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Curso de Fisioterapia Oncológica em Adultos MÓDULO IV Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. 68 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 69 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO IV História e evolução da fisioterapia oncológica. Os avanços tecnológicos associados à melhor prestação de serviços em oncologia aumentaram significativamente as taxas de sobrevida de pacientes acometidos por esta terrível patologia. Em todos estes pacientes, o câncer e sua intervenção terapêutica necessária muitas vezes produzem significativa perda funcional permanente ou em longo prazo, requerendo reabilitação para retorno do indivíduo à independência funcional e para melhorar a sua qualidade de vida. Como em outras áreas de medicina física e reabilitação, a meta ao se tratar pacientes com câncer é alcançar seu mais pleno potencial físico, psicológico, social, profissional, educacional e geral. Estas metas devem ser realistas e consistentes com as limitações fisiológicas e ambientais. É preciso que se dê atenção ao local anatômico afetado, histologia, estádio do câncer, tratamento usado, possíveis metástases, idade do paciente e tratamento ao se estabelecerem metas. Por conta do grande número de problemas em pacientes com câncer, é necessária uma abordagem multidisciplinar abrangente com os demais profissionais da saúde, usando suas habilidades técnicas e psicológicas, a fim de se atingirem resultados ótimos. É necessária a reabilitação preventiva, bem como a definitiva, para reduzir o grau de deficiência e o tempo necessário para alcançar as metas funcionais. Dietz e colaboradores observam que precisam ser estabelecidas metas terapêuticas tão cedo quanto possível e sugere três categorias: restaurativa, de apoio e paliativa. A categoria restaurativa tem em vista um paciente que retorne às condições pré-mórbidas sem deficiência residual notável. A de apoio implica que o paciente possa esperar eliminar tanta quantidade quanto possível através de treinamento e tratamento apropriados. E a paliativa tem em vista um paciente com deficiência crescente por doença progressiva e uma diminuição associada na 70 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores capacidade funcional, mas que, com o fornecimento apropriado de tratamento, eliminará ou reduzirá algumas das complicações em potencial. O desenvolvimento de programas de reabilitação no câncer tem sido muito lento. Em 1965, o congresso dos Estados Unidos aprovou o programa médico regional, que dava ênfase a cardiopatias, acidente vascular encefálico e câncer. Embora fossem observadas atividades significativas na reabilitação profissional de cardiopatia e de AVE, poucos pacientes com câncer se beneficiaram. O ato nacional sobre o câncer de 1971 deu ênfase à reabilitação oncológica, com verbas a serem empregadas no desenvolvimento de projetos de treinamento, demonstração e pesquisa em reabilitação. Apesar do aumento da ênfase legislativa e apesar da necessidade demonstrada por programas que trouxeram benefícios na reabilitação do câncer, eles ainda não alcançaram o estado ótimo em qualidade e quantidade. R.Lee Clark observou, em 1967, que barreiras temíveis precisariam ser transpostas para implementar um programa efetivo de reabilitação para pacientes com câncer. Ele identificou a barreira primária como uma atitude derrotista ou negativa por parte dos médicos, e do público em geral, para resolver este problema. Sugeriu então um programa de educação em massa sobre o significado e o potencial no incremento da qualidade de vida que representaria a reabilitação em pacientes oncológicos. Outros problemas prontamente sugeriram uma falta de preparo, conhecimento e encaminhamento adequado por parte dos médicos, o que de sobremaneira diminuíam a possibilidade de êxito dos programas de reabilitação. Harvey, em 1982, observou que o sucesso dos esforços em reabilitação de pacientes com câncer dependia diretamente dos padrões de encaminhamento, comunicação entre os membros da equipe multidisciplinar e processos de fisioterapia mais adequados. Dietz, em 1969, desenvolveu e demonstrou um programa para câncer em dois hospitais em cooperação, um para tratamento de afecções agudas e o outro para a reabilitação. Ele descobriu ser essencial estabelecer um reconhecimento 71 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores precoce da deficiência do paciente e o seu potencial, assim como estimular o pronto encaminhamento à assistência em reabilitação. Os problemas encontrados nos pacientes oncológicos são multifatoriais e complicados pela evolução inexorável da doença subjacente e seu tratamento. Como por exemplo, fraqueza geral, o segundo problema mais comum de reabilitação identificado por Lehmann em 1992, e poderia ser decorrente como resultante de inúmeros fatores, incluindo os seguintes: efeitos mecânicos causados pelo tumor primário ou suas metástases no sistema nervoso central ou periférico, efeitos provenientes da radioterapia, quimioterapia, hormonoterapia, problemas nutricionais relacionados ao câncer, síndrome do imobilismo e disfunções de caráter psicológico. Fisioterapia Oncológica O fisioterapeuta, assim como as demais profissões da área da saúde, está sujeito a presenciar freqüentemente situações de óbito, devendo este estar preparado para tais ocorrências. No entanto, durante os cursos de formação profissional, primou-se pela qualidade técnico-científica, subvalorizando os aspectos humanistas. Os cursos de fisioterapia raramente abordam as necessidades dos pacientes terminais e tampouco o tema morte, resultando em profissionais que se baseiam somente em conceitos técnicos e dão pouco crédito aos relatos do paciente. A atuação da fisioterapia a ser considerada é o seu caráter preventivo. Antecipar possíveis complicações é de responsabilidade de todos os profissionais envolvidos, implementando as medidas preventivas necessárias e aconselhando os pacientes e familiares para evitar sofrimentos desnecessários. Quando o profissional está apto a prever as possíveis complicações, conseqüentemente estará mais bem preparado para o caso destas ocorrerem. A ocorrência de úlceras de decúbito, infecções, dispnéia ou parada cardiorrespiratória, são alguns exemplos de complicações que se forem deixados para terem seus cuidados decididos na hora em que acontecem podem levar a tomada de decisões 72 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores equivocadas ou errôneas, além de causar um custo adicional ao tratamento. (PESSINI, 2003). Ainda citando PESSINI, 2003, na terapia física, a seleção de técnicas deve respeitar sua utilidade e os resultados esperados. Implementar técnicas fisioterapêuticas sem estabelecerobjetivos claros gera insegurança para o profissional e diminui a confiança do paciente. O benefício a ser buscado é preservar a vida e aliviar os sintomas, dando oportunidade, sempre que possível, para a independência funcional do paciente. A fisioterapia em oncologia é uma especialidade que tem como objetivo preservar, manter, desenvolver e restaurar a integridade cinético-funcional de órgãos e sistemas do paciente, assim como prevenir os distúrbios causados pelo tratamento oncológico. O fisioterapeuta oncológico deve estar apto para desenvolver suas atividades com pacientes infantis, adolescentes, adultos jovens e idosos, em situações que vão desde a cura aos casos em que ela é irreversível, e desenvolver seus programas de tratamento dentro deste contexto. O profissional dessa área deve saber lidar com as seqüelas próprias do tratamento oncológico, atuando de forma preventiva para minimizá-las (MARCUCCI, 2005). A reabilitação é parte integrante dos Cuidados Paliativos porque muitos pacientes terminais são restringidos desnecessariamente até mesmo pelos familiares, quando na verdade são capazes de realizar atividades e ter independência. A reinserção do paciente em suas atividades de vida diária restaura o senso de dignidade e auto-estima. A fisioterapia contribui efetivamente na retomada de atividades da vida diária destes pacientes, direcionando-os a novos objetivos (SANTIAGO, 2001). Inerente ao profissional fisioterapeuta, o Código de Ética Profissional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional determina as responsabilidades do fisioterapeuta envolvido no tratamento de pacientes terminais. 73 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Indicações para atendimento As indicações para assistência fisioterapêutica são determinadas pelas disfunções causadas pelo tumor no paciente, assim como pelos tipos de tratamento adotados. A radioterapia, indicada tanto para o tratamento exclusivo da doença quanto para complementação dos outros tratamentos, pode acarretar fibrose, levando à restrição de movimento, edemas e disfunções ventilatórias, entre outras. Diversos tipos de quimioterápicos podem causar neuropatias periféricas, fibrose pulmonar e miocardiopatias. O uso prolongado de corticóides pode resultar em quadros de miopatia e osteoporose. A cirurgia visa não apenas a remoção do tumor, mas também dos tecidos sadios adjacentes, a fim de evitar a permanência de doença residual macro ou microscópica. Tal fato acarreta seqüelas sensitivas, motoras, vasculares e respiratórias, dependendo da área afetada. A assistência fisioterapêutica ao paciente oncológico tem início no pré- operatório, visando o preparo para o procedimento e redução de complicações. Durante o período de internação o enfoque é global, prevenindo, minimizando e tratando complicações respiratórias, motoras e circulatórias. A dor é uma das principais e mais freqüentes queixas do paciente oncológico, devendo por isto ser valorizada, controlada e tratada em todas as etapas da doença. As diversas técnicas para analgesia são um ponto forte da Fisioterapia em Oncologia. Fisioterapia respiratória em Oncologia O paciente oncológico diferencia-se em vários aspectos, desde as particularidades inerentes à condição clínica até os fatores relacionados com o câncer: mielossupressão (anemia, plaquetopenia e leucopenia) – que aumenta o risco infeccioso e de sangramento, distúrbios de coagulação e dor. Para o fisioterapeuta que trabalha em terapia intensiva com pacientes acometidos por câncer, é fundamental entender o perfil diferenciado desse grupo de pacientes e os seus principais motivos para a internação (SHIGUEMOTO, 2000). O conhecimento das características e evolução da doença oncológica (tipo de neoplasia, evolução da doença, localização, presença de metástases, prognóstico e suas possíveis complicações) ajuda o profissional na elaboração de suas condutas. É fundamental usar o bom senso na escolha das técnicas a serem aplicadas, respeitando os limites da dor, momentos de indisposição, exames laboratoriais e de imagem, assim como as indicações e contra-indicações de cada técnica e o quadro clínico do paciente. Manobras de higiene brônquica como drenagem postural (figura 1), tapotagem (figura 2), vibração, compressão expiratória, aceleração do fluxo expiratório (Figura 3) entre outras, assim como manobras de reexpansão pulmonar, podem ser realizadas respeitando-se os valores das plaquetas, coagulograma e limiar da dor. Quando a intervenção se faz necessária, mesmo com valores laboratoriais alterados, opta-se por manipulações “leves” (SHIGUEMOTO, 2000). 74 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Fig1 A B C - drenagem postural em suas diversas possibilidades de acordo com o segmento a ser drenado Fonte: www.alfa1.org Sabe-se que técnicas vigorosas, como percussão torácica, podem provocar hematomas no paciente com uma contagem baixa de plaquetas. Essa contagem deve ser considerada antes do tratamento diário ser instituído. Uma diretriz proposta pelo Children’s Hospital orienta o seguinte: 75 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Número de plaquetas Manobra fisioterapeutica Plaquetas > 50.000 Percussão e vibração Plaquetas entre 20 e 50.000 Vibração e Drenagem Postural Plaquetas abaixo de 20.000 Apenas Drenagem Postural Tabela 1 . Plaquetopenia e condutas terapêuticas. Fonte: Schultz et AL,2000. Figura 2: Tapotagem Fonte: dados do autor. Figura 3: AFE Fonte: dados do autor. 76 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Exercícios respiratórios e tosse podem ser realizados, independente da contagem de plaquetas. O conhecimento prévio das condições clínicas do paciente e o bom senso são mais importantes na hora de definir uma conduta do que o rigor com a contagem de plaquetas. As preocupações são necessárias e podem limitar a atuação do profissional, porém, não devem impedi-lo, pois os pacientes necessitam de atendimento. É preciso lembrar que a infecção pulmonar é o motivo mais freqüente de admissão nas unidades de tratamento intensivo oncológico. Para aqueles pacientes que, pelos seus exames laboratoriais, não poderiam ser manipulados, opta-se pela realização de propriocepção, estimulação e ajuda cinética diafragmática, além de manipulação escapular e de membros superiores e técnicas de reequilíbrio toracoabdominal, como forma de relaxamento e com objetivos de melhora na mecânica dos músculos respiratórios (Shiguemoto, 2000). Muitas vezes, um posicionamento adequado é suficiente para melhora da relação V/Q, mecânica respiratória e maior conforto respiratório. Por exemplo, o posicionamento em PRONA, melhora a relação V/Q por aumentar a capacidade residual funcional através do recrutamento dos alvéolos anteriormente colapsados em supino. Além disso, o apoio abdominal em ventral, por certo período, aumenta a pressão intra-abdominal e a função diafragmática torna-se otimizada. Figura 4: Posicionamento em Prona durante a ventilação mecânica em UTI. Fonte: HUJF- HospitalUniversitário de Juiz de Fora. 77 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 78 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Técnica de respiração forçada, Huffing, drenagem autogênica, freno labial e tosse assistida, assim como padrões ventilatórios voluntários e o flutter, podem ser realizadas, independente do nível de plaquetas. Várias manipulações e técnicas terapêuticas podem ser realizadas com segurança, independentemente do número de plaquetas apresentada pelo paciente oncológico. Huffing – Técnica que tem por objetivo a expectoração. Técnica: solicita-se ao paciente que inspire até a Capacidade Pulmonar Total e então faça um esforço expiratório ativo e curto, com a boca aberta e interrompido por pausas (que permitirão que a glote fique aberta); se as secreções são mobilizadas centralmente por meio de manobras de higiene brônquica, esta técnica que causa mudança rápida no fluxo aéreo, pode vibrar as secreções e como conseqüência, estimular mecanicamente uma tosse normal. Drenagem autogênica – Técnica que consiste na auto-remoção de secreções brônquicas por meio de respirações a diferentes volumes pulmonares, caracterizados por expirações lentas e passivas. O objetivo é proporcionar o máximo fluxo aéreo dentro das vias aéreas para deslocar e mobilizar secreções das vias aéreas periféricas para as vias aéreas centrais, a fim de que sejam eliminadas (ELLIS,1997) Segundo o Consenso de Lyon (1994), ela é “uma técnica de higiene brônquica ativa, utilizando inspirações e expirações lentas e controladas pelo paciente” respirando em diferentes volumes pulmonares. Inicia-se no volume de reserva expiratório (VRE), para mobilizar as secreções distais, e depois, progressivamente, no volume de reserva inspiratório (VRI), para eliminação proximal. Dentre todas as técnicas de higiene brônquica, ela parece produzir a maior quantidade de expectoração, porém, só pode ser utilizada em pacientes cooperativos. Freno labial – A respiração com lábios franzidos é outro método sugerido para melhorar a ventilação e a oxigenação. Essa estratégia respiratória, usada espontaneamente por pacientes com doença obstrutiva crônica, foi recomendada 79 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores pela primeira vez para o uso terapêutico nos Estados Unidos por volta de 1935 (Irwin. S, Tecklin. J). A seguir os passos para o método de freno labial. 1. Posicione o paciente confortavelmente. 2. Analise os objetivos do exercício: alivio da dispnéia ou aumento da ventilação. 3. Explique que os benefícios da técnica variam entre os indivíduos. 4. Explique que a contração abdominal é indesejada. 5. Coloque sua mão sobre o reto abdominal para detectar atividade durante a expiração. 6. Oriente o paciente a inspirar lentamente. 7. Oriente o paciente a franzir os lábios antes de expirar. 8. Instrua o paciente a soltar o ar entre os lábios franzidos e evitar a contração abdominal. 9. Oriente o paciente a parar de expirar quando for detectada atividade de contração abdominal. Aumente a intensidade do exercício substituindo sua mão pela do paciente, removendo estímulos táteis e levando o paciente a fazer o exercício em pé e durante outros exercícios. Objetivos terapêuticos: Aliviar a dispnéia, reduzir o trabalho da respiração, reduzir a incidência de complicações pulmonares desinsuflação pulmonar. Objetivos fisiológicos: Melhorar a ventilação e melhorar a oxigenação. Possíveis resultados: Eliminação da atividade da musculatura acessória, diminuição da freqüência respiratória, aumento do volume corrente, melhora da distribuição da ventilação. Tosse assistida – Consiste na realização do ato tussígeno com assistência manual do fisioterapeuta. O fisioterapeuta orienta o paciente a realizar uma inspiração profunda com uma breve apnéia, seguida da realização de fluxo expiratório abrupto que será assistido pelo fisioterapeuta apoiando e comprimindo o esterno e/ou abdome, na tentativa de aumentar a pressão e tornar a tosse mais eficaz. Flutter – É um dispositivo que combina a ação da pressão positiva nas vias aéreas (PEEP) com a oscilação oral de alta freqüência, gerando vibrações endobrônquicas. O objetivo da utilização do dispositivo é gerar vibrações endobrônquicas que interajam com a secreção e proporcionem seu deslocamento. Trata-se de um dispositivo em forma de cachimbo, provido de uma esfera de aço sustentada sobre um suporte em forma de funil que, durante a expiração, gera oscilações com freqüências que variam na dependência da angulação do equipamento. Figura: Flutter Fontes: Disponível em: www2.prudente.unesp.br 80 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 81 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Expiração forçada - Desenvolvida por Pryor e Webber define-se como a combinação de uma ou duas expirações forçadas ('huffs') de volume pulmonarmédio a baixo e períodos de controle diafragmático e relaxamento. O objetivo desse método é promover a remoção de secreções brônquicas acumuladas com a menor alteração da pressão pleural e menor probabilidade de colapso bronquiolar. A glote deve manter-se aberta durante a técnica e, para isso, o paciente deve emitir sons de "huff" durante a expiração. O "huff" é uma manobra forçada e a sua duração ou a força de contração dos músculos expiratórios pode ser modulada para ampliar o fluxo expiratório e diminuir o risco de colapso das vias aéreas. Um "huff" de volume pulmonar médio é realizado a partir de uma respiração média com a boca e a glote abertas e o ar deve ser expulso dos pulmões pela ação dos músculos da parede torácica e os abdominais. Enquanto um "huff" de baixo volume pulmonar move secreções periféricas, um "huff" de alto volume remove muco localizado nas partes proximais das vias aéreas superiores. Portanto, quando necessário, o "huff" deve ser longo o bastante para descolar secreções mais distais, porém não deve se prolongar muito, o que causaria uma tosse paroxística desnecessária, ou mais breve, uma vez que as secreções já atingiram as vias aéreas superiores. A pausa entre um ou dois "huffs" é muito importante, pois previne um possível aumento na obstrução do fluxo aéreo e sua duração varia de acordo com as características de cada paciente. A TEF tem se mostrado bastante eficaz para a higiene brônquica de pacientes com tendência ao colapso das vias aéreas durante a tosse normal, como é o caso dos bronquiectásicos, enfisematosos e portadores de fibrose cística. Balancear os riscos e os benefícios de uma intervenção quando a criança encontra-se plaquetopênica e com distúrbio da coagulação é indispensável. De preferência, realizam-se drenagem postural e vibrocompressões expiratórias leves no caso de mobilizar secreções. A associação de inalações à terapia intensifica a fluidificação das secreções e otimiza a higiene brônquica. As aspirações de vias aéreas superiores e nasotraqueal são realizadas em caso extremo, pelo grande risco de trauma, sangramento e dor decorrente da mucosite, plaquetopenia e82 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores coagulograma alargado. Os cuidados de assepsia durante o procedimento de aspiração nesses pacientes devem ser redobrados. Procura-se tentar, ao máximo, uma tosse eficaz durante a terapia. A presença de metástase ou massas pulmonares não contra-indica a realização de diversas técnicas de higiene brônquica e de reexpansão pulmonar. Porém, observar a presença de metástases ósseas é fundamental para definir a conduta que será adotada. Nesses casos, são contra-indicadas as manipulações torácicas, pela instabilidade do gradil costal e riscos de fratura pela osteoporose acentuada. Condutas de drenagem postural devem ser evitadas em pacientes com massas mediastinais, pois alterações mínimas no seu posicionamento podem gerar compressão traqueal e intenso desconforto respiratório, associado a crises de broncoespasmo e parada cardiorrespiratória. Crianças com o quadro de pneumonite e fibrose pulmonar decorrentes de radioterapia e quimioterapia ou que utilizam drogas com efeitos tóxicos, assim como pacientes mielossuprimidas, precisam de atenção especial do fisioterapeuta em razão da maior chance de desenvolvimento de complicações pulmonares. Pacientes oncológicos normalmente apresentam alterações hematológicas importantes, sendo constantemente submetidos à transfusão de hemoderivados. O profissional que trabalha nesta área deve conhecer as reações de sensibilização adversas, como febres, tremores, calafrios, mal-estar, tontura, taquicardia, taquidispnéia, e quedas de saturação de oxigênio, evitando o atendimento nestes períodos ou oferecendo, se necessário suporte ventilatório como a oxigenoterapia (Figura 5) ou ventilação mecânica não-invasiva (Figura 6). Figura 5 :Aplicação da oxigenoterapia Fonte: disponível em www.marimar.com.br/oxigenoterapia.htm Figura 6: VMNI- Ventilação mecânica não invasiva. Fonte: http://www.mayoclinic.com/health/sleep-apnea/DS00148/DSECTION=8 Em pacientes que foram ou serão submetidos ao transplante de medula óssea, devem-se analisar com cuidado os riscos e os benefícios de uma intervenção fisioterapêutica. É importante neste período, que o paciente não permaneça em contato com muitas pessoas, para diminuir o risco de aquisição de infecções. Exercícios respiratórios e tosse podem ser realizados independentes da contagem de plaquetas. Entre os exercícios respiratórios que devem ser realizados assim que o paciente apresentar condições físicas para tal, respeitando obviamente sua condição clínica, e observando cautelosamente as indicações e contra- 83 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 84 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores indicações, estão os incentivadores respiratórios que previnem infecções pulmonares, incentivam e exercitam de forma eficaz a musculatura respiratória. Os incentivadores respiratórios. Os incentivadores são exercitadores respiratórios que têm como objetivo reexpansão pulmonar, aumento da permeabilidade das vias aéreas e fortalecimento dos músculos respiratórios. Esses exercitadores ou incentivadores respiratórios são recursos mecânicos da fisioterapia respiratória, normalmente destinados a auxiliar o desempenho muscular respiratório e a eficiência do trabalho mecânico da ventilação pulmonar, proporcionando aumento da oxigenação arterial (COSTA, 1999). 1. O Respiron. O RESPIRON foi desenvolvido especificamente para prevenção de infecções pulmonares em geral, sendo um incentivador a fluxo, o qual é variável em função do tempo de incentivo. Trabalha uma respiração sustentada máxima, em que o paciente deve inspirar para que as três bolinhas do aparelho subam entre 5 a 10 segundos. Incentivando o usuário a realizar inspirações forçadas e profundas, o aparelho facilita a ventilação das áreas comprometidas pela atelectasia (áreas pulmonares não ventiladas), impedindo a obstrução dos bronquíolos e distendendo os alvéolos pulmonares. Como a utilização do RESPIRON causa um efeito visível (a elevação das 3 esferas contidas no aparelho) há um componente lúdico no exercício que representa um desafio para o usuário: conseguir elevar as 3 esferas e mantê- las elevadas por alguns instantes. Há portanto um incentivo para o paciente, o que justifica a expressão "respirador de incentivo". O RESPIRON (Figura 7) é um aparelho de baixo custo, de fácil utilização e de eficácia cientificamente comprovada, igual ou superior a de equipamentos muito mais caros e sofisticados. Não é propriamente "descartável", pois pode ser usado muitas vezes, mas é de "uso individual", isto é, não deve ser utilizado por mais de uma paciente. Em casos de cirurgia, inclusive, recomenda-se que o paciente leve o aparelho ao deixar o hospital para prosseguir em casa com os exercícios respiratórios. Figura 7: Respiron Fonte: disponível em www.marimar.com.br Fisioterapia motora em oncologia Pacientes em fase terminal têm a Síndrome de Desuso, pelo excesso de descanso e inatividade física, o que pode gerar ou agravar o estado da dor entre outras complicações. A Síndrome do Desuso é composta por fraqueza muscular (hipotrofia), descondicionamento cardiovascular, respiração superficial e alterações posturais (PIMENTA,2003). A imobilização do sistema músculo-esquelético gera alterações em todos os tipos de tecidos envolvidos, nos músculos, nas fibras de colágeno, na junção miotendinosa, ligamentos e tecido conjuntivo. Os primeiros músculos a serem afetados pelo longo período de repouso são os antigravitacionais e de contração lenta, como o sóleo, eretores da coluna e da cabeça, em seguida são afetados os biarticulares, como gastrocnêmios e reto femoral, e os menos afetados são os de contração rápida (MARCUCCI F,2005). As mudanças ocorrem em curto período de tempo, e após uma semana de desuso, já aparecem alterações teciduais, como aumento das cisternas do retículo sarcoplasmático, desalinhamento de sarcômeros e diminuição dos tecidos contráteis, resultando em fraqueza e hipotrofia. Além das alterações musculares, ocorre aumento da fibrose em tecidos periarticulares, diminuição da massa óssea, diminuição da síntese de líquido sinovial, desorganização das fibras de colágeno, 85 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 86 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores diminuição da extensibilidade dos tecidos e aumento da área de contato das fibras musculares com o colágeno do tendão, o que diminui a força gerada (SODERBERG GL,1997). Especificamente para os casos de câncer, o desuso pode ser agravado tanto pela quimioterapia ou radioterapia quanto por metástases ósseas, gerando osteopenia e osteoporose. Osteopenia é a causa mais comum de escoliose em adultos após o tratamento de câncer e gera alterações no desenvolvimento ósseo da criança. Além disso, o risco de ocorrer uma fratura secundária ao câncer deve ser considerado antes de qualquer intervenção terapêutica (CROARKIN E, 1999). Fraturas patológicas ocorrem entre 8 a 30% em pacientes com metástases, sendoo fêmur o osso mais acometido. A perda da capacidade de andar é freqüente e o tratamento fisioterapêutico deve começar o mais cedo possível para aumentar a funcionalidade e readaptar o cotidiano do paciente, como por exemplo, o treino com a cadeira de rodas (MARCUCCI F,2005). Alguns estudos têm demonstrado que a atividade física diminui o crescimento de tumores primários e o aparecimento de metástases, além de melhorar a função imune do hospedeiro. Além disso, atrasa as complicações do câncer, como a caquexia e a anorexia. Exercícios com pesos leves ou moderados para os principais grupos musculares podem ser inseridos, considerando sempre o torque gerado e o estágio em que o paciente se encontra. O retorno à atividade gera um processo de regeneração após um período de desuso. Após uma semana, o retículo sarcoplasmático retorna ao normal, aumenta a síntese protéica e o realinhamento das fibras musculares. Atividades com descarga de peso como caminhadas, ciclismo, etc. devem ser inseridas tanto na fase terapêutica quanto na preventiva. Estes exercícios têm a capacidade de aumentar o estímulo mecânico sobre a articulação, o que aumenta a produção de líquido sinovial e aumenta a massa óssea. Os exercícios de alongamento também devem ser inseridos com o intuito de facilitar o retorno dos sarcômeros e fibras conjuntivas ao realinhamento funcional, melhorando a relação comprimento-tensão (SODERBERG GL, 1997). 87 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores A Atuação na fadiga A fadiga é um fenômeno complexo, composto por uma percepção subjetiva de cansaço, alterações do tecido neuromuscular e dos processos metabólicos, diminuição da performance física, diminuição da motivação e deterioração das atividades físicas e mentais. As intervenções para a fadiga têm sido sugeridas em dois níveis: o manejo dos sintomas que contribuem para a fadiga e a prevenção da fadiga mantendo o equilíbrio do período de descanso com o de atividade (FERREL BR,2001). De acordo com FERREL, 2001, a prevalência de fadiga pode chegar a 96% durante a quimioterapia, radioterapia ou após a cirurgia. Para alguns pacientes o déficit de capacidade física é tão severo que limita atividades diárias simples como banho, alimentação e vestuário, o que contribui para a diminuição da independência e da qualidade de vida. Parte da fadiga após o tratamento decorre da anemia, sendo necessário na fase aguda otimizar o gasto energético, impedir os sangramentos e prover nutrientes como ferro e proteína (DIMEO F et al,1998). Incidência comum em pacientes acometidos pelo câncer, são alterações nutricionais, caracterizadas por perda de peso, desnutrição e até mesmo caquexia. Isso se deve à diminuição na ingesta de alimentos (dor e disfagia pela mucosite, náuseas, vômitos e perda do apetite pela quimioterapia) associada ao alto gasto energético basal, em decorrência da convergência de nutrientes para as células tumorais. A desnutrição pode limitar a terapia do fisioterapeuta pois, como o paciente tem um gasto energético elevado e poucas reservas, facilmente fadiga. Essa condição deve ser respeitada por causa da realização de terapias curtas, com um maior enfoque no relaxamento, exercícios metabólicos e mobilização passiva, sempre respeitando os horários das dietas. A orientação de repouso é necessária em alguns momentos, mas não deve ser mantida durante toda a evolução da patologia, ou a fadiga será perpetuada e agravada em seus sintomas. É importante estabelecer um balanço entre atividade física e conservação de energia (FERREL BR, 2001). 88 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Uma opção de treinamento físico é o exercício aeróbico, como caminhada, corrida, ciclismo e natação. Existe uma relutância por meio de pacientes e profissionais de saúde para a inserção desta modalidade, porém estudos têm demonstrado que o treinamento físico pode ser benéfico para pacientes com câncer. COURNEYA, 2000, revisou sistematicamente a influência do exercício nos sintomas relacionados ao câncer. Dos ensaios clínicos revisados, os resultados que tiveram melhoras significantes dentre os fatores físicos foram capacidade funcional, força muscular, composição corporal, índices hematológicos, padrões de sono e fadiga, diminuição de dores, náuseas e diarréia. Entre os sintomas psicológicos os benefícios demonstrados foram satisfação corporal, melhora do humor (diminuição de ansiedade, irritabilidade e depressão) e melhora na qualidade de vida. Um programa de atividades a ser implementada é a realização de uma atividade a ser escolhida pelo paciente, que seja realizada com satisfação, pelo menos três vezes por semana por 30 minutos. Além das atividades reconhecidas como exercício (natação, ciclismo, caminhada, etc.), atividades funcionais também podem ser utilizadas, como jardinagem, trato de animais, dança ou outros hobbies, sendo importante a participação de um fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional (DIMEO F et al,1998). As intervenções para a conservação de energia direcionam a escolha individual sobre as atividades do paciente priorizando os objetivos, identificando os recursos disponíveis, distribuindo tarefas para membros da família ou cuidadores e considerando como realizar as tarefas diárias com menor investimento de energia. Para isso a fisioterapia pode ajudar os pacientes a acharem meios diferentes para realizar as atividades diárias (MARCUCCI, 2005). Fisioterapia motora em pacientes neurológicos Tumores cerebrais são relativamente raros, mas sua incidência e mortalidade vêm aumentando nas últimas décadas. Os tumores cerebrais são responsáveis por 4,4% das mortes por câncer no Brasil, em 1998, sendo 80% destes malignos. Além disso, a sintomatologia da lesão neurológica pode ser tão variada e 89 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores ampla, dependente de tantos aspectos, que nem sempre é possível prever todas as complicações que o paciente pode desenvolver. Os sintomas podem ser alterações de comportamento e de consciência, déficits motores de um hemicorpo, de algum segmento ou global, movimentos involuntários, paralisias, dificuldades de comunicação, alterações na percepção e alterações autonômicas. Mukand et al. analisaram os resultados de um programa de reabilitação em pacientes com tumores cerebrais e encontraram resultados significativos de melhora funcional. Uma complicação neurológica que pode afetar até 5-10% dos casos de câncer é a compressão da medula espinhal, originada de tumores primários ou metástases. A região torácica é a mais acometida, seguida pela região lombar e cervical respectivamente. Os principais sintomas são dor, fraqueza muscular, parestesias e disfunções vesicais. Os objetivos do tratamento são o alívio da sintomatologia e evitar a deterioração neurológica; em alguns casos a remissão dos sintomas é total ou parcial, porém na maioria dos casos os pacientes com compressão da medula espinhal têm um prognóstico ruim, com média de 3 a 6 meses. Os objetivos da fisioterapia são corrigir as alterações da postura e do equilíbrio, manter a força muscular, evitar encurtamentos e prevenir complicações respiratórias. Estes objetivos podem ser conseguidos através de exercícios ativos livres funcionais, exercícios de incentivorespiratório, atividades com bola terapêutica, hidrocinesioterapia e adequação de órteses. Figura 8: Tumor cerebral (área destacada dentro do quadro vermelho) Disponível: http://www.biomedcentral.com Problemas clínicos Valores laboratoriais Recomendações Trombocitopenia Valores normais de plaquetas 150.000 – 450.000/m3 30.00 a 50.000/m3 20.000 a 30.000/m3 < 20.000/m3 Exercícios ativos livres, máxima ADM, resistência leve e deambulação. Exercícios passivos ou ativos livres; deambulação e assistência para auto-ajuda. Mínimo de exercícios, atividade cautelosa; movimentos passivos e atividade de vida diária Anemia Valores normais Hematócrito: 37 a 47% Hemoglobina:12-16 g/dl Ht < 25% - Hb< 8 g/dl Ht 25%-35% - Hb< 8-10 g/dl Ht acima de 35% e Hb>10g/dl Exercícios leves, isométricos; ativos livres de ADM máxima; AVD e evitar programas aeróbios. Exercícios aeróbios com resistência leve, pesos leves e deambulação. Exercícios resistidos; deambulação; auto-ajuda, conforme tolerância 90 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 91 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Alterações eletrolíticas K Na < 3,0 < 130 mmd/L > 6,0(freqüentemente associada com arritmias e fraqueza muscular Não realizar exercícios Tabela 2: Orientações e precauções de exercícios para pacientes oncológicos. Fonte: Schultz et AL,2000. Cuidados às Úlceras de Pressão Uma complicação freqüente enfrentada por pacientes acamados é a ulceração de pressão. Esta é a área lesionada visível na pele ou nos tecidos subjacentes tendo como causa principal o longo período de permanência no leito. As úlceras de pressão ocorrem geralmente em áreas de proeminência óssea como a região sacral, trocantérica, maleolar, nos calcanhares, nos epicôndilos dos joelhos e cotovelos. Os pacientes mais acometidos são os ortopédicos, neurológicos e aqueles em UTI, sendo que a sua ocorrência é facilitada ou agravada por fatores intrínsecos como o estado nutricional, a idade, o uso de alguns medicamentos, a perfusão tecidual, o diabetes mellitus, doenças cardiovasculares e a falta de sensibilidade que gera um quadro de abandono da área em questão. A úlcera pode vir acompanhada de odor, drenagem e desfiguração, em alguns casos podem ser fonte de dor, e o tratamento, quando já instalada, é à base de curativos e desbridamentos que nem sempre alcançam a cura. As ulcerações de decúbito conotam cuidados de pobre qualidade e o foco deve ser a prevenção. O alívio de pressão é essencial para a prevenção sendo necessário o trabalho conjunto da equipe na mobilização do paciente. Figura 9: A Úlcera de pressão (escara). Fonte: Dados do autor. Os recursos fisioterapêuticos mais comuns são o ultra-som, o laser e luz ultravioleta (UV). Segundo revisão sistemática de Flemming e Collum, 2004, há pouca evidência sobre a efetividade do ultra-som no tratamento de úlceras de decúbito. O laser de baixa intensidade ainda é alvo de discussão, estudos indicam que sua efetividade é limitada. O uso de eletrotermoterapia para úlceras de pressão ainda é inconclusivo, sendo necessários mais estudos de qualidade para estabelecer parâmetro terapêutico Figura 10. Eletrotermoterapia profunda:Laser, Ultra-som, Fonte: dados do autor. -----------FIM DO MÓDULO IV---------- 92 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores