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1 1º MÓDULO – A ALIMENTAÇÃO HOSPITALAR E A RECUPERAÇÃO DO PACIENTE Quem nunca ouviu falar que a comida de hospital é ruim? É muito comum visitar um parente ou um amigo internado e ouvir queixas de que a comida não tem gosto ou cheiro bom. Mas, antes de concordar e tornar a insatisfação dele ainda maior, lembre-se de que, muitas vezes, o apetite, o olfato e o paladar do paciente podem estar afetados pela doença e pelo tratamento. E que ele precisa de incentivo para se alimentar com a dieta prescrita, porque ela fornece todos os nutrientes que o organismo dele necessita para se recuperar e é quase tão importante quanto tomar a medicação corretamente. Foto: reprodução A vitamina A, por exemplo, é um nutriente que não pode faltar na alimentação do paciente hospitalizado, porque ajuda na cicatrização e no funcionamento do sistema respiratório, digestivo e urinário – que são a primeira barreira da linha de defesa contra infecções. A vitamina C auxilia na defesa do organismo contra infecções e na contenção de hemorragias, enquanto a vitamina E fortalece o sistema imunológico. Já o ferro ajuda no transporte de oxigênio e o zinco diminui o tempo de resposta do organismo às infecções. Quem é responsável pela alimentação hospitalar? Para que todas essas vitaminas e esses nutrientes estejam presentes na alimentação do paciente hospitalizado, duas áreas trabalham juntas: a nutrição clínica 2 e a equipe médica. A primeira é responsável por confirmar se a dieta do hospital segue as recomendações indicadas pela segunda. Juntos, esses profissionais trabalham para garantir que todas as necessidades nutricionais do paciente sejam atendidas para que ele possa se recuperar da melhor forma possível. Tipos de dieta para a alimentação hospitalar Além de garantir que o paciente receberá todos os nutrientes necessários, a dieta no hospital também precisa estar adequada às condições de saúde de quem está internado. Levando tudo isso em conta, as equipes médica e de nutrição clínica escolhem qual das opções de dieta é melhor para o paciente: Dieta geral – é indicada para pessoas que não tem complicações de saúde que exijam restrições de nutrientes ou de alimentos. Exemplos de alimentos desse tipo de dieta são: pão francês, leite, suco natural, arroz, feijão, carne, salada e frutas. Dieta branda – é indicada para pessoas que precisam que a comida seja mais fácil de mastigar, engolir e digerir. Esse tipo de dieta, por exemplo, pode incluir: frutas macias, arroz, feijão, carne, legumes cozidos e gelatina. Dieta pastosa – é indicada para pacientes com dificuldade de mastigação. Por isso, ela é composta por alimentos bem cozidos e fáceis de mastigar e de engolir, como papinhas e legumes. Dieta leve – o objetivo dela é facilitar a digestão e o esvaziamento do aparelho digestivo. Por isso, é composta por alimentos fáceis de digerir, tais como mingau, sopa, suco de frutas e gelatina. Dieta líquida – pode incluir, por exemplo, caldos e sucos. É indicada para pessoas que precisam de hidratação e pacientes com problema de mastigação. Respeite as regras de alimentação hospitalar É comum que amigos e familiares queiram fazer um agrado para o paciente e levem alguma comida especial que ele gosta durante uma vista ao hospital. Mas esta não é uma boa ideia. As equipes de nutrição e médica planejam alimentação do paciente hospitalizado para que seja adequada ao estado de saúde dele. Por isso, ele deve seguir à risca as orientações de dieta no hospital. 3 Referências https://www.betterhealth.vic.gov.au/campaigns/eating-and-drinking-in-hospital http://gut.bmj.com/content/52/suppl_7/vii1 - acessado em 21/06/2017 http://santacasassp.com.br/nutricao-hospitalar - acessado em 21/06/2017 http://www.cancerresearchuk.org/about-cancer/coping/physically/diet-problems/about/why-diet-is- important - acessado em 21/06/2017 https://health.clevelandclinic.org/2015/01/eat-these-foods-to-boost-your-immune-system/ sms.sp.bvs.br/lildbi/docsonline/get.php?id=3450 - acessado em 21/06/2017 http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=109%20 - acessado em 21/06/2017 Fonte: Responsável pelo Conteúdo: Dr. Rodolfo Pires de Albuquerque CRM: 40.137. https://www.gndi.com.br/saude/blog-da-saude/alimentacao-hospitalar AFINAL, A ALIMENTAÇÃO HOSPITALAR É BOA OU RUIM? A alimentação hospitalar é um assunto de grande relevância, pois é essencial para uma boa recuperação do paciente. Mas nesse cenário não é apenas a questão de recuperação que precisa ser levada em conta. O paciente é um dos pontos principais, se não o principal, no processo de reabilitação e também merece uma atenção especial. É preciso entender as preferências dele e, claro, oferecer uma refeição de qualidade para que todo o processo seja simplificado. Como fica a qualidade da alimentação hospitalar As chances de que você já tenha escutado alguma reclamação sobre comida hospitalar são grandes: que ela é ruim, que tem o mesmo gosto ou que sempre é a mesma. Essa é uma situação complicada, mas em alguns casos também injusta com os responsáveis pelas refeições em hospitais. 4 É claro que o paciente não pode se alimentar apenas com alimentos de que ele mais gosta. Principalmente por ser necessário que naquele momento ele ingira os nutrientes essenciais para uma boa recuperação e também que o satisfaça. Contra esse ponto certamente não restam dúvidas, não é mesmo? Foto: reprodução Mas essa fama ruim da alimentação hospitalar teve de vir de algum lugar e a popularidade ficou. Algumas vezes os próprios sentidos dos pacientes, como olfato e paladar, estão afetados pela doença e nesses casos realmente é difícil encontrar uma solução. Existem alguns exemplos de hospitais que trabalham a parte visual do prato para que ele fique mais atrativo. Independentemente da causa, esse é um problema real e alternativas precisam ser encontradas. Inclusive investir na melhora do cardápio e na qualidade das refeições oferecidas. Interferências na alimentação hospitalar A fama sobre a qualidade das refeições hospitalares não é o único problema que as dietas prescritas sofrem. Uma outra situação, que surge até mesmo em consequência disso, é a interferência familiar, por exemplo. Muitos parentes levam algum alimento ou bebida quando vão visitar quem está hospitalizado. Esse é um 5 grande problema, pois a alimentação correta é um dos principais fatores para uma boa recuperação. Além disso, questões como a limpeza também podem ser impactadas diante disso. O principal objetivo das refeições hospitalares é a atuação em conjunto com os medicamentos para que o paciente se recupere. Em alguns casos, será necessário retirar itens como temperos mais fortes e alguns tipos de alimentos. Mas isso não quer dizer que a alimentação não precisa ser saborosa e de qualidade. Com esses aspectos positivos, certamente essas interferências podem diminuir e até mesmo acabar na sua instituição. Ofereça uma alimentação hospitalar de qualidade Encontrar formas de contornar situações adversas é uma necessidade, certo? E para isso é preciso identificar o problema, buscar novas soluções ou alterar processos atuais. Foto: reprodução As refeições hospitalares certamente são um assunto de grande importância e precisam ser tratadas como tal. Em meio a tantas responsabilidades, serviços para serem executados e lidar com assuntos delicados, como acontece na área da saúde, terceirizar a alimentação hospitalar pode ser uma boa opção. 6 A ideia de trabalhar com empresas especializadas no assunto é de principalmente garantir a qualidade, a segurança e a correta execução de todas as atividades que envolvem a alimentação da sua instituição de saúde. Fonte: https://risotolandia.com.br/alimentacao-hospitalar-boa-ou-ruim/ TERAPIA NUTRICIONALÉ DECISIVA PARA A VIDA E RECUPERAÇÃO DE PACIENTES Nos hospitais do Grupo Santa, 100% dos pacientes internados são submetidos à triagem nutricional nas primeiras 24 horas de internação O estado nutricional do paciente é decisivo na sua recuperação plena. Apesar disso, a desnutrição é tão comum em pacientes internados que chega a ser a doença mais prevalente nos hospitais, segundo o médico especialista em Medicina Intensiva e Terapia de Nutrição Parenteral e Enteral do Hospital Santa Lúcia Sul, Fabiano Girade. Foto: reprodução De acordo com ele, um inquérito brasileiro realizado em 1998 demonstrou que quase 50% das pessoas internadas apresentam algum grau de desnutrição antes mesmo de irem para o hospital ou desenvolvem o problema dentro da unidade. Uma revisão recente dos números, publicada em 2016 incluindo 66 pesquisas de 12 países da América Latina, confirmou que o quadro não melhorou. A maior parte dos estudos é brasileira e constatou que a desnutrição atinge até 60% dos pacientes que dão entrada em hospitais. 7 Em grande parte das vezes, o problema está associado a doenças crônicas de base, como o câncer, doenças cardiovasculares, pulmonares, renais e neurológicas, por exemplo. Além disso, pode estar relacionado ainda ao quadro agudo que levou o paciente a ser internado, a exemplo de politraumas, infecções generalizadas e cirurgias de grande porte, entre outros. Mas algo chama a atenção: “Apesar desta alta prevalência, a desnutrição hospitalar é a condição menos diagnosticada e tratada”, enfatiza Fabiano Girade. Nos Hospitais do Grupo Santa, os times de terapia nutricional – definida pela Anvisa como o conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente – trabalham para identificar o mais rápido possível o estado do paciente e restabelecer a qualidade do seu estado nutricional ou, ao menos, evitar sua deterioração durante a internação. “A terapia nutricional deve ser encarada pelo paciente como um pilar fundamental para sua recuperação. Ele precisa compreender que o uso de suplementos orais, sondas ou dieta na veia são estratégias que podem reduzir o tempo de internação e o risco de infecções, e aumentar suas chances de retornar às atividades habituais após a alta”, destaca o especialista. Isto é fundamental porque vários estudos demonstraram que pacientes desnutridos apresentam maior risco de lesões de pele por pressão, de infecções de ferida operatória e até de morte. “O impacto da desnutrição é tão fundamental que os pacientes desnutridos submetidos a cirurgia apresentam três vezes mais risco de complicação e cinco vezes mais risco de morte do que os pacientes bem nutridos. Além disso, estudos mais recentes têm demonstrado o impacto da desnutrição em termos de uma pior recuperação funcional dos pacientes e uma pior qualidade de vida após alta hospitalar”, destaca Girade. O PAPEL DA FAMÍLIA E DA EQUIPE DE SAÚDE O engajamento e “empoderamento” da família são fundamentais para o sucesso do tratamento. Estudos já demonstraram que o compartilhamento das informações com pacientes e seus familiares podem trazer vários benefícios como a diminuição da ansiedade, confusão e agitação; diminuição do tempo de permanência na UTI; sensação de maior segurança por parte do paciente; aumento da satisfação do paciente e redução do estresse da família. Além disso, a terapia nutricional só será efetiva com a participação interdisciplinar de diversos profissionais de saúde. “Nos hospitais do Santa, as equipes de terapia nutricional incluem médicos, nutricionistas, enfermeiros e farmacêuticos. 8 Apesar de não ser exigido pela legislação brasileira, nossa equipe ainda inseriu duas novas áreas fundamentais para o sucesso da Terapia Nutricional: a Fonoaudiologia e a Fisioterapia”, explica o especialista. Nos hospitais do Grupo Santa, a abordagem multidisciplinar do Instituto Brasiliense de Nutrologia (Ibranutro) promove a integração total entre as áreas de Nutrologia, Nutrição Clínica, Enfermagem, Farmácia, Fonoaudiologia e Fisioterapia. O trabalho conjunto de especialistas com formações distintas permite integrar, harmonizar e complementar os conhecimentos e habilidades dos integrantes da equipe para identificar, intervir e acompanhar o tratamento dos distúrbios nutricionais. Cada unidade hospitalar possui uma Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) integrada a praticamente todas as áreas para realizar a triagem e avaliação nutricional, tratamento e acompanhamento de pacientes internados nas mais diversas especialidades, como Clínica Médica, Oncologia, Neurologia, Gastroenterologia e Cardiologia, incluindo também as UTIs e as especialidades cirúrgicas. Estudos demonstram que, quando não há monitoramento por uma EMTN, a avaliação nutricional é feita em apenas 3% a 7% dos pacientes hospitalizados. Já na presença desta equipe, ela ocorre em 37% a 68% dos doentes. “Todavia, nos hospitais do Grupo Santa 100% dos pacientes internados são submetidos a uma triagem nutricional dentro das primeiras 24 horas de internação e 100% dos pacientes com risco nutricional são submetidos a uma avaliação nutricional completa”, enfatiza Fabiano Girade. Fonte: http://www.santalucia.com.br/noticias/terapia-nutricional-e-decisiva-para-vida-e-recuperacao- de-pacientes/
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