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Reação Tipo 1 e Tipo 2 - Hanseníase

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Encaminhe aqui uma resenha (texto) definindo as reações do Tipo 1 e do 
Tipo 2. 
Uma característica da hanseníase é sua evolução crônica, lenta e 
insidiosa. No entanto, tal evolução silenciosa pode ser interrompida por 
episódios reacionais, associados a inflamação aguda ou subaguda, cutânea ou 
extracutânea, geralmente após tratamento específico. Há dois tipos: (1) reação 
do tipo I, ou reação reversa, que acontece em pacientes dimorfos ou borderline 
(HD); (2) reação do tipo II, que ocorre em pacientes com as formas HD e HV. 
Apesar dos aspectos clínicos distintos, há elementos comuns na 
imunopatogênese de ambos os tipos, como a ação de IFN-γ, TNF e IL-12. Cerca 
de 30% dos pacientes de áreas endêmicas apresentam surtos reacionais. 
A reação do tipo I corresponde a hipersensibilidade do tipo IV, com 
alterações na imunidade celular. O paciente modifica o seu estado imunitário e 
pode ter melhora ou piora do quadro clínico ou manter-se inalterado. Sendo uma 
reação mediada por células, resulta de variação na quantidade de bacilos 
viáveis. Tal quadro pode aparecer em pacientes virgens de tratamento, durante 
o tratamento ou após a alta medicamentosa. O quadro clínico caracteriza-se por: 
(a) alterações na cor das lesões; (b) edema em lesões antigas; (c) surgimento 
de novas lesões (manchas ou placas) do tipo eritema polimorfo; (d) dor ou 
espessamento de nervos (neurites). A reação do tipo I pode ser de piora ou de 
melhora. 
Sendo, a reação de piora ou descendente consiste em modificação no 
sentido de tuberculoide para virchowiano e, consequentemente, negativa-se a 
reação de Mitsuda. Modificando-se a resistência aos bacilos por alteração da 
imunidade celular, os mesmos multiplicam-se e as células epitelioides, que 
perdem a capacidade de lise e evoluem para macrófagos vacuolados. Assim, o 
paciente paucibacilar evolui para multibacilar, aproximando-se dos virchowianos. 
A reação de melhora, de reversão ou ascendente leva à mudança no sentido de 
virchowiano para tuberculoide e, em consequência, positiva-se o teste de 
Nome da Atividade Hanseníase – Reações do Tipo 1 e do Tipo 2 
Período 3º 
Mitsuda. O número de bacilos diminui, pois, as células epitelioides passam a 
predominar, surgem granulomas e o quadro se aproxima da hanseníase 
tuberculoide. 
Clinicamente, a diferenciação entre as reações de piora ou melhora nem 
sempre é fácil. As lesões preexistentes e as que surgem mostram-se róseo-
eritematosas, edematosas, quentes, dolorosas, e às vezes necrosam e ulceram. 
Nas reações reversas, as placas são bem delimitadas externamente e, como os 
pacientes têm melhora imunitária, podem evoluir para cura. Por outro lado, 
agressão neural é intensa, podendo ocorrer necrose de nervos, formando 
fístulas na pele. Em consequência, podem surgir paralisias, garras, pé caído e 
paralisia facial. Tratamento com imunossupressores deve ser precoce e 
agressivo. 
A reação do tipo II é de hipersensibilidade humoral (tipo III). Mais 
frequente durante o tratamento, o quadro tem padrão de citocinas Th2, forma 
imunocomplexos e pode apresentar exacerbação da imunidade humoral. Com a 
fragmentação de bacilos, há liberação de antígenos e formação de 
imunocomplexos que se depositam em tecidos previamente infiltrados. 
Clinicamente, surgem nódulos ou placas eritematoedemaciadas: pernas, 
antebraços, coxas, braços, tronco e face são, em ordem, os locais mais 
acometidos. Lesões extracutâneas mais importantes são linfadenite, nefropatia, 
rinite, necrose do palato, laringite, faringite, esplenite, hepatite, iridociclite, 
orquiepididimite, artrite, dores ósseas e alterações na medula óssea, associadas 
a febre, mal-estar, náuseas, vômitos e mialgia. Lesões necróticas extracutâneas, 
trombose venosa ou arterial e glomerulonefrite podem levar ao óbito. 
 
Referência 
- Brasileiro-Filho G. Bogliolo – Patologia. 10ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 
2021.