exclusiva opção de poderemcriar expectativas de desempenho, às quais a maioria dos colaboradores corresponde. Portanto, o sucesso do programa de incremento da produtividade está diretamente relacionado à compreensão por parte das equipes da empresa. Manter a continua consciência e expectativa do programa de produtividade obriga o reconhecimento dos que venham a obter bom nível de desempenho. A produtividade pode ser avaliada e medida por esforços ou realizações que combinam métodos numéricos (quantitativos) e descritivos (qualitativos). A medição quantitativa tende a ser usada em tarefas repetitivas estruturadas, enquanto que a avaliação qualitativa é, frequentemente, usada em tarefas abstratas. Muitos enfoques são misturas das dimensões quantitativo-qualitativas. 99 Exemplo de Qualidade e Produtividade Uma fábrica de botões produz 3000 alfinetes por dia, com 10 funcionários na linha de produção. O diretor industrial decide, então, cortar custos, demitindo 2 funcionários; mas, obrigando os 8 restantes a produzirem os mesmos 3000 botões por dia, no mesmo período de tempo. Se, após a reestruturação, a equipe continuar utilizando a mesma quantidade de matérias-primas e produzindo alfinetes idênticos aos anteriores, poderemos dizer que a empresa agora está mais produtiva, pois: Produtividade antes - 3000/10 = 300 Produtividade depois - 3000/8 = 375 Supondo que a taxa de rejeição da empresa era de 10% antes da reestruturação: 10 % da sua produção diária era rejeitada por não atender aos requisitos (problema na qualidade). Após a reestruturação, essa taxa aumentou para 45 %. Como ficou a produtividade? Maior ou menor? A conta é simples: ANTES Produção = 3000 Rejeição = 10% de 3000 = 300 Produção real = 3000 - 300 = 2700 Número de Funcionários = 10 Produtividade = 2700/10 = 270 DEPOIS Produção = 3000 Rejeição = 45% de 3000 = 1350 Produção real = 3000 - 1350 = 1650 Número de Funcionários = 8 Produtividade = 1650/8 = 206,25 1100 Os cálculos mostram que a produtividade piorou. Essa é uma conta que muitas empresas não levam em consideração na hora de demitir funcionários e obrigar aos demais, fazer todo o trabalho. Essa conta da produtividade pode ser feita para qualquer recurso. Por exemplo, matéria- prima. Se você utilizar material de baixa qualidade com objetivo de produzir mais produtos, pode comprometer a qualidade e, consequentemente, a aceitação do produto pelo cliente. Por isso, em lugar de usar o conceito clássico: de que produtividade é igual ao volume de produção dividido pelos insumos; os cálculos mostram que produtividade é igual aos RESULTADOS/INSUMOS, pois, assim, os resultados também estão levando em conta a qualidade do que é produzido. As inovações como a máquina de escrever e, posteriormente, o computador, a automação industrial e comercial e os programas de treinamento e desenvolvimento de pessoas têm permitido à empresa melhorar a produtividade e, também, melhorar a qualidade. Esses dois conceitos devem ser monitorados sempre em conjunto. Não se deve tratar a Qualidade como uma área isolada das demais; principalmente, isolada das Finanças. Isso é um erro grave. Os conhecimentos sobre a qualidade podem ser utilizados como uma poderosa ferramenta para melhorar o desempenho financeiro das empresas. Esse é um dos princípios básicos da Gestão pela Qualidade Total. 1.1.3 Competividade Um dos aspectos mais marcantes do atual contexto social é a exacerbada competição impregnada nas relações humanas. Embora essa tenha sido uma característica também em outros tempos, podemos notar que a sua presença é forte em muitos espaços da nossa vida: parece que há a intenção de desenvolvê-la na consciência. A competitividade ou livre concorrência é um dos princípios da economia liberal e teve como principais defensores Adam Smith e David Ricardo. O básico da livre concorrência é a fé depositada na ideia de que as pessoas, uma vez competindo entre si, automaticamente estariam contribuindo para o progresso geral da sociedade. À 1111 competitividade do trabalho e ao conjunto das relações sociais importa ser um "vencedor", para demonstrar "competência" e afirmação diante dos outros. As empresas adotam estratégias competitivas de acordo com a avaliação que fazem do seu desempenho no passado e, principalmente, com base em suas expectativas sobre o futuro. Dessa forma, as empresas em um dado mercado, atuando de forma autônoma e interdependente, tendem a reformular continuamente as estratégias competitivas em relação às demais competidoras e expectativas. Portanto, a competitividade é função da adequação das estratégias das empresas individuais ao padrão de concorrência vigente no mercado específico. Em cada mercado vigoraria um dado padrão de concorrência, definido a partir da interação entre estrutura e condutas dominantes no setor. Seriam competitivas as empresas que, a cada instante, adotam estratégias de conduta (investimentos, inovação, vendas, compras, financiamento, etc.) mais adequadas ao padrão de concorrência setorial. Em resumo, garantir a sobrevivência de uma empresa é cultivar uma equipe de pessoas que saiba montar e operar um sistema, que seja capaz de projetar um produto que conquiste a preferência do consumidor a um custo inferior ao de seu concorrente. 1.1.4 Conceito de controle da qualidade total [TQC] Objetivo principal de uma empresa é satisfação das necessidades das pessoas: consumidores [através qualidade], empregados [através crescimento do ser humano], acionistas [através produtividade, e vizinhos [através contribuição social]. Isso pode ser atingido pela prática do Controle da Qualidade Total [Total Quality Control – TQC]. TQC é o controle exercido por todas as pessoas para a satisfação das necessidades de todas as pessoas. Conceito do TQC é formado dos seguintes tópicos: 1. Orientação pelo cliente: Produzir e fornecer serviços e produtos que sejam definitivamente requisitados pelo consumidor. 1122 2. Qualidade em primeiro lugar: Conseguir a sobrevivência através do lucro contínuo pelo domínio da qualidade. 3. Ações orientadas por prioridades: Identificar o problema mais crítico e solucioná-lo pela mais alta prioridade. 4. Ação orientada por fatos e dados: Falar, raciocinar e decidir com dados e com base em fatos. 5. Controle de processos: Uma empresa não pode ser controlada por resultados, mas durante o processo. O resultado final é tardio para se tomar ações corretivas. 6. Controle da dispersão: Observar cuidadosamente a dispersão dos dados e isolar a causa fundamental da dispersão. 7. Próximo processo é seu cliente: O cliente é um rei ou uma rainha com quem não se deve discutir, mas satisfazer os desejos desde que razoáveis. Não deixe passar produto/serviço defeituoso. 8. Controle de monte: A satisfação do cliente se baseia exclusivamente em funções à montante. As contribuições à jusante são pequenas. [Identificar as necessidades verdadeiras dos clientes, assegurar a qualidade em cada estágio, prever falhas, preparar padrão técnico, etc..] 9. Ação de bloqueio: Não permita o mesmo engano ou erro. Não tropece na mesma pedra. Tome ação preventiva de bloqueio para que o mesmo problema não ocorra outra vez pela mesma causa. [utilizando FMEA- failure mode and effect analysis, FTA- failure tree analysis, etc..] 10. Respeito pelo empregado como ser humano: Respeitar os empregados como seres humanos independentes. [padronizar tarefa individual; educar e treinar, delegar tarefas, usar sua criatividade, fornecer programa de desenvolvimento pessoal, etc..] Comprometimento da alta direção: Entender a definição da missão da empresa e a visão e estratégia da alta direção; e, executar as diretrizes e metas de todas as chefias. [Publicar definição da missão da empresa, visão e estratégia de alta direção, diretrizesde longo e médio prazos, metais anuais, etc.] 1133 1.2 Síntese da Unidade Nesta Unidade, discutimos que a relação entre qualidade e produtividade é muito sutil, por um motivo bem simples: a qualidade é a característica inerente ao produto ou ao serviço; enquanto a produtividade é a medida da eficácia do uso dos recursos para produzir um produto ou processar um serviço. As empresas que não têm qualidade em seus produtos ou serviços tendem a desaparecer. E, também, sem produtividade ou eficiência do processo produtivo, dificilmente uma empresa sobreviverá ao mercado. Todo processo que não agrega qualidade e não desperta satisfação no cliente, acaba sendo a causa principal da perda de negócios. Sem produtividade, os custos ficam elevados e os prazos de atendimento prejudicados, dando origem a preços ou prazos que não atraem o consumidor, contribuindo também para perda de negócios. A qualidade de um produto ou serviço também está ligada à satisfação total do consumidor. Essa satisfação é base de sustentação para a sobrevivência da empresa, devendo ser buscada tanto de forma antecipada (eliminando os fatores que desagradam ao consumidor) como de forma pró-ativa (antecipando suas necessidades e incorporando-as aos produtos ou serviços). 1.3 Atividades Descreva, de modo resumido, a relação entre os termos “Qualidade” “Produtividade” e “Competitividade” e a importância da aplicação deles em uma empresa de prestação de serviços. 1144 1.4 Para saber mais Livro Gestão de Qualidade, Produção e Operações Autor: Ballestero-alvarez, Maria Esmeralda. Editora: Atlas Categoria: Administração / Administração de Produção O livro é fruto de um extenso trabalho de investigação e pesquisa que teve início em 1990. Visa oferecer ao público um texto amplo, abrangente, completo e de fácil entendimento. A autora se ocupou de contemplar todos os temas tangenciais à questão da qualidade, da produção, da produtividade, das operações e dos processos de gestão empresarial. 1155 Unidade 2 Unidade 2 . Gestão da Qualidade total Nesta Unidade, vamos estudar os principais tópicos da norma ISO 9000-2015 e seus campos de aplicação. 2.1 Sobre a NRB ISO 9000:2015 A NBR ISO 9000:2015 define a Gestão da Qualidade como: "Sistema de gestão para dirigir e controlar uma organização no que diz respeito à qualidade”. Um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) é um sistema para conduzir e controlar uma organização, no que diz respeito à qualidade. Em outras palavras, é um conjunto de regras básicas e essenciais, com o objetivo de orientar cada parte da organização para que ela execute corretamente e no tempo devido, as tarefas, em harmonia com as outras, estando todas direcionadas para o objetivo comum da organização: a satisfação do cliente. Nesse contexto, a organização é entendida como a Superintendência de Informática (SINFO) e os clientes são os usuários de tecnologia da informação que têm acesso à infraestrutura de TI. Os clientes exigem produtos com características que satisfaçam as suas necessidades e expectativas. Essas necessidades e expectativas são expressas nas especificações de produto e são, geralmente, designadas como requisitos do cliente. Em rigor, Qualidade Total não é uma expressão nova nem um novo conceito. É, antes de tudo, uma decorrência natural da qualidade definida como “adequação ao uso”. Essa Para mais informações sobre a família IS0, veja o item 4.7 na pag.62 1166 análise torna-se particularmente válida quando se avaliam as dimensões da Gestão da Qualidade e suas ações diante desse conceito. Juran define Gestão da Qualidade Total (TQM) como a extensão do planejamento dos negócios da empresa que inclui o planejamento da qualidade. Sendo atividades usuais da TQM: • Estabelecer objetivos abrangentes; • Determinar as ações necessárias para alcançá-los; • Atribuir responsabilidades bem definidas ao cumprimento de tais ações; • Fornecer recursos necessários ao adequado cumprimento dessas responsabilidades; • Viabilizar o treinamento necessário para cada nova ação; • Estabelecer meios para avaliar o desempenho do processo de implantação em face dos objetivos; • Estruturar um processo de análise periódica dos objetivos. Dessa forma, o elemento básico da TQM, segundo Juran, é o Planejamento. 2.2 Benefícios de um sistema de gestão da qualidade e da certificação ISO 9001 Um sistema de gestão da qualidade eficaz oferece muitos benefícios, mas eles somente podem ser alcançados pela organização que os reconheceu. Alguns benefícios de um SGQ eficaz são: • Aumento da satisfação e lealdade dos clientes, porque assegura que seus requisitos são atendidos; • Redução dos custos operacionais, por meio da diminuição dos custos da qualidade e aumento da eficiência, alcançado como resultado da prevenção intensificada versus correção; 1177 • Melhoria da transferência de conhecimento dentro da empresa; • Melhoria do estado de espírito e aumento da motivação dos empregados, pois trabalham com maior eficiência. Uma organização que se certifica pela NBR ISO 9001 se torna mais organizada e é reconhecida pela competência de seus produtos e serviços, pois atende aos requisitos internacionais de qualidade. 2.3 Princípios de Gestão da Qualidade 1. Foco no cliente; 2. Liderança; 3. Engajamento das pessoas; 4. Abordagem de processo; 5. Melhoria contínua; 6. Tomada de decisão baseada em evidência; 7. Gestão de relacionamento. 2.4 Sobre a ISO A ISO (International Organization for Standardization) é a maior desenvolvedora e divulgadora de padrões internacionais do mundo. Trata-se de uma rede de institutos nacionais definidores de padrões, com um membro por país, formada por 162 países cujo secretariado, localizado em Genebra-Suíça. Coordena todo o sistema de padronização e definição de normas. A ISO é uma organização não governamental que forma uma ponte entre os setores público e privado. Por isso, a ISO consegue estabelecer um consenso nas soluções que busquem tanto os requisitos de negócios quanto as necessidades mais amplas da sociedade. 1188 2.5 O ambiente da qualidade O novo cenário econômico mundial, o código de defesa do consumidor e a crescente conscientização do povo brasileiro têm forçado as organizações (empresas, hospitais, escolas, etc.) a reverem sua postura frente ao consumidor, ao empregado, ao acionista e à sociedade, em geral. As organizações recebem pressões por todos os lados e competem entre si pela sobrevivência. Algumas esperam por crises para efetuar as mudanças necessárias, outras se antecipam. Na visão de Deming – o homem que primeiro ensinou sobre qualidade no Japão – todos querem qualidade, porém, cada ser humano tem uma definição diferente de qualidade. Do ponto de vista genérico, todos exigem qualidade como “uma vida melhor, que a organização precisa traduzir para linguagens mais práticas”. OS CLIENTES - Havendo liberdade de escolha, os clientes das organizações públicas e privadas fazem uma série de exigências. Tudo aquilo que estão acostumados a obter torna-se, para eles, qualidade obrigatória. Para conquistar clientes, diante da competição atual, é preciso encantá-los e seduzi-los. Qualidade intrínseca, preço acessível, baixo custo de manutenção, prazo de entrega, variedade de opções, cordialidade no atendimento, boas condições de pagamento, segurança pessoal e ambiental são algumas dentre muitas possibilidades exploradas como vantagens competitivas. 1199 OS EMPREGADOS – Necessitam e exigem, quando podem, boa remuneração, ambiente de trabalho agradável e seguro, além das perspectivas de crescimento na empresa e reconhecimento pelo trabalho. Mesmo quando o trabalho é aceito como um dever, busca-se,por meio dele, a realização dos sonhos pessoais de consumo e de expressão. Por outro lado, torna-se cada vez mais difícil conseguir bons empregos. Aquelas pessoas que já acordaram para essa realidade entenderam que precisam aperfeiçoar a sua qualidade pessoal e tomam iniciativas para se manterem “empregáveis”. Entre essas iniciativas está o desenvolvimento e a demanda por uma educação de qualidade, seja na escola pública, seja na escola privada. OS ACIONISTAS - querem retorno sobre o investimento realizado, geralmente, em prazo curto. Muitos deles, entretanto, aprenderam a pensar em longo prazo, submetendo-se às exigências éticas e legais que inibem interesses econômicos predatórios. A SOCIEDADE - por meio dos seus representantes e por diversos mecanismos de pressão, exige cada vez mais compromisso social das organizações, às vezes, de forma contraditória. Criam-se diversos tipos de “selos” para identificar organizações responsáveis socialmente e orientam-se os consumidores para que não comprem das consideradas irresponsáveis. Parte dessas exigências está sendo incorporadas às normas ISO 14000 (Sistema de Gestão do Meio Ambiente) e outras em estudo. OS FORNECEDORES – Os fornecedores são todos os que fornecem matérias-primas, acessórios ou serviços a uma empresa. Estes esperam ser tratados também com respeito em relação aos prazos e formas de pagamento, conforme estabelecido em contrato. 2.6 Gestão da qualidade total - GQT O sistema integrado de gestão, tendo como princípio a Qualidade, recebe, no Japão, o nome de Total Quality Control –TQC; e, nos Estados Unidos, o nome de Total Quality Management – TQM. No Brasil, o sistema equivalente recebe o nome de Gestão pela Qualidade Total – GQT; e, nomes específicos, adaptados à necessidade de cada organização. 2200 O GQT é uma filosofia em que se presume que o “ambiente da qualidade” é preocupação de todos dentro de uma empresa e não tem relação direta com um sistema gerencial, em particular; esse ambiente não é uma questão teórica, mas uma questão de prática. A verdadeira filosofia da qualidade deve permear, de forma visível, o ambiente físico e social da organização. GQT quer dizer satisfazer os clientes em primeiro lugar, sempre. Significa que seus funcionários resolvam problemas e eliminem o desperdício. O primeiro objetivo do GQT é a identificação e o atendimento das necessidades das pessoas. Cada necessidade, por sua vez, está associada a um dos cinco aspectos abaixo mencionados, que são chamados “dimensões da qualidade”, a saber: 1. Qualidade intrínseca – é definida pelas características do produto ou serviço que podem atender, ou não, as expectativas dos clientes às suas necessidades. A Qualidade intrínseca inclui a qualidade do bem ou serviço (ausência de defeitos e presença de características que agradem o consumidor), qualidade do pessoal, qualidade da informação, entre outros aspectos. 2. Custo – Custo operacional para fabricação do bem ou fornecimento do serviço e envolve, por exemplo, os custos de compras, vendas, de produção, de recrutamento e de treinamento. 3. Atendimento – esta dimensão da qualidade, também chamada de “Entrega”, refere-se ao cumprimento de prazos certos, nas quantidades certas, nos locais certos, como condição para atender às necessidades dos clientes. 4. Moral – o moral (no masculino) de uma equipe corresponde ao nível médio de satisfação e a resultante predisposição dos seus componentes para executarem bem suas tarefas. O nível médio de satisfação das pessoas que trabalham na empresa pode ser medido por índices de assiduidade, de demissões, de reclamações trabalhistas, entre outros. 5. Segurança – Esta dimensão da Qualidade Total se refere à segurança das pessoas que trabalham na empresa e aos usuários do produto. Os produtos não devem provocar acidentes aos usuários e não devem ocorrer acidentes de trabalho na empresa. 2211 As três primeiras dimensões (qualidade, custo e atendimento) referem-se ao produto/serviço, as duas últimas (moral e segurança) referem-se às pessoas. Conforme visto acima, na “Casa da Qualidade”, a base está na satisfação dos colaboradores, obtida pelo envolvimento (a tradução mais correta é comprometimento) das pessoas, condição essencial para a sobrevivência da empresa. A completa satisfação dos clientes passa a ser o objetivo da companhia, pois dela dependeria a sobrevivência da empresa em um ambiente de competição. As colunas de sustentação são as qualidades intrínsecas, custo, atendimento e segurança. 2.7 Os dez princípios da qualidade total • A total satisfação do cliente; • Gerência colaborativa. • Desenvolvimento dos recursos humanos; • Constância de propósitos; • Melhoria Contínua; • Gerência de processos; • Delegação; • Disseminação de informações; 2222 • Garantia da Qualidade; • A não aceitação de erros. 2.8 Os três maiores motivos para adoção da GQT em empresas Japonesas • Existência de crises potenciais; • Existência de crise instalada; • Empresa que já é líder e que pretende continuar na liderança. 2.9 Requisito fundamental para implantação • Há necessidade de rompimento com métodos de Gestão videntes, por meio de mudança coletiva de postura, com exercício do espírito crítico construtivo; • Aprimorar os programas de treinamento; • Não aceitar pessoas engajadas em qualquer trabalho sem saber para que serve; • Não aceitar gerentes inadequados e ineficientes; • Não aceitar ambiente de escritórios desorganizados e fábricas/empresas sujas; • Não aceitar falhas como sendo algo natural de qualquer processo. 2.10 Resumindo o que é qualidade total • É cumprir com excelência a finalidade para a qual o órgão foi criado; • É fazer com que os empregados sintam orgulho e satisfação da organização e do seu trabalho; • É fazer certo da 1ª vez, sempre; • É fazer certas as coisas certas; 2233 • É busca permanente da perfeição; • É a qualidade em cada processo da organização; • É a qualidade em cada funcionário da organização; • É manter clientes /usuários satisfeitos; • É buscar a satisfação dos clientes, dos funcionários, dos controladores e da sociedade; • É gerenciar cada processo da organização, buscando melhorá-lo continuamente; • É capacitar todos os recursos humanos para bem executar as suas atividades; • É garantir qualidade em todos os processos que envolvam a saúde e a segurança da população e do meio ambiente. 2.11 Síntese da Unidade Nesta Unidade, discutimos sobre a gestão da qualidade total como estratégia de administração orientada a criar consciência de qualidade em todos os processos da empresa. A Gestão da Qualidade Total (TQM - Total Quality Management) tem sido amplamente utilizada em indústria, educação, governo e serviços. Chama-se TOTAL porque o objetivo é a implicação não só da empresa inteira; mas, além da organização: fornecedores, distribuidores e demais parceiros de negócios. A TQM é composta de estágios tais como: planejamento, Organização controle, liderança. Tanto qualidade, quanto manutenção são qualificadas de total porque cada empregado que participa é diretamente responsável pela realização dos objetivos da empresa. Toyota (Japão) foi primeira a empregar TQM. No fordismo, ao contrário da TQM, esta responsabilidade é limitada à gerência. Na TQM, os funcionários possuem maior gama de qualificações. Então, a comunicação organizacional (em todos os níveis) torna-se peça chave da estrutura da empresa. Atualmente, a gestão da qualidade está sendo uma das maiores preocupações das empresas, sejam elas voltadas para a qualidade de produtos ou de serviços. A 2244 conscientização para a qualidade e o reconhecimento de sua importância, tornou a certificação de sistemas de gestão da qualidade indispensável para as micros epequenas empresas de todo o mundo. 2.12 Atividades Escreva um texto sobre gestão da qualidade e quais os benefícios da aplicação em uma montadora de eletrodomésticos. 2255 Figura 3.1 – Ciclo PDCA Fonte: http://www.sobreadministracao.com/wp- content/uploads/2011/06/ciclo-pdca.jpg Acesso em: 28 set. 2011 Unidade 3 Unidade 3 . Ferramentas para gestão da qualidade Nesta Unidade, vamos estudar as principais ferramentas administrativas aplicadas ao desenvolvimento de um processo de implantação. 3.1 O ciclo PDC e a melhoria contínua O Ciclo PDCA, também conhecido como Ciclo de Shewhart ou Ciclo de Deming, é uma ferramenta de gestão muito utilizada pelas empresas do mundo todo. Esse sistema foi concebido por Walter A. Shewhart e amplamente divulgado por Willian E. Deming; e, assim como a filosofia Kaizen, tem como foco principal a melhoria contínua. O objetivo principal é tornar os processos da gestão de uma empresa mais ágeis, claros e objetivos. Pode ser utilizado em qualquer tipo de empresa, como forma de alcançar um nível de gestão melhor a cada dia, atingindo ótimos resultados dentro do sistema de gestão do negócio. O Ciclo PDCA tem, como estágio inicial, o planejamento da ação. Em seguida, tudo o que foi planejado é executado, gerando, posteriormente, a necessidade de checagem constante destas ações 2266 implementadas. Com base nesta análise e comparação das ações com aquilo que foi planejado, o gestor começa implantar medidas para correção das falhas que surgiram no processo ou produto. Veremos, agora, cada uma destas etapas isoladamente, confira: • P = Plan (planejamento): Nesta etapa, o gestor deve estabelecer metas e/ou identificar os elementos causadores do problema que impede o alcance das metas esperadas. É preciso analisar os fatores que influenciam este problema, bem como identificar as possíveis causas. Ao final, o gestor precisa definir um plano de ação eficiente e colocar os prazos para a execução do mesmo. • D = Do (fazer, execução): Aqui é preciso realizar todas as atividades que foram previstas e planejadas dentro do plano de ação. • C = Check (checagem, verificação): Após planejar e por em prática, o gestor precisa monitorar e avaliar constantemente os resultados obtidos com a execução das atividades. Avaliar processos e resultados, confrontando-os com o planejado, objetivos, especificações e estado desejado, consolidando as informações e, eventualmente, confeccionando relatórios. Atualizar ou implantar a gestão à vista. • A = Act (ação): Nesta etapa é preciso tomar as providências estipuladas nas avaliações e relatórios sobre os processos. Se necessário, o gestor deve traçar novos planos de ação para melhoria da qualidade do procedimento, visando sempre à correção máxima de falhas e o aprimoramento dos processos da empresa. É importante lembrar que o Ciclo PDCA é, verdadeiramente, um ciclo e, por isso, deve “girar” constantemente. Ele não tem um fim obrigatório definido. Com as ações corretivas ao final do primeiro ciclo é possível (e desejável) que seja criado um novo planejamento para a melhoria de determinado procedimento, iniciando assim todo o processo do Ciclo PDCA novamente. Este novo ciclo, a partir do anterior, é fundamental para o sucesso da utilização desta ferramenta. 2277 Cuidados na utilização do Ciclo PDCA. Ao implementar o Ciclo PDCA, é importante que o gestor evite: • Fazer sem planejar; • Definir as metas e não definir os métodos para atingi-las; • Definir metas e não preparar o pessoal para executá-las; • Definir prazos que não sejam possíveis de serem cumpridos; • Fazer e não checar; • Planejar, fazer, checar e não agir corretivamente, quando necessário; • Parar após uma “volta” do ciclo. A não execução de uma das etapas do ciclo pode comprometer seriamente o processo de melhoria contínua. Por este motivo, a ferramenta apresentada aqui deve ser assimilada como um processo contínuo em busca da qualidade máxima requerida por um procedimento ou produto. Afinal, como dito no início, o foco principal do Ciclo PDCA é a melhoria contínua. 3.2 Brainstorming Brainstorming é a mais conhecida das técnicas de geração de ideias. Foi originalmente desenvolvida por Osborn, em 1938. Em Inglês, quer dizer “tempestade cerebral”. O Brainstorming é uma técnica de ideias em grupo que envolve a contribuição espontânea de todos os participantes. Soluções criativas e inovadoras para os problemas, rompendo com paradigmas estabelecidos, são alcançadas com a utilização de Brainstorming. O clima de envolvimento e motivação gerado pelo Brainstorming assegura melhor qualidade nas decisões tomadas pelo grupo, maior comprometimento com a ação e um sentimento de responsabilidade compartilhado por todos. Todas as pessoas da empresa podem utilizar essa ferramenta, devido à sua facilidade. Porém, o sucesso da aplicação do Brainstorming consiste em seguir as regras, em especial a condução do processo, que deve ser feita por única pessoa. 2288 O Brainstorming é usado para gerar grande número de ideias em curto período de tempo. Pode ser aplicado em qualquer etapa do processo de solução de problemas, sendo fundamental na identificação e na seleção das questões a serem tratadas e na geração de possíveis soluções. Mostra-se muito útil quando se deseja a participação de todo grupo. Focaliza a atenção do usuário no aspecto mais importante do problema. Exercita o raciocínio para englobar vários ângulos de uma situação ou de sua melhoria. Serve com “lubrificante” num processo de solução de problemas, especialmente se: 1. as causas do problema são difíceis de identificar; e, 2. a direção a seguir ou opções para a solução do problema não são aparentes. Tipos de Brainstorming Estruturado: Nessa forma, todas as pessoas do grupo devem dar uma ideia a cada “rodada”; ou, “passar” até que chegue sua próxima vez. Isso, geralmente, obriga o tímido a participar Pode também criar certa pressão sobre a pessoa. Não estruturado: Nessa forma, os membros do grupo simplesmente dão as ideias conforme elas surgem em suas mentes. Isso tende a criar uma atmosfera mais relaxada. Há o risco de dominação pelos participantes mais extrovertidos. Regras do Brainstorming 1. Enfatizar a quantidade e não a qualidade das ideias; 2. Evitar críticas, avaliações ou julgamentos sobre as ideias; 3. Apresentar as ideias tais como elas surgem na cabeça, sem rodeios, elaborações ou maiores considerações. Não deve haver medo de “dizer bobagem”. As ideias consideradas “loucas” podem oferecer conexões para outras mais criativas; 4. Estimular todas as ideias, por mais “malucas” que possam parecer; 5. “Pegar carona” nas ideias dos outros, criando a partir delas; e; 6. Escrever as palavras do participante. Não interpretá-las. 2299 Como usar o Brainstorming As etapas básicas de uma sessão de Brainstorming são as seguintes: Etapa Método Dicas para a condução Introdução Inicie a sessão esclarecendo os seus objetivos, a questão ou o problema a ser discutido. - Crie um clima descontraído e agradável. - Esteja certo de que todos entenderam a questão a ser tratada. - Redefina o problema, se necessário. Geração de ideias Dê um tempo para que pensem no problema. - Solicite, em sequência, uma ideia a cada participante, registrando-a no flip chart. - Caso um participante não tenha nada a contribuir, deverá dizer simplesmente "passo". Na próxima rodada, essa pessoa poderá dar uma ideia. São feitas rodadas consecutivas até que ninguém tenha mais nada a acrescentar - Não se esqueça de que todas as ideias são importantes, evite avaliar. - Incentive o grupo a dar o maior número de ideias. - Mantenha um ritmo rápido na coleta e no registro das ideias.- Registre a ideia da forma como for dita. Revisão de lista - Pergunte se alguém tem alguma dúvida e, se for o caso, peça à pessoa que a gerou para esclarecê-la. - O objetivo dessa etapa é esclarecer e não julgar. Análise e seleção - Leve o grupo a discutir as ideias e a escolher aquelas que valem a pena considerar. - Utilize o consenso nessa seleção preliminar do problema ou da solução. - Ideias semelhantes devem ser agrupadas; ideias sem importância ou impossíveis devem ser descartadas. - Cuide para que não haja monopolização ou imposição de algum participante. Ordenação das ideias - Solicite que sejam analisadas as ideias que permaneceram na lista. - Promova a priorização das ideias, solicitando, a cada participante, que escolha as três mais importantes. - A votação deve ser usada apenas quando o consenso não for possível. Quadro retirado do Programa SEBRAE de Qualidade Total. 3.3 5W2H O 5W2H, basicamente, é um checklist de determinadas atividades que precisam ser desenvolvidas com o máximo de clareza possível por parte dos colaboradores da 3300 empresa. Ele funciona como um mapeamento destas atividades, em que ficará estabelecido: 1) o que será feito, 2) quem fará o quê, 3) em qual período de tempo, 4) em qual área da empresa; e, 5) todos os motivos pelos quais esta atividade deve ser feita. Em segundo momento, deverá figurar nesta tabela (sim, você fará isto em uma tabela) como será feita esta atividade e quanto custará aos cofres da empresa tal processo. Esta ferramenta é extremamente útil para as empresas, uma vez que elimina por completo qualquer dúvida que possa surgir sobre um processo ou sua atividade. Em meio ágil e competitivo como é o ambiente corporativo, a ausência de dúvidas agiliza e muito as atividades a serem desenvolvidas por colaboradores de setores ou áreas diferentes. Afinal, um erro na transmissão de informações pode acarretar diversos prejuízos à empresa. Por isso, é preciso ficar atento às questões decisivas: o 5W2H é excelente neste quesito! O nome desta ferramenta foi assim estabelecido por juntar as primeiras letras dos nomes (em inglês) das diretrizes utilizadas neste processo. Abaixo você pode ver cada uma delas e o que elas representam: • What – O que será feito (etapas) • Why – Por que será feito (justificativa) • Where – Onde será feito (local) • When – Quando será feito (tempo) • Who – Por quem será feito (responsabilidade) • How – Como será feito (método) • How much – Quanto custará fazer (custo) Há, ainda, outros 2 tipos de nomenclatura para esta ferramenta, o 5W1H (onde se exclui o “H” referente ao “How much”) e o mais recente 5W3H (onde se inclui o “H” referente ao “How many”, ou Quantos). Todas elas podem ser utilizadas perfeitamente dependendo da necessidade do gestor, respeitando sempre as características individuais. 3311 Figura 3.2 – Planilha de 5W2H. Fonte: http://www.sobreadministracao.com/wp-content/uploads/2009/07/imagem71.JPG Acesso em: 28 set. 2011 Antes de utilizar o 5W2H é preciso que você estabeleça uma estratégia de ação para identificação e proposição de soluções de determinados problemas que queira sanar. Para isso, pode-se utilizar de brainstorm para se chegar a um ponto comum. É preciso também ter em conta os seguintes pontos: • Tenha certeza de estar implementando ações sobre as causas do problema, e não sobre seus efeitos; • Tenha certeza de que suas ações não tenham qualquer efeito colateral, caso contrário deverá tomar outras ações para eliminá-los; • É preciso propor diferentes soluções para os problemas analisados, certificando-se dos custos aplicados e da real eficácia de tais soluções. Exemplo Ao planejar determinada atividade gerencial, você deve responder as sete perguntas citadas acima com clareza e objetividade. Logo após, você deverá elaborar uma tabela explicativa sobre tudo o que foi planejado. Abaixo, segue o esboço bem simples de uma planilha de 5W2H. Pode ser configurada da maneira que o utilizador achar melhor (linhas, colunas, cores, etc.). Mas, sempre seguindo o modelo de especificar, ao máximo, todas as etapas do processo. Caso contrário o 5W2H perde a sua função. 3322 Esta ferramenta é uma das mais fáceis de ser implementada e traz grandes benefícios para os gestores e suas atividades organizacionais. Por isso, não deixe de utilizá-la em seu dia-a-dia empresarial. Você só tem a ganhar! Então, o que achou da ferramenta? Já trabalhou com ela e quer contar suas experiências? Deixe um comentário e compartilhe sua opinião com nossos leitores! 3.4 Diagrama de causa e efeito (Espinha de Peixe/Diagram de Ishikawa) O Diagrama de Causa e Efeito (ou Espinha de peixe) é uma técnica largamente utilizada. Mostra a relação entre um efeito e as possíveis causas que podem estar contribuindo para que ele ocorra. Construído com a aparência de uma espinha de peixe, a ferramenta foi aplicada, pela primeira vez, em 1953, no Japão, pelo professor da Universidade de Tóquio, Kaoru Ishikawa, para sintetizar as opiniões de engenheiros de uma fábrica quando discutiam problemas de qualidade. Utilizado para visualizar, em conjunto, as causas principais e secundárias de um problema. Ampliar a visão das possíveis causas de um problema, enriquecendo a sua análise e a identificação de soluções. Analisar processos em busca de melhorias. Para criar estabeleça claramente o problema (efeito) a ser analisado. Desenhe uma seta horizontal apontando para a direita e escreva o problema no interior de um retângulo localizado na ponta da seta. Camisas com defeito Faça um brainstorming para identificar o maior número possível de causas que possam estar contribuindo para gerar o problema, perguntando: “Por que isto está acontecendo?” 3333 Figura 3.3 – Causa Efeito: Desempenho Desejado. Fonte: http://www.jrreis.com.br/images/p007_0_04_01.jpg Acesso em: 28 set. 2011 Agrupe as causas em categorias. Uma forma muita utilizada de agrupamento é o 4M: Máquina, Mão de obra, Método e Materiais (mas você poderá agrupar como achar melhor). Para melhor compreensão do problema, busque as “sub-causas” das causas já identificadas ou faça outros diagramas de causa e efeito para cada uma das causas encontradas. Exemplos de diagramas de causa e efeito Os dois exemplos a seguir ilustram os dois tipos de diagrama de causa e efeito. O primeiro diagrama (Causa e Efeito: Desempenho Desejado) refere-se a algo que desejamos, isto é, um bom restaurante. Os fatores que determinam um bom restaurante são: instalações, refeição, localização e atendimento. Para que a refeição seja boa, precisamos ter higiene, bom paladar e variedade. A higiene, por sua vez, depende dos ingredientes (saudáveis, bem conservados) e do preparo (receita, cuidado, etc..). O diagrama é detalhado colocando as causas do efeito desejado; depois, adicionando as causas destas e, assim por diante, até que fique bem claro como obter o objetivo visado. 3344 Figura 3.4 – Diagrama Causa Efeito: Problema. O segundo diagrama (Diagrama Causa e Efeito: Problema) refere-se a um efeito indesejado, o consumo excessivo de combustível por um automóvel. Para organizar o diagrama de causa e efeito, você pode usar as seguintes classificações de causas: Os M’s: 1. Mão de obra 2. Método 3. Material 4. Máquina 5. Meio ambiente 6. Medição 7. "Management" (gestão) 3355 4Ps: 1. Políticas 2. Procedimentos 3. Pessoal 4. Planta 3.5 Fluxograma Conceito Representação gráfica da sequência de atividades de um processo. Além da sequência das atividades, o fluxograma mostra o que é realizado em cada etapa, os materiais ou serviços que entram e saem do processo, as decisões que devem ser tomadas e as pessoas envolvidas(cadeia cliente/fornecedor). O fluxograma torna mais fácil a análise de um processo à identificação: • das entradas e de seus fornecedores; • das saídas e de seus clientes; • de pontos críticos do processo. Tipos de fluxograma Fluxograma de Serviços – É aquele onde se especificam as etapas de um processo de prestação de serviços ou de uma sequência de etapas de um determinado setor ou departamento, possibilitando verificar a quantidade de cruzamentos dentro do organograma ou de tomadas de decisão. 3366 Figura3.5 - Terminal Fonte:<http://www.lgti.ufsc.br/O&m/aulas/Aula5/transp5.pdf>. Acesso em: 04 abr. 2009 Figura 3.6 – Operação Figura 3.7 - Decisão Figura 3.8 – Conector Fluxograma de Operações – É aquele onde se especificam as etapas de uma determinada operação dentro de setor de processo operacional, possibilitando verificar a quantidade de transportes, esperas e controles. Simbologia – fluxograma de serviços O fluxograma de Serviços utiliza um conjunto de símbolos para representar as etapas do processo, as pessoas ou os setores envolvidos, a sequência das operações e a circulação dos dados e dos documentos. Os símbolos mais comumente utilizados são os seguintes: Terminal: é utilizado para representar o início ou o fim de um processo ou para referir-se a outro processo que não seja objeto de estudo. Operação: representa qualquer ação para criar, transformar, conferir ou analisar uma operação ou procedimento. Dentro do símbolo, descreve-se o objeto da ação. Decisão: indica um ponto no processo que apresenta ações condicionantes, onde há caminhos alternativos, se acontecerem determinado evento (sim ou não). Conector: indica onde continua a sequência do fluxo (quando não há espaço suficiente para a continuação do desenho). 3377 Figura 3.9 – Área/Cargo Figura 3.10 – Documento Figura 3.11 – Arquivo Figura 3.12 – Setas Área/Cargo: indica o nome do cargo ou da área que executará determinada atividade. Documento: representa qualquer documento ou formulário. Arquivo: representa o arquivamento da documentação inerente ao processo. Setas: indicam o sentido do fluxo. 3.6 Folha de verificação É um formulário em que são listados os itens a serem observados no momento da coleta de dados. A folha de verificação é usada para responder à pergunta “com que frequência certos eventos ocorrem?” Ela inicia o processo de transformação da “opinião” em “fatos”. Além disso, é fundamental para garantir que pessoas diferentes observem os mesmos fatos. Como elaborar: • Definir quais são os eventos a observar ou estudar. 3388 • Definir o período de coleta dos dados. • Construir um formulário claro e de fácil manuseio, com espaço suficiente para registro dos dados. Exemplo de Folha de Verificação Para tornar diferente a nossa leitura, vamos falar um pouco sobre futebol. Uma equipe da área de esportes, interessada em melhorar os resultados de um time, resolve observar três dos seus jogos para, depois, trabalhar com fatos e dados. Fizeram um brainstorming sobre as principais causas da não realização de um gol e foram observar a frequência com que ocorriam. Veja o resultado a seguir. Exemplo de Folha de Verificação 3399 Figura 3.13 – Histograma HISTOGRAMA É um gráfico de barras que mostra a variação em um grupo de dados, através da distribuição de frequência. Características de Medida Classe → O eixo horizontal mostra a característica de medida dividida em classes. 4400 Como construir um histograma? Exemplo: tempo gasto por um determinado funcionário no percurso de casa ao trabalho, nas últimas seis semanas. 1 36 11 32 21 33 2 45 12 36 22 29 3 33 13 34 23 37 4 41 14 38 24 36 5 38 15 40 25 43 6 37 16 38 26 34 7 35 14 35 27 41 8 34 18 43 28 36 9 31 19 30 29 37 10 39 20 32 30 40 4411 Passos para Construir um Histograma. 1. Contar o número de dados n = 2. Identificar: • o maior valor Xmax = 4422 • o menor valor Xmin = 3. Calcular a amplitude R = Xmax. - Xmin = 4. Definir o número de classes. Nº de dados (n) Nº de Classes(k) Menos de 50 5 a 7 De 50 a 100 6 a 10 De 100 a 250 7 a 12 Mais de 250 10 a 20 5. Calcular a amplitude das classes. h = R = K Obs.: Usar o valor h com mesma precisão do conjunto de dados, sempre que necessário arredondar para cima. 6. Calcular os limites da classe. 1ª classe: Limite inferior = Xmin = Limite superior = Limite inferior + h = Para as demais classes, basta ir somando o valor de h, até que a última classe seja maior ou igual a Xmax. 7. Tabela de frequência: Classe Limites Frequência 1 2 3 4 5 6 4433 8. Desenhar o histograma 3.7 Gráfico de Pareto O gráfico de Pareto é uma forma especial de gráfico de barras que tem a seguinte aparência: Figura 3.14 Gráfico de Pareto O evento que ocorre com maior frequência é representado na extrema esquerda e, os demais, representados em forma decrescente para a direita. É usual colocar a “frequência” no eixo vertical esquerdo e a “frequência acumulada relativa” no eixo vertical direito. Com base nesta, desenha-se uma curva cumulativa de porcentagem a partir da barra maior. A visualização dessa curva permite concluir, com maior facilidade, sobre quais são as causas (dispostas barra a barra) que correspondem aos “poucos vitais”. 4444 Para que serve o Gráfico de Pareto: O gráfico de Pareto deve ser utilizado sempre que tivermos que estabelecer prioridades a partir de um número variado de informações e dados. Ajuda a dirigir a atenção e esforços para problemas verdadeiramente importantes, aumentando as chances de obtenção de bons resultados. Assim, considerando o processo de melhoria da qualidade, o gráfico de Pareto é utilizado nas seguintes situações: • Na seleção de problemas que serão projetos de melhoria de qualidade; • Na identificação do problema, que é o primeiro passo do MASP; • Na identificação das causas fundamentais de problema; e, • Na comparação entre o antes e o depois de uma ação corretiva Etapas para a construção do Gráfico de Pareto: Vamos construir junto um gráfico de Pareto e, para isso, trabalharemos com o exemplo do futebol já usado. A cada etapa de construção do gráfico, vamos inserindo os dados sobre as “causas da não realização de um gol” de forma a identificarmos as principais entre elas. Selecionar a unidade de medida e os tipos de eventos a serem observados. No nosso exemplo, usamos como padrão de comparação a frequência dos fatos que podem ser considerados como causas da não realização do gol. Quanto aos eventos, observamos: passe errado, chute a gol errado, falta sofrida, impedimento, erro do juiz, queda do jogador e defesa do goleiro. Selecionar um período de tempo para conduzir a observação. No caso, observarmos três jogos, durante 90 minutos. Coletar os dados necessários sobre cada evento. Durante o jogo, observamos o seguinte: 6 impedimentos, 10 faltas sofridas, 52 passes errados, 26 chutes errados a gol, 2 erros 4455 do juiz, 1 queda do jogador, 1 defesa do goleiro. Colocar os dados em ordem decrescente e somá-los. No nosso exemplo, os dados ficam da seguinte forma: Eventos Frequência A Passe Errado 52 B Chute errado a gol 26 C Falta sofrida 10 D Impedimento 06 E Erro do Juiz 02 F Queda do jogador 01 G Defesa do Goleiro 01 Total 98 Desenhar os eixos do gráfico, registrando no vertical as unidades de medida em questão. Devem variar de zero até um ponto igual ou ligeiramente superior ao total geral obtido. Veja como fica o
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