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TEOLOGIA E EXEGESE BÍBLICA - AULA 2-A relação entre pesquisa científica e exegese

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Teologia e Exegese Bíblica
Aula 2: A relação entre pesquisa cientí�ca e exegese
Apresentação
À medida que vamos descobrindo coisas na Bíblia, ela vai nos descobrindo também.
É precisamente essa dialética de interpretar e ser interpretado que dá ao labor
exegético um gosto todo especial.
Dessas considerações deriva a necessidade de aprofundamento da questão acerca
da intencionalidade do Antigo e do Novo Testamento, de compreender a proporção
qualitativa existente entre os dois testamentos, e de como a perspectiva
escatológica lança luz para a compreensão de cada etapa do agir de Deus. O
movimento é, então, do Antigo para o Novo Testamento e do Novo Testamento para
a consumação plena.
A exegese cristã do Antigo Testamento é, dessa maneira, uma exegese cristológica.
Sem eliminar o sentido do texto em seu contexto primitivo, trata-se de considerar o
antigo, palavras e acontecimentos, à luz da novidade cristã.
Vamos em frente? Bom estudo!
Objetivo
Analisar a relação entre pesquisa cientí�ca e exegese;
Registrar a Exegese Bíblica como método histórico-crítico que propõe um estudo
cientí�co dos textos bíblicos;
Identi�car a importância da exegese com a pesquisa cienti�ca.
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Pesquisa cientí�ca
Para começar, vamos entender que o trabalho cientí�co utiliza a tradução que se chegou
ao ser concluído o círculo metodológico. Então, através de observações no corpo do
trabalho ou em nota de rodapé, possivelmente com referências a partes posteriores do
estudo, justi�car-se-á (com recurso aos instrumentos utilizados) a tradução proposta.
No caso de ser expressamente apresentada no trabalho, a tradução vem normalmente
colocada no início do estudo, pois os passos metodológicos subsequentes, embora
possam ter fornecido elementos para a�nar a tradução, devem-se basear na tradução
proposta por ocasião da apresentação �nal do estudo. É importante, quanto a isso,
guardar absoluta uniformidade entre a tradução apresentada e as transcrições do texto
de estudo nas outras partes do trabalho.
Ressaltamos que a exegese das Escrituras, rigorosamente histórica e
literária, realiza-se frequentemente em um horizonte de fé, que implica uma
compreensão eclesial da Bíblia e de seus textos, seja no presente ou na
história passada. Devemos trazer a atenção sobre a relação entre a exegese
cientí�ca e a re�exão crente. O termo exegese alude a um conjunto de
técnicas teóricas, experimentadas e codi�cadas, utilizado para uma leitura
cientí�ca das Sagradas Escrituras, consideradas também como corpus de
textos inspirados e autorizados.
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A tradução vem apresentada,
normalmente, com o texto segmentado.
Eventualmente, pode-se recorrer a notas
para explicitar a tradução de um termo ou
expressão quanto ao sentido quando
corresponder literalmente a uma
expressão na língua original do texto .1  Exegese e Ciência (Fonte: Wordexpress.com).
Na prática, como seria esse processo? Veja a seguir:
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1) Oséias 14, 2-9
 
2) Oséias 14, 2 introduz,
após as palavras de juízo
que culminam com o
anúncio da queda de
Samaria (14,1), uma
exortação à conversão, a
qual é seguida das
condições a serem
cumpridas no movimento
de retorno à Deus (3-4). O
versículo 5 anuncia a cura
da apostasia de Israel, ao
que se seguem
grandiosas promessas (6-
8). 
 
 
 
 
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
2) Oséias 2-4
 
Encontram-se
interligados, na medida
em que desenvolvem
coerentemente o tema do
chamado à conversão.
Após uma primeira
exortação, é indicado o
modo concreto de realizá-
la (3-4), que não se
compreende sem o
versículo anterior. A
mudança de 2ª pessoa
do singular para 2ª
pessoa do plural, do v. 2
para o v. 3, não chega a
surpreender, pois pode
ser entendida como a
visão do povo como
entidade coletiva e, por
isso, passível de ser
indicada de uma ou outra
maneira.
Continue lendo...3
Para a ciência, não há meios de se obter a certeza de�nitiva. Há que se reconhecer que
os fenômenos ultrapassam muito a capacidade humana de tomar consciência deles,
equivalendo a ideia de que a existência ultrapassa a Ciência. Embora a Ciência seja a
forma de conhecimento mais útil para nortear as escolhas do ser humano para
sobreviver, viver e viver bem, observa-se uma tendência dos cientistas a �xar-se na
cognição, tomando como certeza o que a experiência atesta como provável.
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A di�culdade de o ser humano lidar com a insegurança diante do mistério
pode levá-lo a tomar alguns achados da Ciência como dogmas, algo
indiscutível, o que contribui para o sectarismo e para a construção de
sistemas fechados que impedem a renovação e ampliação do
conhecimento . Ainda que os procedimentos da ciência tenham um valor
inestimável para a humanidade, o uso de todo conhecimento esbarra nas
di�culdades dos cientistas, em geral, em aceitar o mistério da origem e
destino do universo e do ser humano no universo.
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Atividade
1. Para fazer exegese bíblica, há necessidade somente da Bíblia ou outros materiais?
O contexto teológico e o texto bíblico
Tendo a fé cristã surgido no seio do judaísmo, foi natural que por ela fossem aceitos
aqueles escritos considerados sagrados por este último e que se lhe tornaram, por isso,
particularmente normativos. O Novo Testamento atesta amplamente a importância que
o Antigo teve para as gerações cristãs. O Antigo Testamento era então, sem que
houvesse dúvidas, antes ainda de se con�gurar o Novo Testamento, escritura sagrada.
O Novo Testamento demonstra que os escritos veterotestamentários foram utilizados
de diferentes maneiras pelos primeiros cristãos. Encontram-se textos que, em variadas
formas, concentram-se na pessoa de Jesus:
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A
Jesus como realização do Antigo Testamento. Um exemplo é o uso de Dn 7,13-14 (a
expressão �lho do homem Mc 14,62); ou ainda do Sl 22 no contexto da paixão (Sl 22,
8.9.19 e Mt 27,39.43.35) e do Sl 16 como argumento em favor da ressurreição (At 2,25-
31)
B
Jesus como reinterpretação do Antigo Testamento, como demonstra o uso do SI 69,22
aplicado a eventos da cruci�xão (Mt 27,34.48) e do Sl 110 a Jesus (Mt 22,42-46; 26,54;
Rm 8,34).
C
Jesus como ápice da história salví�ca. O discurso de Estêvão em At 7 (At 7,51-52)
descreve, com referências ao Antigo Testamento, os pontos axiais do plano de Deus e
coloca Jesus como ponto culminante. Igualmente, o discurso de Paulo em Antioquia da
Pisídia ao a�rmar, englobando todo o Antigo Testamento, que a promessa feita aos pais,
Deus a realizou plenamente para nós, seus �lhos, ressuscitando Jesus (At 13,32-33).
Jesus como Filho de Deus feito homem, numa consideração mais propriamente
teológica. Aqui se coloca, por exemplo, o hino pré-paulino encontrado na Carta aos
Filipenses (Fl 2.6-11), que mostra a condição divina anterior à encarnação, indica sua
permanência na vida histórica de Jesus e, por �m, iguala Jesus ao Kýrios do Antigo
Testamento (Fl 2,11; Is 45,23). De modo semelhante, na introdução da Carta aos
Hebreus são citados numerosos textos do Antigo Testamento para fundamentar a
superioridade do Filho em relação aos anjos (Hb 1,1-14).
Os métodos de leitura bíblica mais conhecidos são:
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Cada um tem seus pontos positivos e suas de�ciências. Os passos metodológicos
propostos para a exegese fundamentam-se principalmente no método histórico-crítico e,
parcialmente, no método estruturalista.
O método histórico-crítico
Não é fácil ler a Bíblia. Junto com textos claros, objetivos, aparecem passagens
obscuras.Daniel, por exemplo, lendo passagens de Jeremias se pergunta sobre o seu
sentido (Daniel 9,2). Também o etíope, como contado por Atos dos Apóstolos, tinha
di�culdades de entender uma passagem do livro de Isaías (Is 53,7-8) e reconhecia ter
necessidade de um intérprete (At 8,30-35). A segunda carta de Pedro declara que
nenhuma profecia da Escritura resulta de uma interpretação particular (2 Pd 1,20) e ela
observa, de outro lado, que as cartas do apóstolo Paulo contêm alguns pontos difíceis de
entender, que os ignorantes e vacilantes torcem, como fazem com as demais Escrituras,
para sua própria perdição (2 Pd 3,16).
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Essas di�culdades �zeram com que as pessoas
começassem a estudar a Palavra de Deus e
aplicar métodos cientí�cos para poder entender
melhoro ensinamento. Um desses métodos é o
histórico-crítico.
A interpretação da Bíblia na Igreja mostra-
se mais aberta, embora insista sempre na
autoridade última do magistério em toda
questão exegética. A própria Bíblia
tornou-se, uma vez mais, a fonte primeira
de conhecimentos. Mas enquanto a
alegoria via nas bizarrias e nas
contradições do texto o sinal de um
sentido mais profundo, a crítica moderna
vê indícios de sua história pré-literária.  
Passagem pelo mar vermelho. Por Luca Giordano
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O estudo da tradição oral nas outras culturas revelou que a transmissão exigia formas
(gênero literários) estabelecidas, correspondendo as circunstâncias nas quais se
utilizavam aqueles materiais. As leis, por exemplo, tinham em geral uma forma
casuística quando citadas perante um tribunal, mas uma forma de exortação quando
utilizadas no culto. No que concerne o estudo desta aula, veri�caremos a exegese
judaica e da Igreja, e a do mundo cientí�co.
O método fundamentalista
O fundamentalismo originou-se de um movimento desencadeado nos Estados Unidos
após a Primeira Guerra Mundial. Seu objetivo era o de salvaguardar a herança
protestante ortodoxa contra a postura crítica e cética da teologia liberal. Era o seu
interesse rea�rmar, com renovada convicção, doutrinas que considerava essenciais para
o cristianismo, como a inerrância das Escrituras, o nascimento virginal de Jesus, sua
ressurreição corpórea, sua expiação vicária e a historicidade dos seus milagres.
Quais as características desse método?
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O método
fundamentalista,
como o entendemos
aqui, parte do
pressuposto de que
cada detalhe da
Bíblia é divinamente
inspirado, não
podendo, em
decorrência,
apresentar erros ou
incongruências. Esse
método tende a
absolutizar o sentido
literal da Bíblia. Seu
objetivo último é o de
defender a Bíblia
como o único
referencial con�ável e
íntegro para a
formulação da
doutrina e ética
cristãs. Seu aspecto
positivo parece-nos
residir na seriedade
com que encara a
revelação de Deus
através de sua
Palavra, na
responsabilidade e
no compromisso que
exige frente à sua
mensagem e na
insistência de que um
livro de fé di�cilmente
poderá ser
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interpretado de
maneira correta sem
o Espírito que rege
esta mesma fé (2 Co
4.6).
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Contudo, por insistir
unilateralmente na
autoridade divina dos
textos, o método
apresenta pouca
sensibilidade para a
condição humana de
seus autores com
tudo o que isso
implica. O método
também corre o
perigo da bibliolatria,
ou seja, de uma
idolatria à letra dos
textos. No entanto,
como adverte o
apóstolo Paulo, o
texto não pode virar
um fetiche (Rm 7.6; 2
Co 3.6).
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Por último, a relação
do próprio Cristo com
as Escrituras
Sagradas do Antigo
Testamento mostra
que intérpretes
cristãos não podem
prescindir da
avaliação crítica nem
mesmo de textos
sagrados (Mt 5-7;
23.23; Mc 7.15; 10.2-
12 e outros).
A Exegese Cientí�ca
O interesse pela exegese não literal tinha por consequência o postulado suplementar
segundo o qual a escritura podia ser interpretada a partir do interior. Nenhuma
necessidade de informação vinda do exterior, pois a Bíblia continha todos os indícios
necessários à compreensão do sentido de qualquer passagem.
Não é que os exegetas tenham sido sempre cegos ao que se podia extrair dos estudos
linguísticos e históricos. Sempre houve certo número a constatar o interesse que havia,
apesar dos preconceitos antijudaicos da igreja, em consultar os sábios judeus para
elucidar textos difíceis do Antigo Testamento. Mas foi a erudição do Renascimento que
deu um golpe fatal na exegese alegórica ao introduzir critérios e informações exteriores
à Bíblia.
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Uma das justi�cações mais frequentes de uma leitura alegórica dos textos
era porque seu sentido literal parecia ininteligível, escandaloso ou absurdo.
Mas se era possível encontrar paralelos ou exemplos comparáveis nas
outras literaturas antigas, essa pretensa estranheza tornava-se ilusória e o
recurso à interpretação alegórica parecia injusti�cado.
Isso foi a origem de uma série de comentários das literaturas pagã e judaica. Tal
conhecimento não se limitava a literatura: a Arqueologia (viagens de Paulo), a Filologia
(possibilidade de melhor interpretar as palavras hebraicas raras) e sobretudo o estudo
histórico das culturas vizinhas, tornaram-se uma parte essencial das competências
necessárias a exegese. Esse fato teve por sua vez uma consequência de grande
alcance. Utilizava os meios e as disciplinas livremente acessíveis no mundo e era
praticada por cientistas para os quais a liberdade da pesquisa era mais importante que a
obediência escrupulosa à Igreja.
Atividade
2. Como o trabalho de interpretação dos textos bíblicos pode se tornar cientí�co?
Relação entre exegese e Pesquisa Cientí�ca
O motivo último da unidade entre os dois Testamentos radica-se no plano divino de
revelação (Ef 1,4-910). É o mesmo Deus que, para realizar seu desígnio salví�co, põe em
ato um plano no qual a escolha de Israel como povo eleito é constitutiva e no qual o
Filho de Deus, nascido no povo de Israel e como membro deste povo, realiza a salvação.
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Em virtude da unicidade desse plano, a palavra da Escritura não perde jamais seu valor,
pois veicula a Palavra de Deus dirigida ao ser humano (Is 40,8). Como testemunha da
Palavra de Deus, o Antigo Testamento tem um valor permanente. Isso é con�rmado pelo
fato de que concepções teológicas importantes como, por exemplo, a ideia de aliança e
da Lei (Ex 19,5; 24,8.12; Sl 1,2), que aparecem no Antigo Testamento, são rati�cadas no
Novo (Mt 26,28; Mc 14,24; Mt 7,12; Lc 2,27).
A relação entre exegese e pesquisa cientí�ca estabelece alguns pontos essenciais a
serem observados. É o que você verá a seguir.
 Texto essencial 
 Clique no botão acima.
Real ou aparente, há uma confusão entre método histórico-crítico visto como
método cientí�co que traz novos argumentos aos adversários da exegese
cientí�ca . O con�ito das interpretações manifesta, segundo eles, que não se
ganha nada submetendo os textos bíblicos às exigências dos métodos
cientí�cos, mas, ao contrário, perde-se bastante.
Os métodos de interpretação utilizados no Novo Testamento, que se enraízam
na exegese judaica da época, baseiam-se fundamentalmente na ideia de que
Jesus realiza escatologicamente o plano de Deus. Atualmente, não se trata de a
exegese retornar aos procedimentos de então, mas sim de aproveitar seus
resultados, conjugando-os aos ganhos da exegese cientí�ca.
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Atividade
3. De acordo com a exegese bíblica, o que a teoria da revelação pode nos dar com os
textos bíblicos à luz da pesquisa cientí�ca?
 Pontos essenciais da relação da exegese com a pesquisa cientifica 
 Clique no botão acima.
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Sabemos que a exegese é um conjunto de procedimentos destinados a
estabelecer sentido de um texto. A exegesetem particular importância numa
comunidade religiosa que funda suas doutrinas, suas normas morais, sua
espiritualidade em textos que sabemos inspirados.
Um segundo ponto essencial é a continuidade de Jesus Cristo com o Antigo
Testamento. De um lado, faz parte do núcleo da fé cristã que Jesus Cristo é a
plena revelação de Deus (Hb 1.1-2; Gl 4,4-5). De outro, é fundamental tanto na
insistência na a�rmação de que Jesus pertence ao povo de Israel (Rm 1,3; as
genealogias de Mt 1,1-17 e Lc 3,23-38), como o fato de o evangelho não poder
ser pregado, mesmo para os pagãos, abstraindo da revelação feita a Israel.
Além de sua pessoa, ensinamentos, vida, morte e ressurreição serem colocados
como realização do que fora dito na Escritura, os evangelhos apresentam Jesus
como �el membro do povo judeu. Jesus frequenta a sinagoga (Lc 4,15-16),
segue a Lei, exige que seja cumprida (Mt 5,19; Lc 2,42) e interpreta sua vida a
partir da Escritura (as tentações no deserto, Mt 4,1-10; Lc 4,1-12; Lc 4,17-21; Mc
10,45).
Em terceiro lugar, a concepção de Deus está ligada à pessoa de Jesus Cristo. É
um só o Deus do Antigo e Novo Testamento. O Deus de Israel, que está nos céus
(1Rs 8,30; Ez 1,1), é, no Novo Testamento, o Pai de Jesus Cristo (Mt 7,21; 10,32;
Jo 17,1). O Deus do Antigo Testamento manifesta sua �delidade maximamente
em Cristo. Já no Antigo Testamento, a salvação de um povo
paradigmaticamente marcado pela in�delidade só é possível porque Deus é �el
a suas promessas (Gn 26,3; Dt 8,18; SI 119,41; Ez 20,44). Essa característica se
mantém no Novo Testamento: é pela �delidade de Deus a seu plano que Jesus é
constituído salvador de todos (Rm 3,23-26; 2Tm 1,9).
Um quarto elemento signi�cativo diz respeito à continuidade entre Israel e a
Igreja. O Antigo Testamento surgiu dentro da comunidade do povo eleito, e o
judaísmo, por sua vez, constitui-se e de�ne-se pelo Antigo Testamento. De modo
análogo, a Bíblia cristã surge no seio da Igreja e a identi�ca.
Notas
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Original do texto1
A crítica da constituição do texto é trabalhada logo de início, após a tradução (com
eventuais notas �lológicas) e a crítica textual. São apresentados os resultados da
análise, com sua argumentação. A revisão bibliográ�ca auxilia tanto a perceber os
pontos que foram considerados problemáticos na história da pesquisa como a tomar
conhecimento da argumentação para defesa ou impugnação de um ou outro ponto de
vista.
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O versículo 9 retoma o endereçamento a Israel, agora chamada de Efraim, e conclui o
texto, uma vez que o versículo 10, o último do livro, apresenta-se mais propriamente
como um princípio sapiencial que diz respeito mais ao conjunto do escrito de Oséias do
que somente aos versículos anteriores.
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No versículo 3, há o início de uma prece, que continua no versículo 4. Nessa parte, Deus
é mencionado em 2ª pessoa (e não mais em 3ª pessoa, como anteriormente), em
virtude de se tratar de palavras a serem proferidas por Israel. Esse mesmo fato justi�ca
a mudança para a 1ª pessoa do plural em referência ao povo. O �nal do versículo 4, com
a menção do órfão, destoa do conjunto, mas encontra-se nele bem integrado na medida
em que conclui a prece tal como fora iniciada, com um princípio geral e uma referência à
Deus (“...Tu carregas toda a culpa...”; “...em ti o órfão encontra compaixão...").
Ampliação do conhecimento4
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Urge pensar não somente os métodos de abordagem e de investigação em busca do
conhecimento, mas também os procedimentos da comunidade cientí�ca no processo
de sua aprovação, reconhecimento e aplicação, muitas vezes movidos pelo poder da
autoridade formal, pelos interesses dos patrocinadores das pesquisas e pela busca dos
cientistas por status e reconhecimento social.
Kýrios5
Kýrios é uma palavra de origem grega, que signi�ca Senhor, Lorde ou Mestre e é utilizada
como sinônimo de Deus ou Jesus entre os cristãos gregos.
Adversários da exegese cientí�ca6
Eles sublinham que a exegese cientí�ca obtém como resultado o provocar perplexidade
e dúvida sobre inumeráveis pontos que, até então, eram admitidos paci�camente; que
ele força alguns exegetas a tomar posições contrárias à fé da Igreja sobre questões de
grande importância, como a concepção virginal de Jesus e seus milagres, e até mesmo
sua ressurreição e sua divindade.
As pesquisas sobre os princípios de interpretação suscitaram um interesse novo nos
tempos modernos. Alguns exegetas tiraram proveito de outros autores. A in�uência sem
dúvida mais importante, embora muitas vezes a menos notada, foi a da sociologia do
conhecimento. A teoria moderna do conhecimento levou a questionar o grau de
possibilidade de uma interpretação objetiva de todo texto antigo. Cada cultura, cada
geração, dedica se a isso com suas próprias prioridades, sua própria pauta.
Referências
A BÍBLIA. Bíblia católica online. Disponível em: https://www.bibliacatolica.com.br/
<https://www.bibliacatolica.com.br/> . Acesso em: 15 maio 2019.
A BÍBLIA. Bíblia protestante online. Disponível em: https://www.bibliaonline.com.br/
<https://www.bibliaonline.com.br/> . Acesso em: 15 maio 2019.
BACON, B. Estudos na Bíblia Hebraica: exercícios de exegese. São Paulo: Vida Nova,
1991.
CASTILLO, J. Jesus, a humanização de Deus. Petrópolis: Vozes, 2015.
DE LA POTTERIE, I. et al. Exegese cristã hoje. Petrópolis: Vozes, 1996.
FRIESEN, A. Teologia bíblica pastoral na pós-modernidade. Curitiba: InterSaberes,
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https://www.bibliacatolica.com.br/
https://www.bibliaonline.com.br/
2016.
LIMA, M. L. C. Exegese Bíblica: teoria e prática. São Paulo: Paulinas, 2014.
LIMA, M. L. C. História e Teologia - Re�exões na perspectiva da exegese bíblica.
InAtualidade teológica, ano XVII, n. 43. Rio de Janeiro: PUC, 2013. Disponível em:
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/22658/22658.PDF <https://www.maxwell.vrac.puc-
rio.br/22658/22658.PDF> . Acesso em: 15 maio 2019.
MICHELETTI, G. As 12 parábolas de Jesus. Petrópolis: Vozes, 2014.
PEREIRA, S. Exegese do Antigo Testamento. Curitiba: InterSaberes, 2017.
PEREIRA, S. Exegese do Novo Testamento. Curitiba: InterSaberes, 2018.
SILVA, C. M. D. Metodologia de exegese bíblica. São Paulo: Paulinas, 2000.
Próxima aula
Contextos literários;
Textos bíblicos e análise.
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Para aperfeiçoar seus conhecimentos acesse:
Método exegético <https://www.youtube.com/watch?v=RFIyAfTsbx4> ;
Uma janela sobre o mundo bíblico <//www.abiblia.org/ver.php?id=179> .
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https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/22658/22658.PDF
https://www.youtube.com/watch?v=RFIyAfTsbx4
https://www.abiblia.org/ver.php?id=179

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