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Análise qualitativa de Microrganismos JABOATÃO, JUNHO DE 2021 1. INTRODUÇÃO Antes do teste bioquímico, é necessário saber se o microrganismo é gram-positivo ou gram- negativo, pois para cada grupo existe um conjunto de provas. Vários tipos de ensaios são utilizados na análise de alimentos, os ensaios qualitativos indicam a presença ou ausência de um microrganismo, na qual tem-se como principais a serem analisados em amostras de alimentos: Salmonella sp., Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa. Todos utilizam as mesmas técnicas microbiológicas básicas, que são o enriquecimento em um ou mais caldos específicos e o posterior isolamento em meios sólidos. 1.1 Escherichia coli 1.2 Staphylococcusaureus 1.3 Salmonella sp. 1.4 Pseudomonas aeruginosas Confirmação Essa etapa objetiva confirmar a identidade da cultura isolada, através de testes que verificam características típicas do(s) microrganismo(s) alvo. As características mais usadas na confirmação são as morfológicas, as bioquímicas e as sorológicas. Os testes mais utilizados são os descritos abaixo: Teste de catalase. Objetiva verificar se a bactéria é capaz de produzir a enzima catalase, responsável pela decomposição do peróxido de hidrogênio (H2O2 ). O peróxido de hidrogênio (água oxigenada) é um metabólito formado durante a utilização aeróbica dos carboidratos. É tóxico e pode provocar a morte das células se não for rapidamente decomposto. A decomposição desse material ocorre através da ação das enzimas classificadas como hidroperoxidases, que incluem a peroxidase e a catalase (peróxido de hidrogênio redutase). A maioria das bactérias aeróbias e anaeróbias facultativas que contêm citocromo também apresentam catalase. A maioria das bactérias anaeróbias, como Clostridium sp, por exemplo, possuem peroxidase em lugar da catalase. As bactérias que não apresentam catalase ou peroxidase não são capazes de decompor o peróxido de hidrogênio, tendo seu crescimento inibido pelo acúmulo desse produto do seu próprio metabolismo. Teste de indol Objetiva verificar se a bactéria é capaz de desaminar o aminoácido triptofano. A desaminação do triptofano depende da disponibilidade pelas bactérias do complexo enzimático triptofanase, que desamina o triptofano resultando em indol, ácido pirúvico, amônia e energia. O indol liberado para o meio de cultura pode ser detectado por uma reação química com o aldeído presente no reagente de Kovacs para teste de indol (p-dimetilamino benzaldeído), que resulta em produtos de condensação coloridos. Esses compostos, de cor vermelho-violeta, ficam concentrados na fase alcoólica do reagente, formando um anel na superfície do meio de cultura líquido. Teste de oxidase Objetiva verificar a presença da enzima citocromo C, uma das oxidases que participam do processo oxidativo de respiração celular. O metabolismo de respiração celular nas bactérias aeróbias e anaeróbias facultativas apresenta, como etapa final do processo, o sistema de transporte de elétrons. Esse sistema é uma seqüência de reações de óxido redução, em que elétrons são transferidos de um substrato para outro, com a produção de energia. No final da cadeia, o aceptor final de elétrons, que se oxida para manter o sistema funcionando, é o oxigênio, que recebe os elétrons transportados pelos substratos anteriores. Para que a transferência de elétrons para o oxigênio possa ocorrer é necessária a participação de um grupo especial de enzimas de transporte de elétrons, as citocromo oxidases, presentes em todas as bactérias que utilizam o metabolismo respiratório. O tipo e o número de citocromo oxidases presentes na cadeia de transporte de elétrons de diferentes bactérias é uma característica das espécies, utilizada como caráter de identificação. O teste de oxidase detecta especificamente uma dessas oxidases, a citocromo C oxidase, que não se encontra presente em todas as bactérias capazes de utilizar o metabolismo respiratório. No teste, o reagente utilizado é sempre um agente redutor artificial que atua como aceptor final dos elétrons transferidos pela citocromo oxidase C. Esses reagentes apresentam a característica de mudar de cor ao passar do estado reduzido para o oxidado, de forma que, ao receber os elétrons, oxidam-se, provocando uma reação colorida visível. Teste de urease Objetiva verificar se a bactéria produz a enzima urease, responsável pela decomposição da uréia em amônia. A urease é uma enzima do grupo das amidases, que catalisam a hidrólise de amidas como a uréia, uma diamida do ácido carbônico ou carbamida. A hidrólise de cada molécula de uréia resulta em duas moléculas de amônia, que elevam o pH do meio de cultura e podem ser detectadas pelo vermelho de fenol, um indicador de pH com ponto de viragem em pH 8,4. Teste do ácido sulfídrico O ácido sulfídrico possui um papel importante em análises qualitativas tradicionais, onde se procede à precipitação de metais com sulfuretos insolúveis. A formação de um precipitado preto com soluções alcalinas de sais de chumbo pode ser usada como teste para o ácido sulfídrico, mas o cheiro característico é normalmente suficiente. Este ácido é muito venenoso (mais tóxico que o ácido cianídrico), irritante e pode atuar como depressivo. Queima com uma chama azul formando-se dióxido de enxofre. https://www.infopedia.pt/$acido-cianidrico?intlink=true https://www.infopedia.pt/$dioxido-de-enxofre?intlink=true Teste da coagulase É utilizada para distinguir espécies patogênicas de staphylococcus de espécies não patogênicas, sendo um bom indicador da patogenicidade do S.aureus. Condições: plasma com anticoagulante, como o oxalato, citrato ou heparina, suspensão de microrganismos (caldo de cultura) ou colônias provenientes de um meio sólido. A formação de coágulos ás 2h, 6h ou 24h de incubação é interpretada como uma prova positiva. A ausência de coagulação após 24h de incubação é uma prova negativa.
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