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FUNDAÇÃO ESCOLA SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO
PRÁTICA JURÍDICA IV  
 MANDADO DE SEGURANÇA
Henrique Oliveira, João Guilherme, Gianlucca Vieira e Lucas
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
23 de maio de 2022
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA … VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE ...
JOÃO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG nº xxxxx, inscrito no CPF nº xxxxx, residente e domiciliado na Rua xxx, nº xxx, CEP xxxx, no Município de xxxx, representado por sua advogada, conforme procuração anexa, vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento no 5º, LXIX, da Constituição Federal de 1988, e artigo 1º da Lei 12.016/09, impetrar 
MANDADO DE SEGURANÇA
em face de ato praticado pelo PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL, cujas atividades são vinculadas ao Ministério Público, pessoa jurídica de direito público, com sede na Rua xxxx, Cep xxx, endereço eletrônico xxxx, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.
I) DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO:
O direito líquido e certo é aquele que não admite a fase de produção de provas durante o processo. Assim, todas as provas devem ser apresentadas no momento da impetração, ou seja, devem ser pré-constituídas. De acordo com o doutrinador Hely Lopes Meirelles, "quando a lei alude a direito líquido e certo, está exigindo que esse direito se apresente com todos os requisitos para seu reconhecimento e exercício no momento da impetração[footnoteRef:1]." [1: MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de Segurança e Ações Constitucionais. 32a Ed. São Paulo: Malheiros. 2009, p. 34.] 
É entendimento majoritário na doutrina a definição de direito líquido e certo. Este é entendido como o direito que possa ser demonstrado de plano, sem a necessidade do auxílio de instrução probatória. Consequentemente, os fatos que derem causa à impetração do mandado de segurança devem estar, de maneira antecipada, devidamente provados[footnoteRef:2]. [2: BARROSO, Darlan. Mandado de Segurança. 1a Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2009. ] 
	Na visão do doutrinador Celso Agrícola Barbi, o direito líquido e certo possui caráter tipicamente processual. Nesse sentido, não sendo apenas da possibilidade de um direito subjetivo realmente existir, o que caracteriza a certeza e a liquidez, senão que a certeza e a liquidez devem se referir aos fatos que comprovem a existência do direito e não ao direito em si[footnoteRef:3]. [3: BARBI, Celso Agrícola. Do Mandado de Segurança. 3a Ed. Rio de Janeiro: Forense. 1976, 56 - 57.] 
	Similarmente, a jurisprudência vem sedimentando, ao longo dos anos, o conceito de direito líquido e certo. Consoante o Ministro Sepúlveda Pertence, em julgado proferido no Supremo Tribunal Federal, a sua conceituação é que:
"O direito 'líquido e certo', pressuposto constitucional de admissibilidade do mandado de segurança, é requisito de ordem processual, atinente à existência de prova inequívoca dos fatos em que se basear a pretensão do impetrante e não à procedência desta, matéria de mérito [...] (STF, 2003, online)." 
	Destarte, com base no que se extrai da Constituição Federal, imperioso mencionar dita a fundamentação exposta, trata-se de um requisito com vista a proteger um direito violado ilegalmente ou até mesmo, que exista algum receio de ser violado por alguma autoridade. 
II) DOS FATOS:
	João foi aprovado em concurso público para membros do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul. Não obstante, em 10 de novembro de 2020, João foi notificado pelo Procurador-Geral de Justiça, de que, em razão da disposição da lei estadual XXX, lhe seria negada a nomeação e posse para o cargo de Promotor de Justiça, não obstante ele tivesse sido aprovado no concurso em questão.
	A lei estadual XXX exige, em seu artigo Y, idade mínima de 30 anos ou mais completos de idade na data da posse, em aras de que o aprovado no concurso possa ser nomeado e empossado como Promotor de Justiça.
	João, contudo, possui 29 anos de idade e não alcançará a idade mínima estabelecida pela lei quando da posse do cargo.
III) DA LIMINAR:
Demonstrada a grave violação ao direito líquido e certo do Impetrante, evidencia-se, por consequência, a presença dos requisitos necessários à outorga da medida liminar, com base no artigo 7º, III, da Lei 12.016/09.
Primeiramente, no que se refere ao periculum in mora, ou seja, no que se refere ao perigo na demora, bem como a consequência que pode causar, procura-se evitar um dano grave ou de difícil reparação ao bem tutelado, ainda, procura-se o afastamento do receio da demora que a decisão judicial possa causar, como um dano grave ou de difícil reparação ao bem tutelado. 
Outrossim, no que se refere ao fumus boni iuris, requisito para a concessão de um direito pleiteado que de fato existe, bastando a mera suposição de verossimilhança e, considerando que as alegações aqui expostas são plausíveis, requer que seja concedida liminar em favor do impetrante, dando a ciência à autoridade apontada como coatora, para o fim de suspender o andamento do PL XXX, intimando, desde já, a autoridade apontada como coatora que apresente as informações que julga necessária, prosseguindo-se até o final da decisão e, desde já, pugna-se pela concessão da segurança ora pleiteada, com observância de todas as formalidades legais.
IV) DOS FUNDAMENTOS:
É sabido que a Constituição Federal, mais precisamente em seu artigo 5º, LXIX garante que: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXIX -conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Igualmente, o artigo 1º da Lei nº 12.016/09 institui que:
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. 
No caso concreto,verifica-se que ficou perfeitamente evidenciado o direito líquido e certo do impetrante, afinal, trata-se de clara inobservância legal, pelo motivo de que todo procedimento assim como qualquer ato administrativo deve ser conduzido com estrita observância aos princípios legais e constitucionais, sob pena de nulidade.
Destarte, com base no artigo 5º, inciso LXIX, alínea a e no artigo 7º, inciso I da Lei nº 9.507/97 mostra-se indiscutível o cabimento do Mandado Segurança, ação constitucional esta que tem como finalidade a tutela dos direitos fundamentais, direito líquido e certo do impetrante no que se refere a atos violados por ação ilegal ou abusiva de autoridade pública ou de agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Com efeito, verifica-se que ocorreu uma violação explícita no que se refere aos dispositivos constitucionais, isso porque, o ato praticado contra João, de negar a nomeação e posse para o cargo de Promotor de Justiça, não obstante sua aprovação no concurso, se mostra totalmente ilegal, além de abusivo, já que contraria o que dispõe à Constituição Federal, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
A Constituição Federal dispõe, em seu art. 37, II, a necessidade de aprovação prévia em concurso público para investidura em cargo ou emprego público. A saber: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; 
Desse modo, verifica-se que a exigência de uma idade mínima para o cargo de Promotor de Justiça é, invariavelmente, uma afronta à Constituição Federal, mostrando-se desproporcional com relação às atividades praticadas pelos membros do Ministério Público.
Trata-se de verdadeira afronta ao princípio da isonomia, na medida em que discrimina as pessoas em razão da idade, o que não se pode permitir no ordenamento jurídico.
Assim, mostra-se indiscutível o cabimento do presente Mandado de Segurança, para que seja concedida a segurança, a fim de viabilizar a nomeação de JOÃO e sua posterior posse no cargo de Promotor de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, diante da aprovação no concurso público realizado.
V) DOS PEDIDOS:
Diante do exposto, requer:
a) A concessão da liminar para que João seja nomeado e tome posse no cargo de Promotor de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul;
b) Que Vossa Excelência, confirmando a liminar deferida, conceda a presente segurança pleiteada, para determinar, definitivamente, a nomeação e a posse de João ao cargo de Promotor de Justiça do Estado do Rio Grande do sul;
c) A intimação da autoridade coatora para, querendo, manifestar-se;
d) Juntada de todos os documentos que instruem a inicial;
e) Intimação do Ministério Público para, se for o caso, intervir, no prazo de 10 dias, conforme dispõe o art. 12, da Lei nº 12.016/2009;
f) Ausente o pedido de condenação em honorários, em face da isenção prevista no art. 25, da Lei nº 12.016/2009.
Valor da causa: XXXXX
Nestes termos, pede deferimento.
Local xxxx, data xxxx
Advogada xxxx
OAB xxxx