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LIVRO - Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo (TED04)

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Prévia do material em texto

ORGANIZAÇÃO E 
PLANEJAMENTO DO 
TREINAMENTO DESPORTIVO
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autor: João Augusto Reis de Moura
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
Equipe Multidisciplinar da 
Pós-Graduação EAD: Profa. Hiandra B. Götzinger Montibeller 
Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
 Profa. Jociane Stolf
Revisão de Conteúdo: Prof. Antonio José Muller 
Revisão Gramatical: Profa. Iara de Oliveira
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
 796.077
 M929o Moura, João Augusto Reis de 
 Organização e planejamento do treinamento desportivo / 
 João Augusto Reis de Moura. Uniasselvi, 2012.
 166 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830- 650-2
 1. Educação física; 2. Treinamento desportivo.
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
Copyright © UNIASSELVI 2012
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Dr. João Augusto Reis de Moura
Licenciado em Educação Física, Mestre 
em Cineantropometria e Doutor em Avaliação e 
Prescrição de exercícios pela Universidade Federal 
de Santa Maria. Atua como Docente da Universidade 
Regional de Blumenau desde 2004 e da Universidade 
do Vale do Itajaí desde 2007. Desenvolveu, implantou 
e coordena o LAFEX (Laboratório de Fisiologia do 
Exercício) da UNIVALI. É líder de grupo de pesquisa 
“Saúde e Desempenho Humano” junto ao CNPq. Docente 
e coordenador de cursos de Pós-graduação (nível de 
especialização lato sensu) pelo CCA (Centro de Ciência 
Avançadas) em Balneário Camboriú (SC), na área de 
Educação Física. Possui alguns trabalhos publicados na 
área, tais como: Guia normativo para confecção de artigos 
de pesquisa; Antropometria para a estimativa da massa 
muscular; Saúde em ação; Abordagem metodológica da 
ginástica de academia; Protocolos antropométricos e 
equações preditivas da composição corporal; Postura 
corporal humana: avaliação quantitativa visual por 
simetrografia e prescrição de exercícios físicos. Além 
de artigos científicos publicados na Revista Brasileira 
de Cineantropometria e Desempenho Humano, 
na Revista Brasileira de Medicina Esportiva, na 
Revista EFdeporte e na Revista Brasileira de 
Fisiologia do Exercício e Prescrição. 
Sumário
APRESENTAÇÃO ..................................................................... 7
CAPÍTULO 1
Medidas e Avaliação no Treinamento Desportivo .............. 9
CAPÍTULO 2
Avaliação Antropométrica ................................................. 17
CAPÍTULO 3
Avaliação Morfológica ....................................................... 43
CAPÍTULO 4
Avaliação Neuromotora e Metabólica ............................... 59
CAPÍTULO 5
Elaboração de Programas de Avaliação Física ............... 77
CAPÍTULO 6
Organização, Planejamento e Elaboração do 
Treinamento Desportivo ..................................................... 87
CAPÍTULO 7
Aprofundamento da Periodização do Treinamento ........ 99
CAPÍTULO 8
Nutrição e Desempenho Físico ......................................... 133
CAPÍTULO 9
Psicologia Aplicada ao Esporte ....................................... 155
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
Organizar planilhas de treinamento não é uma tarefa das mais fáceis. Para 
tal é necessário muito conhecimento teórico e experiência prática interagindo para 
compor os treinamentos, além é claro, de uma capacidade organizacional e de 
planejamento. A presente obra tem a finalidade fornecer informações úteis em 
diferentes abordagens de todo o processo de treinamento desde seu início na 
coleta de dados até a finalização do treinamento com a periodização.
Desta forma no primeiro capítulo abordamos conceitos teóricos fundamentais 
sobre o processo de medidas e avaliação que subsidiam os processos de avaliação 
antropométrica, morfológica, neuromotora e metabólica. Assim o capítulo 2 aborda 
todos os processos de medidas referente a coleta de dados antropométricos, os 
quais serão utilizados como variáveis preditivas nas estimativas de determinados 
tecidos corporais como muscular, gordo e ósseo (capítulo 3). A avaliação 
neuromotora e metabólica com apresentação de alguns testes e discutidos os 
protocolos de medidas são apresentados no capítulo 4 da presente obra. A forma 
de compor diferentes medidas em uma bateria de testes que possa subsidiar 
adequadamente a aviação de atletas em diversas modalidades esportivas são 
conteúdos desenvolvidos no capítulo 5. 
Com as bases avaliativas conhecidas e dominadas passaremos a dois 
capítulos de planejamento do treinamento. O capítulo 6 aborda a organização 
temporal e de conteúdo do treinamento interagindo, portanto, planejamento 
e elaboração propriamente dita do treinamento. O capítulo 7 é o mais longo 
da presente obra, e isto se justifica devido ao fato de interrelacionar os diferentes 
conteúdos em um processo de planejamento denominado de periodização. Neste 
capítulo apresentaremos diferentes bases fisiológicas da periodização e toda a 
mecânica de elaboração dos períodos de treinamento de macro, meso e microciclos. 
A nutrição esportiva, fundamental a quem busca um desempenho esportivo 
de alta performance, é discutida no capítulo 8 através de conhecimentos de base 
e também questões aplicadas da temática. O capítulo 9 demonstra a abordagem 
psicológica tão necessária no alto rendimento.
Finalizando, espero que a presente obra com seus variados conteúdos 
sobre o treinamento venha a contribuir com seus conhecimentos na área do 
planejamento do treinamento desportivo tendo sempre como base os processos 
fisiológicos envolvidos.
Bons estudos!
O Autor. 
CAPÍTULO 1
Medidas e Avaliação no 
Treinamento Desportivo
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Identificar medidas e avaliação como um componente do processo de treinamento 
físico. 
 3 Constatar a necessidade da avaliação como critério inicial prévio à elaboração e à 
aplicação do treinamento.
10
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
11
Medidas e Avaliação no Treinamento Desportivo Capítulo 1 
Contextualização
Vamos imaginar que você é o novo preparador físico da equipe de Futebol 
do Corinthians, qual seria o seu primeiro procedimento no novo cargo? Por onde 
você começaria a planejar o treinamento dos atletas? Que referenciais usaria para 
quantificar cargas de treinamento?
Pensou? Ficou com dúvida sobre que procedimentos iniciais deveria 
realizar? Pois bem, no presente capítulo buscaremos mostrar os processos 
iniciais de elaboração do treinamento, no qual testar, medir e avaliar são critérios 
fundamentais a serem seguidos para uma segurança nas cargas de treinamento. 
Assim, estaremos discutindo o pilar básico inicial do processo de treino: a 
avaliação!
Medir, Testar e Avaliar: 
Procedimentos Diferentes, mas 
Inter-Relacionados
Você já pensou qual seria o ponto inicial para elaboração de 
um treinamento físico para um atleta? Será que se diferencia de um 
treinamento para uma pessoa não atleta? 
Na verdade, o ponto inicial e o conceito teórico são iguais, pois partimos 
primeiramente em busca da definição dos objetivos de treino, ou seja, 
estabelecemos qual o objetivo que pretendemos atingir nos primeiros dias, 
semanas, meses, ou até anos, com o treinamento do atleta ou praticante.
Ao respondermos a primeira indagação, definimos os objetivos de 
treinamento e temos nosso ponto inicial, fazendo uma analogia com o 
futebol, “o jogo foi iniciado com a bola sendo rolada no meio campo”.
O(s) objetivo(s) de treino são fundamentais, pois dão inícioao processo, porém não é a única informação importante. Com os 
objetivos, você terá que definir quais qualidades físicas deve treinar no 
atleta e em que intensidade. Vamos a um exemplo:
O(s) objetivo(s) 
de treino são 
fundamentais, 
pois dão início 
ao processo, 
porém não é a 
única informação 
importante.
12
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
Como preparador físico do Corinthians você tem a incumbência 
de elevar, fisicamente, a capacidade de jogo dos atletas durante toda 
a temporada, esse é o seu objetivo principal. Porém, você poderá 
perguntar-se: “como elevar fisicamente a capacidade de jogo”? Ao 
respondê-la você pode concluir que melhorar níveis de resistência 
aeróbia, flexibilidade, força, agilidade e potência são fundamentais 
para uma boa capacidade física de jogo. Pois bem, além dos 
objetivos já temos algumas qualidades físicas fundamentais a serem 
desenvolvidas e mantidas durante toda a temporada de competição.
Jogadores muito pesados, sendo esse peso oriundo de muita gordura 
corporal, podem apresentar dificuldade de locomoção (movimentação) no campo. 
Assim, você se questiona como estão os níveis de percentual de gordura (%G) dos 
atletas do Corinthians, já que isso pode influenciar negativamente na capacidade 
física de jogo destes. Você também se questiona se existe algum desvio postural 
significativo nos atletas que possa interferir na aplicação de cargas de treino, isto 
é, pensa na segurança de treino dos atletas no quesito postural. (MOURA; SILVA, 
2012).
Neste momento, você passa a outra etapa do trabalho: quantificar como está 
o nível de força, velocidade, agilidade, %G, etc. de cada atleta para que possa 
compreender como cada um se encontra em cada uma dessas capacidades de 
jogo. Dessa forma, seleciona testes de força, velocidade, agilidade, %G, etc. para 
que possa quantificar cada qualidade influenciadora no jogo de futebol (vamos 
aqui chamá-la simplesmente de variável). 
A etapa que estamos iniciando agora é a de testar/medir, ou seja, 
verificaremos em cada variável selecionada o quanto de força, flexibilidade, 
agilidade, potência, etc. cada atleta do grupo (plantel) apresenta.
Imaginemos, agora, que você está de posse dos dados, em outras palavras, 
você aplicou diferentes tipos de testes em todos os atletas, medindo as diferentes 
qualidades físicas selecionadas por serem as que mais influenciam o desempenho 
em campo (jogo), pois bem, você se pergunta: O que faço com todos esses dados 
(números) agora?
Os dados (números) são quantificações “frias”, desprovidas de significado e 
valor prático. Estes escores (dados) de testes dos atletas devem ser interpretados 
para “julgar o mérito” destes. Julgar o mérito de dados no treinamento desportivo 
13
Medidas e Avaliação no Treinamento Desportivo Capítulo 1 
é podermos relatar o quão bons ou ruins são do ponto de vista de performance do 
atleta, por exemplo:
Dois atacantes titulares foram testados na variável velocidade 
através do teste de 100m (correr a distância de 100m em linha reta 
no menor tempo possível). O atleta “A” fez um tempo de 11seg e um 
atleta “B” fez um tempo de 13seg. Tal informação traduz que o atleta 
“A” é 15% mais veloz do que o “B” e, ainda, na prática de jogo, ao 
receber um lançamento longo em uma situação de contra-ataque o 
atleta “A” terá melhor condição física de velocidade para ganhar do 
zagueiro em velocidade para finalizar o gol. 
O que acabamos de fazer? Julgamos o mérito do valor de 11seg 
comparado com o valor de 13seg entre dois atacantes do seu time 
e aplicamos em situação de jogo. Quando damos significados aos 
números obtidos em uma bateria de testes estamos no processo de 
avaliação. Logo, o processo de avaliação necessita do processo inicial 
de medir e testar para quantificar números que, a partir de então, 
serão comparados com tabelas de referência ou entre os jogadores 
ou, ainda, verificada a importância na prática desportiva, enfim, serão 
avaliados (Figura 1). 
Atividade de Estudos: 
1) Vamos exercitar nossa capacidade de avaliar resultados de 
testes? Para isso, pedimos a você que pesquise tabelas de 
referências sobre resultados de testes físicos. De posse de, 
digamos, 10 destas tabelas, procure comparar as referências 
das tabelas entre homens e mulheres e indivíduos de diferentes 
faixas etárias, ok?
 ____________________________________________________
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Quando damos 
significados aos 
números obtidos 
em uma bateria 
de testes estamos 
no processo de 
avaliação.
14
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
 ____________________________________________________
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 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
Figura 1 - Esquema demonstrativo da relação entre medida, teste e avaliação
Fonte: O autor.
Em virtude do que foi mencionado, temos como primeiro 
procedimento o levantamento de dados de variáveis pertinentes ao 
desempenho de jogo dos atletas do Corinthians. Só a partir destes, 
você terá condições de saber que atletas necessitarão de uma carga 
de treino mais elevada de velocidade e quais os que simplesmente 
precisam manter o nível que apresentam da variável velocidade, pois 
“estão muito bem”. Pensando de forma genérica, só através de uma 
bateria de testes (discutida aprofundadamente no capítulo 5), você 
poderá medir e avaliar todos os seus atletas e terá condições básicas 
para iniciar o planejamento das ações de treinamento desportivo (ações 
de planejamento e execução do treino serão analisadas nos capítulos 
6 e 7).
Só a partir 
destes, você terá 
condições de 
saber que atletas 
necessitarão 
de uma carga 
de treino mais 
elevada de 
velocidade e 
quais os que 
simplesmente 
precisam manter 
o nível que 
apresentam 
da variável 
velocidade, pois 
“estão muito bem”.
15
Medidas e Avaliação no Treinamento Desportivo Capítulo 1 
Se pensarmos de outra forma, como poderíamos dosar carga de 
treinamento físico sem conhecermos o nível inicial de aptidão física 
dos atletas? 
Seria impossível quantificarmos de forma segura e eficiente cargas de treino 
se não conhecêssemos profundamente variáveis intervenientes no desempenho 
esportivo individualmente por atleta. Convém evidenciar que cargas de treino bem 
dosadas (ajustadas) às necessidades dos atletas são as que melhor produzirão 
ganhos (evoluções) em quesitos físicos de performance. (DANTAS, 2003; 
GOMES, 2010).
Em suma, a linha de raciocínio que desenvolvemos neste capítulo defende 
a importância de uma avaliação (entenda-se também medir e testar) prévia 
à elaboração de treinamento para que este não seja prescrito “ÀS CEGAS”. 
(MOURA, 2011). Treinamentos prescritos sem um prévio conhecimento dos atletas 
e de suas reais capacidades são realizados “às cegas”, pois não apresentam base 
em nenhum tipo de alicerce, são vazios de justificativas e podem não estar na 
dosagem correta, gerando riscos desnecessários à integridade física dos atletas 
no treinamento e perda de eficiência dos treinos.
Algumas Considerações
Antes de iniciarmos o treino de um atleta, ou mesmo não atleta, precisamos 
entendê-lo melhor do ponto de vista físico, fisiológico, biomecânico, cinesiológico, 
antropométrico, morfológico, entre outros. Só assim conseguiremos dosar 
adequadamente as cargas de treino e fazê-las produtivas e seguras.
Nos três próximos capítulos (capítulos 2, 3 e 4), apresentaremos testes 
e critérios avaliativos para duas grandes dimensões físicas que devem 
ser quantificadas previamenteà elaboração do treinamento (dimensões 
antropométrico-morfológicas e neuromotora-metabólica). Portanto, não deixe de 
avaliar os seus atletas ou clientes. Busque identificar quais são as informações 
fundamentais que subsidiam a prescrição de treinamento e, a partir de então, 
comece a elaborar o programa de treinamento (estas questões serão abordadas 
no capítulo 5, 6 e 7).
16
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
Referências
DANTAS, E. H. M. A prática da preparação física. 5. ed. Rio de Janeiro: Shape, 
2003.
GOMES, A. C. Carga de treinamento nos esportes. Londrina: Sport Training, 
2010.
MOURA, J. A. R. Saúde em ação. Blumenau: Nova Letra, 2011.
_____. ; SILVA, A. L. Postura corporal humana: avaliação quantitativa visual por 
simetrografia e prescrição de exercícios físicos. Várzea Paulista: Fontoura, 2012.
CAPÍTULO 2
Avaliação Antropométrica 
A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Definir os protocolos antropométricos de medidas de massa corporal, estatura, 
dobras cutâneas e perímetros corporais. 
 3 Demonstrar a aplicabilidade dos protocolos de medidas antropométricas para 
gerar dados prescritivos. 
18
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
19
Avaliação Antropométrica Capítulo 2 
Contextualização
É fundamental sabermos se nossos atletas e/ou clientes estão com taxas 
de tecido muscular e de gordura adequadas para a prática do exercício físico ou 
esportivo competitivo e não competitivo. 
Um atleta com alto teor de gordura terá dificuldade de saltar para executar 
um bloqueio de um ataque no voleibol, além do mais, o impacto nas articulações 
de carga (tornozelo, joelho e quadril) durante a retomada do corpo ao solo após 
o salto será extremamente elevada, o que pode prejudicá-las seriamente. Um 
fundista de alto rendimento deve ser leve (baixo teor de gordura e músculos) 
para que possa apresentar uma baixa carga corpórea e, assim, não elevar tanto o 
gasto energético ao correr uma maratona, já que, pense bem, são 42 quilômetros 
e 195 metros de corrida em velocidade próxima a 20km/h. Por outro lado, se 
imaginarmos um lutador de sumô, este deve apresentar elevado teor de gordura 
corporal para que seu peso corporal contribua na disputa da luta. No atletismo, o 
atleta lançador de martelo deve apresentar um peso corporal elevado em função 
de grande massa muscular e razoável massa gorda para que possa “dominar” o 
martelo com maior desenvoltura no momento do lançamento. O atleta que joga 
na posição de pivô no handebol precisa de um peso muscular elevado para poder 
jogar corpo-a-corpo junto à defesa adversária, o mesmo podemos pensar do 
pivô do basquetebol, que joga embaixo do garrafão em contato físico quase que 
permanente com o adversário.
Todas as observações que colocamos anteriormente demonstram a 
especificidade de biótipos corporais diferenciados para participar de forma 
competitiva em diferentes modalidades esportivas. Nesse sentido, vários estudos 
buscaram determinar qual o perfil antropométrico e morfológico de diferentes 
modalidades esportivas. Moura e colaboradores (2005) definiram qual o perfil dos 
atletas de elite nacional na modalidade de levantamento de potência (powerlifting). 
Nos esportes de luta apresentados, o boxe olímpico, tanto na categoria de peso 
mais leve (48kg) quanto na categoria de maior peso (91kg), apresentou atletas 
com menores %G, com 5,9% e 6,9%, respectivamente. Os atletas masculinos 
das lutas de judô (GLANER; BRITO, 2007) e luta olímpica estilo Greco-romano 
(MANCINI et al., 2008) apresentaram valores muito próximos, variando de 
11,0% a 12,0%. Tais valores representam um %G baixo nas modalidades, com 
destaque o boxe olímpico. As mulheres, representadas na luta olímpica, também 
apresentaram valores extremamente baixos do %G (15,5%), ratificando o 
resultado dos atletas masculinos quanto ao baixo teor de gordura.
20
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
Assim, podemos perceber que cada modalidade esportiva apresenta um 
perfil antropométrico e morfológico ideal para atuação competitiva do atleta. 
Desse ponto de vista, é fundamental que você entenda precisamente o 
processo de obtenção de medida antropométrica e também morfológica. No 
presente capítulo, apresentaremos os conceitos e os protocolos de medidas 
antropométricas, no próximo capítulo abordaremos as questões morfológicas. 
Vamos lá?
Protocolos de Medidas 
Antropométricas
Devemos entender que o processo inicial para determinação 
de medidas antropométricas de Dobras Cutâneas (DC) e Perímetros 
Corporais (PC) é a demarcação dos pontos anatômicos os quais 
serão mensurados futuramente. Este procedimento é extremamente 
detalhado e você deve ser meticuloso ao realizar esse procedimento, 
pois erros de demarcação irão gerar, indubitavelmente, erros de 
medidas (MOURA, 2011; PETROSKI, 2011). Assim, para estudo desta 
ação (demarcação de pontos anatômicos de medidas), assista ao vídeo 
do site apresentado abaixo.
http://www.treinoemfoco.com.br/avaliacao-antropometrica/
http://www.treinoemfoco.com.br/avaliacao-antropometrica/
demarcacao-de-pontos-anatomicos/
Realizada a demarcação de pontos, podemos passar para a fase de 
identificar os protocolos de medidas de Massa Corporal Total (MCT), Estatura 
(Est), DC e PC.
Protocolo de Medida da Massa 
Corporal Total - MCT
 
Para a mensuração da MCT, você deve posicionar o indivíduo sobre uma 
Este procedimento 
é extremamente 
detalhado e 
você deve ser 
meticuloso ao 
realizar esse 
procedimento, 
pois erros de 
demarcação 
irão gerar, 
indubitavelmente, 
erros de medidas 
(MOURA, 2011; 
PETROSKI, 2011).
21
Avaliação Antropométrica Capítulo 2 
balança previamente calibrada, com pequeno afastamento dos pés, coluna 
vertebral ereta e membros superiores soltos e relaxados ao lado do tronco (Figura 
2). Após este procedimento, espere o cursor da balança estabilizar (se for balança 
digital, espere os números do display estabilizarem-se) e execute a leitura da 
MCT.
Figura 2 - Imagens demonstrando o procedimento de medida da massa 
corporal total e a postura do avaliado durante a tomada da medida
Fonte: O Autor. 
É importante que o indivíduo esteja com a menor quantidade de roupas 
possível para não haver interferência sobre a medida, sunga para homens e 
bermuda e top para as mulheres é o ideal. Porém, vários indivíduos podem ter 
receio de usar estes trajes, assim, busque medi-los com poucas peças de roupas 
e leves. 
Protocolo de Medida da 
Estatura - EST
 
Para medida da estatura o indivíduo deve estar em posição ortostática, com 
a coluna ereta, membros superiores relaxados ao lado do tórax, pés levemente 
afastados ou unidos e com a cabeça no plano de Frankfurt. (MOURA, 2011). Você 
22
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
se posiciona lateralmente ao avaliado e coloca o cursor do estadiômetro 
(instrumento de medida da estatura) sobre o ponto mais elevado da 
cabeça e durante o ato inspiratório realiza a tomada da medida (Figura 
3).
Figura 3 - Imagens demonstrando a postura adotada pelo 
avaliado e avaliador no momento da medida da estatura 
Fonte: O Autor. 
Protocolos de Medidas de Dobras 
Cutâneas - DC
A seguir, apresentaremos os protocolos de medidas para as principais dobras 
cutâneas, ou seja, as que são mais usuais em equações de predição do %G e 
no acompanhamento antropométrico. Lembramos que as medidas devem ser 
realizadas no lado direito corporal. 
Para medida 
da estatura o 
indivíduo deve 
estar em posição 
ortostática, 
com a coluna 
ereta, membros 
superiores 
relaxados ao 
lado do tórax, 
pés levemente 
afastados ou 
unidos e com a 
cabeça no plano 
de Frankfurt.
23
Avaliação Antropométrica Capítulo 2 
http://www.treinoemfoco.com.br/avaliacao-antropometrica/
Dobra cutânea tricipital (DC-Tr): Avaliada em ortostase, com os membrossuperiores relaxados ao lado do corpo. Você deve executar a medida verticalmente 
(formação da dobra) na face posterior do braço, no ponto médio entre o processo 
acromial e o processo do olécrano (Figura 4). 
Figura 4 - Na imagem “A” é apresentada a referência acromial e na imagem 
“B” a referência olecrano da ulna, representadas pelas setas
Fonte: O Autor. 
Observe na imagem a demarcação das referências anatômicas 
(acromial e olécrano), bem como as dobras tricipital e subescapular.
É importante, quando você pinçar e destacar a dobra tricipital 
(Figura 5), conferir que em nenhum momento o tecido muscular esteja 
sendo pinçado junto com o adiposo. Para tal conferência, basta pedir 
ao avaliado que contraia a musculatura tricipital e, com o tônus de 
enrijecimento gerado, você poderá verificar facilmente se somente 
tecido adiposo foi pinçado.
É importante, 
quando você 
pinçar e destacar 
a dobra tricipital 
(Figura 5), conferir 
que em nenhum 
momento o tecido 
muscular esteja 
sendo pinçado 
junto com o 
adiposo.
24
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
Figura 5 - Imagens demonstrando a mensuração da dobra cutânea tricipital (imagem 
em destaque à esquerda a DC e à direita uma visão panorâmica da medida) 
Fonte: O Autor. 
Dobra cutânea bicipital (DC-Bi): Esta dobra você deve mensurar 
verticalmente na face anterior do braço exatamente na “altura” do braço em que 
foi medida a DC-Tr (Figura 6). Diante desta condição, uma vez demarcada a 
DC-Tr, basta transferir anteriormente o ponto de medida e você terá o ponto de 
demarcação da DC-Bi.
Salientamos que se você errar o ponto de demarcação tricipital estará, 
automaticamente, induzindo ao erro do ponto bicipital, já que o anterior é usado 
como referência. Portanto, muito cuidado na demarcação do ponto!
Figura 6 - Imagens demonstrando a mensuração da dobra cutânea bicipital (imagem à 
esquerda destaque para a dobra cutânea e à direita uma visão panorâmica da medida
)
Fonte: O Autor. 
25
Avaliação Antropométrica Capítulo 2 
Dobra cutânea subescapular (DC-SE): Esta dobra é pinçada diagonalmente 
em relação ao eixo longitudinal do corpo. Você deve mensurá-la dois centímetros 
abaixo do ângulo inferior da escápula (Figura 7). Devemos apalpar a escápula 
medialmente, encontrando a borda, e dar continuidade abaixo até identificar seu 
ângulo inferior. 
Figura 7 - Imagem demonstrando a mensuração da dobra cutânea subescapular
Fonte: O Autor. 
Em indivíduos obesos pode ser difícil encontrar este ponto, 
sugerimos que você peça ao avaliado para colocar sua mão atrás do 
corpo na região superior da lombar. Tal procedimento fará com que a 
escápula fique mais pronunciada (deslocada nas costas), favorecendo 
a sua identificação da referência anatômica (ângulo inferior da 
escápula).
Dobra cutânea peitoral (DC-Pe): Você deve construir um 
linha imaginária (ligada linearmente) entre a prega axilar e o mamilo 
(Figura 8). Tal linha imaginária deve ser dividida em três partes iguais, 
formando três terços (proximal à axila, medial e distal à axila). 
Para medir a DC-Pe nos homens você deve mensurar (pinçar) 
acompanhando a linha imaginária, isto é, de forma oblíqua em seu 
terço medial (Figura 9). Nas mulheres o mesmo procedimento para 
Em indivíduos 
obesos pode ser 
difícil encontrar 
este ponto, 
sugerimos que 
você peça ao 
avaliado para 
colocar sua mão 
atrás do corpo na 
região superior 
da lombar. Tal 
procedimento 
fará com que a 
escápula fique 
mais pronunciada 
(deslocada 
nas costas), 
favorecendo a 
sua identificação 
da referência 
anatômica 
(ângulo inferior da 
escápula).
26
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
pinçar, porém no terço proximal. Para facilitar o ponto de medida, sugerimos que 
seja solicitado ao avaliado que coloque as mãos na cintura.
Figura 8 - Imagem superior apresenta as referências anatômicas de prega axilar e mamilo 
(setas). Na imagem maior (à direita) a distância entre prega axilar e mamilo foi dividida 
em três partes iguais: terço proximal em “a”, terço medial em “b” e terço distal em “c”
Fonte: O Autor. 
Figura 9 - Imagens demonstrando a mensuração da dobra cutânea peitoral. Imagem à 
esquerda da medida pontual em destaque e à direita imagem panorâmica de medida
Fonte: O Autor. 
Dobra cutânea axilar média (DC-AM): Para esta dobra, você traçará uma 
linha horizontal a partir do processo xifoide, seguindo da frente para a lateral do 
27
Avaliação Antropométrica Capítulo 2 
tórax. Outra linha vertical deve ser traçada a partir do centro da axila para baixo 
verticalmente até a crista ilíaca. No ponto de intersecção destas duas linhas deve 
ser demarcada a DC-AM (Figura 10). 
Figura 10 - Imagem demonstrando a intersecção (seta) da linha horizontal, partindo 
do processo xifoide, e da linha vertical, partindo do ponto central da axila
Fonte: O Autor. 
Você deverá pinçar e destacar a dobra cutânea diagonalmente 
(sentido obliquo) no ponto de interseção da linha horizontal com a 
vertical (Figura 11). O ombro do avaliado deve estar ligeiramente 
abduzido, permitindo a formação da dobra logo abaixo da axila. Para 
isso, você deve orientá-lo a colocar a mão na cintura para ajudar a 
liberar o ponto de medida. A mão que pinça a dobra deve estar 
posicionada atrás do braço e o adipômetro colocado pela frente deste.
Figura 11 - Imagem demonstrando a mensuração 
da dobra cutânea axilar média
Fonte: O Autor. 
Dobra cutânea supra ilíaca (DC-SI): Você, por apalpação, deverá 
O ombro do 
avaliado deve 
estar ligeiramente 
abduzido, 
permitindo a 
formação da dobra 
logo abaixo da 
axila. Para isso, 
você deve orientá-
lo a colocar a mão 
na cintura para 
ajudar a liberar o 
ponto de medida.
28
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
acompanhar a curvatura da crista ilíaca até seu ponto mais elevado (normalmente 
este ponto fica totalmente lateralizado em relação ao tronco) onde deve ser 
demarcada a dobra cutânea. Portanto, o ponto fica exatamente acima do ponto 
mais alto da crista ilíaca – bordo superior (Figura 12).
Figura 12 - Imagens demonstrando o ponto de demarcação 
da DC-SI sobre o bordo superior da crista ilíaca
Fonte: O Autor. 
Pince a dobra diagonalmente (sentido obliquo) e, para facilitar esse processo, 
você deve solicitar ao avaliado que coloque a mão direita sobre o ombro esquerdo 
o que, obrigatoriamente, fará com que o cotovelo venha a fletir e o braço fique à 
frente do tronco (Figura 13).
Figura 13 - Imagens demonstrando a mensuração da dobra suprailíaca. Imagem “A” 
destaque do ponto de medida e imagem “B” uma visão panorâmica do ponto de medida 
Fonte: O Autor. 
Dobra cutânea abdominal (DC-Ab): Três centímetros à direita e um abaixo 
da cicatriz umbilical do avaliado definem este ponto de medida. Você poderá 
pinçar e mensurar a dobra horizontalmente (DC-AbH) ou verticalmente (DC-AbV) 
(Figura 14). Ao mensurar esta dobra cutânea, deverá atentar para que o avaliado 
29
Avaliação Antropométrica Capítulo 2 
não flexione a coluna vertebral para frente para olhar a medida. Este 
procedimento fará com que a região anterior da coluna vertebral gere 
uma concavidade ao acentuar a cifose torácica e retificar a lordose 
lombar, como consequência, pode vir a aumentar a espessura da 
dobra cutânea, gerando uma medida equivocada.
Figura 14 - Imagens demonstrando a mensuração da dobra 
cutânea abdominal horizontal (à esquerda) e vertical (imagem 
à direita). Imagem central, uma visão panorâmica da medida
Fonte: O Autor. 
Dobra cutânea da coxa superior (DC-CxS): Para a medida desta dobra 
cutânea, você deverá traçar uma linha reta, unindo a prega inguinal até o bordo 
superior da patela na face anterior da coxa. Um procedimento muito similar ao 
que foi feito na DC-Pe deverá ocorrer, ou seja, a distância mensurada entre 
prega inguinal e bordo superior da patela deve ser dividida em três partes iguais, 
formandoo terço proximal, medial e distal (Figura 15).
Figura 15 - Imagens apresentando a distância entre prega inguinal e bordo 
superior da patela (imagem “B”). Esta distância é dividida em três partes iguais 
(imagem “A”): terço proximal “A”, terço medial “B” e terço distal “C”
Fonte: O Autor. 
Três centímetros 
à direita e um 
abaixo da cicatriz 
umbilical do 
avaliado definem 
este ponto de 
medida.
30
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
Exatamente no meio do terço proximal, a DC-CxS deve ser 
pinçada na face anterior da coxa e no sentido vertical (Figura 16). Peça 
ao avaliado que desloque todo o seu peso para o membro inferior 
esquerdo, deixando o contralateral com o joelho semiflexionado e 
com a musculatura relaxada, facilitando a formação da dobra adiposa 
subcutânea.
Figura 16 - Imagens demonstrando a mensuração da dobra cutânea 
da coxa superior. Imagem superior à esquerda, destaque do ponto 
de medida e imagem à direita uma visão panorâmica do ponto de medida
Fonte: O Autor. 
Dobra cutânea da coxa medial (DC-CxM): Exatamente sobre o meio do 
terço medial que liga a prega inguinal ao bordo superior da patela é que você 
deverá demarcar e medir a DC-CxM no sentido vertical e sobre a face anterior da 
coxa (Figura 17).
Figura 17 - Imagem demonstrando a mensuração da dobra cutânea da coxa medial
Fonte: O Autor. 
Dobra cutânea da coxa inferior (DC-CxI): no ponto médio do terço distal 
entre a prega inguinal e o bordo superior da patela, você deverá demarcar e 
Exatamente sobre 
o meio do terço 
medial que liga a 
prega inguinal ao 
bordo superior da 
patela é que você 
deverá demarcar e 
medir a DC-CxM.
31
Avaliação Antropométrica Capítulo 2 
pinçar a dobra sobre a face anterior da coxa de forma vertical (Figura 18).
Figura 18 - Imagens demonstrando a mensuração da dobra cutânea 
da coxa inferior. Imagem superior à esquerda a dobra em destaque 
e imagem à direita uma visão panorâmica da medida 
Fonte: O Autor. 
Dobra cutânea da perna medial (DC-PM): Na face medial da perna, no 
ponto de maior protuberância (coincide com ponto de maior perímetro da perna), a 
dobra cutânea deve ser demarcada. Você pinça a dobra no sentido vertical (Figura 
19) com o avaliado sentado e com joelhos fletidos a 90º, com a musculatura de 
gastrocnêmios relaxada.
Figura 19 - Imagem demonstrando a mensuração da 
dobra cutânea da perna, ponto medial
Fonte: O Autor. 
Os pontos de mensuração de DC registrados até o presente momento 
comportam a maioria dos trabalhos de pesquisa publicados e também estão 
presentes em uma grande parte das equações preditivas de composição corporal 
(apresentadas no capítulo 3). Lembramos que existem outros pontos de medidas 
de DC, porém de menor utilização.
32
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
Teoricamente, qualquer ponto corporal que tenha referência 
anatômica pode ser usado para medida de DC, entretanto alguns 
apresentam referências de difícil localização ou pontos de medida de 
difícil pinçamento. Os pontos que apresentamos são os mais comuns, 
populares, de maior facilidade de identificação, tanto da referência 
anatômica quanto do próprio ponto DC.
Salientamos, mais uma vez, a importância de que a demarcação 
prévia dos pontos anatômicos seja precisa e seguindo, rigorosamente, 
o protocolo de demarcação. Feito isso, você garantirá que está no 
caminho correto para a precisão das medidas. 
Treine o máximo que puder o protocolo de dobra cutânea 
apresentado, quanto mais treinar maior será sua precisão de medida. Assista ao 
vídeo referente ao making off das medidas antropométricas do atleta ALEXANDRE 
OSMAR PAMPLONA, campeão na categoria 80kg e overall do 1º CAMPEONATO 
CATARINENSE DE FISICULTURISMO – IFBB-SC – 2012, quando estamos 
expondo o treinamento de medidas antropométricas. Acompanhe as medidas. 
Ainda com o intuito de treinamento das suas medidas, veja 
no link do site www.treinoemfoco.com.br as medidas do atleta que 
realizamos uma semana após o referido atleta ter sido Campeão 
Catarinense de Fisiculturismo. 
www.treinoemfoco.com.br/alexandre-pamplona/making-off-
avaliacao-antropometrica-alexandre-pamplona/ 
www.treinoemfoco.com.br/alexandre-pamplona/medidas-
antropometricas-do-bodybuilder-alexandre-pamplona/.
Para o treinamento de todas as demarcações dos pontos 
anatômicos e treinamento das medidas de DC, assista aos vídeos 
do site:
http://www.treinoemfoco.com.br/avaliacao-antropometrica/
Teoricamente, 
qualquer ponto 
corporal que 
tenha referência 
anatômica pode 
ser usado para 
medida de DC, 
entretanto alguns 
apresentam 
referências de 
difícil localização 
ou pontos de 
medida de difícil 
pinçamento.
33
Avaliação Antropométrica Capítulo 2 
Protocolos de Medidas de 
Perímetros Corporais - PC
A seguir apresentaremos os protocolos de medidas dos pontos perimétricos, 
com os posicionamentos exatos dos locais de mensuração. Lembrando sempre 
que, quando em segmentos corporais de membros superiores ou inferiores, 
o lado direito corporal é o utilizado como padrão de referência das medidas. 
Obviamente, se a intenção é comparar os lados corporais, como avaliar perímetro 
do lado direito e esquerdo do antebraço de tenistas, esta referência deverá ser 
alterada forçosamente.
Perímetro do antebraço (PAnt): Você deve executar a medida 
no maior perímetro do antebraço direito. Para tal, o avaliado deve 
estar em posição ereta em pé, braços ao longo do corpo, estando o 
antebraço direito supinado e elevado à frente (cotovelo estendido e 
ombro fletido à aproximadamente 60º). Você deverá obter essa medida 
no ponto de maior volume do segmento antebraço (Figura 20).
Figura 20 - Imagem demonstrando a mensuração do perímetro do antebraço
Fonte: O Autor. 
Perímetro do braço (PBr): Esta medida é executada no ponto central entre 
o acrômio e a articulação úmero-radial do braço direito (perceba que é o mesmo 
local de demarcação da DC-Bi). Verifique se o avaliado esta em pé, na posição 
ereta, braços relaxados ao longo do corpo e palmas das mãos voltadas para coxa 
(Figura 21).
Esta medida é 
executada no 
ponto central 
entre o acrômio 
e a articulação 
úmero-radial 
do braço direito 
(perceba que é o 
mesmo local de 
demarcação da 
DC-Bi).
34
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
Figura 21 - Imagem demonstrando a mensuração do perímetro do braço relaxado
Fonte: O Autor. 
Perímetro do braço fletido (PBrF): Nesta medida você deverá posicionar 
o avaliado em pé, com o cotovelo fletido a 90º, sendo o movimento de flexão 
resistido pelo membro contralateral. Você executa a medida no ponto de maior 
proeminência do músculo bíceps braquial (Figura 22). Alertamos para o fato de 
que o desenho do músculo bíceps braquial em seu ponto de maior proeminência 
pode modificar de indivíduo para indivíduo em função de variações anatômicas, 
assim, este ponto pode ou não coincidir com o PBr ou com a DC-Bi.
Salientamos que esta é a única medida perimétrica realizada com a 
musculatura em máxima contração isométrica. As demais medidas ou são 
realizadas com a musculatura relaxada (a maioria) ou somente com tônus 
postural.
Figura 22 - Demonstrando a mensuração do perímetro do braço fletido 
Fonte: O Autor. 
Perímetro do ombro (POmb): Com o indivíduo posicionado em ortostase, 
realize a medida no ponto de maior proeminência do músculo deltoide em sua 
35
Avaliação Antropométrica Capítulo 2 
porção medial (Figura 23). Você deve posicionar-se frontalmente 
ao avaliado e visualmente verificar o ponto de maior proeminência 
muscular, posicionando, exatamente neste local, a fita métrica, de 
forma que esta fique exatamente horizontalizada. O uso do espelho 
nesta medida ajudará sobremaneira para que fita fique adequadamente 
esticada sobre o perímetro a ser medido.
Em indivíduos onde o relevo muscular do músculo deltoide não é 
destacado, esta informação visual da referência de colocaçãoda fita 
métrica será “perdida”. Quando isso ocorrer, você deverá posicionar 
a fita métrica em um ponto tal que corresponderia, aproximadamente, 
ao ponto de maior proeminência do músculo deltoide em sua porção 
medial.
Figura 23 - Demonstrando a mensuração do perímetro do ombro
Fonte: O Autor. 
Perímetro do tórax (PTx): Mantenha o indivíduo em ortostase e, para medida 
deste ponto nos homens, a fita métrica deve ser posicionada exatamente sobre o 
mamilo (Figura 24, imagem “A”). O uso de um espelho contribuirá para verificar 
se a fita métrica encontra-se completamente horizontalizada. Um procedimento 
importante é solicitar ao avaliado: a abdução dos ombros a 90º, favorecendo a 
colocação da fita métrica. Para a execução da medida, peça ao avaliado que volte 
à posição de ortostase, confira se a fita métrica não se deslocou do ponto ideal e, 
não havendo deslocamento, execute a medida.
Nas mulheres, o PTx (Figura 24, imagem “B”) é mensurado logo abaixo da 
prega axilar. Esta diferenciação é para ter a menor interferência dos seios sobre a 
medida do tórax.
Em indivíduos 
onde o relevo 
muscular 
do músculo 
deltoide não é 
destacado, esta 
informação visual 
da referência de 
colocação da 
fita métrica será 
“perdida”. Quando 
isso ocorrer, você 
deverá posicionar 
a fita métrica em 
um ponto tal que 
corresponderia, 
aproximadamente, 
ao ponto de maior 
proeminência do 
músculo deltoide 
em sua porção 
medial.
36
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
Figura 24 - Imagem demonstrando a mensuração do perímetro 
do tórax. Imagem “A” nos homens e “B” nas mulheres
Fonte: O Autor. 
Perímetro da cintura (PCint): Este perímetro deve ser medido 
transversalmente ao eixo longitudinal do tronco na região de menor perímetro 
(Figura 25). Esta região localiza-se normalmente acima da cicatriz umbilical. Fique 
atento(a), pois em alguns indivíduos é muito difícil verificar o ponto da cintura, 
tanto em vista anterior quanto posterior. Nesses casos, você deverá posicionar 
a fita métrica acima da cicatriz umbilical em um ponto onde aproximadamente 
estaria a cintura do indivíduo, ou seja, será feito de uma forma “estimada”, pois 
não há uma definição de menor perímetro na região.
Figura 25 - Imagem demonstrando a mensuração do perímetro da cintura 
Fonte: O Autor. 
Perímetro do abdômen (PAbd): Esta medida você deve realizar 
na região abdominal, na altura do umbigo. O avaliado deve estar em 
pé, posição ortostática e você a sua frente. Passe a fita em torno do 
avaliado de trás para frente, mantendo um plano horizontal para que 
esta fique exatamente sobre a cicatriz umbilical, fazendo a leitura após 
uma expiração normal (Figura 26).
Esta medida você 
deve realizar na 
região abdominal, 
na altura do 
umbigo.
37
Avaliação Antropométrica Capítulo 2 
Figura 26 - Imagem demonstrando a mensuração do perímetro abdominal
Fonte: O Autor. 
Perímetro do quadril (PQd): Avaliado em posição ortostática, porém com 
os cotovelos fletidos e como os antebraços em “X” à frente do tórax. Dessa 
forma, liberando a região do quadril para a mensuração. Observando o avaliado 
lateralmente, você deve mensurar o ponto de maior protuberância da região 
glútea (Figura 27). Salientamos que você deve posicionar o avaliado com os pés 
unidos, pois com o afastamento anteroposterior ou lateral destes poderá ocorrer 
interferência na medida, elevando o valor do perímetro.
Figura 27 - Imagem demonstrando a mensuração do perímetro do quadril 
Fonte: O Autor. 
Perímetro da coxa superior (PCxS): Posicione o avaliado conforme 
descrito para avaliação do PQd, porém com afastamento lateral dos pés, 
para que permita a colocação da fita métrica ao redor do segmento coxa, logo 
abaixo da prega glútea (Figura 28). Para facilitação desta medida, mulheres 
deverão estar vestidas com biquíni ou bermudas/calças legging e homens com 
sunga.
38
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
Figura 28 - Imagem demonstrando a mensuração do perímetro da coxa superior
Fonte: O Autor. 
Perímetro da coxa média (PCxM): Avaliado no mesmo posicionamento ue 
no PCxS. Você deve realizar a medida no ponto médio entre a prega inguinal e a 
borda proximal superior da patela, estando o joelho em extensão (Figura 29). Este 
ponto de medida coincide com o ponto da DC-CxM. Portanto, se você realizar a 
demarcação precisa da dobra cutânea favorecerá, em muito, a medida do PCxM.
Figura 29 - Imagem demonstrando a mensuração do perímetro da coxa média 
Fonte: O Autor. 
Perímetro da perna (PPn): Avaliado em pé. Você deverá realizar a medida 
transversalmente ao eixo longitudinal da perna, no ponto de maior protuberância 
medial (gastrocnêmio medial) desta em vista frontal (Figura 30). Salientamos que 
a massa corpórea do avaliado deve estar igualmente distribuída em ambos os 
membros inferiores.
39
Avaliação Antropométrica Capítulo 2 
Figura 30 - Imagem demonstrando a mensuração do perímetro perna
Fonte: O Autor. 
Estes são os principais perímetros corporais, os mais utilizados e conhecidos. 
Vários outros perímetros podem ser gerados e mensurados, porém apresentam 
menor aplicabilidade para análise morfológica ou em equações preditivas da 
composição corporal. Portanto, os perímetros que apresentamos neste capítulo 
são os de maior utilidade e serão necessários para uso de equações preditivas da 
densidade corporal, percentual de gordura ou massa muscular.
Atividade de Estudos: 
1) É fundamental o treinamento prático destas medidas para 
que você fique capacitado(a) para usá-las. Então, selecione 
cinco pessoas (pais, irmãos, amigos, vizinhos, etc.) demarque-
os e mensure os seus perímetros corporais. Para isso, você 
precisará simplesmente de uma caneta de demarcação 
e uma fita métrica. Após obter os dados, analise os valores 
encontrados em termos de “tamanhos” de perímetros e liste 
em um papel quais foram as medidas de maior dificuldade de 
realização e o porquê desta dificuldade. Se você conseguir um 
adipômetro (compasso de dobras cutâneas), mensure também 
as dobras.
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 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
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Algumas Considerações
Vimos neste capítulo as principais medidas de DC, PC, MCT e Est. Com tais 
dados, já somos capazes de analisar questões antropométricas relacionadas ao 
biótipo ou quantidade e distribuição de gordura ou, ainda, à performance humana. 
Em consonância com isso, Norton e Olds (2005), Moura (2011) e Petroski (2011) 
sugerem o uso de somatórios de dobras cutâneas para análise da quantidade 
e distribuição de gordura corporal. Ademais, De Rose, Pigatto e De Rose 
(1984) e Rodrigues-Añez (2010) sugerem o uso de dados antropométricos para 
comparativo de proporcionalidade corporal entre diferentes atletas e diferentes 
modalidades.
Assim, você pode observar que com as medidas antropométricas efetuadas 
já é possível gerar dados importantes que subsidiam a análise, a interpretação, 
o planejamento e a organização do treinamento. No próximo capítulo, 
apresentaremos em detalhes formas de aplicar as medidas antropométricas 
em equações preditivas para análise morfológica. Vamos a essa nova etapa de 
estudo?
Referências
DE ROSE, E. H.; PIGATTO, E.; DE ROSE, R. C. F. Prêmio Liselott Diem de 
literatura desportiva. Rio de Janeiro: MEC, 1984.
GLANER, M. F.; BRITO, S. J. Gordura corporal em judocas: validação cruzada da 
equação de Lohman. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. [S.l.], v. 9, n. 
3, p. 257-261, 2007.
MOURA, João Augusto Reis de. Protocolos antropométricose equações 
preditivas da composição corporal. Blumenau: Nova Letra, 2011.
MOURA, J. A. R. et al. Características morfológicas de levantadores de 
potência participantes do XXIII campeonato brasileiro de powerlifting. Rev Bras 
Cineantropom Desempenho Hum. [S.l.], v. 7, n. 2, p. 44-54, 2005.
41
Avaliação Antropométrica Capítulo 2 
NORTON, K.; OLDS, T. Antropométrica. Porto Alegre: ArtMed, 2005.
PETROSKI, E. L. Antropométrica: técnicas e padronizações. 5. ed. Várzea 
Paulista: Fontoura, 2011.
RODRIGUES-AÑEZ, C. R. Proporcionalidade. In: PETROSKI, E. D.; PIRES-
NETO, C. S.; GLANER, M. F. Biométrica. Jundiaí: Fontoura, 2010.
42
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
CAPÍTULO 3
Avaliação Morfológica 
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Identificar todos os procedimentos de fragmentação corporal e as relações 
entre os componentes corporais. 
 3 Empregar as diferentes formas matemáticas de fragmentar o corpo em dois 
ou quatro componentes. 
44
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
45
Avaliação Morfológica Capítulo 3 
Contextualização
Leia atentamente as seguintes perguntas: 
 – Quantos por cento de sua Massa Corporal Total (MCT) são constituídos 
somente de gordura?
 – Quantos por cento de sua MCT são somente constituídos de músculos?
 – Quantos por cento de sua MCT são somente constituídos de ossos?
 – Sua massa corporal magra está em níveis adequados (satisfatórios)?
 – A relação entre o que você tem de gordura para a quantidade de massa 
muscular do seu corpo está adequada?
Para responder a tais perguntas não basta que tenhamos somente as 
medidas antropométricas. É preciso que estas medidas sejam “trabalhadas” 
metodológica e matematicamente para que possam expressar condições 
morfológicas do corpo. 
O presente capítulo aborda tais questões. Verificaremos como quantificar 
(de forma estimada por equações) componentes morfológicos corporais, como, 
por exemplo, percentuais musculares e de gordura corporal ou, ainda, 
perímetros musculares de braço e coxa, além de áreas magras dos 
dois segmentos. Ratificamos que tais informações serão fundamentais 
para subsidiar procedimentos de elaboração e planejamento do 
treinamento.
Estimando os Componentes 
Corporais
Quando estamos prescrevendo treinamento, necessitamos de 
informações confiáveis para que possamos orientar nossos treinos. 
Uma das informações fundamentais diz respeito a aspectos da 
composição corporal.
A composição corporal é uma atividade da área de 
A composição 
corporal é 
uma atividade 
da área de 
cineantropometria 
que busca 
segmentar a 
massa corporal 
em seus principais 
componentes. 
Assim, temos os 
componentes: 
Massa Gorda 
(MG), Massa 
Corporal Magra 
(MCM), Massa 
Muscular (MM), 
Massa óssea 
(MO) e Massa 
Residual (MR).
46
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
cineantropometria que busca segmentar a massa corporal em seus principais 
componentes. Assim, temos os componentes: Massa Gorda (MG), Massa 
Corporal Magra (MCM), Massa Muscular (MM), Massa óssea (MO) e Massa 
Residual (MR). Vamos analisar os conceitos através da tabela 1.
Tabela 1 - Apresentação dos principais componentes teciduais corporais e suas definições
Componente Definição
Massa Gorda (MG)
Componente corporal constituído somente de gordura (tecido 
adiposo)
Massa Corporal Magra (MCM)
Componente corporal onde estão incluídos diversos tecidos 
corporais menos a MG (MCM = MCT – MG)
Massa Muscular (MM)
Componente corporal constituído somente de músculos (tecido 
muscular esquelético estriado)
Massa Óssea (MO)
Componente corporal constituído somente pelo esqueleto huma-
no (tecido ósseo)
Massa Residual (MR)
São os demais componentes corporais, depois de retirados MM, 
MO e MG. Constituídos de vísceras, fluidos corporais, encéfalo, 
entre outros.
Fonte: Moura (2011).
Dessa forma, você pode perceber que temos diferentes formas de fragmentar 
o corpo. Todavia, a segmentação em dois ou quatro componentes são as mais 
usuais no meio da educação física.
- Em dois componentes: MCM + MG = MCT.
- Em quatro componentes: MG + MO + MM + MR = MCT.
Devemos alertar que existe só uma forma direta de determinar tais 
componentes, que seria com a dissecação corporal, o que se faz em pesquisas 
utilizando-se cadáveres, porém em “in vivo” é impossível. Dessa forma, a 
ciência desenvolveu modelos matemáticos (equações) que são capazes de 
47
Avaliação Morfológica Capítulo 3 
predizer tais componentes com grande precisão. Obviamente, por se tratar de 
equações, devemos entender que sempre existirá erros de estimativa associados 
a elas, mas existem maneiras de minimizar tais erros, os quais discutiremos 
posteriormente. O fato é que as equações preditivas necessitam de dados 
antropométricos para serem usados como variáveis preditivas destas. Assim, 
possivelmente você concluirá e identificará mais uma importância para a coleta de 
dados antropométricos (capítulo 2), ou seja, eles formam a base para estimarmos 
a composição corporal do ser humano.
Dando continuidade à análise da composição corporal, apresentaremos 
algumas equações preditivas que estimarão a MG e %G de alguns grupos 
populacionais (Tabela 2). 
Preste bem atenção nestas equações e suas aplicações. As equações 
apresentam validação para grupo específicos. Deurenberg, Weststrate e Sidell 
(1991) apresentam uma equação que foi validada por Buonani e colaboradores 
(2011) para crianças adolescentes de ambos os sexos de 07 a 17 anos. Petroski, 
em sua tese de doutorado (1995), desenvolveu diversas equações para homens 
e mulheres adultas. Salem e colaboradores (2004) desenvolveram várias 
equações. A apresentada é para mulheres adultas. Rech e colaboradores (2006) 
desenvolveram uma equação específica para mulheres idosas. 
Você pode perceber que na tabela 2 apresentamos somente cinco equações, 
porém salientamos que existem inúmeras equações preditivas já validadas para 
a população brasileira. Para maior aprofundamento desta questão consulte as 
obras de: Moreira (2006), Petroski, Pires-Neto e Glaner (2010), Moura (2011) e 
Petroski (2010).
48
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
Tabela 2 - Equações preditivas do %G ou da densidade 
corporal (D) para diferentes populações
Autor Validação Equação Cálculo
Dezenberg 
et al. (1991)
Buonani et al. 
(2011)
Indivíduos (7-17 
anos) ambos os 
sexos
%G = (1,51 x IMC) – (0,70 x ID) – 
(3,6 x S) + 1,4
ID = idade (anos)
S = 1 (masc.) ou 2 (fem.)
%G = (1,51 x 22) – (0,70 x 
11) – (3,6 x 1) + 1,4
%G = (33,22) – (7,7) – 3,6 
+ 1,4
%G = 23,32%
Petroski 
(1995)
Para homens 
adultos 
D = 1,10726863 – 0,00081201(x1) 
+ 0,00000212(x1)2 – 
0,00023367(ID)
x1 = ∑DC (SE+TR+SI+PM)
D = 1,10726863 – 
0,00081202(47,2) + 
0,00000212(47,2)2 – 
0,00023367(28)
D = 1,10726863 – 0,0383268 
+ 0,00472302 – 0,00654276
D=1,06712209
Salem et al. 
(2004)
Para mulheres 
adultas 
D = 1,058 – 0,000763 (DC_Bi 
+TR) + 0,002948 (Pant) – 
0,000836 (Pcint)
DC_Bi + TR (soma das respecti-
vas dobras)
D = 1,58 – 0,000763 (13,1) + 
0,002948 (23,5) – 0,000836 
(64)
D = 1,058 – 0,0099953 + 
0,069278 – 0,053504
D = 1,06337787
Rech et al. 
(2006)
Para mulheres 
idosas (50 a 75 
anos)
%G = 10,927073 + (0,368352 x 
Xa) – (0,001153 x Xa2) + (0,153198 
x ID)
Xa = ∑DC (SI + Pe + CxM)
%G = 10,927073 + (0,368352 
x 99) – (0,001153 x 992) + 
(0,153198 x 53)
%G = 10,927073 + 36, 4669 
– 11,3005 + 8,1194
%G = 44,2%
Fonte: O Autor. 
As equações que estimam a densidade corporal (D) requerem 
mais um ajuste para transformar tais valores em %G. Assim, devemos 
utilizar a equação de Siri (1961) para transformar os valores.
As equações 
que estimam 
a densidade 
corporal (D) 
requerem mais 
um ajuste para 
transformar tais 
valores em %G. 
Assim, devemos 
utilizar a equação 
de Siri (1961) para 
transformaros 
valores.
49
Avaliação Morfológica Capítulo 3 
%G = (495/D) - 450
Se aplicarmos a equação de Siri aos valores de D, obtidos nas equações de 
Petroski e Salem e colaboradores (Tabela 2), teremos os valores de %G de 13,8% 
e 15,5%, respectivamente. De posse do valor do %G podemos transformá-lo no 
componente corporal MG através de uma regra de três simples (Figura 31). 
Figura 31 - Cálculo de regra de três simples para quantificação da MG 
com %G estimado através da equação de Petroski (1995)
Fonte: Petroski (1995). 
Ao estimarmos o componente corporal de MG (9,7kg), teremos condições 
de calcular a MCM através da simples subtração da MG a MCT. Nesse caso, 
obteremos um segundo componente corporal.
MCM (kg) = MCT (kg) – MG (kg)
MCM (kg) = 70 (kg) – 9,7 (kg)
MCM = 60,3 kg
Com a MCM e MG já temos a composição corporal de dois componentes, o 
que confere dados de análise morfológica. Todavia, é importante sabermos que o 
50
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
valor do %G é extremamente utilizado para avaliar o teor de gordura corporal da 
população de um modo geral. Para isso, a tabela 3 nos ajuda na interpretação.
Tabela 3 - Valores referenciais para o percentual de gordura (%G)
Homens Mulheres
Muito baixo ≤5% ≤12%
Baixo 6-11% 12-22%
Ideal 12-15% 22-25%
Alto 16-24% 24-31%
Muito alto ≥25% ≥32%
Fonte: Moura (2011).
Dando continuidade, podemos agora partir para a equação preditiva da 
MO (Figura 32). Von Döbeln (1966) lançou uma equação que utiliza as variáveis 
antropométricas de estatura (em metros), diâmetro biepicondiliano do fêmur e 
biestiloide (embora os diâmetros sejam mensurados em centímetros, transformar 
a unidade de medida para metros).
Figura 32 - Equação de Von Döbeln (1966) e o respectivo desenvolvimento da equação
Fonte: Von Döbeln (1966).
Aplicando a equação, temos a estimativa de um novo componente corporal, 
a massa óssea. No caso do exemplo usado, temos um valor de 10,44kg de MO.
Dando prosseguimento, partirmos para a estimativa da MM (massa muscular). 
Para esta estimativa, temos à disposição na literatura (RECH; MOURA, 2010) 
51
Avaliação Morfológica Capítulo 3 
quatro equações. As equações de Martin e colaboradores (1990) e de Doupe 
e colaboradores (1997) não se configuram com acuracidade suficiente para 
estimar a MM quando aplicadas à população brasileira. Porém duas equações 
desenvolvidas por Lee e colaboradores (2000) apresentaram-se válidas para 
estimativa acurada da MM de jovens universitários masculinos (Figuras 33 e 34). 
Figura 33 - Apresentação da equação desenvolvida por Lee 
e colaboradores (2000) para estimativa da MM
Fonte: O Autor. 
Onde: 
Est = estatura (m); 
PMBr = Perímetro magro do braço (cm); 
PMCxM = Perímetro magro da coxa média (cm); 
PMPn = Perímetro magro da perna (cm);
Id = idade (anos)
A equação de Lee e colaboradores (2000) (Figura 33) apresenta 
perímetros musculares como variáveis preditivas além de estatura, 
sexo, idade e etnia, isto é, sete variáveis preditivas na equação, 
usando, assim, diferentes “fontes preditivas” para a estimativa da 
MM de jovens. Portanto, se aplicarmos tal equação a populações 
diferentes, como adolescentes e idosos, os erros de predição tendem 
a aumentar. 
A equação de Lee 
e colaboradores 
(2000) (Figura 33) 
apresenta períme-
tros musculares 
como variáveis 
preditivas além 
de estatura, sexo, 
idade e etnia, isto 
é, sete variáveis 
preditivas na 
equação, usando, 
assim, diferentes 
“fontes preditivas” 
para a estimativa 
da MM de jovens.
52
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
Figura 34 - Apresentação da equação desenvolvida por Lee 
e colaboradores (2000) para estimativa da MM
Fonte: O Autor. 
A sequência de cálculos é extremamente longa para se obter o valor da 
MM, porém, visto de outra forma, existem diversas variáveis preditivas que 
contribuem para que as equações sejam mais precisas. A tabela 4 apresenta 
todos os cálculos necessários para estimativa da MM. Saliento a você que os 
valores de DC mensurados em milímetros (mm) devem ser transformados em 
centímetros (cm).
Tabela 4 - Cálculos necessários para estimativa da Massa Muscular 
(MM) via equação de Lee e colaboradores (2000)
Perímetro Magro do Braço (PMBr) Perímetro Magro da Coxa média 
(PMCxM)
Perímetro Magro da 
Perna (PMPn)
PBr = 31,5 cm
DC-TR = 9,0 mm (0,9 mm)
PCxM = 54,4 cm
DC-CxM = 11,2 mm (1,12 mm)
PPn = 37,2 cm
DC-PM = 4,5 mm (0,45 
mm)
PMBr = PBr – (π x DC-TR)
PMBr = 31,5 – (3,1416 x 0,9)
PMBr = 28,7 cm
PMCxM = PCxM – (π x DC-CxM)
PMCxM = 54,4 – (3,1416 x 1,12)
PMCxM = 50,9 cm
PMPn = PPn – (π x 
DC-PM)
PMPn = 37,2 – (3,1416 
x 0,45)
PMPn = 35,8 cm
MM = Est x [(0,00744xPMBr2) + (0,00088xPMCxM2) + (0,00441xPMPn2)] + (2,4xsexo) – (0,048xId) + 
Et + 7,8
MM = 1,69 x [(0,00744x28,72) + ( 0,00088x50,92) + (0,00441x35,82)] + (2,4x1) – (0,048x40) + 0 + 7,8
MM = 1,69 x [(0,00744x824,0) + ( 0,00088x2590,8) + (0,00441x1281,6)] + (2,4x1) – (0,048x40) + 0 + 
7,8
MM = 1,69 x[(6,13) + (2,28) + (5,65)] + (2,4) – (1,92) + 0 + 7,8
MM = 23,76 + (2,4) – (1,92) + 0 + 7,8
MM = 32,04 kg
Fonte: Lee e colaboradores (2000). 
53
Avaliação Morfológica Capítulo 3 
Em função de cálculos longos e trabalhosos, surgiram no mercado vários 
softwares que buscam acelerar o processo. Sugerimos que acesse os sites 
descritos abaixo e verifique como estes funcionam. Caso contrário, planilhas de 
cálculos no Microsoft Excel poderão ajudar sobremaneira.
http://www.terrazul.com.br/ 
http://www.treinoemfoco.com.br/sexta-em-foco/software-de-
avaliacao-fisica-saamh/
De posse da quantificação dos componentes MG, MO e MM por subtração, 
estimamos os valores de MR (massa residual). Como o próprio termo retrata, a 
MR é composta por todos os componentes corporais restantes após a retirada do 
tecido gordo, ósseo e muscular (Figura 35).
Figura 35 - Cálculo da Massa Residual (MR) derivado dos demais componentes corporais
 
Fonte: O Autor. 
Com os quatro componentes estimados, temos a composição corporal 
completa com o uso de quatro componentes (MG, MO, MM e MR) (Figura 36).
54
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
Figura 36 - Esquema Gráfico demonstrando a segmentação 
corporal em dois e quatro componentes
Fonte: O Autor. 
Como último ponto de análise morfológica, indicamos que você 
estabeleça relações entre os componentes corporais para obter 
um real panorama morfológico de seu atleta. A relação MCM/MG 
(R-MCM/MG) realiza a divisão do valor da MCM pelo respectivo 
valor de MG e tal valor nos permitirá verificar qual a proporção da 
MCM pela MG. Visto de outra forma, podemos entender que o valor 
em quilograma da MCM supera o valor da MG em 5,4 vezes, ou 
seja, é 5,4 vezes maior o valor da MCM em relação ao valor da MG 
(Figura 37).
Se o mesmo for feito para os componentes MM e MG a relação destes 
componentes (R-MM/MG) fornecerá a informação de proporção entre ambos. 
Assim, a R-MM/MG é de 3,3; isto é, a quantidade de MM no corpo supera a MG em 
3,3 vezes. Isso em alguns esportes, nos quais a mobilidade corporal (agilidade) e 
a potência muscular são importantes, torna estas relações fundamentais a serem 
avaliadas (Figura 37).
Figura 37 - Relações entre os componentes (tecidos) corporais.
Fonte: O Autor. 
A relação MCM/
MG (R-MCM/MG) 
realiza a divisão 
do valor da MCM 
pelo respectivo 
valor de MG e tal 
valor nos permitirá 
verificar qual a 
proporção da 
MCM pela MG.
55
Avaliação Morfológica Capítulo 3 
Atividade de Estudos: 
1) Pesquise na literatura dois artigos que apresentem a composição 
corporal de duas modalidades esportivas diferentes. Compare a 
MG, MCT, MCM, %G, MM entre as duas modalidades e calcule 
também a R-MCM/MG e R-MM/MG. De posse desses dados, 
procure interpretar os valores e verificar como eles influenciam na 
performance dos atletas destas duas modalidades esportivas.____________________________________________________
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Algumas Considerações
Como reflexão final, poderemos verificar, de forma geral e também 
detalhada, o que os dados calculados até o presente momento podem nos trazer 
de informação útil. 
Primeiramente, lembremos que nosso atleta em questão tem MCT de 70kg 
com 1,70m de estatura. Com estes dois dados, aparentemente, este atleta do 
sexo masculino não aparenta ser gordo e realmente não o é, pois confirmamos 
esta “hipótese” ao estimarmos o %G do atleta. Com 13,8% de gordura corporal 
ele está na faixa ideal (Tabela 3). Porém, se tratar-se de um triatleta, por exemplo, 
seria interessante um %G ainda mais baixo. Gagliardi (1996) identificou em 
triatletas de alto rendimento o valor de 10,7% através da pesagem hidrostática. 
Se tratar-se de atleta de futebol, Moura e colaboradores (2003) encontrou valores 
56
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
de 7,1%. Você pode notar que dependendo da modalidade esportiva os valores 
ideais de %G mudam e você deverá buscar a configuração destes valores ideais 
através de treinamento adequadamente dosado sobre o atleta.
A MM de 32,04kg representa 45,7% da MCT composta por tecido muscular. 
Para um sujeito não atleta este percentual de MM está em conformidade com as 
necessidades, todavia, se tratar-se de um culturista, o valor está muito abaixo 
do desejado. O Atleta Campeão Catarinense de Fisiculturismo overall 2012 
(Alexandre Osmar Pamplona) apresentou, na semana da competição, 54,5kg de 
MM, que correspondiam a 67,1% da sua MCT. Fica claro que em atletas culturistas 
a necessidade do desenvolvimento muscular é muito maior. 
ht tp: / /www.treinoemfoco.com.br/alexandre-pamplona/
composicao-corporal-alexandre-pamplona/
Se nosso atleta tratar-se de um tenista, existe a necessidade de elevadíssima 
agilidade corporal. A agilidade corporal pode ser favorecida aumentando o tecido 
que produz o movimento de potência-explosivo (tecido muscular) e diminuindo 
o tecido que gera carga extra inútil no mecanismo de movimentação corporal 
(Moura et al., 2005), ou seja, o tecido adiposo. Assim, a R-MM/MG deve ser 
elevada. Nosso atleta em questão apresentou o valor 3,3, significando que para 
1,0kg de gordura corporal existem 3,3kg de músculos, sendo este um valor 
baixo, necessitando ser elevado para melhorar a capacidade de gerar agilidade/
potência no desporto tênis. Só como referência para você, o atleta Pamplona, 
citado anteriormente, apresenta uma R-MM/MG de 9,4 (cada quilo de gordura é 
contrabalançado por 9,4kg de MM).
Nestas últimas reflexões sobre os valores identificados sobre os componentes 
corporais, buscamos desenvolver linhas de reflexões ilustrativas de como usar os 
dados gerados. Acreditamos ter ficado claro a necessidade da geração de tais 
dados como fator de diagnóstico e orientação do treinamento.
Referências
BUONANI, C. et al. Desempenho de diferentes equações antropométricas na 
predição de gordura corporal excessiva em crianças e adolescentes. Rev Nut. 
[S.l.]. v. 24, n. 1, p. 41-50, 2011.
57
Avaliação Morfológica Capítulo 3 
DEURENBERG, P.; WESTSTRATE, J. A; SIDELL, J. C. Body mass indes as a 
measure of body fatness: age and sex-specific prediction formulas. Br J Nutr. 
[S.l.], v. 65, n. 2, p.105-114, 1991.
DOUPE, M. B. A new formula for population-based estimation of whole muscle 
mass in males. Can J Appl Physiol. [S.l.], v. 22, n. 6, p. 598-608, 1997.
GAGLIARDI, J. F. L. Estudo de equações de estimativa de densidade e 
composição corporal em atletas do sexo masculino. 1996. Dissertação 
(Mestrado em Educação Física) - Escola de Educação Física da Universidade de 
São Paulo (USP), 1996.
LEE, R. C. et al. Total-body skeletal muscle mass: development and cross-
validation of anthropometric prediction models. Am J Clin Nutr. [S.l.], v. 72, p. 
796-803, 2000.
MARTIN, A. D. et al. Antrhropometric estimation of muscle mass in men. Med Sci 
Sports Exerc. [S.l.], v. 22, n. 5, p. 729-733, 1990.
MOREIRA, S. B. Ciência no treinamento, modelização matemática da 
performance. Rio de Janeiro: Shape, 2005.
MOURA, J. A. R. et al. Validação de equações para a estimativa da densidade 
corporal em atletas de futebol categoria sub-20. Rev Bras Cineantropom 
Desempenho Hum. [S.l.], v. 5, n. 2, p. 22-32, 2003.
_____. et al. Características morfológicas de levantadores de potência 
participantes do XXIII campeonato brasileiro de powerlifting. Rev Bras 
Cineantropom Desempenho Hum. [S.l.], v. 7, n. 2, p. 44-54, 2005.
_____. Protocolos antropométricos e equações preditivas da composição 
corporal. Blumenau: Nova Letra, 2011.
PETROSKI, E. L. Antropometria: técnicas e padronizações. 5. ed. Jundiaí (SP): 
Fontoura, 2011.
PETROSKI, E. L.; PIRES-NETO, C. S.; GLANER, M. F. Biométrica. Jundiaí: 
Fontoura, 2010.
RECH, C. R. Validação de equações antropométricas e de impedância 
bioelétrica para estimativa da composição corporal em idosos. 2006. 
Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Universidade Federal de Santa 
Catarina, Florianópolis, 2006.
58
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
RECH, C. R.; MOURA, J. A. R. Antropometria para a estimativa da massa 
muscular. In: SALEM, M.; FERNANDES FILHO, J.; PIRES-NETO, C. S. 
Desenvolvimento e validação de equações antropométricas específicas para a 
determinação da densidade corporal de mulheres militares do Exército Brasileiro. 
Rev Bras Med Esporte. [S.l.], v. 10, n. 3, p. 141-146, 2004.
SIRI, W. E. Body composition from fluid spaces and density: analyses of methods. 
In: BROZEK, J. H. Techniques for measuring body composition. Washington: 
National Academy of Science, 1961.
CAPÍTULO 4
Avaliação Neuromotora e 
Metabólica
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Apontar os diferentes testes utilizados na quantificação de variáveis do 
desempenho humano. 
 3 Analisar a consistência dos protocolos e a viabilidade de aplicação de 
diferentes testes que avaliam o desempenho humano. 
60
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
61
Avaliação Neuromotora e Metabólica Capítulo 4 
Contextualização
Você está elaborando uma periodização de treinamento para os seus atletas 
e, para ter dados que possam embasar seu trabalho, necessita de quantificações 
referente a testes físicos de cunho neuromotor (resistência muscular, força, 
potência, agilidade, etc.), bem como de cunho cardiovascular metabólico 
(resistência aeróbia e resistência anaeróbia). Você treina um atleta de voleibol, 
qual o melhor teste de potência de membros inferiores a aplicar? Se seu atleta 
é da modalidade de basquetebol, qual o melhor teste de potência de membros 
superiores a aplicar?
Tais questionamentos são necessários para equacionar bons procedimentos 
de aplicação do teste. Selecionar adequadamente os testes e aplicar 
rigorosamente os protocolos são condições indispensáveis para desenvolver 
baterias de testes que produzam resultados confiáveis e úteis para a formulação 
do treinamento.
Neste capítulo, iremos conhecer e estudar a aplicação de alguns dos 
principais testes de campo na área do treinamento desportivo. Conhecer todos 
os procedimentos referentes ao protocolo de testagem de diferentestestes 
é fundamental para que suas avaliações sejam precisas. Portanto, vamos a 
eles?
Testes e seus Respectivos 
Protocolos
a) Teste de Sentar e Alcançar (Banco de Wells) – Teste de flexibilidade
Objetivo: Medir a flexibilidade da musculatura extensora do quadril (músculo 
glúteo máximo e grupos isquiotibiais) e músculos extensores (posteriores) do 
tronco (eretores da espinha e quadrado lombar).
Metodologia: Coloque o atleta em posição sentada, pés apoiados no 
flexômetro. Segure os joelhos do atleta para evitar que ele os flexionem, pois se 
isto ocorrer o grupo muscular isquiotibial (músculos bíceps femoral, semitendinoso 
e semimembranoso), que também é flexor do joelho além de extensor do quadril 
(KAPANDJI, 1990), não será solicitado durante a testagem. Na execução do teste, 
o atleta flexiona a coluna vertebral e o quadril vagarosamente à frente, o máximo 
que puder, utilizando a ponta dos dedos das mãos para empurrar uma guia de 
medida.
62
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
Resultado: É computada a melhor das três tentativas. Pode ser realizado 
com análise bilateral ou unilateral, conforme figura 38. Acompanhe uma variação 
deste teste (teste de dedos ao solo) em vídeo pelo link:
http://www.treinoemfoco.com.br/sexta-em-foco/avaliacao-de-
flexibilidade-teste-de-dedos-ao-solo/.
Cuidados: devemos manter o posicionamento dos pés voltados para cima. 
Portanto, devemos evitar que os pés girem para fora, pois isso acarreta pequenas 
modificações nos grupos musculares envolvidos no movimento, interferindo em 
uma padronização rigorosa do teste e causando variações nos resultados obtidos. 
Figura 38 - Em “A” imagem demonstrando avaliação bilateral de 
flexibilidade, em “B” a demonstração unilateral do teste
Fonte: O Autor. 
63
Avaliação Neuromotora e Metabólica Capítulo 4 
Para aprofundamento na aplicação do teste de sentar e alcançar 
assista aos vídeos dos links: 
http:/ /www.treinoemfoco.com.br/saude-em-acao/serie-
avaliacao-avaliacao-da-flexibilidade-de-cadeia-posterior/
http://www.treinoemfoco.com.br/saude-em-acao/serie-
avaliacao-fisica-analise-da-flexibilidade-muscular/
b) Teste da Corrida de 30m ou 50 m – Teste de aceleração
Objetivo: Muito embora em várias obras consagradas da 
Educação Física seja colocado este teste como de velocidade 
(MARINS; GIANNICHI, 1996) devemos entender que na verdade ele 
não o é. Quando o nosso avaliado parte da inércia, como no caso, ele 
irá produzir aceleração máxima até aproximadamente 40 a 50m para, 
então, a partir deste ponto, manter a sua velocidade. Portanto, o teste 
caracteriza-se como de aceleração. Pode ser aplicado para indivíduos 
de ambos os sexos de seis a 50 anos. Obviamente, devemos ter o 
cuidado de aplicação deste teste em pessoas idosas e/ou sedentárias 
devido à característica explosiva poder colocar em risco a integridade 
do aparelho locomotor de pessoas deste grupo populacional.
Metodologia: Você e mais um avaliador, posicionados um na linha 
de partida e o outro na linha de chegada (distância de 30 ou 50m – 
Figura 39). O avaliador na linha de partida dará o comando de “pronto” 
e “já”. Ao comando de “já”, baixará a mão neste momento, dando o indicativo para 
o avaliador da linha de chegada acionar o cronômetro. O cronômetro será travado 
quando o atleta cruzar a linha de chegada. O atleta, antes de partir para a corrida, 
deve estar em pé, em posição de largada (afastamento anteroposterior dos pés 
e tronco inclinado). Ao comando de “já”, deverá correr em linha reta. O atleta 
passará pela linha de chegada em velocidade máxima para só então desacelerar.
Resultado: Tempo de execução do percurso. Devemos realizar três tentativas 
por atleta, o menor tempo será o utilizado como o verdadeiro.
Quando o nosso 
avaliado parte 
da inércia, como 
no caso, ele irá 
produzir acelera-
ção máxima até 
aproximadamente 
40 a 50m para, 
então, a partir des-
te ponto, manter 
a sua velocidade. 
Portanto, o teste 
caracteriza-se 
como de acelera-
ção.
64
 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
Figura 39 - Esquema demonstrando teste de 30 e 50 metros 
Fonte: O Autor. 
c) Teste da Corrida de 50 m lançados – Teste de velocidade
Objetivo: Este teste, por permitir que seja feita uma aceleração de 20 a 30m 
antes do início da contabilização do tempo e da distância (por isso o “lançado”), 
realmente mede velocidade de deslocamento, uma vez que praticamente toda a 
aceleração já foi atingida ao produzir o teste. Pode ser aplicado a ambos os sexos 
de atletas.
Metodologia: Você e outro avaliador por atleta avaliado, um na linha de 
partida e o outro na linha de chegada. O atleta inicia a corrida 20 a 30 metros 
antes da linha de partida e, ao passar pelo primeiro avaliador (que está na linha de 
partida), este último deve baixar o braço para que o avaliador da linha de chegada 
acione o cronômetro. O cronômetro será travado quando o atleta cruzar a linha de 
chegada. O avaliado, antes de partir para a corrida, deve estar em pé em posição 
de largada. Este deverá sair quando sentir-se em condições de partida.
Resultado: Tempo de execução do percurso. Lembre: devem ser realizadas 
três tentativas por avaliando, o menor tempo será o utilizado como verdadeiro.
65
Avaliação Neuromotora e Metabólica Capítulo 4 
Figura 40 - Esquema demonstrando teste de 30 e 50m lançado
Fonte: O Autor. 
d) Salto Vertical (impulsão vertical) – Teste de potência
Objetivo: Medir potência de membros inferiores.
Metodologia: Parede graduada em centímetros, atleta em pé ao lado 
da parede erguer a sua mão o mais alto possível acima da cabeça para que 
se registre a altura alcançada (altura total). O avaliado (atleta) abaixa a mão e 
posiciona-se para saltar. Com balanço dos braços e flexão de joelho e quadril 
(movimento similar à cortada no voleibol), o avaliado salta e toca na parede 
graduada no ponto mais alto possível. Para facilitar este registro os 
dedos deverão estar com pó de giz.
Resultado: É dado em centímetros, subtraindo-se a altura 
máxima alcançada no salto e a altura total. Obs.: Não permita saltitos 
antecedendo o salto. São feitas três tentativas.
e) Salto Horizontal (impulsão horizontal) – Teste de potência
Objetivo: Medir potência de membros inferiores.
População-alvo: Em ambos os sexos, de crianças à idade adulta.
Você deve posicio-
nar o atleta atrás 
de uma linha de-
marcada no solo. 
Com auxílio do ba-
lanço dos braços 
e flexão de quadril 
e joelhos (similar 
ao movimento do 
teste anterior), o 
atleta saltará a 
maior distância 
horizontal possível 
a sua frente.
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 Organização e Planejamento do Treinamento Desportivo
Metodologia: Você deve posicionar o atleta atrás de uma linha demarcada 
no solo. Com auxílio do balanço dos braços e flexão de quadril e joelhos (similar 
ao movimento do teste anterior), o atleta saltará a maior distância horizontal 
possível a sua frente.
Resultado: É dado em centímetros, da distância percorrida entre as pontas 
dos pés na linha demarcada no solo até a ponta do pé (parte frontal do pé). 
Acompanhe esse teste pelo link.
http://www.treinoemfoco.com.br/avaliacao-fisica/
Tabela 5 - Indicadores de referência para o Teste de Impulsão Horizontal
Classificação Resultado (metros)
Fraco < 2,30
Regular 2,30 – 2,49
Bom 2,49 – 2,69
Muito bom 2,70 – 2,89
Excelente > 2,70
Fonte: Marins e Giannichi (1996).
Atividade de Estudos: 
1) Para treinamento dos protocolos e de avaliação dos resultados, 
selecione dois amigos seus sendo um do sexo masculino e outro 
do sexo feminino e aplique os testes de sentar e alcançar e o 
de impulsão horizontal. Com os resultados em mãos, avalie-os 
e determine se seu amigo ou sua amiga apresenta melhor 
desempenho nas duas qualidades físicas mensuradas.
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