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Curso de 
Fisioterapia Oncológica em 
Adultos 
 
 
 
 
 
 MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
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MÓDULO IV 
 
 
História e evolução da fisioterapia oncológica. 
 
Os avanços tecnológicos associados à melhor prestação de serviços em 
oncologia aumentaram significativamente as taxas de sobrevida de pacientes 
acometidos por esta terrível patologia. 
 Em todos estes pacientes, o câncer e sua intervenção terapêutica 
necessária muitas vezes produzem significativa perda funcional permanente ou em 
longo prazo, requerendo reabilitação para retorno do indivíduo à independência 
funcional e para melhorar a sua qualidade de vida. 
Como em outras áreas de medicina física e reabilitação, a meta ao se tratar 
pacientes com câncer é alcançar seu mais pleno potencial físico, psicológico, social, 
profissional, educacional e geral. Estas metas devem ser realistas e consistentes 
com as limitações fisiológicas e ambientais. É preciso que se dê atenção ao local 
anatômico afetado, histologia, estádio do câncer, tratamento usado, possíveis 
metástases, idade do paciente e tratamento ao se estabelecerem metas. Por conta 
do grande número de problemas em pacientes com câncer, é necessária uma 
abordagem multidisciplinar abrangente com os demais profissionais da saúde, 
usando suas habilidades técnicas e psicológicas, a fim de se atingirem resultados 
ótimos. É necessária a reabilitação preventiva, bem como a definitiva, para reduzir o 
grau de deficiência e o tempo necessário para alcançar as metas funcionais. 
Dietz e colaboradores observam que precisam ser estabelecidas metas 
terapêuticas tão cedo quanto possível e sugere três categorias: restaurativa, de 
apoio e paliativa. A categoria restaurativa tem em vista um paciente que retorne às 
condições pré-mórbidas sem deficiência residual notável. A de apoio implica que o 
paciente possa esperar eliminar tanta quantidade quanto possível através de 
treinamento e tratamento apropriados. E a paliativa tem em vista um paciente com 
deficiência crescente por doença progressiva e uma diminuição associada na 
 
 
 
 
 
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capacidade funcional, mas que, com o fornecimento apropriado de tratamento, 
eliminará ou reduzirá algumas das complicações em potencial. 
O desenvolvimento de programas de reabilitação no câncer tem sido muito 
lento. Em 1965, o congresso dos Estados Unidos aprovou o programa médico 
regional, que dava ênfase a cardiopatias, acidente vascular encefálico e câncer. 
Embora fossem observadas atividades significativas na reabilitação profissional de 
cardiopatia e de AVE, poucos pacientes com câncer se beneficiaram. 
O ato nacional sobre o câncer de 1971 deu ênfase à reabilitação oncológica, 
com verbas a serem empregadas no desenvolvimento de projetos de treinamento, 
demonstração e pesquisa em reabilitação. Apesar do aumento da ênfase legislativa 
e apesar da necessidade demonstrada por programas que trouxeram benefícios na 
reabilitação do câncer, eles ainda não alcançaram o estado ótimo em qualidade e 
quantidade. 
R.Lee Clark observou, em 1967, que barreiras temíveis precisariam ser 
transpostas para implementar um programa efetivo de reabilitação para pacientes 
com câncer. Ele identificou a barreira primária como uma atitude derrotista ou 
negativa por parte dos médicos, e do público em geral, para resolver este problema. 
Sugeriu então um programa de educação em massa sobre o significado e o 
potencial no incremento da qualidade de vida que representaria a reabilitação em 
pacientes oncológicos. 
 Outros problemas prontamente sugeriram uma falta de preparo, 
conhecimento e encaminhamento adequado por parte dos médicos, o que de 
sobremaneira diminuíam a possibilidade de êxito dos programas de reabilitação. 
 Harvey, em 1982, observou que o sucesso dos esforços em reabilitação de 
pacientes com câncer dependia diretamente dos padrões de encaminhamento, 
comunicação entre os membros da equipe multidisciplinar e processos de 
fisioterapia mais adequados. 
Dietz, em 1969, desenvolveu e demonstrou um programa para câncer em 
dois hospitais em cooperação, um para tratamento de afecções agudas e o outro 
para a reabilitação. Ele descobriu ser essencial estabelecer um reconhecimento 
 
 
 
 
 
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precoce da deficiência do paciente e o seu potencial, assim como estimular o pronto 
encaminhamento à assistência em reabilitação. 
Os problemas encontrados nos pacientes oncológicos são multifatoriais e 
complicados pela evolução inexorável da doença subjacente e seu tratamento. 
Como por exemplo, fraqueza geral, o segundo problema mais comum de reabilitação 
identificado por Lehmann em 1992, e poderia ser decorrente como resultante de 
inúmeros fatores, incluindo os seguintes: efeitos mecânicos causados pelo tumor 
primário ou suas metástases no sistema nervoso central ou periférico, efeitos 
provenientes da radioterapia, quimioterapia, hormonoterapia, problemas nutricionais 
relacionados ao câncer, síndrome do imobilismo e disfunções de caráter psicológico. 
 
Fisioterapia Oncológica 
 
O fisioterapeuta, assim como as demais profissões da área da saúde, está 
sujeito a presenciar freqüentemente situações de óbito, devendo este estar 
preparado para tais ocorrências. No entanto, durante os cursos de formação 
profissional, primou-se pela qualidade técnico-científica, subvalorizando os aspectos 
humanistas. Os cursos de fisioterapia raramente abordam as necessidades dos 
pacientes terminais e tampouco o tema morte, resultando em profissionais que se 
baseiam somente em conceitos técnicos e dão pouco crédito aos relatos do 
paciente. 
A atuação da fisioterapia a ser considerada é o seu caráter preventivo. 
Antecipar possíveis complicações é de responsabilidade de todos os profissionais 
envolvidos, implementando as medidas preventivas necessárias e aconselhando os 
pacientes e familiares para evitar sofrimentos desnecessários. 
Quando o profissional está apto a prever as possíveis complicações, 
conseqüentemente estará mais bem preparado para o caso destas ocorrerem. A 
ocorrência de úlceras de decúbito, infecções, dispnéia ou parada cardiorrespiratória, 
são alguns exemplos de complicações que se forem deixados para terem seus 
cuidados decididos na hora em que acontecem podem levar a tomada de decisões 
 
 
 
 
 
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equivocadas ou errôneas, além de causar um custo adicional ao tratamento. 
(PESSINI, 2003). 
Ainda citando PESSINI, 2003, na terapia física, a seleção de técnicas deve 
respeitar sua utilidade e os resultados esperados. Implementar técnicas 
fisioterapêuticas sem estabelecerobjetivos claros gera insegurança para o 
profissional e diminui a confiança do paciente. O benefício a ser buscado é preservar 
a vida e aliviar os sintomas, dando oportunidade, sempre que possível, para a 
independência funcional do paciente. 
A fisioterapia em oncologia é uma especialidade que tem como objetivo 
preservar, manter, desenvolver e restaurar a integridade cinético-funcional de órgãos 
e sistemas do paciente, assim como prevenir os distúrbios causados pelo tratamento 
oncológico. 
O fisioterapeuta oncológico deve estar apto para desenvolver suas 
atividades com pacientes infantis, adolescentes, adultos jovens e idosos, em 
situações que vão desde a cura aos casos em que ela é irreversível, e desenvolver 
seus programas de tratamento dentro deste contexto. O profissional dessa área 
deve saber lidar com as seqüelas próprias do tratamento oncológico, atuando de 
forma preventiva para minimizá-las (MARCUCCI, 2005). 
A reabilitação é parte integrante dos Cuidados Paliativos porque muitos 
pacientes terminais são restringidos desnecessariamente até mesmo pelos 
familiares, quando na verdade são capazes de realizar atividades e ter 
independência. A reinserção do paciente em suas atividades de vida diária restaura 
o senso de dignidade e auto-estima. A fisioterapia contribui efetivamente na 
retomada de atividades da vida diária destes pacientes, direcionando-os a novos 
objetivos (SANTIAGO, 2001). 
Inerente ao profissional fisioterapeuta, o Código de Ética Profissional de 
Fisioterapia e Terapia Ocupacional determina as responsabilidades do fisioterapeuta 
envolvido no tratamento de pacientes terminais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Indicações para atendimento 
 
As indicações para assistência fisioterapêutica são determinadas pelas 
disfunções causadas pelo tumor no paciente, assim como pelos tipos de tratamento 
adotados. 
A radioterapia, indicada tanto para o tratamento exclusivo da doença quanto 
para complementação dos outros tratamentos, pode acarretar fibrose, levando à 
restrição de movimento, edemas e disfunções ventilatórias, entre outras. 
Diversos tipos de quimioterápicos podem causar neuropatias periféricas, 
fibrose pulmonar e miocardiopatias. O uso prolongado de corticóides pode resultar 
em quadros de miopatia e osteoporose. 
A cirurgia visa não apenas a remoção do tumor, mas também dos tecidos 
sadios adjacentes, a fim de evitar a permanência de doença residual macro ou 
microscópica. Tal fato acarreta seqüelas sensitivas, motoras, vasculares e 
respiratórias, dependendo da área afetada. 
A assistência fisioterapêutica ao paciente oncológico tem início no pré-
operatório, visando o preparo para o procedimento e redução de complicações. 
Durante o período de internação o enfoque é global, prevenindo, minimizando e 
tratando complicações respiratórias, motoras e circulatórias. A dor é uma das 
principais e mais freqüentes queixas do paciente oncológico, devendo por isto ser 
valorizada, controlada e tratada em todas as etapas da doença. As diversas técnicas 
para analgesia são um ponto forte da Fisioterapia em Oncologia. 
 
Fisioterapia respiratória em Oncologia 
 
O paciente oncológico diferencia-se em vários aspectos, desde as 
particularidades inerentes à condição clínica até os fatores relacionados com o 
câncer: mielossupressão (anemia, plaquetopenia e leucopenia) – que aumenta o 
risco infeccioso e de sangramento, distúrbios de coagulação e dor. 
 
 
 
 
 
Para o fisioterapeuta que trabalha em terapia intensiva com pacientes 
acometidos por câncer, é fundamental entender o perfil diferenciado desse grupo de 
pacientes e os seus principais motivos para a internação (SHIGUEMOTO, 2000). 
O conhecimento das características e evolução da doença oncológica (tipo 
de neoplasia, evolução da doença, localização, presença de metástases, 
prognóstico e suas possíveis complicações) ajuda o profissional na elaboração de 
suas condutas. 
É fundamental usar o bom senso na escolha das técnicas a serem 
aplicadas, respeitando os limites da dor, momentos de indisposição, exames 
laboratoriais e de imagem, assim como as indicações e contra-indicações de cada 
técnica e o quadro clínico do paciente. 
Manobras de higiene brônquica como drenagem postural (figura 1), 
tapotagem (figura 2), vibração, compressão expiratória, aceleração do fluxo 
expiratório (Figura 3) entre outras, assim como manobras de reexpansão pulmonar, 
podem ser realizadas respeitando-se os valores das plaquetas, coagulograma e 
limiar da dor. Quando a intervenção se faz necessária, mesmo com valores 
laboratoriais alterados, opta-se por manipulações “leves” (SHIGUEMOTO, 2000). 
 
 
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Fig1 A B C - drenagem postural em suas diversas possibilidades de acordo com o segmento a ser 
drenado 
Fonte: www.alfa1.org 
 
 
Sabe-se que técnicas vigorosas, como percussão torácica, podem provocar 
hematomas no paciente com uma contagem baixa de plaquetas. Essa contagem 
deve ser considerada antes do tratamento diário ser instituído. Uma diretriz proposta 
pelo Children’s Hospital orienta o seguinte: 
 
 
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Número de plaquetas Manobra fisioterapeutica 
Plaquetas > 50.000 Percussão e vibração 
Plaquetas entre 20 e 50.000 Vibração e Drenagem Postural 
Plaquetas abaixo de 20.000 Apenas Drenagem Postural 
 
Tabela 1 . Plaquetopenia e condutas terapêuticas. 
Fonte: Schultz et AL,2000. 
 
 
 
Figura 2: Tapotagem 
Fonte: dados do autor. 
 
 
 
Figura 3: AFE 
 
Fonte: dados do autor. 
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Exercícios respiratórios e tosse podem ser realizados, independente da 
contagem de plaquetas. 
O conhecimento prévio das condições clínicas do paciente e o bom senso 
são mais importantes na hora de definir uma conduta do que o rigor com a contagem 
de plaquetas. As preocupações são necessárias e podem limitar a atuação do 
profissional, porém, não devem impedi-lo, pois os pacientes necessitam de 
atendimento. É preciso lembrar que a infecção pulmonar é o motivo mais freqüente 
de admissão nas unidades de tratamento intensivo oncológico. 
Para aqueles pacientes que, pelos seus exames laboratoriais, não poderiam 
ser manipulados, opta-se pela realização de propriocepção, estimulação e ajuda 
cinética diafragmática, além de manipulação escapular e de membros superiores e 
técnicas de reequilíbrio toracoabdominal, como forma de relaxamento e com 
objetivos de melhora na mecânica dos músculos respiratórios (Shiguemoto, 2000). 
Muitas vezes, um posicionamento adequado é suficiente para melhora da 
relação V/Q, mecânica respiratória e maior conforto respiratório. Por exemplo, o 
posicionamento em PRONA, melhora a relação V/Q por aumentar a capacidade 
residual funcional através do recrutamento dos alvéolos anteriormente colapsados 
em supino. Além disso, o apoio abdominal em ventral, por certo período, aumenta a 
pressão intra-abdominal e a função diafragmática torna-se otimizada. 
 
 
Figura 4: Posicionamento em Prona durante a ventilação mecânica em UTI. 
Fonte: HUJF- HospitalUniversitário de Juiz de Fora. 
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Técnica de respiração forçada, Huffing, drenagem autogênica, freno labial e 
tosse assistida, assim como padrões ventilatórios voluntários e o flutter, podem ser 
realizadas, independente do nível de plaquetas. 
Várias manipulações e técnicas terapêuticas podem ser realizadas com 
segurança, independentemente do número de plaquetas apresentada pelo paciente 
oncológico. 
Huffing – Técnica que tem por objetivo a expectoração. Técnica: solicita-se 
ao paciente que inspire até a Capacidade Pulmonar Total e então faça um esforço 
expiratório ativo e curto, com a boca aberta e interrompido por pausas (que 
permitirão que a glote fique aberta); se as secreções são mobilizadas centralmente 
por meio de manobras de higiene brônquica, esta técnica que causa mudança 
rápida no fluxo aéreo, pode vibrar as secreções e como conseqüência, estimular 
mecanicamente uma tosse normal. 
Drenagem autogênica – Técnica que consiste na auto-remoção de 
secreções brônquicas por meio de respirações a diferentes volumes pulmonares, 
caracterizados por expirações lentas e passivas. 
O objetivo é proporcionar o máximo fluxo aéreo dentro das vias aéreas para 
deslocar e mobilizar secreções das vias aéreas periféricas para as vias aéreas 
centrais, a fim de que sejam eliminadas (ELLIS,1997) 
Segundo o Consenso de Lyon (1994), ela é “uma técnica de higiene 
brônquica ativa, utilizando inspirações e expirações lentas e controladas pelo 
paciente” respirando em diferentes volumes pulmonares. Inicia-se no volume de 
reserva expiratório (VRE), para mobilizar as secreções distais, e depois, 
progressivamente, no volume de reserva inspiratório (VRI), para eliminação 
proximal. Dentre todas as técnicas de higiene brônquica, ela parece produzir a maior 
quantidade de expectoração, porém, só pode ser utilizada em pacientes 
cooperativos. 
Freno labial – A respiração com lábios franzidos é outro método sugerido 
para melhorar a ventilação e a oxigenação. Essa estratégia respiratória, usada 
espontaneamente por pacientes com doença obstrutiva crônica, foi recomendada 
 
 
 
 
 
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pela primeira vez para o uso terapêutico nos Estados Unidos por volta de 1935 
(Irwin. S, Tecklin. J). 
A seguir os passos para o método de freno labial. 
1. Posicione o paciente confortavelmente. 
2. Analise os objetivos do exercício: alivio da dispnéia ou aumento da 
ventilação. 
3. Explique que os benefícios da técnica variam entre os indivíduos. 
4. Explique que a contração abdominal é indesejada. 
5. Coloque sua mão sobre o reto abdominal para detectar atividade 
durante a expiração. 
6. Oriente o paciente a inspirar lentamente. 
7. Oriente o paciente a franzir os lábios antes de expirar. 
8. Instrua o paciente a soltar o ar entre os lábios franzidos e evitar a 
contração abdominal. 
9. Oriente o paciente a parar de expirar quando for detectada atividade de 
contração abdominal. 
Aumente a intensidade do exercício substituindo sua mão pela do paciente, 
removendo estímulos táteis e levando o paciente a fazer o exercício em pé e durante 
outros exercícios. 
Objetivos terapêuticos: Aliviar a dispnéia, reduzir o trabalho da respiração, 
reduzir a incidência de complicações pulmonares desinsuflação pulmonar. 
Objetivos fisiológicos: Melhorar a ventilação e melhorar a oxigenação. 
Possíveis resultados: Eliminação da atividade da musculatura acessória, 
diminuição da freqüência respiratória, aumento do volume corrente, melhora da 
distribuição da ventilação. 
 
Tosse assistida – Consiste na realização do ato tussígeno com 
assistência manual do fisioterapeuta. 
 
 
 
 
 
O fisioterapeuta orienta o paciente a realizar uma inspiração profunda com 
uma breve apnéia, seguida da realização de fluxo expiratório abrupto que será 
assistido pelo fisioterapeuta apoiando e comprimindo o esterno e/ou abdome, na 
tentativa de aumentar a pressão e tornar a tosse mais eficaz. 
Flutter – É um dispositivo que combina a ação da pressão positiva nas vias 
aéreas (PEEP) com a oscilação oral de alta freqüência, gerando vibrações 
endobrônquicas. 
O objetivo da utilização do dispositivo é gerar vibrações endobrônquicas que 
interajam com a secreção e proporcionem seu deslocamento. 
Trata-se de um dispositivo em forma de cachimbo, provido de uma esfera de 
aço sustentada sobre um suporte em forma de funil que, durante a expiração, gera 
oscilações com freqüências que variam na dependência da angulação do 
equipamento. 
 
 
 
 
 
Figura: Flutter 
Fontes: Disponível em: www2.prudente.unesp.br
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Expiração forçada - Desenvolvida por Pryor e Webber define-se como a 
combinação de uma ou duas expirações forçadas ('huffs') de volume pulmonarmédio 
a baixo e períodos de controle diafragmático e relaxamento. O objetivo desse 
método é promover a remoção de secreções brônquicas acumuladas com a menor 
alteração da pressão pleural e menor probabilidade de colapso bronquiolar. 
A glote deve manter-se aberta durante a técnica e, para isso, o paciente deve emitir 
sons de "huff" durante a expiração. O "huff" é uma manobra forçada e a sua duração 
ou a força de contração dos músculos expiratórios pode ser modulada para ampliar 
o fluxo expiratório e diminuir o risco de colapso das vias aéreas. 
Um "huff" de volume pulmonar médio é realizado a partir de uma respiração média 
com a boca e a glote abertas e o ar deve ser expulso dos pulmões pela ação dos 
músculos da parede torácica e os abdominais. Enquanto um "huff" de baixo volume 
pulmonar move secreções periféricas, um "huff" de alto volume remove muco 
localizado nas partes proximais das vias aéreas superiores. Portanto, quando 
necessário, o "huff" deve ser longo o bastante para descolar secreções mais distais, 
porém não deve se prolongar muito, o que causaria uma tosse paroxística 
desnecessária, ou mais breve, uma vez que as secreções já atingiram as vias 
aéreas superiores. 
A pausa entre um ou dois "huffs" é muito importante, pois previne um 
possível aumento na obstrução do fluxo aéreo e sua duração varia de acordo com 
as características de cada paciente. 
A TEF tem se mostrado bastante eficaz para a higiene brônquica de 
pacientes com tendência ao colapso das vias aéreas durante a tosse normal, como é 
o caso dos bronquiectásicos, enfisematosos e portadores de fibrose cística. 
Balancear os riscos e os benefícios de uma intervenção quando a criança 
encontra-se plaquetopênica e com distúrbio da coagulação é indispensável. De 
preferência, realizam-se drenagem postural e vibrocompressões expiratórias leves 
no caso de mobilizar secreções. A associação de inalações à terapia intensifica a 
fluidificação das secreções e otimiza a higiene brônquica. As aspirações de vias 
aéreas superiores e nasotraqueal são realizadas em caso extremo, pelo grande risco 
de trauma, sangramento e dor decorrente da mucosite, plaquetopenia e82 
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coagulograma alargado. Os cuidados de assepsia durante o procedimento de 
aspiração nesses pacientes devem ser redobrados. Procura-se tentar, ao máximo, 
uma tosse eficaz durante a terapia. 
A presença de metástase ou massas pulmonares não contra-indica a 
realização de diversas técnicas de higiene brônquica e de reexpansão pulmonar. 
Porém, observar a presença de metástases ósseas é fundamental para definir a 
conduta que será adotada. Nesses casos, são contra-indicadas as manipulações 
torácicas, pela instabilidade do gradil costal e riscos de fratura pela osteoporose 
acentuada. 
Condutas de drenagem postural devem ser evitadas em pacientes com 
massas mediastinais, pois alterações mínimas no seu posicionamento podem gerar 
compressão traqueal e intenso desconforto respiratório, associado a crises de 
broncoespasmo e parada cardiorrespiratória. 
Crianças com o quadro de pneumonite e fibrose pulmonar decorrentes de 
radioterapia e quimioterapia ou que utilizam drogas com efeitos tóxicos, assim como 
pacientes mielossuprimidas, precisam de atenção especial do fisioterapeuta em 
razão da maior chance de desenvolvimento de complicações pulmonares. 
Pacientes oncológicos normalmente apresentam alterações hematológicas 
importantes, sendo constantemente submetidos à transfusão de hemoderivados. O 
profissional que trabalha nesta área deve conhecer as reações de sensibilização 
adversas, como febres, tremores, calafrios, mal-estar, tontura, taquicardia, 
taquidispnéia, e quedas de saturação de oxigênio, evitando o atendimento nestes 
períodos ou oferecendo, se necessário suporte ventilatório como a oxigenoterapia 
(Figura 5) ou ventilação mecânica não-invasiva (Figura 6). 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 :Aplicação da oxigenoterapia 
Fonte: disponível em www.marimar.com.br/oxigenoterapia.htm
 
 
 
Figura 6: VMNI- Ventilação mecânica não invasiva. 
Fonte: http://www.mayoclinic.com/health/sleep-apnea/DS00148/DSECTION=8 
 
 
Em pacientes que foram ou serão submetidos ao transplante de medula 
óssea, devem-se analisar com cuidado os riscos e os benefícios de uma intervenção 
fisioterapêutica. É importante neste período, que o paciente não permaneça em 
contato com muitas pessoas, para diminuir o risco de aquisição de infecções. 
 Exercícios respiratórios e tosse podem ser realizados independentes da 
contagem de plaquetas. Entre os exercícios respiratórios que devem ser realizados 
assim que o paciente apresentar condições físicas para tal, respeitando obviamente 
sua condição clínica, e observando cautelosamente as indicações e contra-
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indicações, estão os incentivadores respiratórios que previnem infecções 
pulmonares, incentivam e exercitam de forma eficaz a musculatura respiratória. 
 
Os incentivadores respiratórios. 
Os incentivadores são exercitadores respiratórios que têm como objetivo 
reexpansão pulmonar, aumento da permeabilidade das vias aéreas e fortalecimento 
dos músculos respiratórios. Esses exercitadores ou incentivadores respiratórios são 
recursos mecânicos da fisioterapia respiratória, normalmente destinados a auxiliar o 
desempenho muscular respiratório e a eficiência do trabalho mecânico da ventilação 
pulmonar, proporcionando aumento da oxigenação arterial (COSTA, 1999). 
 
 
1. O Respiron. 
O RESPIRON foi desenvolvido especificamente para prevenção de 
infecções pulmonares em geral, sendo um incentivador a fluxo, o qual é variável em 
função do tempo de incentivo. Trabalha uma respiração sustentada máxima, em que 
o paciente deve inspirar para que as três bolinhas do aparelho subam entre 5 a 10 
segundos. 
Incentivando o usuário a realizar inspirações forçadas e profundas, o 
aparelho facilita a ventilação das áreas comprometidas pela atelectasia (áreas 
pulmonares não ventiladas), impedindo a obstrução dos bronquíolos e distendendo 
os alvéolos pulmonares. Como a utilização do RESPIRON causa um efeito visível (a 
elevação das 3 esferas contidas no aparelho) há um componente lúdico no exercício 
que representa um desafio para o usuário: conseguir elevar as 3 esferas e mantê-
las elevadas por alguns instantes. Há portanto um incentivo para o paciente, o que 
justifica a expressão "respirador de incentivo". 
O RESPIRON (Figura 7) é um aparelho de baixo custo, de fácil utilização e 
de eficácia cientificamente comprovada, igual ou superior a de equipamentos muito 
mais caros e sofisticados. Não é propriamente "descartável", pois pode ser usado 
muitas vezes, mas é de "uso individual", isto é, não deve ser utilizado por mais de 
uma paciente. Em casos de cirurgia, inclusive, recomenda-se que o paciente leve o 
 
 
 
 
 
aparelho ao deixar o hospital para prosseguir em casa com os exercícios 
respiratórios. 
 
Figura 7: Respiron 
Fonte: disponível em www.marimar.com.br
 
 
Fisioterapia motora em oncologia 
 
Pacientes em fase terminal têm a Síndrome de Desuso, pelo excesso de 
descanso e inatividade física, o que pode gerar ou agravar o estado da dor entre 
outras complicações. A Síndrome do Desuso é composta por fraqueza muscular 
(hipotrofia), descondicionamento cardiovascular, respiração superficial e alterações 
posturais (PIMENTA,2003). 
A imobilização do sistema músculo-esquelético gera alterações em todos os 
tipos de tecidos envolvidos, nos músculos, nas fibras de colágeno, na junção 
miotendinosa, ligamentos e tecido conjuntivo. Os primeiros músculos a serem 
afetados pelo longo período de repouso são os antigravitacionais e de contração 
lenta, como o sóleo, eretores da coluna e da cabeça, em seguida são afetados os 
biarticulares, como gastrocnêmios e reto femoral, e os menos afetados são os de 
contração rápida (MARCUCCI F,2005). 
As mudanças ocorrem em curto período de tempo, e após uma semana de 
desuso, já aparecem alterações teciduais, como aumento das cisternas do retículo 
sarcoplasmático, desalinhamento de sarcômeros e diminuição dos tecidos 
contráteis, resultando em fraqueza e hipotrofia. Além das alterações musculares, 
ocorre aumento da fibrose em tecidos periarticulares, diminuição da massa óssea, 
diminuição da síntese de líquido sinovial, desorganização das fibras de colágeno, 
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diminuição da extensibilidade dos tecidos e aumento da área de contato das fibras 
musculares com o colágeno do tendão, o que diminui a força gerada (SODERBERG 
GL,1997). 
Especificamente para os casos de câncer, o desuso pode ser agravado tanto 
pela quimioterapia ou radioterapia quanto por metástases ósseas, gerando 
osteopenia e osteoporose. Osteopenia é a causa mais comum de escoliose em 
adultos após o tratamento de câncer e gera alterações no desenvolvimento ósseo da 
criança. Além disso, o risco de ocorrer uma fratura secundária ao câncer deve ser 
considerado antes de qualquer intervenção terapêutica (CROARKIN E, 1999). 
Fraturas patológicas ocorrem entre 8 a 30% em pacientes com metástases, 
sendoo fêmur o osso mais acometido. A perda da capacidade de andar é freqüente 
e o tratamento fisioterapêutico deve começar o mais cedo possível para aumentar a 
funcionalidade e readaptar o cotidiano do paciente, como por exemplo, o treino com 
a cadeira de rodas (MARCUCCI F,2005). 
Alguns estudos têm demonstrado que a atividade física diminui o 
crescimento de tumores primários e o aparecimento de metástases, além de 
melhorar a função imune do hospedeiro. Além disso, atrasa as complicações do 
câncer, como a caquexia e a anorexia. 
Exercícios com pesos leves ou moderados para os principais grupos 
musculares podem ser inseridos, considerando sempre o torque gerado e o estágio 
em que o paciente se encontra. O retorno à atividade gera um processo de 
regeneração após um período de desuso. Após uma semana, o retículo 
sarcoplasmático retorna ao normal, aumenta a síntese protéica e o realinhamento 
das fibras musculares. Atividades com descarga de peso como caminhadas, 
ciclismo, etc. devem ser inseridas tanto na fase terapêutica quanto na preventiva. 
Estes exercícios têm a capacidade de aumentar o estímulo mecânico sobre a 
articulação, o que aumenta a produção de líquido sinovial e aumenta a massa 
óssea. Os exercícios de alongamento também devem ser inseridos com o intuito de 
facilitar o retorno dos sarcômeros e fibras conjuntivas ao realinhamento funcional, 
melhorando a relação comprimento-tensão (SODERBERG GL, 1997). 
 
 
 
 
 
 
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A Atuação na fadiga 
 
A fadiga é um fenômeno complexo, composto por uma percepção subjetiva 
de cansaço, alterações do tecido neuromuscular e dos processos metabólicos, 
diminuição da performance física, diminuição da motivação e deterioração das 
atividades físicas e mentais. As intervenções para a fadiga têm sido sugeridas em 
dois níveis: o manejo dos sintomas que contribuem para a fadiga e a prevenção da 
fadiga mantendo o equilíbrio do período de descanso com o de atividade (FERREL 
BR,2001). 
De acordo com FERREL, 2001, a prevalência de fadiga pode chegar a 96% 
durante a quimioterapia, radioterapia ou após a cirurgia. Para alguns pacientes o 
déficit de capacidade física é tão severo que limita atividades diárias simples como 
banho, alimentação e vestuário, o que contribui para a diminuição da independência 
e da qualidade de vida. 
 Parte da fadiga após o tratamento decorre da anemia, sendo necessário na 
fase aguda otimizar o gasto energético, impedir os sangramentos e prover nutrientes 
como ferro e proteína (DIMEO F et al,1998). 
 Incidência comum em pacientes acometidos pelo câncer, são alterações 
nutricionais, caracterizadas por perda de peso, desnutrição e até mesmo caquexia. 
Isso se deve à diminuição na ingesta de alimentos (dor e disfagia pela mucosite, 
náuseas, vômitos e perda do apetite pela quimioterapia) associada ao alto gasto 
energético basal, em decorrência da convergência de nutrientes para as células 
tumorais. A desnutrição pode limitar a terapia do fisioterapeuta pois, como o paciente 
tem um gasto energético elevado e poucas reservas, facilmente fadiga. Essa 
condição deve ser respeitada por causa da realização de terapias curtas, com um 
maior enfoque no relaxamento, exercícios metabólicos e mobilização passiva, 
sempre respeitando os horários das dietas. 
A orientação de repouso é necessária em alguns momentos, mas não deve 
ser mantida durante toda a evolução da patologia, ou a fadiga será perpetuada e 
agravada em seus sintomas. É importante estabelecer um balanço entre atividade 
física e conservação de energia (FERREL BR, 2001). 
 
 
 
 
 
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Uma opção de treinamento físico é o exercício aeróbico, como caminhada, 
corrida, ciclismo e natação. Existe uma relutância por meio de pacientes e 
profissionais de saúde para a inserção desta modalidade, porém estudos têm 
demonstrado que o treinamento físico pode ser benéfico para pacientes com câncer. 
COURNEYA, 2000, revisou sistematicamente a influência do exercício nos 
sintomas relacionados ao câncer. Dos ensaios clínicos revisados, os resultados que 
tiveram melhoras significantes dentre os fatores físicos foram capacidade funcional, 
força muscular, composição corporal, índices hematológicos, padrões de sono e 
fadiga, diminuição de dores, náuseas e diarréia. Entre os sintomas psicológicos os 
benefícios demonstrados foram satisfação corporal, melhora do humor (diminuição 
de ansiedade, irritabilidade e depressão) e melhora na qualidade de vida. 
Um programa de atividades a ser implementada é a realização de uma 
atividade a ser escolhida pelo paciente, que seja realizada com satisfação, pelo 
menos três vezes por semana por 30 minutos. Além das atividades reconhecidas 
como exercício (natação, ciclismo, caminhada, etc.), atividades funcionais também 
podem ser utilizadas, como jardinagem, trato de animais, dança ou outros hobbies, 
sendo importante a participação de um fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional 
(DIMEO F et al,1998). 
 As intervenções para a conservação de energia direcionam a escolha 
individual sobre as atividades do paciente priorizando os objetivos, identificando os 
recursos disponíveis, distribuindo tarefas para membros da família ou cuidadores e 
considerando como realizar as tarefas diárias com menor investimento de energia. 
Para isso a fisioterapia pode ajudar os pacientes a acharem meios diferentes para 
realizar as atividades diárias (MARCUCCI, 2005). 
 
Fisioterapia motora em pacientes neurológicos 
 
Tumores cerebrais são relativamente raros, mas sua incidência e 
mortalidade vêm aumentando nas últimas décadas. Os tumores cerebrais são 
responsáveis por 4,4% das mortes por câncer no Brasil, em 1998, sendo 80% destes 
malignos. Além disso, a sintomatologia da lesão neurológica pode ser tão variada e 
 
 
 
 
 
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ampla, dependente de tantos aspectos, que nem sempre é possível prever todas as 
complicações que o paciente pode desenvolver. 
Os sintomas podem ser alterações de comportamento e de consciência, 
déficits motores de um hemicorpo, de algum segmento ou global, movimentos 
involuntários, paralisias, dificuldades de comunicação, alterações na percepção e 
alterações autonômicas. 
 Mukand et al. analisaram os resultados de um programa de reabilitação em 
pacientes com tumores cerebrais e encontraram resultados significativos de melhora 
funcional. 
Uma complicação neurológica que pode afetar até 5-10% dos casos de 
câncer é a compressão da medula espinhal, originada de tumores primários ou 
metástases. 
A região torácica é a mais acometida, seguida pela região lombar e cervical 
respectivamente. Os principais sintomas são dor, fraqueza muscular, parestesias e 
disfunções vesicais. 
Os objetivos do tratamento são o alívio da sintomatologia e evitar a 
deterioração neurológica; em alguns casos a remissão dos sintomas é total ou 
parcial, porém na maioria dos casos os pacientes com compressão da medula 
espinhal têm um prognóstico ruim, com média de 3 a 6 meses. 
Os objetivos da fisioterapia são corrigir as alterações da postura e do 
equilíbrio, manter a força muscular, evitar encurtamentos e prevenir complicações 
respiratórias. Estes objetivos podem ser conseguidos através de exercícios ativos 
livres funcionais, exercícios de incentivorespiratório, atividades com bola 
terapêutica, hidrocinesioterapia e adequação de órteses. 
 
 
 
 
 
 
Figura 8: Tumor cerebral (área destacada dentro do quadro vermelho) 
Disponível: http://www.biomedcentral.com 
 
 
Problemas clínicos Valores laboratoriais Recomendações 
 
 
Trombocitopenia 
Valores normais de 
plaquetas 
150.000 – 450.000/m3 
 
 
30.00 a 50.000/m3 
 
20.000 a 30.000/m3 
 
 
 < 20.000/m3 
 
Exercícios ativos livres, máxima 
ADM, resistência leve e 
deambulação. 
 
Exercícios passivos ou ativos livres; 
deambulação e assistência para 
auto-ajuda. 
 
Mínimo de exercícios, atividade 
cautelosa; movimentos passivos e 
atividade de vida diária 
 
 
Anemia 
Valores normais 
Hematócrito: 37 a 47% 
Hemoglobina:12-16 g/dl 
 
 
Ht < 25% - Hb< 8 g/dl 
 
 
Ht 25%-35% - Hb< 8-10 g/dl 
 
 Ht acima de 35% e Hb>10g/dl 
 
 
Exercícios leves, isométricos; ativos 
livres de ADM máxima; AVD e 
evitar programas aeróbios. 
 
Exercícios aeróbios com resistência 
leve, pesos leves e deambulação. 
 
 
Exercícios resistidos; deambulação; 
auto-ajuda, conforme tolerância 
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Alterações eletrolíticas 
 
K 
 
Na 
 
 
< 3,0 
< 130 mmd/L 
> 6,0(freqüentemente 
associada com arritmias e 
fraqueza muscular 
 
 
 
Não realizar exercícios 
 
Tabela 2: Orientações e precauções de exercícios para pacientes oncológicos. 
Fonte: Schultz et AL,2000. 
 
 
Cuidados às Úlceras de Pressão 
 
Uma complicação freqüente enfrentada por pacientes acamados é a 
ulceração de pressão. Esta é a área lesionada visível na pele ou nos tecidos 
subjacentes tendo como causa principal o longo período de permanência no leito. 
As úlceras de pressão ocorrem geralmente em áreas de proeminência óssea 
como a região sacral, trocantérica, maleolar, nos calcanhares, nos epicôndilos dos 
joelhos e cotovelos. 
Os pacientes mais acometidos são os ortopédicos, neurológicos e aqueles 
em UTI, sendo que a sua ocorrência é facilitada ou agravada por fatores intrínsecos 
como o estado nutricional, a idade, o uso de alguns medicamentos, a perfusão 
tecidual, o diabetes mellitus, doenças cardiovasculares e a falta de sensibilidade que 
gera um quadro de abandono da área em questão. 
A úlcera pode vir acompanhada de odor, drenagem e desfiguração, em 
alguns casos podem ser fonte de dor, e o tratamento, quando já instalada, é à base 
de curativos e desbridamentos que nem sempre alcançam a cura. 
As ulcerações de decúbito conotam cuidados de pobre qualidade e o foco 
deve ser a prevenção. O alívio de pressão é essencial para a prevenção sendo 
necessário o trabalho conjunto da equipe na mobilização do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9: A Úlcera de pressão (escara). 
Fonte: Dados do autor. 
 
 
 Os recursos fisioterapêuticos mais comuns são o ultra-som, o laser e luz 
ultravioleta (UV). Segundo revisão sistemática de Flemming e Collum, 2004, há 
pouca evidência sobre a efetividade do ultra-som no tratamento de úlceras de 
decúbito. O laser de baixa intensidade ainda é alvo de discussão, estudos indicam 
que sua efetividade é limitada. 
O uso de eletrotermoterapia para úlceras de pressão ainda é inconclusivo, 
sendo necessários mais estudos de qualidade para estabelecer parâmetro 
terapêutico 
 
Figura 10. Eletrotermoterapia profunda:Laser, Ultra-som, 
Fonte: dados do autor. 
 
-----------FIM DO MÓDULO IV---------- 
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