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Doença arterial obstrutiva periférica

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Beatriz Ri�iely
Doença arterial obstrutiva periférica
● A doença arterial obstrutiva periférica (DAOP). pode causar obstrução parcial ou
total das artérias dos membros inferiores, pelo acúmulo de placas de gorduras,
provocando redução do fluxo sanguíneo para as extremidades.
● A aterosclerose torna-se uma das principais causas associadas à Doença Arterial
Obstrutiva Periférica.
● A DAP reduz a tolerância ao exercício e a capacidade funcional, devido à diminuição
significativa da força e da velocidade de contração muscular, da distância para
claudicação absoluta, da distância percorrida em metros e da velocidade da
marcha.
● Nos casos mais críticos, existe o risco de amputação do membro, caso não haja
possibilidade de revascularização.
● Aproximadamente 20% da população acometida pela doença têm mais de 55 anos
de idade, incluindo homens com idade entre 55 e 74 anos e mulheres de 65 a 74
anos. Contudo a ocorrência de tabagista portador de doença arterial obstrutiva
periférica é de 68,75%.
● Outro fator que traz prevalência significativa de 32% ocorre em pacientes renais
crônicos, no qual se utiliza como método de diagnóstico o índice tornozelo-braquial
(é um exame que mostra alta sensibilidade para portadores de insuficiência
vascular arterial de membros inferiores, doença ateroesclerótica carotídea,
pacientes com quadro de hipertrofia ventricular esquerda com hipertensão).
● Essa doença pode progredir de forma assintomática em até 80% dos casos, o que
atrasa e dificulta o diagnóstico precoce, comprometendo o prognóstico.
● Principais fatores de risco: diabetes, tabagismo, hipertensão, dislipidemia,
sedentarismo e idade. Dentre essas etiologias a mais recorrente são os fenômenos
ateroscleróticos sistêmicos, que provocam obstruções arteriais, sendo considerada
a terceira principal causa de morbidade cardiovascular aterosclerótica no mundo
(coronariano e cérebrovascular)
● Apresentação clínica: claudicação intermitente, a qual acomete cerca de um terço
dos pacientes. Além disso, são frequentes sintomas como cãibra(nádegas ou na
região posterior do gastrocnêmio), dor ou cansaço nos membros inferiores (MMII),
que pioram no decorrer da caminhada e aliviam no repouso.
● Em estágios mais avançados: pode ocorrer necrose tecidual, aumentando
significativamente o risco de o indivíduo perder o membro acometido.
Beatriz Ri�iely
● Todos esses fatores fazem com que a DAP seja responsável pela redução da
capacidade funcional e pela piora da qualidade de vida (QV) dos pacientes.
● O diagnóstico da doença arterial obstrutiva periférica consiste na análise física do
paciente. Essa avaliação inicial deve ser feita para que o portador de DAOP seja
classificado através das metodologias propostas por Fontaine e Rutherford. Mesmo
assintomático o paciente apresentará uma classificação que ajudará na conduta
ideal a ser seguida em seu caso.
● Outra metodologia aplicada na identificação da DAOP está relacionada ao índice
tornozelo/braço (ITB). Esse teste é considerado o padrão ouro de diagnóstico da
doença, ajudando nas identificações dos portadores e auxiliando durante a
evolução do seu quadro clínico.
● Fisioterapia tratamento da DAOP: pode atuar no pré-operatório com o objetivo de
controlar a dor, reduzir edemas, aumentar a amplitude de movimento, estimular a
deambulação e propiciar a educação em saúde; e no pós-operatório com o objetivo
de promover ganho de força muscular, amplitude de movimento e capacidade
funcional, por meio de exercícios resistidos, aeróbicos e de flexibilidade.
● Avaliação
➔ É preciso que aconteça a avaliação vascular precoce, a fim de que se determine a
capacidade e a tolerância ao exercício.
➔ Questionário Medical Outcomes Short-Form Health Survey (SF-36) - avaliar QV
➔ Walking Impairment Questionnair( tem sido utilizado, isoladamente ou em conjunto
com testes de marcha, para a obtenção de informações sobre a capacidade de
locomoção dos indivíduos com claudicação intermitente)
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➔ Testes de esteira com carga incremental e constante - 2,3 km/h
➔ Teste em ergômetro de MMSS
➔ Teste de Caminhada de 6 minutos
➔ Análise do consumo máximo de oxigênio (VO2 max).
➔ Incremental Shuttle Walking Test (ISWT)
★ É um teste de caminhada incremental e progressivo, composto de 12 estágios,
com confiabilidade testada em pacientes com DAP e apresenta como finalidade
avaliar a capacidade funcional a partir da distância percorrida.
★ É um teste utilizado para avaliar resultados de intervenções e prognósticos,
apresentando-se como um instrumento válido, confiável e seguro para a avaliar
a capacidade funcional em indivíduos com doenças vasculares.
➔ Teste Índice Tornozelo-Braquial
★ Esse teste consiste em uma técnica não invasiva que é realizada no objetivo de
medir a pressão sistólica dos membros periféricos afetados. Por meio da
utilização de um Doppler vascular portátil e um manguito de pressão, o
profissional capacitado para realizar o exame, deverá posicionar o aparelho na
artéria tibial posterior e dorsal, assim como nas artérias braquiais. O resultado
será detectado quando for constatado o maior nível da pressão arterial tibial
dividido pelo resultado maior da pressão sistólica braquial. O resultado do ITB
será considerado normal se estiver entre 0,90 e 0,14. Pacientes que apresentam
resultados inferiores a 0,90 é sugestivo de obstrução do fluxo sanguíneo,
caracterizando a DAOP. Porém, em casos de elevação desse resultado o paciente
estará apresentando rigidez arterial aumentada, tornando-se indicativo no
diagnóstico de insuficiência renal crônica.
➔ Heel Rise Test (HRT) é utilizado para avaliação do tríceps sural de indivíduos com
Doença Arterial Obstrutiva Periférica.
★ A literatura demonstra que o HRT, utilizado para avaliar a força muscular dos
membros inferiores, é reprodutível, pode ser aplicado na prática clínica e é
capaz de diferenciar capacidades funcionais de indivíduos com DAP.
★ Consiste em realizar o número máximo de flexões plantares na amplitude
máxima até o ponto de fadiga voluntária, na velocidade mais rápida possível. O
examinador registra o número de repetições realizadas e a quantidade total de
tempo em segundos necessário para a realização do teste. A partir dessas duas
variáveis é calculada a taxa de repetição (repetições/ segundo).
● Protocolos de tratamento
➔ Primeiro começar com aquecimento e no final fazer um relaxamento
➔ Flexão do joelho e adução - unilateral
➔ Flexão plantar, extensão do joelho e abdução do quadril - bilateral
➔ Contração dinâmica
➔ Fazer de 6 a 10 exercícios por grupo muscular - 8 a 15 repetições - sem componente
isométrico
➔ 90 segundos de intervalo por repetição
➔ Exercício físico não pode ser realizado por pacientes que possuem isquemia crítica
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➔ Caminhada até próximo da dor máxima com duração de no mínimo trinta minutos
desconsiderando as interrupções, três vezes por semana.
➔ Flexão plantar, realizada em três séries, três vezes por semana antes da caminhada
ou em dias alternados.
➔ Caminhadas nórdicas visando potencializar a tolerância ao exercício, embora
divergindo quanto à periodicidade e à duração da intervenção. Essa modalidade
de caminhada é realizada apoiando-se em dois bastões, o que reduz o impacto
nos MMII ao mesmo tempo em que permite a movimentação mais intensa dos
membros superiores (MMSS) e do tronco.
➔ Sessões intermitentes de caminhadas tradicionais.
➔ Exercícios aeróbicos de MMSS, imersões em água quente, exercícios resistidos e
calistênicos.
Beatriz Ri�iely
REFERÊNCIAS
LOURENÇO, Ana Leticia Gonçalves; SILVA, Josicléia Leôncio da; LEITE, Jéssica Costa. Repercussão da
doença arterial periférica na tolerância ao exercício e na qualidade de vida de idosos e o papel da
fisioterapia cardiovascular: artigo de revisão. Jornal Vascular Brasileiro, v. 20, 2021.
DA SILVA, Gabriela Teixeira; DUQUE, Marcos André Araújo. PARÂMENTROS ASSOCIADOS À DOENÇA
ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA: REVISÃO DE LITERATURA. NBC-Periódico Científico do Núcleo de
Biociências, v. 10, n. 20, 2020.