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TRANSCRIÇÕES XIFOIDES LTDA DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS 05.04.2018 Transcrito por: Burguês Safado Revisado por: Gaspar de Carvajal AULA 06 – HEPATITES VIRAIS AGUDAS Há um acordo com o pessoal da gastro de que DIP trabalha somente a parte aguda das hepatites virais, a parte da infecção, do período de incubação, do diagnóstico e da conduta na fase aguda. Porque a gastro vai trabalhar a hepatopatia/hepatite crônica, ou seja, depois que o paciente sai da fase aguda em algumas situações como os vírus B, C e D em que ele não elimina o vírus e se torna então um portador crônico, e a partir disso recebe tratamento antivirais que não estão contemplados nas hepatites agudas. Na aguda não se tem um tratamento. Então na DIP se discutirá essa parte aguda, e os protocolos de tratamento e conduta na parte crônica serão vistos na gastro. A DIP não irá cobrar os PCDTs e protocolos de tratamento de hepatites virais! Um novo tratamento de hepatite viral saiu recentemente, mas isso tudo só se dá para pacientes que cronificaram, e aqui o nosso enfoque são as hepatites na sua forma aguda. Na DIP não se aborda o hepatopata crônico com suas descompensações porque isso será visto na gastro. HEPATITES VIRAIS AGUDAS • Hepatites agudas de transmissão enteral: A e E; • Hepatites agudas de transmissão parenteral: B, C e D; Dentre as hepatites virais agudas iremos tratar das mais comuns. Trataremos somente das virais, porque hepatites agudas podem ter várias causas, mas as virais mais comuns são as de transmissão enteral (A e E) e as de transmissão parenteral (B, C e D). HEPATITE VIRAL A • Primeiro relato: Ilha de Minorca (1912); • RNA vírus; • O VHA é da família Picornaviridae do gênero Hepatovírus; o Possui sete genótipos: alguns infectam homens e outros infectam macacos. o Transmissão entérica: também chamada de transmissão fecal-oral, sendo então uma transmissão interpessoal, principalmente em creches, asilos, quartéis e escolas. o Infectante por cerca de 4 semanas à temperatura ambiente: é muito fácil, portanto, ocorrerem surtos de hepatite A aguda, porque naturalmente ela é uma hepatite que se transmite pessoa-a-pessoa com muita facilidade através das mãos e da toda essa questão sanitária. • Transmissão o Surtos transmitidos pela água contaminada: da mesma forma que se pega uma ameba pode-se pegar uma hepatite A. o Surtos por consumo de mariscos contaminados por esgotos. o Alimentos contaminados não cozidos: alimentos não/mal higienizados/lavados. o Pessoa-a-pessoa. o Objetos recentemente contaminados (creches): por exemplo, criança com vírus morde um brinquedo, daí outra criança morde também, podendo ocorrer transmissão. o A transmissão por sangue é rara (compartilhamento de agulhas, transfusão durante a fase de viremia no período de incubação): ocorre somente se houver, durante a fase aguda, uma contaminação por agulhas ou por transfusão de sangue caso o paciente esteja com viremia no momento da transfusão, ele pode transmitir a doença; ambos os casos não são frequentes/comuns. Formas mais comuns de transmissão Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar • Epidemiologia o Atualmente, estima-se que, em todo mundo, 1,4 milhões de pessoas são infectadas pelo vírus da hepatite A. o Principalmente, em países onde há baixo investimento em saneamento, são comuns infecções com HAV em crianças. Tem-se percebido que a hepatite A vem mudando o seu padrão. Houve nos anos 2000 e 2010 um investimento melhor em saneamento básico, em vigilância sanitária no país, de modo que se viu um pouco a queda dos casos de hepatite aguda do vírus A. Hoje, já se vê a vigilância sanitária fiscalizando bancas de comida na rua, pois elas são focos de hepatite e febre tifoide. Então atualmente se vê isso com mais frequência, a vigilância sanitária preocupada com essa situação, porque antes não se tinha isso. Antes se via que mais de 90% crianças com até 10 anos de idade já tinham tido contato com a hepatite A. Hoje não, hoje se vê que há crianças chegando a vida adulta sem o anticorpo, o que é um risco, porque a hepatite A no adulto é grave, pois pode fazer a forma fulminante. Recentemente, há 2-3 anos atrás, a vacina da hepatite A passou a fazer parte do calendário vacinal gratuito, porque ela existia, mas era paga, de modo que nem todos tinham acesso. Então, provavelmente daqui há um tempo, pela questão de cobertura vacinal, já não se terá mais, ou se terá muito poucos casos de hepatite A aguda. Mas isso é recente, até isso acontecer ainda irá demorar alguns anos, pois ainda tem muita gente pegando hepatite A. • Gastroinfecções É uma viremia fugaz. Excretada nas fezes por 2 semanas antes dos sintomas aparecerem e 4 semanas após. Então, a pessoa já está eliminando vírus e nem sabia que está com hepatite. O vírus pode ter recaídas, e durante essas recaídas que podem durar vários meses, o vírus pode também ser eliminado. Em crianças menores de um ano essa viremia pode persistir mais tempo. As fezes são o maior veículo de transmissão da doença e surtos transmitidos por água ou ingesta de mariscos são bem frequentes. Cronifica? Não, até hoje não se tem relato de que a hepatite A torna-se crônica. Tem-se algumas formas, chamadas forma prolongada, forma ictérica, que podem acontecer na hepatite A, mas não cronifica. Ela acontece em no máximo um ano e o paciente elimina o vírus e faz a sua imunidade permanente, não cronificando. • Patogenia o Na biópsia do fígado, pode-se encontrar alterações necroinflamatórias (inflamação e destruição dos hepatócitos) na região peri-portal e colestase em graus variados. o A hepatite fulminante (forma grave) leva ao óbito 2% de adultos acima de 40 anos e de 0,1% abaixo desta idade. § Quanto mais adulto, mais grave é a doença. A possibilidade de fazer a forma fulminante é maior nos adultos do que nas crianças, porque hepatite A é uma doença comum da infância. o O transplante hepático é única forma de evitar a morte por hepatite fulminante (único tratamento possível). Viremia fugaz Excretado nas fezes por 2 semanas antes a 4 semanas depois do início dos sintomas O vírus pode estar presenta nas fezes durante a recaída da doença A excreção do vírus pode persistir mais tempo em crianças menores de 1 ano As fezes são o maior veículo de transmissão da doença Surtos transmitidos pela água ou ingesta de mariscos Portador crônico? Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar • Quadro clínico o Período de incubação: 15-45 dias → período de incubação largo. o Período prodrômico (uma semana): febre baixa, náuseas, vômitos, intensa astenia e anorexia. § Às vezes, o pediatra pode suspeitar de uma virose “amena”, verminose, dor de barriga, porque na maior das crianças a doença é benigna, e ela costuma ser uma criança anictérica. Tem-se a ideiade que hepatite tem que ter icterícia, mas a hepatite A na criança é anictérica, no adulto já é o contrário, a maior parte é ictérica. o Forma clássica da doença: surgimento de icterícia, colúria, hipocolia ou acolia fecal. o Formas anictéricas: em faixas etárias mais baixas pode ocorrer em até 70% dos casos → principalmente nas crianças. o Em adultos tende a se inverter, com mais de dois terços dos casos de formas ictéricas (colestáticas) → mais ictérica, mais colestática e mais prolongada. • Manifestações clínicas atípicas o Formas recrudescentes bifásicas ou polifásicas: § Queda > 50% no valor das aminotransferases/transaminases, seguida de um aumento > 50% em relação ao menor valor o Forma prolongada: § Persistência na elevação das aminotransferases/transaminases por mais de 6 meses → não chega a cronificar; só se faz acompanhamento ambulatorial, não se administra remédio nenhum. § Evidência de correlação com a cepa viral. o Colestáticas: § Valores de bilirrubina direta em torno ou acima de 15 mg/dl ou persistência → bilirrubina alta; às vezes o paciente chega a ficar amarelo por 9-10 meses, causando angústia no paciente porque ele não melhora da icterícia, nesses casos também só se faz acompanhamento, podendo prescrever alguns sintomáticos, mas não há remédios para a forma aguda; na forma grave deve-se internar e na forma fulminante deve-se transplantar. § Icterícia por mais de 8 semanas, geralmente acompanhada de prurido cutâneo, intolerância alimentar e enzimas canaliculares bastante elevadas. • Diagnóstico sorológico o O principal método diagnóstico utilizado é o ELISA → é um método sorológico. o O diagnóstico de hepatite A na fase aguda é confirmado pela detecção de anticorpos anti-HAV-IgM, detectável no sangue até 2 semanas. o A detecção de IgG não permite diferenciar se a infecção é aguda ou pregressa – positivo por tempo indeterminado → anti-HAV-IgG se refere a hepatite resolvida ou hepatite passada. o A identificação do HAV nas fezes constitui diagnóstico de certeza, porém tem pouca utilidade na prática clínica. Anti-HAV-IgM e anti-HAV-IgG: esses são os métodos diagnósticos que se deve fazer. • Diagnóstico laboratorial o Sugere o diagnóstico de hepatite A: § ALT e AST são as mais utilizadas para suspeição do diagnóstico de hepatite aguda. § Elevam-se acima de 10 vezes o limite superior da normalidade, com predomínio da ALT sobre a AST. § Apesar da sua importância no diagnóstico e segmento, não há evidências da correlação entre prognóstico e elevação das enzimas. § Outros testes bioquímicos: bilirrubinas, FA (fosfatase alcalina), GGT, TAP, proteínas séricas e dosagem de fator V também são importantes para o diagnóstico e acompanhamento. Claro que depois também se pedir também um hemograma, uma prova de função hepática, e ali se verá uma AST e uma ALT bem alteradas, acima de 10 vezes, e outros testes bioquímicos como bilirrubina, fosfatase, gama GT, proteínas, dosagem de fator V (as vezes se faz, quando tem disponível), são fatores importantes muitos vezes para se dar um diagnóstico clínico. Às vezes a criança está com todos aqueles sintomas, mas está anictérica, daí se olha a Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar presença de transaminase de 1000-1500, consolidando o diagnóstico de hepatite. Porque para se falar em hepatite é preciso que se tenha uma elevação de pelo 10 vezes o valor das transaminases, se não, não se pode falar em hepatite. No laboratório de hepatite do Tropical, por exemplo, todo tempo se está chegando pacientes que falam que estão com hepatite, mas as vezes esses pacientes só tem uma icterícia, eles não tem alteração das transaminases, então para se dizer que o paciente tem hepatite, tem que haver alterações expressivas nas transaminases por que são elas que são produzidas lá no fígado. • Profilaxia o Em áreas de alta endemicidade implantar medidas de saneamento básico → obviamente que medidas sanitárias são básicas e importantes. o Práticas de boa higiene. o Consumo de água tratada. o Cuidado com a higiene dos alimentos. o A lavagem das mãos é o método mais eficiente na transmissão (o HAV pode sobreviver na pele humana por mais de 4h). o Vacinação → já foi instituída há uns 2-3 na rede plúbica de saúde, fazendo parte do calendário vacinal. o Imunoglobulina → hoje em dia não se faz mais; antes se tinham situações, como por exemplo, duas crianças em casa, uma pegava hepatite e se fazia imunoglobulina na outra, hoje já não se tem mais esse critério. Geralmente, para hepatite, se dá 15 dias de atestado, devendo a criança ficar 15 dias em casa, contudo a transmissão já começou a ocorrer antes da criança apresentar os sintomas. Então se há uma situação, como essa, de transmissão na escola, os pais da criança que está diagnosticada com hepatite devem avisar a escola, para que se preste atenção nas outras crianças. Não há como se isolar uma criança dentro da escola, então o que se faz é comunicar. Há também a notificação compulsória, em que o médico que atende deve notificar, e com uma vigilância sanitária eficaz ela deve ir na escola orientar as professoras, etc. Mas normalmente só se vê isso acontecer em casos de meningite (quando morre alguém), embora o correto fosse que ocorresse em todos os casos de notificação compulsória. O médico notifica, liga para escola, tomo mundo toda as condutas devidas e se observam as outras crianças que também já podem estar em período e incubação. Mas o correto mesmo seria a vigilância ir lá e fazer tudo isso. Na hepatite fulminante, que o tratamento tem que ser feito com transplante hepático, como que é feito isso, tem que esperar o vírus erradicar do corpo? Não, porque não há tempo para isso. É questão de tempo porque “tempo é vida no transplante”. Quando ele entra em falência hepática e começa a fazer a encefalopatia, os distúrbios de coagulação, quando os critérios de score MELD/PELD (pediatria) classificam que o paciente está dentro dos critérios de transplante, já se aciona o transplante independente do paciente estar em fase aguda, porque há uma demora para entrar em fase crônica, podendo se perder o paciente. Isso é um caso de “urgência urgentíssima”. Lembrando que em Manaus não há transplante hepático, devendo-se mandar para fora, o que se configura com um problema. O apoio de Manaus é Fortaleza, e em geral se consegue transplantar todos os pacientes crônicos, mas nesse caso são situações bem mais eletivas. Mas no caso do fulminante, que depende de toda umaestrutura para transporte, as vezes “emperra”, depende muito da família pressionar, etc, mas já se conseguiu. Fazer transplante com o paciente ainda na fase aguda e com viremia, não corre o risco do novo fígado também ser atingido? Normalmente não. Isso vale para os crônicos, pois nos crônicos que transplantam, eles fazem, além do imunossupressor para não haver rejeição, fica-se dando o antiviral pelo resto da vida, para o vírus “não vir”. Mas no caso da hepatite aguda isso não acontece, não dá tempo dela fazer uma outra hepatite fulminante porque ela já estava no pico da viremia na fase fulminante “prévia”. HEPATITE E É uma hepatite um pouco desconhecida porque as pessoas não pedem a sorologia, não tem na rede pública a sorologia, então ela entra como diagnóstico de exclusão e só se consegue pedir sorologia pela rede particular, que é o anti-HEV-IgM e o anti-HEV-IgG. Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar • Prevalência mundial do HEV Em geral ela ocorre nesses países, mas no Brasil já há bastante casos pontuais em algumas regiões (o mapa está desatualizado). Contudo, aqui quase não se faz inquérito epidemiológico de hepatite E. • Hepatite Viral E o De classificação incerta até o momento → mas, parece ser um Picornavírus. o Picornavírus, calivirírus, togavírus, novo RNA-vírus? → hoje já se tem certeza de que é um RNA-vírus, não é um DNA. o Apresenta pelo menos 4 genótipos. o Vírus pequeno, não envelopado. o Vírus RNA de fita simples → é um vírus bem simples em relação aos outros. • Hepatite Viral E no Brasil → inquérito que a SBH sobre o vírus da hepatite E circulante no Brasil. o O VHE circula no Brasil, caráter de zoonose. o Em São Paulo em amostra domiciliar – 1,7%. o Mineradores da região amazônica – 6,0% → é uma hepatite bem frusta (não corresponde à expectativa), ela realmente não tem muitos sintomas, por isso que ela passa um pouco desapercebida. o Em Campinas por inquérito sorológico: § Profissionais da saúde – 2,6%. § Trabalhadores em hospital – 13,3%. § Profissionais do sexo – 17,7%. o Em Porto Alegre (Vila Bom Jesus) – 7,6%. • Transmissão o A água é o principal meio transmissor. o Contaminação com dejetos. o Em porcos, galinhas, ratões, macacos → diferentemente da hepatite A, em que a transmissão por esses animais não ocorre. o Transmissão sexual provável → diferente da hepatite A, que não é transmitida sexualmente; mas, existe a forma de transmissão entre HSH, aí se torna mais frequente transmissão de hepatite A. o Transmissão pessoa a pessoa é rara → contato interpessoal, que na hepatite A é muito frequente, na hepatite E já não é tanto. o O homem é reservatório por curto período → na hepatite A, o homem é um reservatório de longo período. o Período de incubação de 2-9 semanas → período de incubação é mais “curtinho” que o da hepatite A (15-45 dias). • Diagnóstico o Suspeita em áreas não endêmicas por exclusão. o Devem ser excluídos VHA, VHB, VHC, CMV (citomegalovírus), VEB (vírus Epstein–Barr) → depois de se excluírem todas as suspeitas desses vírus, deve-se testar para vírus E, porque ele realmente é mais raro. o Ocorrência de surtos epidêmicos (fecal/oral). o Reservatórios de água como fonte de contágio. o Laboratório: anti-HEV-IgM, anti-HEV-IgG, RNA-VHE → os principais diagnósticos laboratoriais são o anti- HEV-IgM e o anti-HEV-IgG; qualquer um desses vírus pode ser diagnosticado pela biologia molecular, que é a pesquisa do RNA, no caso do vírus A é o RNA-VHA e no caso do vírus é o RNA-VHE, ou seja biologia molecular para pesquisa direta dos vírus que podem ser feitas a qualquer momento, mas são métodos caros, na qual a sorologia ajuda tranquilamente a diagnosticar os casos do dia-a-dia. Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar • Aspectos clínicos o Apenas a forma clínica aguda, “não cronifica” → no ano passado, saiu um artigo de um paciente HIV positivo que teria cronificado o vírus E, portanto, ainda é um vírus que ainda não se tem certeza se ele realmente não cronifica; mas a princípio, no geral, ele não tende a cronificar. o Curso clínico na maioria das vezes é benigno. o Evolução fulminante em 15-25% das gestantes. o Nas gestantes a mortalidade aumenta no 3º trimestre → a importância do vírus E está na gestante, devendo chamar atenção para esses casos. o Aumento da sensibilidade à agressão de endotoxinas de bactérias Gram-negativas do trato intestinal → é como se o vírus da hepatite E aguçasse essas batérias gram-negativas para elas translocarem e aí a gestante evolui como se fosse uma sepse por gram-negativo e morre; então deve-se ter muito cuidado com a gestante em hepatite E, por isso que na gestação se orienta que elas não comam alimentos crus, que elas tenham maior cuidado com a higiene, tudo em função também da questão da hepatite E, porque realmente aumenta a mortalidade. o Geralmente é sub-clínica anictérica. o As manifestações clínicas, quando se exteriorizam, são similares às outras formas de hepatite aguda. o As formas ictéricas são associadas a gravidade → como é o caso da hepatite A. o A mortalidade geral é 1% a 2% → mortalidade muito baixa. o A hepatite fulminante ocorre em 1% a 3% → quando ela ocorre, ocorre mais em gestantes, chegando de 1-3% dos casos. • Prevenção o Saneamento básico com tratamento de água e esgotos. o Durante epidemias é importante ferver a água. o Isolamento de pessoas infectadas não é eficaz. o Valor de imunoglobulinas séricas é discutível → não se faz. o Estudos preliminares com vacinas recombinantes → por enquanto é um vírus que ainda não tem vacina. HEBATITE B • Família: Hepadnaviridae. • Gênero: Orthohepadnavirus. • Espécie: Hepatitis B vírus. • Doença infecciosa de transmissão inter-humana, evolução aguda ou crônica com alta mortalidade. • Tem a capacidade de causar patogenicidade ao tecido hepático → vírus hepatotrópico, tem tropismo pelo fígado. • Transmissão: percutâneo-mucosa, sexual, vertical, parenteral. • Incubação: 2 a 6 meses. • Cronifica. • Prevenção: vacina contra a hepatite B. • O vírus da hepatite B: É um vírus complexo, pois tem vários segmentos, o AgHBs ou HBsAg, o anti-HBs, HBeAg, anti-HBV, anti-HBE, anti-HBC total, anti-HBC-IgM e o HBsAg, então, por ele ser complexo, têm várias partículas e aí que se perde na interpretação dos exames. Ele é o único das hepatites que é um vírus DNA, então ele é um DNA vírus, os outros todos são RNA vírus (vírus mais simples). Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro DestacarGabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar • Ciclo de replicação viral na hepatite B Ele tem se converter em RNA vírus para que ele possa infectar, então ele faz a infecção, faz a síntese do DNA VHB, faz a envelopagem e aí através da liberação dos virions é que ele faz a infecção dos hepatócitos. Ele “mora” no núcleo dos hepatócitos, por isso que ele cronifica. Até hoje não se tem um a remédio que elimine o vírus o CCCDNA de dentro do núcleo dos hepatócitos, que é a célula do fígado, por isso que ele não cura. Aquela pessoa que não eliminou o vírus em 6 meses, diz-se que é um portador crônico do vírus B, ele pode ser um portador crônico inativo/assintomático, mas ao longo dos anos ele pode evoluir para a doença. Por isso que se tem o acompanhamento, para verificar se ele irá utilizar a medicação ou não. • Epidemiologia Há milhões de pessoas com evidência sorológica. Muita gente tem o vírus, mas como são vírus silenciosos na maioria das vezes, a pessoa pega, não sabe que tem e acaba transmitindo, passando a vida com ele e as vezes só descobre porque realizou algum exame e houve alteração das transaminases e aí vai atrás. • Epidemiologia na região amazônica A região amazônica é uma região endêmica para o vírus B. A região onde se verificam as linhas brancas, pegando parte do Acre, é o que se chama de “Quadrilátero das Hepatites”. Nessa região, tem-se uma concentração bem maior de vírus de hepatite B, que foi ao longo dos anos transmitidos de famílias inteiras com vírus. E nessa região especificamente, há uma concentração de vírus Delta. Quem tem B, pode ter o Delta. Nessa região tem-se a concentração de B com Delta. O vírus B tem em toda a região, tem no Pará, mas quando se pega a região Amazônica, a transmissão é interfamiliar, transmitida através da mãe ao nascer, sendo essa a forma mais comum de transmissão do vírus da hepatite B no Amazonas. Diferentemente nos outros países e no resto do Brasil, que as pessoas se infectam através das relações sexuais já na fase adulta da vida. • Transmissão – VHB Um milhão de mortes anualmente Dois milhões de pessoas com evidência sorológica 350 milhões de portadores inativos 400 milhões de portadores crônicos inativos Transmissão - HVB Populações/Regiões de BAIXA prevalência Populações/Regiões de ALTA prevalência Atividade sexual Grupos de risco Transmissão vertical Contato íntimo Após adolescência Antes dos 15 anos Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Tem-se as populações das regiões de baixa prevalência, seria o resto do país e o resto do mundo, essas pessoas vão se infectar após a adolescência, através da atividade sexual ou através dos grupos de risco (como o HIV; da mesma forma que se infecta com o HIV, corre-se o risco de se infectar com a hepatite C e B). Populações de alta prevalência como a da região amazônica a transmissão ocorre antes dos 15 anos, ou seja, através de transmissão vertical (através da mãe para o filho, no nascimento) ou no contato íntimo prolongado das famílias com hepatite que se transmite porque eles tem o hábito de compartilhar uma série de objetos pessoais, que permite assim que o vírus circule dentro da residência. E obviamente, quanto mais cedo se pega o vírus, mais grave é ao longo da vida, essa criança/esse paciente jovem vai ter cirrose mais precocemente; ele evolui para cronicidade e elimina menos o vírus do que quando se pega na idade adulta. • Transmissão sexual o Muito eficaz → transmite muito facilmente. o Anti-HBc total → marcador de atividade sexual. o Mais provável: § Quanto maior a carga viral. • Infecção aguda. • Portador HBeAG+ → HBeAg é o marcador de replicação viral. § Quanto maior o número de parceiros. § Comum entre profissionais do sexo quando não se protegem, nem fazem uso de preservativo. • Transmissão vertical → não ocorre durante a gestação. o Na hora do parto. o Contato íntimo nos primeiros dias. o Amamentação – sem importância? → amamentação liberada, ela não transmite! Hoje a única coisa que contraindica a amamentação é o HIV. o Fatores determinantes para que a mãe transmita mais ou menos para o seu bebê: § Status do HBeAg das mães portadoras → no último trimestre de gestação/na hora do parto, que é um marcador de replicação. § Estar com uma infecção aguda no 3º trimestre de gestação → quando se sabe que a gestante tem o vírus, nos últimos 3 meses de gestação se dá o antiviral para diminuir essa carga viral, de modo a torná-la indetectável, para que na hora do parto ocorra o mínimo possível da transmissão do seu concepto. E na hora do parto a criança também recebe uma dose de vacina e uma dose de imunoglobulina, ela começa a vacinação ali na hora do parto (até 12h de vida) e na hepatite B, deve-se administrar imunoglobulina para a criança logo no momento que nasce, isso é um bloqueio muito eficaz, dificilmente uma criança e uma mãe que faça tudo isso irá transmitir para a criança a doença. A vacina de hepatite B não tem reação nenhuma, é muito tranquila porque foi feita com engenharia genética, sendo uma vacina muito boa. • Possíveis meios de transmissão horizontal → meios que levam a discursão do porque que as famílias do Quadrilátero das Hepatites concentram tantos casos. Não se tem muita certeza quanto a esses meios, mas algumas situações em que se percebeu possíveis meios de transmissão são: o Compartilhar alimentos e objetos (frutas, chicletes, chimarrão, escovas de dentes, lâminas de barbear). o Dormir na mesma cama ou rede (fômites) → com pouca roupa e muitas feridas no corpo, havendo situações de contato íntimo. o Fatores culturais (escarificação de pele/tatuagem, multilações). o Doenças de pele (leishmaniose, escabiose). o Pouca indumentária, lesões cutâneas: exposição de sangue e soro, portas de entrada. Já se pensou até que a probóscide do inseto pica um e pica outro quando desce, transmitindo o vírus, embora isso tudo sejam especulações em função de se tentar justificar o porque que naquele lugar há tantos casos. É interessante o fato de que o vírus Delta está lá há um tempo, desde que foi descoberto, e não se sabe como ele chegou lá e não se entende porque que ele não se dissemina no resto do Estado, “lá ele está e lá ele fica”. Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar GabrielPinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar • Infecção aguda pelo VHB o O período de incubação da hepatite B aguda situa-se entre 45 e 180 dias, com média de 75 dias. o Nos pacientes sintomáticos, a hepatite B, usualmente evolui nas seguintes fases: prodrômica, ictérica (só faz icterícia em 20% dos casos) e convalescente → é uma doença muito silenciosa, e somente 20% dos pacientes irão saber que tiveram hepatite B, o resto só vão descobrir se vierem a adoecer ou se fizerem algum exame por alguma razão. o A hepatite B crônica pode evoluir de forma persistente/ativa ou inativa, durante a vida toda do paciente, e aí depois deve-se classificar esse paciente para se ele vai precisar de remédio ou não → se diz que um paciente é crônico se com 6 meses de doença após o diagnóstico inicial ele ainda persistir com o vírus, ou seja, com a presença da partícula HBsAg no sangue. Se ele persistir depois de 6 meses com essa partícula HBsAg no sangue, ele não vai eliminar mais, ele vai passar a ser portador crônico pelo resto da vida, e pode precisar de tratamento ou não. • Infecção natural pelo VHB Observar que, quanto mais cedo pegar a doença, pior é. • Diagnostico laboratorial de hepatite B aguda o ALT e AST elevadas, geralmente encontram-se acima de 500 U.I./L na hepatite aguda e abaixo na crônica. o A bilirrubina total se eleva, podendo alcançar níveis entre 5 e 20 mg%. o A fosfatase alcalina e GGT geralmente estão aumentados. o O leucograma geralmente revela neutropenia com linfocitose relativa. São as mesmas características das outras hepatites, não dá para se definir se é A, B, C, D ou E numa hepatite aguda. Sabe-se que é uma hepatite, então a hipótese diagnóstica deve ser “hepatite viral aguda”. Quem vai dizer qual o tipo é o laboratório, mas não se tem como descobrir apenas pela clínica. Obviamente que às vezes se tem uma paciente com uma história epidemiológica característica, ajudando um pouco, mas não dá para “bater o martelo”. • Curso sorológico de hepatite B aguda HBsAg é o vírus. Inicialmente, o paciente faz a viremia. A tendência, num paciente que cura, é que o HBsAg cai. No momento que a viremia desce, começa a aumentar o anti-HBc total junto com o IgM (IgM sabe-se que se trata da fase aguda da doença). Hoje não se fala de anti-HBc IgG, fala-se em anti- HBc total. Total significa IgM mais IgG. Então sobe os dois, e aí o IgM, que é a forma aguda, vai junto com o HBsAg permanecendo para a vida toda o anti-HBc total. Partícula de replicação que é o HBe, daí ele para de replicar e fica o anti-HBe Horizontal Cronicidade Cirrose Carcinoma hepatocelular Cura Fulminante Vertical Perinatal/até 5 anos de idade Cronicidade Óbito por doença hepática na fase adulta (ex: cirrose) 10% 3-5% < 1% 90-95% 90-95% 25% Forma mais comum no caso aqui da região Amazônica 5-10% Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar para a vida toda. Só que para se saber que esse vírus está resolvido, tem que haver produção de anti-HBs, pois ele que é a imunidade. Muitas vezes o paciente até tem o vírus, e ele não consegue suscitar o anti-HBs, sendo necessário ajudá-lo com a vacina, de modo que a titulação fique acima de 10 para saber que ele está protegido. Portanto, passado resolvido de hepatite B: HBsAg negativo, anti-HBc total positivo, anti-HBs positivo. Nessa situação, sabe- se que o paciente teve hepatite B, ele resolveu porque adquiriu a imunidade através do anti-HBs. • Curso sorológico de infecção crônica pelo HBV E no caso desse paciente não conseguir, em 6 meses, mandar embora o vírus? Veja, em vermelho, que o HBsAg e o anti-HBc total vão ficar para o resto da vida e a partícula aguda caiu, mas não apareceu no gráfico o anti-HBs, que seria a cura/resolução do processo. O HBe e anti-HBe são partículas de replicação, eles podem na cronicidade ficar replicando por longa data, e isso significa alta viremia, então o HBe e o anti-HBe obviamente que naquele que elimina, vai ser o anti-HBe, mas o que fica crônica ele pode permanecer HBe mesmo, ou ele pode fazer o anti-HBe. Aqui é uma questão setorial, no Amazonas é mais frequente o crônico ser anti-HBe, mas pode-se ter o HBe também na cronicidade. Agora, não apareceu o anti-HBs, então esse paciente que fica sob observação durante 6 meses para ver se o anti-HBs vai aparecer, se deu 6 meses de acompanhamento e o anti-HBs não apareceu, deve-se informar para o paciente que não há mais possibilidade de cura e que ele irá passar o resto da vida com o vírus, devendo-se fazer um acompanhamento permanente. • Resumo da sorologia: Aguda Crônica ativa Crônica inativa Curada Pós vacina HBsAg + + + - - HBeAg + + - - - Anti-HBc total - + + + - Anti-HBc IgM + - - - - Anti-HBs - - - + + Se o paciente tem uma hepatite B aguda, ele vai ter HBsAg+, HBeAg+ e anti-HBc IgM+. Se ele tem uma hepatite crônica ativa, ou seja, o vírus está replicando, ele vai ter HBsAg+, o HBeAg+, porque o HBe é a partícula de replicação, o anti-HBc total+ porque ele é a partícula passada. Se ele tem uma crônica inativa, ele vai ter só o HBsAg+ e o anti-HBc total+. Se ele tem uma hepatite B passada/curada/resolvida, na qual o vírus foi eliminado, vai se ter o anti-HBc total+ e o anti-HBs+. Alguns pacientes, em determinados casos, chegam com anti-HBs positivo, só que é alguém que vacinou, e uma vez vacinado, é necessário ter anti-HBs+. Às vezes, vem anti-HBs e anti-HBc total positivos e o paciente achando que tem hepatite, mas na verdade é um caso resolvido. Tem que saber interpretar a sorologia! • Profilaxia → “como que se evita a hepatite B?” o Vacinação → vacina eficaz e tranquilo, em 3 doses Com essas 3 doses a criança fica imunizada pelo resto da vida, salvo algumas situações em que precise fazer uma dose de reforço, mas a princípio esse é o calendário vacinal da hepatite B. Geralmente, todas as hepatites vão cursar com hepatoesplenomegalia dolorsa, não muito grandes, mas pode ter. O quadro clínico delas não muda, pode ter icterícia, pode ser só dor abdominal com náusea, vômito, mal-estar, astenia, a febre das hepatites agudas é sempre uma febre baixa, diferente de outras viroses (como dengue). Então o quadro clínico é semelhante, mas se palpar, sempre se terá uma hepatoesplenomegalia, principalmente uma hepatomegalia. ESQUEMA DE VACINAÇÃO CONTRA HEPATITE B TRÊS DOSES – VIA INTRAMUSCULAR 1ª dose Primeiras 12 horas de vida 2ª dose 1 mês após a primeira 3ª dose 6 meses após a primeira Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar HEPATITE DELTA A hepatite Delta é umvírus defeituoso que precisa do vírus da hepatite B para poder entrar na célula. Ele não existe sem a hepatite B. Então só tem Delta, quem é portador de hepatite B. Não existe paciente só com Delta. • Hepatite D o Rizzetto et al, 1977. o Gênero Delta, família deltaviridae. o Agente defectivo ou incompleto, dependendo da presença do VHB para exercer suas propriedades de replicação e transmissão. o Utiliza-se do DNA do VHB, assim como de seu envoltório de proteínas, o HbsAg. o Instalando-se no núcleo dos hepatócitos pode se replicar mesmo na ausência de VHB → no momento o vírus da hepatite Delta ele entra no hepatócito, ele tende a anular o vírus da hepatite B; o vírus da hepatite B diminui a sua replicação, porque toda vez que se tem 2 vírus, há uma competição e um vai sobrepor o outro, e nesse caso, o vírus Delta se utiliza do vírus B só para entrar no hepatócito, mas no momento em que ele está lá dentro, e se faz a carga viral do vírus D, ela indetectável, mas se sabe que o vírus B está lá porque tem o HBsAg+. Mas é interessante porque o Delta suprime o vírus B e aí começa a trabalhar. É um vírus extremamente agressivo e rápido. É difícil falar de hepatite Delta aguda, porque em geral ele é tão rápido, que quando detectado ele já se encontra em cronicidade, mas existem casos agudos.. o A hepatite D é mais frequente abaixo dos 15 anos de idade nas áreas de maior prevalência como na Amazônia, incidindo entre a terceira e a quarta décadas de vida, em outros grupos populacionais → é frequente abaixo dos 15 anos de idade porque a região amazônica afetada e algumas regiões da África e da Ásia no mundo é que tem hepatite Delta, tanto que quase não há muitas pesquisas de hepatite Delta. Somente agora que a Alemanha e a França estão interessadas em tratar e produzir vacina devido a questão das migrações, em que pessoas com hepatite Delta começaram a migrar para esses países. Mas até o momento é uma doença que o único tratamento é esperar que ela evolua para a forma crônica cirrotizada, que não demora muito (em torno de 7 anos) e transplantar. O sucesso do transplante da hepatite Delta é maravilhoso, porque se pega sempre um paciente jovem, sem comorbidade nenhuma, com coração bom, rim bom, se devolvendo a vida desses pacientes. A maioria dos pacientes transplantados no Tropical são de Delta, e é interessante que eles reagem muito bem. o Há evidências de que cerca de 5% dos 350 milhões de portadores do HBV em todo o mundo estejam infectados pelo HDV. o Correspondendo a 15 a 18 milhões de indivíduos, distribuídos de forma endêmica ou epidêmica • Distribuição geográfica da infecção por VHD Falar de estatísticas é complicado, porque a doença vem quantificando devido a essas migrações, mas no Brasil, o local em que se encontra a hepatite delta é no Quadrilátero das Hepatites. Em vermelho, estão os principais locais com hepatite Delta, e pode- se verificar que são bem poucos, só que agora a Europa está começando a ter alguns bolsões, por conta dos migrantes que estão chegando lá. • Prevalência do VHD em portadores do VHB (HBsAg+) Na região amazônica, a região afetada é a do Quadrilátero das Hepatites, só que agora mostrando uma estatística maior. Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Há duas formas de se adquirir a hepatite Delta: tem-se a forma de coinfecção e de superinfecção. • Coinfecção VHB-VHD o A infecção com o vírus D ocorre simultaneamente com o HBV de fase aguda. o A coinfecção é usualmente autolimitada como a infecção aguda pelo vírus B, embora com alta morbidade. A forma de coinfecção é quando se adquire os dois vírus juntos, o B e o Dellta. Alguém tinha B e Delta e passou. Porque o anti-HDV, se pode fazer o anti-HDV IgM e o anti-HDV total. E com isso pode-se ter a forma aguda. A coeinfecção geralmente é autolimitada, mas tem alta mortalidade por causa da hepatite fulminante. • Superinfecção VHB-VHD o A infecção com o vírus D ocorre em portadores crônicos da hepatite B. o A superinfecção pode causar hepatite aguda de acentuada gravidade, algumas vezes fulminante com mortalidade de 2 a 20%, ou evoluir para hepatite crônica e cirrose em cerca de 70% dos pacientes. A superinfecção acontece em pacientes que já são portadores do vírus B e em um determinado momento ele se infecta com o vírus Delta, adquirindo esse vírus. Então, ele ocorre em cima de um paciente que já é crônica, podendo causar uma hepatite aguda, muitas vezes até fulminante, levando a uma mortalidade de até 20% dos pacientes. E esses pacientes que tem essa superinfecção tendem a cirrotizar mais. A sorologia do delta é anti-Delta, anti-HDV IgM e anti-HDV total, que seria o IgG. O quadro clínico do Delta é chamado de “mais florido”, uma vez que tem mais coisas do que os quadros clínicos das outras hepatites. • Aspectos clínicas da hepatite aguda – Coinfecção o Quadro clínico moderado ou severo → é mais severo. o Icterícia significativa. o Prolongamento do TAP. o Evolução bifásica → muitas das vezes quando se verifica o B e Delta, percebe-se um aumento maior da AST sobre a ALT, porque em todas as outras hepatites, elas aumentam mais a ALT do que a AST, já no Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Delta acaba ocorrendo mais essa inversão, a AST > ALT, expressando já a ação do vírus Delta maior que a do vírus B. § Aumento significativo da ALT (expressando o VHB). § Aumento significativo da AST (expressando o VHD). • Aspectos clínicos da hepatite crônica delta o Episódio passado de hepatite aguda (superinfecção primária?) → passado de infeção aguda, podendo ser coinfecção ou superinfecção. o Episódio passado de hepatite aguda pelo VHB? o Doença presente com ALT e AST normais → em geral ela não é normal quanto as outras hepatites, podem ser até normal na parte crônica. o Geralmente ALT e AST (4-8x valor normal) → quando agudiza, ela aumenta em torno de 4 a 8 vezes o valor normal. o Paciente evolui com leucopenia, trombocitopenia e gamaglobulinemia marcante. o Aparecimento abrupto dos sintomas com intensa astenia. o Icterícia contínua em 75% a 90% dos pacientes → bem elevada. o Aparecimento precoce de estigmas de cirrose hepática (CH). o Quando o paciente evolui para doença crônica de hepatite Delta, ele faz: ⇒ Esplenomegalia volumose – 85%; ⇒ Icterícia acentuada – 75 a 90%; ⇒ Astenia; ⇒ Estigmas de hepatite C (ginecomastia, aranhas vasculares, circulação colateral); ⇒ ALT (4-8 N); ⇒ Evolução para cirrose hepática (5 a 10 anos) – 80% dos casos → na hepatite B pode levar 20 anos para se fazer uma cirrose, na hepatite C pode levar 30 anos, mas na Delta pode-se fazer uma cirrose em 5 anos. Crianças já entraram em óbito por cirrose hepática por hepatite Delta; ⇒ Pancitopenia e hiperglobulinemia→ não se vê nas outras hepatites; ⇒ Eosinofilia periférica e hepatocitária – 40% evolui para CH em 3 a 5 anos → não se vê nas outras hepatites. • Profilaxia o Vacinação para hepatite B → se estiver protegido contra a hepatite B, e não pegando hepatite B, também não irá pegar hepatite Delta. Não existe vacina para hepatite Delta, mas a proteção é se vacinar para a B. HEPATITE C → “Epidemia silenciosa do século 21” Fala-se em ser uma epidemia maior até do que a do HIV. • O vírus da hepatite C o Até 1989 uma “doença sem um agente biológico identificado”. o Descrita em 1974 como uma hepatite que não era B e não era A, sendo chamada de “hepatite não-A-não-B” ou hepatite NANB. o Clonagem e identificação do VHC em 1988-1989. o 70-90% dos infectados são assintomáticos. o Vírus oncogênico → desenvolve câncer. o Em 30% a 40% dos indivíduos não se identifica fator(es) de risco → antigamente se achava que ela só aparecia por transfusão de sangue, hoje em dia se sabe que a maior parte ocorre por transfusão de sangue, por agulhas contaminadas em usuários de drogas injetáveis, uso de piercing, uso de material contaminado e também um baixo percentual de transmissão sexual. o RNA vírus. Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar • Epidemiologia 200 milhões de pessoas infectadas, algumas estatísticas falam em 180. Mas há muitas pessoas que não sabem que tem a infecção pelo vírus da hepatite C, devido ao fato de ser uma doença silenciosa, sendo muito difícil de se ver um caso de hepatite C aguda, ao contrário da crônica. Ela é uma doença anictérica, então quando se vai investigar o paciente já tem o vírus ou já teve e eliminou o vírus. o Tendência a cronificação (70-85%). o Leva à cirrose (20-30%) e ao hepatocarcinoma (4%). o Maior causa de transplante [hepático] em países desenvolvidos. • Transmissão o Comuns: § Uso de drogas injetáveis. § Transfusão de sangue e hemoderivados → no passado ocorreu muita transmissão por transfusão, tanto que quem recebeu sangue antes de 1992 deverá obrigatoriamente fazer um teste para o vírus C, porque até 92 não se testava nos bancos de sangue, por que o vírus era desconhecido; toda a população baby boomer, que é a população pós-guerra (nascidos entre 1944-1964) deve ser testada para o vírus C, devido ao fato de ter sido uma população que usou agulhas não descartáveis. Naquela época as seringas eram de vidro e as agulhas eram fundidas. As vacinas nas escolas eram dadas com uma pistola, se utilizando a mesma agulha em todo mundo. Nos EUA já houve uma grande campanha de testagem para o vírus C em baby boomers, no Brasil já se tentou uma campanha, mas não se orientou direito. É nessa população acima de 45-48 anos que se encontram os maiores números de casos de hepatite C, não são nos jovens. Até porque no Brasil, não se tem muitos usuários de drogas injetáveis (são mais drogas fumadas/inaladas), como ocorre nos EUA e Europa em que o número e a transmissão pro essas causas são bem maiores. § Tratamento dentário. o Pouco comuns: § Hemodiálise (hoje). § Contato hospitalar. § Sexual. § Exposição familiar. § Exposição perinatal. • Clínica da hepatite C aguda: o Período de incubação: 9-12 semanas pós-infeção. § Pós-transfusional: período de incubação diminui para 1-2 semanas. o Infecção subclínica em 1/3 dos pacientes. o Quadro de hepatite fulminante é incomum/rara. o Quando sintomáticos, é mais ou menos parecido com as outras hepatites, observando-se: § Astenia: 30-40%; § Icterícia: 20%; § Febre: 10-20%; § Desconforto abdominal: 5-15%; Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar § Síndrome depressiva (<10%) → a hepatite C tanto na sua forma aguda, quanto crônica, leva a depressão; § Elevação das aminotransferases (até 15x valor normal). Hoje em dia já se entende a hepatite C como uma doença sistêmica, porque ela tem uma série de manifestações extra-hepáticas: ela atinge a tireóide, faz doença de pele, faz doença articular, faz doença ocular, depressão. Por isso, muitas das vezes, são outras especialidades que detectam hepatite C e encaminham ao infectologista, sendo uma doença que envolve todo o sistema. • História natural da hepatite C É anictérica em 80% dos casos. Os 20% que fazem icterícia podem levar a hepatite fulminante. Leva a infecção crônica em 80% dos casos, cursando inclusive com ALT normal. Pode levar à cirrose e ao câncer de fígado, principalmente entre 10-30 anos da infeção, sendo bem variável. • Fatores de risco para a progressão para a hepatite crônica o Hepatite pós-transfusional → a hepatite C era chamada de hepatite pós-transfusional, mas agora sabe- se que ela pode acontecer em decorrência de outras situações. o Exposição parenteral (carga viral) → risco para progressão da doença. o Grandes volumes transfusionais (carga viral). o Quasispecies (mutações genéticas do vírus). o Sintomas severos durante a fase aguda → pouco visto. o Altos níveis de ALT durante a fase aguda. o HCV-RNA com baixos títulos → carga viral em baixos títulos. o Sexo masculino → no homem, sobretudo acima de 40 anos, a doença progride mais rapidamente para cronicidade e gravidade. o Idade (> 40 anos). • Clínica da hepatite crônica o Apenas 6% dos pacientes tem sintomas de doença hepática. o Maioria são assintomáticos com ALT aumentada (73,8%). o Fadiga é o sintoma mais comum. o Relato frequente de dor no hipocôndrio direito. o Nos cirróticos mesmo assintomáticos, observa-se: § Fígado endurecido em 79% dos pacientes. § Esplenomegalia em 31% dos pacientes. § Estigmas de hepatopatia crônica → como se vê em qualquer outra hepatite. • Diagnóstico O diagnóstico é um pouco diferente na hepatite C, porque em todos os outros se faz o ELISA, mas na hepatite C, quando se faz o anti-HCV, que é o método ELISA, não existe o anti-HCV IgM e o anti-HCV total, então como que se vai saber se esse paciente está na fase aguda, ou se ele já teve e ficou curado? É necessário fazer a biologia molecular (HCV-RNA). Então, diante de um paciente com anti-HCV positivo, na hepatite C, tem-se que obrigatoriamente pedir o HCV-RNA (embora custosa, tem disponível na rede pública parahepatite C). Se o HCV-RNA vier positivo, ele tem o vírus da hepatite C. Se o HCV-RNA vier negativo, aquele anti-HCV é um passado resolvido na vida dele. Deve-se atentar para isso, porque muitas das vezes o paciente chega com o médico com o anti-HCV positivo achando que vai morrer, ou que pegou o vírus novamente, quando na verdade, se for um caso já resolvido, o paciente terá anti-HCV positivo pelo resto da vida. “Se eu tive catapora, meu sangue vai dizer que eu tive catapora Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar pelo resto da minha vida”. O real diagnóstico só pode ser dado em associação com o PCR/biologia molecular. O vírus da hepatite C é o único vírus em que se precisa da biologia molecular para se dizer se o paciente tem ou não. Embora a hepatite C tenha forma aguda e crônica, não se consegue definir, porque não tem IgM. O que dá para saber é se há uma alta ou baixa viremia, mas isso não é definidor da forma da doença, de maneira que não tem como saber se é agudo ou crônico. Tanto que quando se pega um paciente com hepatite C, normalmente já se trata. Antigamente quando não se tinha tratamento, se esperava 6 meses para ver se ia cronificar ou não, hoje já não precisa. Chegou paciente com hepatite C, já se pode iniciar o tratamento, porque hoje os tratamentos têm cura, o vírus é curável, é um tratamento de curta duração (8-24 semanas) e com pouquíssimos efeitos colaterais (por não ser mais a base de interferon, como era antes). Sendo curável, já se evita a questão da transmissão. Então, hoje em dia, se diagnosticou um paciente, seja ele na fase aguda ou crônica, inicia-se o tratamento para hepatite C e se obtem a cura. o Anti-HCV: não mostra imunidade adquirida, mas sim a presença do vírus C. o Torna-se positivo vários meses após a doença, podendo permanecer presente por um período prolongado, independentemente do curso da infecção. o Raramente é detectável na fase aguda. o Deve ser solicitado para o diagnóstico diferencial das hepatites agudas. o Quando negativo na fase aguda, deve ser repetido em 90-180 dias. o Diante de um resultado ANTI-HCV REAGENTE devemos solicitar o PCR (qualitativo, que irá dizer se é positivo ou negativo ou quantitativo, que irá dizer o tamanho da carga viral do paciente). o Apenas ANTI-HCV REAGENTE pode significar contato ou passado resolvido → então para se dizer que o paciente tem um passado resolvido, é preciso ter um PCR negativo/não reagente, de modo que se possa dizer ao paciente que ele teve contato com o vírus, mas que já foi resolvido e ele não está mais presente. Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar
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