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1 6º SEMESTRE 2022.1 – UNIFTC Especialidades Pediátricas JULIANA OLIVEIRA Pneumo PED PNEUMONIA NA INFÂNCIA DEFINIÇÃO A pneumonia é uma infecção do parênquima pulmonar. Pode ser dividida em: (1) Pneumonia adquirida na comunidade: São as pneumonias mais frequentes, adquiridas na comunidade. (2) Pneumonia nosocomial: São as pneumonias hospitalares, ou seja, é uma infecção que ocorre 48h ou mais após a admissão hospitalar. EPIDEMIOLOGIA ➔ Principal causa de mortalidade em crianças menores de5 anos nos países em desenvolvimento. ➔ A OMS estima 156 milhões de casos de pneumonia a cada ano em crianças com menos de 5 anos. ➔ A incidência anual em países desenvolvidos é estimada em 33 por 10.000 em menores de 5 anos e de 14,5 por 10.000 em crianças de 0 – 16 anos. ➔ Aproximadamente metade das crianças com menos de 5 anos com pneumonia necessitam de hospitalização. ➔ A taxa de mortalidade nos países em desenvolvimento é de 31 por 100.000 → nº em queda graças a vacinação para pneumococo, haemophilus e questões sanitárias e hospitalares. IDADE X ETIOLOGIA Atenção! Tudo o que envolver RN’s deve ser observado com muita cautela. Logo, é importante pensar nos germes dos canais do parto (gram negativo). A principal etiologia da pneumonia em crianças é vírus. A partir de 5 anos é que devemos pensar nas bactérias. Pneumococo é o principal germe responsável por ocasionar derrame pleural. No entanto, o Staphylococcus possui o pior prognóstico, pois, faz uma pneumonia com derrame pleural. ➔ Os vírus são responsáveis por até 90% dos casos até um ano de idade e 50% em escolares (VSR, influenzae, parainfluenzae, adenovírus, rinovírus e metapneumovírus). ➔ Atípicas (mycoplasma pneumoniae, chlamydia pneumoniae) → normalmente acima de 5 anos. ➔ Staphylococcus aureus está relacionado a maior gravidade → quadro c/ derrame pleural. COMO DIAGNOSTICAR? ➔ Clínica: história + exame clínico ▪ Tosse ▪ Febre ▪ Dispneia ▪ Dor torácica ▪ Dor abdominal (em pediatria pode ser sinal de pneumonia) ▪ Sintomas sistêmicos (prostração, diminuição do apetite, gemência) ▪ Taquipneia ▪ Hipoxemia ▪ Presença de crepitações localizadas Taquipneia: < 2 meses: FR maior igual 60 ipm 2 a 11 meses: FR maior igual 50 ipm 1 a 4 anos: FR maior igual 40 ipm Pneumonia atípica: Quem são? Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae. ▪ Se apresenta de maneira insidiosa com um quadro mais arrastado. ▪ Tosse seca ▪ Faringite, rinorreia. ▪ Ausculta normal, podendo apresentar crepitações e sibilos. ▪ Pode apresentar-se de maneira grave. O que pode nos levar a pensar nisso? > 5 anos, tosse prolongada, rx com infiltrado bilateral intersticial, tosse seca, febre baixa ou sem febre. ➔ Radiologia: Importância do raio X de tórax: ▪ Recomendação oficial: Não deve ser realizada de rotina em pacientes sem sinais de gravidade, no entanto, na prática deve-se fazer sempre que julgar necessário. ▪ Melhor acurácia do diagnóstico. Radiografia normal NÃO exclui diagnóstico, visto que há clínica presente e a imagem pneumônica pode demorar um pouco. ▪ Doença grave → pacientes internados ▪ Falha do tratamento ambulatorial ▪ Exclusão de outros diagnósticos (corpo estranho, ICC). ▪ Avaliação de complicações. Principais sintomas 2 6º SEMESTRE 2022.1 – UNIFTC Especialidades Pediátricas JULIANA OLIVEIRA Pneumo PED ▪ Crianças 3 a 36 meses com febre > 39ºC e leucocitose (maior igual 20.000) Radiografia de controle: ▪ Não deve ser realizada se houver uma evolução favorável, pois, a imagem demora um pouco para responder. ▪ Não deve ser realizada após tratamento de pneumonia com boa resposta clínica. ▪ Indicado após 4 a 6 semanas, se história de pneumonias recorrentes, sempre no mesmo lobo → suspeita de malformação ou aspiração de corpo estranho. ▪ Deve ser considerado nos casos de complicação ou sintomas persistentes. Broncopneumonia: ▪ Progride da região centrolobular (bronquíolos) para lóbulos e segmentos ▪ Áreas de consolidação esparsas ou confluentes. ▪ Frequentemente afetam mais de um lobo pulmonar. Pneumonia redonda: ▪ Pneumonia que se manifesta como área de consolidação redonda ou oval que pode simular uma massa pulmonar. ▪ Geralmente etapa precoce da pneumonia lobar. Pneumonia atípica: ▪ Padrão reticunodular unilateral ou bilateral, que pode estar associada a áreas de consolidação unilaterais ou bilaterais esparsas ou confluentes. Pneumonia viral: ▪ Radiografia normal ▪ Acentuação da trama pulmonar. ▪ Padrão reticulonodular ▪ Hiperinsuflação pulmonar ▪ Áreas de consolidação QUAIS EXAMES SOLICITAR? ➔ Hemocultura: Recomendada em pacientes internados. ➔ Reagentes de fase aguda (PCR, VHS, procalcitonina): Não são recomendadas de rotina para diferenciação entre vírus x bactéria. ➔ Diagnóstico microbiológico (swab, teste sorológico para atípicos): Pode ser realizado em pacientes internados. Sensibilidade e especificidade variável. ➔ Hemograma: Não é recomendado de rotina. Deve ser avaliado no contexto clínico. ➔ Aspirado traqueal: Em pacientes com ventilação mecânica. ➔ Lavado broncoalveolar: Pacientes imunocomprometidos com infecção grave. PNEUMONIA VIRAL X BACTERIANA ➔ Bronquiolite viral aguda: É um tipo de pneumonia viral em lactentes. Normalmente cursam com taquipneia, febre mais branda e um estado geral que não é muito ruim. A criança que cursa com esse quadro tem uma ausculta muito rica e difusa p.ex. sibilos, roncos. Opacidades focais mal definidas e pequenas áreas de consolidação em LIE e LSE Consolidação heterogênea pulmão direito. Consolidação homogênea arredondada no LSE. Padrão reticulonodular (uma rede que se estende pelo interstício) bilateral. 3 6º SEMESTRE 2022.1 – UNIFTC Especialidades Pediátricas JULIANA OLIVEIRA Pneumo PED Pródromo mais importante de infecção de via aérea superior. ➔ Pneumonia bacteriana: Ausculta mais localizada. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL GRAVIDADE ➔ Dificuldade respiratória ➔ Hipoxemia (SatO2 < 92%) ➔ Cianose ➔ Taquicardia signficiativa e mantida ➔ Preenchimendo capilar > 2seg ➔ Não conseguir alimentar ➔ Desidratação ➔ Toxemia ➔ Qualidade do choro e da resposta à estimulação dos pais ➔ Complicações (derrame, abscesso, PNM necrosante). ➔ Alteração do estado mental. QUANDO INDICAR INTERNAÇÃO? ➔ Pneumonia GRAVE ➔ Idade < 3-6 meses de idade ➔ Condições crônicas associadas (cardiopatia, desnutrição, displasia broncopulmonar, encefalopatia, síndrome de down). ➔ Preocupação com a observação cuidadosa em casa. ➔ Falha terapêutica ou piora em 48-72h (complicação) Atenção! Febre por si só NÃO é critério de internação. CONHECER O PERFIL DE RESISTÊNCIA QUAL ANTIBIÓTICO USAR? Tratamento ambulatorial empírico: Bacteriana Atípica Influenza (SRAG) <5 anos Amoxacilina Azitromicina Oseltamivir >5 anos Amoxacilina Azitromicina Oseltamivir 50 – 90 mg/kg/dia 2 a 3 doses 10 mg/kg/1º dia 5 mg/kg/ 4 dias 7 dias Tratamentohospitalar empírico: IDSA 1ª opção Alternativa Imunização completa e em local de baixa existênciaa pneumococo Ampicilina ou penicilina cristalina Ceftriaxone + amoxacilina + clavulanato Imunização incompleta ou em local alta resistência pneumococo lactentes, risco de vida, complicações. Ceftriaxone Suspeita de S. aureus 1ª opção Resistência Oxacilina Vancomicina Quais são os sinais de melhora? ➔ Melhora clínica: Estado geral melhor, afebril, está se alimentando, sem desconforto. ➔ Melhora laboratorial. ➔ A melhora na imagem pode demorar mais. Isso leva em torno de 48 a 72 horas. E se a criança NÃO apresentar melhora? Devemos nos questionar sobre os seguintes aspectos: ➔ A medicação está sendo utilizada corretamente? ➔ É pneumonia mesmo? ➔ É pneumonia bacteriana? ➔ A escolha antimicrobiana está correta? ➔ Trata-se de resistência bacteriana? ➔ Há sinais de complicação? 2ª escolha < 5 anos Amox/clavulanato >5 anos Amoxacilina + macrolídeo 7 dias
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