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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 4 2 A EVOLUÇÃO DA GASTRONOMIA .................................................... 5 2.1 NOUVELLE CUISINE ................................................................... 7 3 A COZINHA MODERNISTA ................................................................ 7 4 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA COZINHA MODERNA ............... 8 4.1 FORNO COMBINADO .................................................................. 9 4.2 GASTROVAC .............................................................................. 10 4.3 THERMOMIX .............................................................................. 11 4.4 TERMOCICULADOR .................................................................. 12 4.5 EVAPORADOR ROTATIVO ........................................................ 13 4.6 PACOJET .................................................................................... 14 4.7 ALADIN AROMATIC ................................................................... 15 4.8 BLAST CHILLER ......................................................................... 16 4.9 FLASH OVEN ............................................................................. 17 5 PRINCIPAIS TÉCNICAS EMPREGADAS NA COZINHA CONTEMPORÂNE ................................................................................................ 18 5.1 SOUS-VIDE ................................................................................ 18 5.2 DRY-AGED ................................................................................. 20 6 COZINHA MOLECULAR ................................................................... 21 6.1 TÉCNICAS .................................................................................. 26 6.2 PRÍNCIPAIS INGREDIENTES .................................................... 28 6.3 PRINCIPAIS TÉCNICAS ............................................................. 32 7 FOOD DESIGN .................................................................................. 36 3 7.1 AS CATEGORIAS DO FOOD DESIGN....................................... 40 8 FOOD STYLING: OS PRINCÍPIOS DA MONTAGEM DE PRATOS .. 45 9 REFERÊNCIAS ................................................................................. 50 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 A EVOLUÇÃO DA GASTRONOMIA A cozinha evoluiu em paralelo ao ser humano, principalmente a partir do século XV, período das grandes navegações, quando teve início um intenso processo de intercâmbio cultural. Esse processo permitiu a troca de ingredientes, antes desconhecidos ou exóticos, que acabaram se tornando comuns em várias partes do mundo, assim como as técnicas culinárias igualmente disseminadas. (SKIF, 2019) Para compreender esse processo de evolução é necessário que nos reportemos ao passado, quando o renomado advogado, político e gastrônomo francês Jean-Anthelme Brillat-Savarin (1755–1826) alcançou a imortalidade com seu livro A fisiologia do gosto, publicado na primeira metade do século XIX e considerado um marco da literatura gastronômica. À época, sua proposta era associar a gastronomia à ciência, à física e à química, assim como analisá-la do ponto de vista social. (SKIF, 2019) Saiba mais: A fisiologia do gosto, verdadeira certidão de nascimento da gastronomia, é um clássico escrito para paladares delicados e desapressados. Não é uma obra para quem quer matar a fome, literal ou de saber, mas para quem se delicia com petiscos fugazes, sente um prazer quase espiritual ao folhear as páginas amareladas de um velho caderno de receitas manuscritas e é capaz de evocar o clima de uma época em que se preparava uma perna de vitela com três pombos velhos e vinte e cinco lagostins. Para o escritor e crítico literário francês Roland Barthes, trata-se de um livro paradoxal, "pois o que se exprime pela elegância do estilo, do tom mundano das anedotas e da futilidade graciosa das descrições é a grande aventura do desejo". A ideia de associar a comida à ciência é antiga. Tal relação pode ser observada desde Marie-Antoine Carême (1783-1833), um dos chefs franceses mais famosos do século XIX, conhecido como o cozinheiro dos reis, que deixou um legado de inovações gastronômicas em sua época. Em um de seus ensinamentos, mencionou que o caldo deve cozinhar lentamente, caso contrário, a albumina da carne coagula, impedindo que a receita atinja a perfeição. Também foi autor de grandes criações culinárias, utilizadas até os dias de hoje, como o merengue, os 6 molhos-mãe e derivados, o vol-au-vent e as bases da confeitaria, entre outros. (SKIF, 2019) Outros chefs deixaram contribuições para a gastronomia atual depois de Câreme, com destaque para Georges Auguste Escoffier (1846–1935). Escoffier foi considerado o pai da gastronomia moderna por simplificar e modernizar o estilo de cozinhar, além de organizar a brigada de trabalho, apresentando o equilíbrio como a nova norma: ao invés de uma receita complexa, deu preferência a poucos ingredientes realmente refinados, servindo-os em uma sequência de pratos, à maneira como conhecemos hoje. (SKIF, 2019) Na década de 1950, notamos um impulso na industrialização e nas tecnologias. Esse impulso foi estimulado por fatores diversos: a tendência de uma alimentação mais saudável e a valorização das cozinhas regionais; os avanços na medicina; a emergência dos países asiáticos naquele momento de valorização da alimentação como parte integrante do ser; o crescimento vertiginoso do turismo e o crescente intercâmbio entre culturas distintas (MAGALHÃES, 2018). Como consequência disso, os chefs franceses da época passaram a visitar o Oriente com maior frequência, o que proporcionou o intercâmbio entre a culinária francesa e a japonesa. Esse contexto gerou uma forte influência em um novo movimento da gastronomia francesa. Em paralelo, Henri Gault e Christian Millau, dois colunistas das áreas do turismo e da hotelaria, passaram a conquistar leitores com suas indicações de hotéis, pontos turísticos e restaurantes, tornando-se, posteriormente, críticos gastronômicos. Além disso, Gault e Millau foram peças- chave do Guia Michelin, um dos maiores e mais renomados guias gastronômicos da França. Seguindo essa mudança na gastronomia francesa, os críticos consagraram seu espaço junto aos leitores para dar nome à nova forma de gastronomia que se delineava a época, constituindo diretrizes e desenhando um estilo que passou a ser chamado de Nouvelle Cuisine (MAGALHÃES, 2018). Saiba mais: O Guia Michelin é um guia turístico publicado pela primeira vez em1900 por André Michelin, francês fabricante dos pneus da marca Michelin. O objetivo do guia era promover o turismo para o crescente mercado automobilístico e, tendo isso em mente, o fundador criou um 7 roteiro que reunisse restaurantes e hotéis para o público. A publicação tomou proporções inesperadas e se tornou o principal indicador dos melhores restaurantes e hotéis da França e, posteriormente, do mundo inteiro. 2.1 NOUVELLE CUISINE A Nouvelle Cuisine surge na França na década de 1970 em reação à cozinha tradicional francesa. Foi profundamente influenciada por chefs como Paul Bocuse, Alain Chapel, Jean e Pierre Troisgros, Michel Guérard, Roger Vergé e Raymond Oliver, que buscavam uma apresentação mais natural para os pratos, preconizavam a qualidade dos ingredientes e a habilidade em manuseá-los, o que modificou o panorama gastronômico francês. (SKIF, 2019) Com a Nouvelle Cuisine, os molhos ficaram mais leves, passando a ser feitos com o próprio suco do cozimento da carne. Os legumes passaram a ser pouco cozidos, mais al dente. As ervas, os fumés e as plantas aromáticas vieram para realçar, sem mascarar o sabor. As mousses e o coulis passaram a acompanhar os filés. Surgiram pratos crus, como o tartare. As sobremesas se livraram do excesso de gordura e de açúcar. (SKIF, 2019) 3 A COZINHA MODERNISTA Não há suspeitas de que a Nouvelle Cuisine foi de grande importância para o mundo todo. A moda do “serás inventivo” estava intrinsicamente associada ao modo de pensar de todos os povos. Entretanto, foi na Espanha que a Nouvelle Cuisine tomou outras proporções e serviu de base para outro grande marco: a gastronomia molecular. (SKIF, 2019) A gastronomia molecular é consequência de estudos sobre os fenômenos físico-químicos que ocorrem durante o ato de cozinhar, com o intuito de esclarecer as alterações que podem ocorrer nos alimentos, a fim de consagrar seu preparo da 8 melhor forma possível. Esse conceito de cozinha, criado em 1988 pelo físico húngaro Nicholas Kurti e pelo químico francês Hervé This, centra- -se na compreensão racional e na transformação dos métodos de cozimento, a fim de garantir uma melhor qualidade nutricional, uma maior precisão nos gestos culinários, um maior sabor e novas texturas para os alimentos — seja para deixar o prato mais apetitoso e aromático ou com um apelo visual surpreendente e arrojado. Isso tudo foi possível graças aos avanços tecnológicos em equipamentos e às diversas gomas e aos hidrocoloides produzidos pela indústria comercial de alimentos. (SKIF, 2019) Desde então, a gastronomia molecular passou a fazer parte da história e, atualmente, pode ser chamada pelos mais variados nomes, como cozinha molecular, nova cozinha, ciência da cozinha, cozinha experimental, cozinha de vanguarda, entre outros. Outros conceitos nasceram a partir da gastronomia molecular, como, por exemplo, a cozinha tecnoemocional, movimento culinário que busca criar emoção aos comensais por intermédio dos pratos servidos. O movimento, que trabalha com as propriedades organolépticas, foi criado pelo chef espanhol Ferran Adrià. As técnicas visam aumentar as sensações de prazer, mudar conceitos, ressaltar texturas e intensificar aromas e sabores. A cozinha tecnoemocional é um tipo de gastronomia pautada em diversão e prazer, podendo nos remeter à infância, aos sentimentos, à nostalgia ou à euforia. (SKIF, 2019) 4 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA COZINHA MODERNA As inovações tecnológicas são utilizadas em inúmeras áreas da vida e são desenvolvidas para simplificar a forma como resolvemos problemas cotidianos. Dessa forma, a tecnologia acabou se tornando essencial para a cozinha, oferecendo mais padronização e resultados mais precisos. A seguir, você conhecerá os principais equipamentos utilizados nas cozinhas profissionais atualmente. (SKIF, 2019) 9 4.1 FORNO COMBINADO Os fornos combinados (Figura 1) são equipamentos de alto nível de tecnologia que fornecem temperatura e técnicas de cocção diferentes. Pela seleção de programas de cozimento é possível cozinhar e assar alimentos doces e salgados ao mesmo tempo, sem a interferência de gostos e de odores. Dentre os seus principais programas, destacam-se: a vaporização, que serve, por exemplo, para branquear, cozinhar a poché ou esterilizar conservas; a cocção combinada que, a princípio, fornece vapor seguido de ar quente, onde o alimento é cozido, mas com acabamento de assado; a regeneração, que regenera preparações já prontas, sem ressecamento ou perda de nutrientes. É muito utilizado em serviços de grande escala, como banquetes e alimentação coletiva em geral. Os fornos combinados também possuem um programa de convecção, onde o ar quente do calor por convecção deve ser limitado a alguns produtos, como produções de padaria e confeitaria, além de um programa especial para tostar e gratinar. Possuem diversos modelos que oferecem uma série de benefícios e proporcionam economia de mão de obra, energia, água, equipamentos e utensílios (BARRETO, 2010). 10 4.2 GASTROVAC O Gastrovac (Figura 2) é um equipamento compacto que garante a cor, a textura, o sabor e os nutrientes dos alimentos. Permite cocções à baixa temperatura pois cria uma atmosfera modificada de baixa pressão, com total ausência de oxigênio. Dessa forma, o alimento mantém grande parte de suas características originais, mesmo depois de passar pelo cozimento. (SKIF, 2019) 11 4.3 THERMOMIX O conceito do Thermomix (Figura 3) se baseia na combinação de tecnologia avançada, inteligente e sofisticada e uma grande variedade de receitas que garantem o sucesso das preparações. Esse equipamento possui uma série de funções simultâneas que incluem bater, misturar, cozinhar a vapor, pesar, emulsionar, moer, mexer, picar, cozinhar, amassar e controlar a temperatura. Dessa forma, é possível obter cremes e purês de textura aveludada. O Thermomix faz misturas quentes ou frias, massas de pão ou pizza, cremes para sobremesa, risotos, polenta, cozinha verduras ou peixes no vapor, entre outros (O VERDADEIRO..., [201-?], documento on-line). 12 4.4 TERMOCICULADOR O termocirculador (Figura 4) basicamente mantém o banho-maria em uma temperatura constante e homogênea, necessária para a técnica de cozimento sous- vide (a vácuo). O equipamento possui um elemento de aquecimento, responsável por aquecer a água, um termostato, que garante a temperatura desejada e uma bomba de água, responsável por deixar a água na mesma temperatura, a fim de garantir a padronização da cocção. Existem diversos modelos, como os industriais, os de imersão, os de cuba integrada e os caseiros. (SKIF, 2019) 13 4.5 EVAPORADOR ROTATIVO O evaporador rotativo (Figura 5) promove a destilação a vácuo e, com isso, permite que a destilação de alguns produtos ocorra à temperatura mais baixa do que em condições normais de pressão, evitando a degradação de compostos da amostra. Vários produtos são utilizados, tanto líquidos quanto sólidos, desde que possuam umidade, capturando aromas e essências. As aplicações dos aromas extraídos são inúmeras, de reduções sem oxidação à impregnação de alimentos com sabores pouco usuais. (SKIF, 2019) 14 4.6 PACOJET O Pacojet (Figura 6) é um processador de alimentos suíço amplamente usado por muitos chefs para elaborar uma variedade de receitas doces e salgadas. Em geral, é utilizado para produzir sorvetes e sorbets a partir de ingredientes 100% naturais, como frutas frescas, iogurte, leite, entre outros. O aparelho também é utilizado para processar receitas pastosas, como mousses, patês, sopas e molhos. O processo consiste em transformar uma massa sólida, congelada a –20ºC, em um finíssimomousse gelado a –12ºC, por sua trituração e microaeração em alta velocidade (2.000 rpm), raspando uma camada microfina do bloco de ingredientes ultracongelados. (SKIF, 2019) 15 4.7 ALADIN AROMATIC O aromatizador Aladin Aromatic (Figura 7) adiciona sabor e perfume a qualquer alimento por um sistema de fumaça. Baseado na técnica do fumo instantâneo, o sabor da fumaça pode gerar vapores aromáticos de imediato, controlados a partir de óleos essenciais, essências, extratos, álcoois, entre outros. É possível também utilizar ervas aromáticas e florais, especiarias e tudo o que a imaginação permitir. Pode, ainda, ser utilizado em pratos já prontos, a fim de aromatizá-los ou causar impacto no comensal, através de uma tampa de vidro com uma pequena abertura que permite direcionar a fumaça para o alimento. (SKIF, 2019) 16 4.8 BLAST CHILLER O blast chiller (Figura 8) é um tipo de equipamento destinado a resfriar alimentos quentes em menos de sessenta minutos. O processo ocorre pela expansão de gases em temperaturas criogênicas ou por compressores mecânicos (BARRETO, 2010). 17 4.9 FLASH OVEN O flash oven (Figura 9) é um forno ultramoderno com aparência de micro- ondas. Possui uma lâmpada de ação muito intensa, que remete aos raios infravermelhos, capaz de cozinhar um alimento em até três minutos (BARRETO, 2010). 18 5 PRINCIPAIS TÉCNICAS EMPREGADAS NA COZINHA CONTEMPORÂNE 5.1 SOUS-VIDE O sous-vide é uma técnica de cozinhar alimentos em sacos a vácuo, à baixa temperatura e por períodos longos. As duas principais diferenças entre o sous-vide e a cocção tradicional são o fato de os alimentos serem colocados em sacos plásticos selados a vácuo e o fato de serem cozidos a temperaturas muito específicas e controladas, o que permite conservar as qualidades organolépticas e nutricionais dos alimentos. (SKIF, 2019) Dessa forma, os sacos selados a vácuo preservam o sabor dos alimentos e previnem a oxidação, resultando em uma comida mais saborosa e mais nutritiva. Esse tipo de embalagem também evita a contaminação por bactérias e permite a distribuição e a transferência homogênea da temperatura da água para a comida. O fato de a comida ser cozida a uma temperatura específica durante um determinado tempo faz com que uma carne mais espessa, por exemplo, seja completamente cozida, desde a superfície até ao centro, eliminando o frequente problema da carne crua no centro e demasiado tostada por fora. (SKIF, 2019) 19 • Preparação: esse primeiro passo consiste em preparar e organizar os ingredientes, como em qualquer refeição. Em geral, os ingredientes são preparados em doses individuais pois, quanto menores as peças, mais rápida é a cozedura. Para o sous-vide, deve-se buscar uma espessura padrão em todas as peças, para que estejam cozidas ao mesmo tempo e da mesma forma. É também nesse passo que se temperam os ingredientes com sal e ervas a gosto. (SKIF, 2019) • Embalagem: cozinhar sous-vide implica embalar a comida em sacos especiais. Caso se cozinhe para consumo imediato, pode se utilizar sacos como os da marca Zip Top. Caso se cozinhe por mais tempo ou se queira armazenar a comida depois de pronta, deve-se embalara comida em sacos a vácuo. Esses sacos evitam que a comida se mantenha a superfície do banho e permitem mantê-la no frio por algum tempo depois de cozida. Para embalar a vácuo é necessário um selador de vácuo e sacos específicos para o aparelho. (SKIF, 2019) • Cocção: independente da forma como se vai cozinhar o sous-vide, esse passo requer um pré-aquecimento que pode durar de 15 a 30 minutos. A água deve estar à temperatura requerida quando mergulhar a comida, portanto, é necessário um termocirculador. A temperatura a ser selecionada varia de acordo com o tipo de comida a ser cozinhado e do grau de cozedura que se pretende. O tempo de cozedura depende do tipo de comida a ser cozinhado e também de sua espessura. (SKIF, 2019) • Serviço: os alimentos preparados ao sous-vide ficam com um aspecto parecido aos cozidos a vapor. Depois de atingirem o estado de cozedura pretendido, basta abrir o saco e transferir os alimentos para o prato. Existem, no entanto, alguns alimentos que podem ser submetidos a mais um passo para adquirirem características ainda 20 melhores. É o caso de um bife ou de um filé de peixe que, ao tostar, adquire uma tonalidade acastanhada devido à formação de compostos muito saborosos. Esses compostos, que se formam apenas em altas temperaturas, darão o toque final e o sabor único ao prato. (SKIF, 2019) Saiba mais: Por que o vácuo? Grande parte dos alimentos perde as suas características quando mergulhado em um banho de água por muito tempo. Ao embalar o alimento em um saco com ar, este irá flutuar, não permitindo que seja cozido igualmente em toda a sua área. Embalar a vácuo é um método seguro que, à temperatura ambiente, não impede que quaisquer microrganismos anaeróbios presentes nos alimentos se desenvolvam. Sendo assim, depois de embalar a vácuo, deve-se colocar a embalagem no refrigerador e consumir em poucos dias ou congelar e consumir em um prazo maior (dependendo do alimento). Os sacos próprios para sous-vide são feitos de nylon e polietileno. O interior que fica em contato com os alimentos é de polietileno, um polímero utilizado em larga escala nos laboratórios farmacêuticos. O polietileno foi intensivamente testado e dado como seguro. Os sacos são constituídos por várias camadas laminadas para adquirir as caraterísticas requeridas — resistir à alta temperatura, manter a flexibilidade à baixa temperatura e evitar a transferência de gases entre o interior e o exterior do saco. Não deve se utilizar sacos plásticos comuns, normalmente feitos de PVC, pois podem transferir substâncias químicas para os alimentos. 5.2 DRY-AGED O dry-aged é um processo de maturação a seco bastante utilizado atualmente. A carne in natura descansa em temperatura de zero a –2ºC, com umidade de 50% a 70% e ventilação controlada. Na parte externa da peça, cria-se uma casca escura (Figura 10) a partir da proliferação microbiana, que não chega a contaminar a carne devido à refrigeração. Essa casca também é retirada após a maturação pela limpeza da peça. Por dentro, as enzimas da carne quebram proteínas, proporcionando os aminoácidos responsáveis pelo sabor umami, conhecido como o quinto sentido ou como um estimulante natural do paladar (CHINI, 2016). 21 Dessa forma, ao experimentar o dry-aged, é comum sentirmos um gosto que remete ao do queijo, e essa percepção aumenta conforme o tempo de maturação. Esse processo apresenta um dos muitos sabores que a carne pode oferecer. A perda de água e de volume também são responsáveis pela concentração do sabor. Durante o tempo de refrigeração, as enzimas quebram as proteínas da carne, amaciando as fibras, reduzindo sua acidez e gerando aminoácidos responsáveis pela intensificação do sabor. O tempo de maturação é indefinido. A maturação pode ser feita com qualquer peça, mas os melhores cortes para esse processo são os maiores, ou seja, os que possuem mais gordura e/ou ossos. Isso ocorre porque, conforme perde líquido, a carne perde em tamanho e até 50% do peso em relação à peça original (CHINI, 2016). 6 COZINHA MOLECULAR Antes das descobertas de Louis Pasteur (1822-1895) (Figura 1), as relações entre a cozinha e a ciência não haviam sido profundamente estudadas. O cientista 22 francês descobriu que a decomposição orgânica ocorria devido à ação de organismos vivos e, assim, desenvolveu sua renomada técnica de pasteurização dos alimentos. Anteriormente, os acontecimentos nesse campo se resumiam à eletrificação de equipamentos até então manuais,como a batedeira. Somente no século seguinte temos, por exemplo, a criação do forno micro-ondas, na década de 1940 (PELLERANO, 2013). Nos últimos tempos, o estudo científico dos alimentos se desenvolveu em ritmo acelerado. Sob a influência da industrialização, o foco do setor alimentício se voltou para a transformação, a preservação dos alimentos e sua produção em grande escala, em detrimento das comidas artesanais. O químico francês Hervé This (Figura 2) e o físico húngaro Nicholas Kurti (1908-1988) (Figura 3) foram pesquisadores da ciência culinária e analisaram os processos que envolvem a criação de comidas. Ambos se interessaram pela ciência por trás de pratos tradicionais: por exemplo, entender por que um suflê infla ou por que a maionese se torna firme. Dessa curiosidade e iniciativa nasceu a gastronomia molecular e física, nome dado por Kurti em 1988, rebatizado de gastronomia molecular por Hervé This em 1998. (SKIF, 2019) 23 A gastronomia molecular surgiu na cidade italiana de Erice, na Sicília, durante o International Workshop on Molecular and Physical Gastronomy, organizado por Kurti e This em 1992, juntamente com o escritor norte-americano especialista na área, Harold McGee (Figura 4). (SKIF, 2019) 24 Inicialmente, o estudo da ciência culinária se centrava na compreensão da composição e das propriedades dos alimentos: como estes recebem as demandas do organismo pela ótica das propriedades nutricionais e desenvolvem novos métodos para produzi-los. O foco até então era a cozinha tradicional, o modo como esta opera e como poderia evoluir ao se compreender melhor os processos culinários utilizando conceitos da física e da química. This (2004) explica que esses estudos respondem a algumas questões sobre o uso de determinados alimentos e processos. Alguns exemplos, de acordo com o autor, são descritos a seguir. • Os processos de transferência de energia dependem do estado físico e da composição dos alimentos. No geral, as temperaturas relativamente baixas desenvolvem texturas e sabores mais complexos. Vale salientar que é possível preparar alimentos sem a utilização de energia sob a forma de calor com marinadas e acidulações. 25 • Para os suflês crescerem, é preciso que as claras batidas em neve estejam bem firmes e sejam colocadas somente no final do processo, sendo misturadas lentamente, segundos antes de ir ao forno. Pode- se também bater as claras em neve num recipiente de cobre a fim de mantê-las mais firmes. • É necessário acrescentar um pouco de ácido (de preferência vinagre) à maionese para que esta não se desprenda. • Para manter a coloração viva dos legumes após a cocção, recomenda- -se adicionar bicarbonato de sódio à água no momento do cozimento. Se antes o foco era aprimorar as técnicas de preparações tradicionais, hoje em dia os chefs de cozinha adeptos a esse movimento criam novos pratos pensando na valorização dos sabores e das texturas. Essa união entre ciência e cozinha define o cenário para o crescimento do movimento molecular. Outros conceitos nasceram a partir da gastronomia molecular, como a cozinha tecnoemocional, um movimento culinário, que busca criar emoção aos comensais com os pratos servidos. (SKIF, 2019) Esse conceito, que trabalha com as propriedades organolépticas do alimento, foi criado pelo chef espanhol Ferran Adrià (Figura 5). As técnicas visam aumentar as sensações de prazer, mudar conceitos, intensificar aromas, sabores e ressaltar texturas. É uma gastronomia pautada na diversão e no prazer, sendo possível nos remeter à infância, aos sentimentos, à nostalgia e à euforia. (SKIF, 2019) 26 Saiba mais: O olhar científico voltado para a comida não teve início com Kurti e This. Outros estudiosos do passado contribuíram para os avanços culinários. Antoine Lavoisier (1743- 1794), por exemplo, averiguou a qualidade de caldos pela mensuração da densidade. O químico alemão Justus von Liebig (1803–1873) defendia que os sucos da carne tinham alto valor nutricional, e a única maneira de preservá-los era pela selagem da peça em altas temperaturas. O químico também criou a técnica de desidratação de alimentos. Já o químico francês Louis-Camille Maillard (1878–1936) ficou conhecido por analisar, descrever e explicar detalhadamente uma das reações mais importantes da cozinha: a reação de Maillard, responsável por proporcionar cor, sabor e aroma aos alimentos assados, combinando seus açúcares e aminoácidos. A contribuição do conhecimento científico é fundamental para a evolução da cozinha. Aqueles que cozinham devem entender que determinados ingredientes ou procedimentos alteram o resultado final de um prato. A gastronomia molecular defende a preservação das características naturais dos alimentos e a intensificação dos sabores dos pratos criados, de forma a tornar as texturas mais agradáveis e promover diversidade à mesa. (SKIF, 2019) 6.1 TÉCNICAS Com o desenvolvimento do conhecimento científico a respeito dos mecanismos da culinária, percebeu-se a necessidade de se introduzir novas 27 técnicas que recorressem à utilização de novos equipamentos no preparo dos alimentos, como aqueles que propiciam temperaturas precisas ou os homogeneizadores de alta velocidade. Gil (2010) destaca os seguintes equipamentos, que oferecem novas tecnologias para pratos de qualidade e propiciam novas sensações culinárias: • Fornos combinados; • Placas de indução; • Aparelhos para cozinhar a vácuo e a baixas temperaturas; • Desidratadores; • Agitadores magnéticos; • Arrefecedores quase instantâneos; • Trituradores com várias velocidades; • Termômetros infravermelhos; • Sondas térmicas; • Evaporadores rotativos Em relação aos ingredientes, diversos agentes espessantes e gelificantes são utilizados na criação de texturas especiais. É preferível utilizar insumos de origem vegetal a fim de inovar nas técnicas de emulsificação, gelificação, suspensão, estabilização e espessamento, utilizando, por exemplo, goma xantana, alginato de sódio, alecitina de soja ou ágar-ágar em vez de farinha e de outros amidos tradicionais. Adoçantes especiais costumam ser utilizados em preparações inovadoras, como o isomalte (Figura 6), que possui a vantagem de ser facilmente trabalhado para produzir caramelos mais estáveis, firmes e com maior resistência à umidade. (SKIF, 2019) 28 As bases científicas para os fenômenos e as técnicas culinárias abrem inúmeras possibilidades, facilitando a obtenção de resultados inovadores, que não eram utilizados pela cozinha doméstica e por restaurantes antes do advento da gastronomia molecular, apenas pela indústria. Observe, a seguir, os principais ingredientes, suas aplicações e as técnicas empregadas na gastronomia molecular. (SKIF, 2019) 6.2 PRÍNCIPAIS INGREDIENTES Ágar-ágar O ágar-ágar (Figura 7) é um hidrocoloide em pó extraído de algas marinhas, largamente utilizado nas indústrias alimentar, médica, farmacêutica e na técnica de gelificação. Fonte de fibras e com alta capacidade gelificante, o ágar-ágar possui baixa viscosidade em solução e alta transparência. Necessita de calor para uma melhor dissolução e suporta temperaturas de fusão e gelificação de até 85ºC, o que 29 permite a elaboração de gelatinas quentes. Em meios ácidos, o ágar-ágar perde sua capacidade gelificante. (SKIF, 2019) Saiba mais: Como se executa o processo de gelificação com o ágar-ágar? O ágar-ágar deve ser usado em concentrações entre 0,5 e 2%. É solúvel apenas em líquidos quentes, que devem atingir uma temperatura mínima de 85ºC. Forma géis firmes e termorreversíveis, que à temperaturaambiente toleram vários níveis de pH, podendo ser utilizados tanto em líquidos doces quanto em salgados. Para hidratar o ágar-ágar é necessário aquecê-lo e agitá-lo. Uma vez dissolvido e, tendo obtido uma solução consistente, remove-se o calor e se coloca o ágar-ágar em um molde. A solução deve esfriar até atingir a temperatura ambiente ou pode ser colocada na geladeira por 15 a 30 minutos. Para uma melhor hidratação do produto, aqueça o ágar-ágar até a fervura, duas ou três vezes seguidas. Logo que a fervura iniciar, suspenda o aquecimento para não alterar o sabor do gel. Fique atento: Conhecidos como gomas, os hidrocoloides são moléculas grandes que interagem com a água, um tipo de mistura mecânica na qual uma substância se dispersa igualmente pela água. Muitos hidrocoloides podem mudar seu comportamento físico e suas características com a adição ou a redução de calor. Eles podem engrossar e formar géis em baixíssimas concentrações. Alguns podem ser utilizados como agentes espumantes para fazer espumas, enquanto outros agem como emulsificantes. Com exceção da gelatina (que é uma proteína), todos os hidrocoloides são polissacarídeos ou açúcares complexos. Muitos são derivados de fontes naturais, como algas marinhas, sementes, raízes, seiva de árvore e cascas de frutas. Alguns hidrocoloides modernos e naturais são produzidos por bactérias, como a xantana e a gelana. 30 Metilcelulose A metilcelulose é um gelificante extraído da celulose dos vegetais. É um tipo de polissacarídeo, ou seja, é um carboidrato. Ao contrário dos outros gelificantes, a metilcelulose gelifica quando se aplica calor e atua como espessante a frio, ficando menos sólido. Pode ser usada para gelatinas quentes (que derretem quando frias) ou para a confecção de mousses sem ovos. (SKIF, 2019) Alginato de sódio O alginato de sódio é extraído de algas castanhas da Classe phaeophyceae. É um sal do ácido algínico e um polissacarídeo linear isolado, na forma de pó branco ou amarelado. É solúvel em água, tanto quente quanto fria, sendo necessário agitá-lo fortemente para que se dissolva. É um agente gelificante a frio (não requer aquecimento para formar o gel). Dependendo da parte da alga a se refinar, a textura e a capacidade de reação com o cálcio podem variar. É ideal para a técnica de esferificação. (SKIF, 2019) Cloreto de cálcio O cloreto de cálcio é um sal de cálcio composto por cálcio e cloro e costuma ser utilizado na elaboração de queijos. Apresenta-se à temperatura ambiente, na forma de um sólido granulado branco, solúvel em água. É utilizado para aumentar o teor de cálcio necessário para produzir o efeito gelificante de alguns hidrocoloides, em contato com o alginato de sódio. Portanto, é imprescindível para que se produza a reação com o alginato na técnica da esferificação. Apesar do efeito eficaz, o cloreto de cálcio poderá deixar um sabor residual salgado em preparações doces e, por isso, pode ser substituído pelo lactato de cálcio, que possui a mesma função de esferificar, principalmente na esferificação inversa, ideal em meios ácidos, alcoólicos e em gorduras. (SKIF, 2019) 31 Goma xantana A goma xantana é um polissacarídeo produzido naturalmente pela fermentação da bactéria Xanthomonas campestris. É bastante empregada nas indústrias farmacêutica e culinária, tendo a capacidade de espessar, estabilizar, emulsionar, encorpar molhos e reter gás. A goma xantana substitui o glúten, deixando as massas macias e elásticas. É solúvel a frio e a quente, resistente a processos de congelamento e não perde suas propriedades espessantes quando aquecida. (SKIF, 2019) Lecitina de soja A lecitina de soja é um emulsionante lipofílico (solúvel em gorduras) extraído da soja por um processo de precipitação de vapor, sendo muito utilizado pela indústria alimentícia. Contém vitaminas, minerais e agentes antioxidantes. É utilizada na gastronomia molecular para homogeneizar molhos ricos em gorduras, além de ser ideal para a elaboração de ar em alimentos e para fazer espumas. É solúvel a frio e em meio aquoso. (SKIF, 2019) Maltodextrina N-ZORBIT A maltodextrina N-ZORBIT é um polissacarídeo doce e um aditivo alimentar natural, fabricado a partir do amido do grão, geralmente do milho, do trigo, da tapioca e da batata. Pode absorver óleos e gorduras. É utilizada como espessante ou para produzir pós pela técnica de pulverização em alimentos ricos em gordura. (SKIF, 2019) 32 6.3 PRINCIPAIS TÉCNICAS Esferificação A esferificação é uma das técnicas mais utilizadas e é definida, na cozinha molecular, como a encapsulação de um líquido no interior de esferas de diferentes dimensões que ao serem colocadas na boca explodem, liberando o líquido interno. Existem dois tipos de esferificação, dependendo da origem dos íons cálcio: a básica e a inversa. A esferificação básica (Figura 8) consiste em produzir um líquido com o sabor pretendido, transformá-lo em uma esfera sólida com o líquido-base em seu interior. Para isso, é necessário adicionar alginato de sódio ao líquido que se pretende tornar esfera. A mistura é submersa por gotejamento em uma solução rica em cálcio, formando uma película gelificada. (SKIF, 2019) O resultado final também pode ser chamado de caviar devido ao seu aspecto, que remete à ova. (SKIF, 2019) Saiba mais: A solução de alginato endurece na presença de íon de cálcio, gelificando na camada superficial. Quando a solução de alginato de sódio é misturada à solução aquosa de cloreto de cálcio, os íons de sódio são substituídos pelos íons de cálcio. Para cada íon de cálcio que se liga às cadeias de alginato, saem dois íons de sódio. Essa troca de íons tem como 33 consequência a formação de cadeias anteriormente individualizadas que passaram a se associar de duas em duas, entre si, por um íon. O polímero resultante é, portanto, mais denso e mais duro. Quanto mais tempo as esferas ficarem mergulhadas na solução de cloreto de cálcio, maior será a espessura da película externa, uma vez que o líquido no interior reage com o cálcio e gelifica (GIL, 2010). Já na esferificação inversa (Figura 9), uma solução que contém cálcio é colocada em um banho rico em alginato de sódio. Os íons de cálcio migram do interior para o exterior das esferas, formando igualmente a membrana gelificada. Essa é a técnica utilizada quando o líquido, que se pretende transformar em esfera, contém cálcio em sua composição natural, apesar de ser possível adicionar mais cálcio. Como resultado final, o líquido não enrijece tanto quanto no caso da esferificação básica e, assim, seu interior mantém a textura original do líquido ou do creme esferificado. (SKIF, 2019) 34 Gelificação Um gel pode ser definido como o resultado da transição de um estado líquido para um estado sólido. Para esse processo, utiliza-se gelatina, metilcelulose e ágar-ágar. A possibilidade de criação de vários tipos de gel levou essa técnica para a cozinha, sendo possível obter desde géis flexíveis e elásticos até géis firmes e frágeis. Os géis frios se tornaram muito populares no mundo gastronômico. Inicialmente usados em sobremesas, passaram a ser utilizados em entradas e até em pratos principais. (SKIF, 2019) Emulsificação (ar ou nuvem) A designação emulsificação deriva do fato de que nessa técnica se formam emulsões. A técnica de emulsificação ar (Figura 10) é utilizada para estabilizar bolhas de ar em uma mistura líquida e, assim, obter espumas de todos os sabores. Essa técnica é utilizada desde a cozinha clássica, pelo uso da proteína do ovo e do leite, da gelatina, das natas ou do creme de leite. No entanto, a investigação das últimas décadas resultou na descoberta de novos emulsionantes, como a lecitina de soja, que produz ótimas espumas e é solúvel em líquidosfrios. Uma concentração de 0,5 a 2% de lecitina é o suficiente para criar uma espuma estável e simples. A sua efetividade é comprometida a altas temperaturas, não devendo se utilizar líquidos com temperatura acima de 70ºC. (SKIF, 2019) 35 Saiba mais: Uma emulsão é a mistura de dois líquidos normalmente imiscíveis (como a água e o azeite), sendo um dos líquidos na forma de pequenas gotas dispersas no outro, formando uma mistura estável. A utilização de agentes emulsionantes permite a estabilização dessas misturas. Espumas com sifão A espuma é, basicamente, uma substância que se forma quando se aprisionam bolhas de ar (ou de qualquer outro gás) em um líquido ou em um sólido. Um ar, como exposto acima, é muito fino, enquanto a espuma é ligeiramente mais densa. O modo de se obter espumas mais conhecido é o que usa um sifão (Figura 11) com cartuchos de óxido nitroso (um tipo de gás). É feito um suco (de frutas, vegetais ou algum líquido com sabor) misturado com ágar-ágar, gelatina, ou creme de leite, colocando tudo dentro do sifão e se injetando o gás. É preciso ter cuidado para que não haja nenhuma partícula que possa entupir os mecanismos do sifão no líquido usado. (SKIF, 2019) 36 Pulverização Para a técnica de pulverização, utiliza-se a maltodextrina N-ZORBIT numa concentração de 30 a 80%. Basta misturar a matéria-prima com a maltodextrina e mexer até atingir o pó desejado (mais úmido ou seco). Passar a mistura em um processador deixará o resultado mais fino. (SKIF, 2019) 7 FOOD DESIGN O conceito de food design é bastante complexo e abrangente. Embora não seja considerado algo novo no segmento da alimentação, este ainda gera questionamentos pois, a princípio, a palavra design automaticamente remete a questões relacionadas ao projeto, o que parece não estar associado ao ramo alimentício. A concepção do food design, como veremos, não se atém somente à beleza e à sofisticação do alimento (SEBRAE, 2018). 37 O termo foi cunhado por volta de 1997, em Barcelona, por seu precursor, o designer espanhol Martí Guixé (Figura 1). Food design corresponde à categoria que se aplica ao design de produtos alimentícios e que se relacionam, de maneira geral, ao universo da alimentação. É uma ação interdisciplinar que atua, de maneira sensível, na construção e na afirmação das nossas relações com o alimento. Seu conceito defende que os elementos visuais básicos na composição imaginária do prato estão estruturados pelos fundamentos do design. Atualmente, é organizado pela International Food Design Society (IFDS). (SKIF, 2019) Segundo Dorfman (2018), Guixé defende que o food design promova a reflexão sobre a possibilidade de se projetar o alimento, por se tratar de um objeto ergonômico, funcional, comunicativo, interativo, visionário, com ares contemporâneos e atemporais. O autor complementa que quanto mais ele é usado, mais a relação do consumidor com o alimento se estreita, principalmente na forma como o indivíduo interage com a comida em seu cotidiano. (SKIF, 2019) 38 Saiba mais: O design trabalha com projetos, planejamentos e processos, por meio de uma estrutura delimitada e de uma coerência associada à estética. Seu objetivo é desenvolver recursos para suprir as mais variadas necessidades do homem. A título de exemplo, um designer tem o intuito de criar uma cadeira pensando no conforto e na anatomia, além da estética, a fim de atender pessoas que precisam deste objeto para longas horas de trabalho ou pelo simples fato de utilizá-la como um utensílio de cozinha que visa facilitar o processo do preparo culinário (DORFMAN, 2018). O design difere da arte por possuir intenções e objetivos finais diferentes. Enquanto o primeiro traz soluções muitas vezes inovadoras, suprindo desejos e buscando novos sentidos às ações rotineiras e busca resolver problemas crônicos da sociedade, a arte busca transmitir uma ideia por meio de uma técnica, de um corpo ou de um utensílio com a simples finalidade de se expressar, sem ter uma preocupação efetiva com a interpretação do público e é, portanto, subjetiva. Nesse sentido, o food design proporciona uma ferramenta capaz de catalisar demandas e de oferecer maneiras de aproximar as pessoas do alimento, além de envolver a compreensão de contextos, interconexões sensoriais e instrumentos funcionais complementares ao ato de comer, o que pode, muitas vezes, consistir no próprio alimento com soluções alimentares eficazes. Comprova que linhas, formas, espaços, cores e texturas aplicadas criam um ambiente estético, pois o estímulo agradável que o produto representa é tão importante quanto seu sabor. (SKIF, 2019) Autran e Candida (2013) descrevem que desenhar um alimento torna o ato de comê-lo mais fácil e mais apropriado para uma configuração específica ou para certa circunstância, em relação a uma perspectiva sociológica, antropológica, econômica, cultural e sensorial. O designer italiano Paolo Barichella é um dos mais prestigiados food designers do setor e defende que, apesar de todo o respeito que tem ao design de outros produtos, o alimento tem características variáveis adicionais, além da questão estética, pois requer uma série de competências associadas aos campos da sociologia, psicologia, engenharia, nutrição e gastronomia, pois precisa ser saudável, esteticamente agradável, saboroso e culturalmente relevante (VASCONCELOS, 2015). 39 Barichella ainda considera o ato de comer como um desejo humano de partilha, que possui uma importância social, nutricional e de prazer que prevalecerá com o avanço do tempo. O que se altera são as maneiras de fazê-lo, pois embora a característica de fonte vital energética seja a essência da alimentação, esta pode ser avaliada como responsável por expressar uma relação social no que concerne o prazer sensorial ou a experiência cultural concedida. Nesse sentido, não basta nos concentrarmos apenas no aspecto visual e no sabor do alimento: é necessário aliar outros sentidos sensoriais a sua real funcionalidade. Barichella criou produtos curiosos, como o My personal party kit (Figura 2), um conjunto de utensílios individuais para ser distribuído em festas. (SKIF, 2019) O food design não é avaliado apenas pelo seu senso estético, pois associa outros atributos do alimento, como o seu formato e os contextos em que ele é consumido, à funcionalidade, proporcionando uma junção de sentidos, na busca de novos desafios para solucionar problemas da atualidade. Seu objetivo é estabelecer a comunicação e a interatividade pelo conceito de design em criações inovadoras, 40 que visam requisitos como a ergonomia, garantindo a interação entre o homem e o alimento. (SKIF, 2019) Saiba mais: de que forma a ergonomia se relaciona com o food design? Ergonomia é a disciplina científica que relaciona o trabalho ao homem ou, ainda, o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho. Aplica teoria, princípios, dados e métodos para projetar a otimização, o bem-estar humano e o desempenho geral de um sistema. Segundo França (2017), a ergonomia, por meio de conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia, contribui e busca resolver os problemas resultantes dessa relação, ajudando na melhor adequação do produto ao usuário. Para determinar quais serão os requisitos do produto, o food designer poderá considerar previamente: • Suas características organolépticas; • A segurança alimentar; • A adequação do produto à anatomia do usuário; • O design emocional; • A antropometria do usuário; • As propriedades sensórias (consistência da matéria, gosto, odores); • As percepções visuais (cores, formas, texturas); • A usabilidade e a acessibilidade; • A praticidade de consumo, entre outros.Com base na classificação categórica e conforme a área de atuação, o profissional de food design deverá considerar vários aspectos em seus projetos, conforme veremos a seguir. (SKIF, 2019) 7.1 AS CATEGORIAS DO FOOD DESIGN Em seu artigo, França (2017) descreve a visão da Dra. Francesca Zampollo, fundadora do IFDS, que subdividiu o food design em categorias para facilitar o seu alcance e seus exemplos de aplicações práticas. Design with food (design com alimento) Considera a matéria-prima em termos de sabor, consistência, temperatura, cor e textura. Essa classificação inclui a criação de algo novo pelos profissionais da 41 cozinha. Como exemplo, a técnica da esferificação (Figura 3), utilizada na gastronomia molecular, possui o intuito de encapsular um líquido em uma membrana transparente que explode no palato para liberar todo seu aroma e sabor. (SKIF, 2019) Design for food (design para o alimento) Considera os artifícios que fazem parte da preparação, da distribuição e da comunicação de produtos alimentícios. Um exemplo é a embalagem de produtos. 42 Food space design (design do espaço de alimentação) Aborda a concepção de espaços de alimentação, ponderando todas as características do local, como interiores, materiais, cores, iluminação, temperatura, música, uniforme dos funcionários, entre outros. Um exemplo são os restaurantes temáticos (Figura 5), que proporcionam ambiente lúdicos. (SKIF, 2019) 43 Food product design (design de produto alimentício) É o projeto de alimento produzido em escala industrial, como salgadinhos, biscoitos, sorvetes, chocolates e refrigerantes. Um ótimo exemplo para essa categoria é o projeto desenvolvido pelo Massachusetts Institute of Technology, que criou formas diferenciadas de massas alimentícias, que mudam da configuração bidimensional para a tridimensional quando mergulhadas em água, a fim de economizar o volume do produto em seu transporte e em seu armazenamento. (SKIF, 2019) Eating design (design do ato de comer) Projeta para a experiência de comer, na qual os designers têm controle sobre a grande maioria dos aspectos que a influenciam. A precursora dessa categoria foi a designer holandesa Marije Vogelzang, que acredita que a comida tem influência emocional poderosa quando usada em rituais. Uma de suas obras mais famosas é o Dinner sharing (jantar compartilhado), realizado em 2005 na Holanda. A artista realizou um banquete de Natal (Figura 6) totalmente atípico, mas com o mesmo significado, trazendo a sensação de partilha. (SKIF, 2019) Os participantes estavam envolvidos com uma toalha de mesa, com o intuito de conectá-los, criando um senso de igualdade. A comida era o foco principal do contexto. Uma pessoa foi servida com uma fatia de melão cortada em dois pedaços. A pessoa em frente a ela recebeu dois pedaços de presunto. A combinação era tão clássica que, mesmo sem ter recebido orientação do que fazer, os participantes começaram naturalmente a compartilhar sua comida. (SKIF, 2019) 44 Food service design (design de serviço de alimentação) Considera basicamente as interações e as atividades que ocorrem ao longo do tempo, com base em metas e resultados. Um exemplo é o aplicativo europeu Too Good To Go, que permite a compra, por um preço mais barato, de sobras de alimentos que seriam descartadas por restaurantes.( SKIF, 2019) Ainda quanto à categorização, o IFDS considera essas subdivisões: • o critical food design (design crítico dos alimentos) como o estudo que nos faz pensar sobre questões alimentares; • o food system design (design de sistemas para alimentos), que assume aspectos mais amplos e a própria relação sistema de produto-serviço; • a sustainable food design (design sustentável do alimento), que abarca questões sobre a sustentabilidade dos alimentos. 45 Como observamos, o food design e suas categorias não se limitam apenas à beleza e à criatividade empregada no produto, pois possibilitam às marcas viabilizar suas visões e estratégias por meio de produtos que por si só carregam um conceito na experiência de consumo. O food design engloba uma visão sistêmica, considerando fatores funcionais, comunicacionais, de segurança, interativos e sensoriais. Ademais, o conceito está associado à criação de ferramentas e serviços relacionados à alimentação, acatando as regras de constituintes cromáticas e formais, na busca de novos desafios para solucionar problemas da atualidade. (SKIF, 2019) Por essa perspectiva, o food styling também está inserido no contexto. Embora não foque em todos os aspectos do design, sua atuação é de grande valia na produção e na distribuição do alimento no que concerne o processo criativo na concepção de imagens. (SKIF, 2019) 8 FOOD STYLING: OS PRINCÍPIOS DA MONTAGEM DE PRATOS A expressão inglesa food styling se refere à capacidade de criar imagens agradáveis que aguçam o apetite do consumidor para o produto anunciado. Possui o intuito de designar representações pela arte da filmagem e, principalmente, da fotografia. O food stylist é o profissional do ramo e se refere ao estilista de alimentos, também chamado de produtor de culinária. Este é encarregado na gestão de todos os processos ligados à produção de comida com objetivos publicitários, trabalhando em conjunto com chefs, editores e fotógrafos. (SKIF, 2019) Saiba mais: Todo food stylist é um food designer? Na verdade, não. Embora os termos sejam parecidos, existem algumas diferenças entre eles. O food stylist é o profissional responsável pela criação da imagem, ou seja, produz a montagem de pratos e, por vezes, o cenário apropriado para que o alimento represente o conceito que se busca transmitir, o que inclui, por exemplo, fotos promocionais, matérias de folhetos, jornais, revistas, televisão, embalagens e menus para bares e restaurantes. Já o 46 food designer trabalha no layout do produto e atua de maneira sensível na construção e na afirmação das nossas relações com o alimento pelos fundamentos do design. Dessa forma, compreende-se que o food styling é a arte de tornar um alimento visualmente atraente, pelo uso de uma imagem fotográfica ou de uma cena de vídeo. O profissional deve transmitir, por meio dos aspectos visuais, o sabor e textura do alimento, da melhor maneira possível. Portanto, é preciso compreender as técnicas de produção envolvidas no produto, suas variantes e os resultados desejados e indesejados pelo consumidor, além de possuir aptidão artística para se expressar visualmente. (SKIF, 2019) Apesar de a imagem criada ser de um produto alimentício, alguns artifícios são utilizados a fim de melhorar sua apresentação. Como a imagem é feita em close, é preciso considerar a questão da maquiagem. Produtos, comestíveis ou não, podem ser maquiados para disfarçar falhas de execução, como, por exemplo, a utilização de cola branca de PVA para simular o leite, que possui consistência aquosa, ou ainda, spray de cabelos, óleo ou glicerina para simular o brilho natural de assados e grelhados. (SKIF, 2019) Conforme visto, o food styling adota conhecimentos e técnicas referentes à montagem e à decoração de pratos para torná-los ainda mais apetitosos, pois, instintivamente, selecionamos aquilo que vamos consumir com base na aparência dos alimentos. O que é bonito aos olhos, nos parece mais atrativo, e, portanto, mais saboroso. (SKIF, 2019) A fim de aprender a arte da montagem de pratos, é essencial conhecer e praticar os estilos possíveis. Múltiplos aspectos são considerados e muitos profissionais da área expõem seus conselhos, embora cada um possua seu próprio modo de execução. Há aqueles que preferem o clássico, simples e tradicional, enquanto outros adotam apresentaçõesmais complexas, modernas e vanguardistas. Ademais, a montagem depende do conceito que se pretende transmitir, traduzindo a emoção e as sensações que se esperam ocasionar no comensal diante do alimento. O food styling pode se relacionar, de certa forma, à pintura de um quadro, no qual o artista usa tela, tinta e pincel para retratar seus 47 sentimentos. Podemos observar essa relação na Figura 7, que mostra O vitelo psicodélico do chef italiano Massimo Bottura, em homenagem ao quadro de Damien Hirst, exposto no salão de seu restaurante Osteria Francescana. (SKIF, 2019) Não existem normas prontas para serem seguidas na montagem de pratos. Entretanto, alguns princípios são admitidos, visando obter o equilíbrio e as combinações dos elementos constituintes, como unidade, cor, volume e textura dos alimentos. (SKIF, 2019) A apresentação de um prato está associada a diversas características, com destaque para a execução da técnica apropriada aos alimentos, que inclui a habilidade do profissional que o prepara, como o corte e o tipo de cocção utilizada, que definirá seu aspecto visual. Se os alimentos não são aprontados corretamente, não haverá como fazer uma boa apresentação. Equipamentos e utensílios também ajudam a tornar a apresentação mais agradável e padronizada. Ainda, salienta-se que os elementos utilizados na apresentação e na finalização devem ser comestíveis. Observe a seguir as noções básicas para se iniciar na arte da montagem de pratos.( SKIF, 2019) 48 Equilíbrio — Engloba muitos fatores e deve considerar uma apresentação harmônica por meio da seleção dos alimentos e dos métodos de cocção empregados, que devem se complementar. Na seleção dos alimentos, deve haver um equilíbrio entre os preparos. Por exemplo, o clássico petit gateau, que possui um elemento principal mais complexo (bolinho de chocolate amargo cremoso e quente) e um acompanhamento mais leve (sorvete de creme). A combinação de cores também é relevante, pois reforça o frescor, a qualidade e a cocção Food design 13 adequada. A técnica de assar deverá trazer um aspecto caramelizado; já o salteado trará o tostado; o vapor evidenciará as cores frescas dos alimentos; os branqueados deixarão uma coloração mais vibrante. É comum encontrarmos a recomendação de se deixar o prato mais colorido, com a combinação de diferentes cores. Entretanto, esta não é uma regra, pois é possível observarmos produções minimalistas, de apenas uma cor em diferentes nuances, como é o caso do clássico prato do chef Massimo Bottura, o parmigiano em cinco texturas (Figura 8). (SKIF, 2019) Fique atento: A textura também está relacionada ao equilíbrio do prato e reflete em sua apresentação. Portanto, utilize técnicas variadas de cocção a fim de garantir texturas presentes no visual e no paladar, como o contraste clássico dos empanados fritos crocantes servidos com molhos cremosos. As texturas básicas com as quais se deve trabalhar são a suave, a áspera, a sólida e a macia. Os sabores e sensações também devem se 49 complementar, por exemplo: graxo e ácido; picante e neutro ou doce; defumado e doce; ácido e doce; doce e salgado; amargo e doce. É recomendado evitar as combinações que usam de forma acentuada o salgado com o amargo. Unidade, ponto focal e fluxo — O layout do prato deve apresentar uma unidade de coesão e exibir um ponto focal para o qual os olhos se concentrem naturalmente, o que depende da colocação e da relação do item principal com as guarnições. A apresentação deve proporcionar uma combinação de alimentos que se unificam e não a de elementos que, por acaso, estão no mesmo prato. Os componentes são distribuídos por todo o prato, criando a sensação de abundância, mas a apresentação não é unificada, pois não há um ponto focal definido, o que dificulta a localização do item principal que, no geral, apresenta uma proteína (vegetal ou animal). Em outros casos, os elementos podem estar reunidos para enfatizar o que está sendo apresentado. É um conjunto único de alimentos que combinam entre si, distribuídos de tal forma a dar origem a um ponto focal definido, no qual a proteína está em evidência. Ambos podem ser utilizados, dependendo do que se pretende enfatizar na apresentação. (SKIF, 2019) Saiba mais: Quando o equilíbrio, a unidade e o ponto focal são empregados adequadamente, pode-se desenvolver um sentido ou fluxo no prato. Se a apresentação não for unificada, será difícil identificar um caminho lógico para os olhos acompanharem, portanto, não há um fluxo coerente a se seguir, dificultando a localização do ponto focal principal, que será o ponto de partida necessário, do qual o fluxo deve decorrer. 50 9 REFERÊNCIAS ALADIN Aromatic®. APS Glass & Bar Supply, Paris, [201-?]. Disponível em: http://www. apssupply.fr/aladin-aromatic.htm. Acesso em: 26 fev. 2019. BARRETO, R. L. P. Passaporte para o sabor: tecnologia para a elaboração de cardápios. 8. ed. São Paulo: Senac, 2010. 312 p. BLAST chillers and Freezers. Electrolux, Stockholm, 2018. Disponível em: https://professional.electrolux.com/commercial-kitchen-equipment/blast- chillers-and-freezers/. Acesso em: 26 fev. 2019. CHINI, J. O que é dry aged? Blog da Carne – Portal de informação sobre carne bovina, [S. l.], 12 ago. 2016. Disponível em: https://blogdacarne.com/dryaged/. Acesso em: 26 fev. 2019. GASTROVAC. 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