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2 As reformas do Cristianismo


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Prévia do material em texto

História Moderna
As Reformas do Cristianismo no Século XVI
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Edgar da Silva Gomes 
Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan 
5
• Introdução
• As Reformas no Cristianismo e a Renascença
• Lutero: o líder que faltava
• Teses para o cisma do cristianismo no século XVI
• O clamor por reforma no cristianismo
• A Reforma na Suiça: Calvino e Zwinglio
• O Humanismo: um campo de debates
• A Reforma Protestante
• A Reforma de Henrique VIII
• A Reforma Católica
Procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material complementar. Não 
esqueça: a leitura é um momento oportuno para registrar suas dúvidas, por isso não deixe 
de registrá-las e transmiti-las ao professor-tutor. Para que a sua aprendizagem ocorra num 
ambiente mais interativo possível, na pasta de atividades, você também encontrará a 
atividade de sistematização, o fórum de discussão e a vídeo-aula.
Nesta Unidade, vamos aprender um pouco mais sobre um 
importante tema da história na Idade Moderna: “As reformas 
do Cristianismo no Século XVI”.
As Reformas do Cristianismo no Século XVI
6
Unidade: As Reformas do Cristianismo no Século XVI
Contextualização
As Reformas: Católica e Protestante se processaram no mesmo período do Renascimento 
da Península Itálica, no século XVI. Esses acontecimentos moldaram o mundo contemporâneo. 
Após as Reformas se consolidarem, as disputas ideológicas causaram inúmeras perseguições e 
“guerras religiosas”.
Neste espaço de contextualização, achamos importante inseri-lo(a) numa reflexão crítica 
sobre a Unidade apresentada, para isto, mais uma vez deixamos alguns filmes e documentários. 
Não faremos juízo de valor sobre esse material para não influenciá-lo(a). Esperamos que com 
o conjunto de informações adquiridas você possa observar seu cotidiano e perceber que ainda 
hoje mais do que dogmas religiosos ou a ortodoxia da fé, o que está em jogo são as disputas 
pelo poder!
Não se esqueça de que um filme ou documentário tem elementos de um fato histórico, 
mas é uma obra de ficção carregada de interesses: políticos, ideológicos, comerciais e não tem 
compromisso com a “verdade”.
 
 
Explore
Documentário: Guerra dos 30 Anos (1) – 10:08
• http://www.youtube.com/watch?v=JBW6f7gqwEM
Documentário: Guerra dos 30 Anos (2) – 9:47
• http://www.youtube.com/watch?v=qa-3uoQZBuk
Documentário: Guerra dos 30 Anos (3) – 9:16
• http://www.youtube.com/watch?v=nWuQWV4UH2E
Filme: O Nome da Rosa 
Duração: 2:03:26
• http://youtu.be/nf1Txqk9HdU?list=PL97EA8CA6C319B43E
Filme: Martinho Lutero – A Reforma Protestante
Duração: 1:57:56
• http://www.youtube.com/watch?v=eezenm7Tlps
Filme: Joana D’arc
Duração: 2:25:26
• http://www.youtube.com/watch?v=ExsUvbm5PuU
Filme: As Bruxas de Salem
Duração: 2:03:00
• http://www.filmesonlinegratis.net/assistir-as-bruxas-de-salem-dublado-online.html
http://www.youtube.com/watch?v=JBW6f7gqwEM
http://www.youtube.com/watch?v=qa-3uoQZBuk
http://www.youtube.com/watch?v=nWuQWV4UH2E
http://youtu.be/nf1Txqk9HdU?list=PL97EA8CA6C319B43E
http://www.youtube.com/watch?v=eezenm7Tlps
http://www.youtube.com/watch?v=ExsUvbm5PuU
http://www.filmesonlinegratis.net/assistir-as-bruxas-de-salem-dublado-online.html
7
Introdução
As reformas do cristianismo no século XVI que estão dentro do “Espirito” dos tempos 
modernos e anseio reformador acompanharam cronologicamente o processo de transformações 
intelectual e moral do renascimento italiano e a transição político-econômica do feudalismo para 
o capitalismo. Foi um longo processo de acontecimentos externos à religião que a atingiram por 
estar intrinsicamente ligada aos poderes de Estado, por ela mesma, a religião, ser um estado e 
agir politicamente em defesa de seus interesses. Nosso principal recorte de análise será politico-
institucional, sem deixar de descartar os fatores religiosos e morais que causaram essa revolução 
no cristianismo que culminou no século XVI.
Vale ressaltar que o cristianismo ao longo de seus mais de dois mil anos de história conviveu 
com inúmeras tensões e crises internas e externas, e na maioria das vezes os problemas 
enfrentados pela instituição estiveram mais ligados a disputas de poder do que relacionados à 
doutrina da igreja. 
Durante as perseguições dos primeiros três primeiros séculos da era cristã os problemas se 
relacionaram à formação doutrinaria da igreja, ou seja, ainda em formação, muitos dos problemas 
foram creditados às heresias, apesar de parte deles estarem relacionados às ideologias de cada 
grupo em disputa pela “verdadeira” ortodoxia da fé1.
Ao se tornar religião oficial do império romano no final do século IV manteve-se fiel ao Estado 
ora instrumentalizando, ou sendo instrumentalizada no jogo de poder entre estado e igreja. A 
Igreja Católica manteve-se unida ao oriente até o século XI quando divergências politicas, mais 
do que doutrinárias, fizeram irromper o primeiro grande cisma no cristianismo conhecido como 
Cisma do Oriente-Ocidente.2
As Reformas no cristianismo que serão abordadas nesta unidade provocaram uma revolução 
política e cultural no Ocidente. A reforma católica estava se delineando desde o século XIV 
e culminou com o Concílio de Trento (1545-1563). A Revolução Protestante, iniciada na 
Alemanha (1517), com o religioso agostiniano Martinho Lutero, se alastrou por alguns países 
da Europa setentrional com importantes reformadores como Calvino, Zwinglio e Henrique VIII. 
As causas das reformas ainda são debatidas e algumas teses são apresentadas. Mas, seja qual 
for a linha defendida pelos estudiosos desse tema, é inegável que a mudança de paradigma 
provocada pelo renascimento italiano sobre o papel do homem na sociedade Moderna e as 
transformações econômicas e sociais que vinham se processando com o fim do feudalismo 
influenciaram decididamente para acelerar as reformas no cristianismo.
1 Este tema foge ao nosso período de estudos, mas para os interessados no tema consultar: FRANGIOTTI, Roque. História das 
Heresias (séculos I-VII): conflitos ideológicos dentro do cristianismo. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1995.
2 Este tema foge ao nosso período de estudos, mas para os interessados no tema indicamos dois livros: JOHNSON, Paul. Historia del 
cristianismo. Barcelona: Vergara, 2004. LENZENWEGER, Josef; STOCKMEIER, Peter; et. al. História da Igreja Católica. São Paulo: Loyola, 2006.
8
Unidade: As Reformas do Cristianismo no Século XVI
A tese mais tradicional3 para que ocorresse o “espirito” da reforma protestante no século XVI 
é que esta foi causada pelos abusos de toda ordem: políticos, econômicos e morais, provocados 
pelo clero e a alta hierarquia da igreja. Para piorar essa situação a filosofia critica acadêmica 
fundamentada na escolástica medieval não estava dando conta da vida concreta na sociedade. 
Para Zagheni, essa tese não é desprovida de verdade, mas é muito genérica e exagerada, 
para esse autor “conhecer o estado da religiosidade popular dessa época histórica não é fácil: só 
podemos vê-la retratada em documentos secundários, às vezes parciais”. Essa análise deve levar 
em conta, “nossa dificuldade de retratar a realidade cotidiana concreta do passado”. Acreditava-
se que para superar esse estado degradante do cristianismo, “o remédio proposto para essa 
situação: sacerdotes bons, santos e eruditos”.4
Outra base teórica para a reforma acentua a decadência doutrinária da escolástica medieval, 
afirmando que a igreja deveria retornar à doutrina da justificação só pela fé e não pelas 
obras, a filosofia que norteava os pensadores medievais estava distante da realidade vivida 
pela instituição e pela sociedade. Os abusos eclesiásticos não eram combatidos pelos teólogos 
cristãos, que passaram a ser criticados pelo movimento reformador surgido nos países baixos no 
século XIV, devotio moderna5, e pelo humanismo devoto que propugnavam uma teologia que 
fosse próxima da vida e da fé. 
No contexto da Reforma, havia a ausência de empenho entre os eclesiásticos em relaçãoà 
vida pastoral, em especial do alto clero, mais ocupados que estavam com assuntos políticos, 
familiares e mundanos. No contexto de cristandade, os assuntos políticos e religiosos estavam 
imbricados, os príncipes detinham grande poder em relação aos assuntos religiosos, em 
contrapartidas o alto clero estava imerso nos assuntos políticos, “[...] bispos, sendo príncipes 
feudais, membros da nobreza ou dela dependentes por causa de favores [...] se dedicavam 
amplamente aos interesses do próprio Estado ou estavam diretamente a serviço do seu príncipe 
como embaixadores”,6 desempenhavam muitas vezes mais seus cargos políticos temporais do 
que se dedicavam à vida religiosa.
3 G. Martina: La chiesa nell’età della Riforma; J. Delumeau: La paura in Occidente; R. G.
4 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, pp. 31 e 27.
5 No final do século XIV, surgiu nos Paises Baixos uma reação contra a vida segregada dos mosteiros. Gerard Groote abandonou 
a clausura do seu mosterio e iniciou um movimento de aproximação entre a vida religiosa e os fiéis. Traduziu trecho da biblia e instruiu a 
população. Homens e mulheres seguiram sua proposta de levar uma vida simples e sem distinção hierárquica entre religiosos e fiéis. Essa atitude 
deu inicio ao movimento chamado de “Devotio Moderna”. Seu maior propósito era reformar a igreja oficial. CHAUNU, Pierre. O Tempo das 
Reformas (1250 – 1550). A Crise da Cristandade. Lisboa: Estampa, 1993.
6 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, p. 29.
Teses para o cisma do cristianismo no século XVI
Fonte: Wikimedia Commons
Alto Clero da Idade Média
9
É digno de nota esclarecer que o alto clero passava longe das obrigações pastorais e religiosas, 
sua indicação, na maioria das vezes obedecia a critérios políticos de senhores feudais que agiam 
a base do nepotismo para garantir sua influência política sobre a diocese instalada em seus 
domínios. Em muitos casos, um mesmo bispo poderia ser titular de mais de uma diocese, 
nomeando para o seu lugar um preposto pouco instruído e mal pago. “Os bispos e cardeais 
levavam, em geral, uma vida mundana, principesca [...] essa estrutura também era funcional ao 
sistema político, econômico e social vigente; por isso era, em geral aceita como algo normal”.7
A tese oposta à tese tradicional, defendida pela historiografia mais recente coloca seu acento 
em questões essencialmente políticas que dizem respeito, sobretudo às novas relações entre a 
Igreja Católica e os emergentes Estados nacionais. O problema moral não é descartado, mas 
minimizado nessa análise historiográfica. Aliás, em qualquer análise que seja feita sobre as 
reformas religiosas do século XVI, pode-se acentuar mais um aspecto que outro, no entanto, 
jamais descartá-los integralmente. Frente à formação dos Estados nacionais, a própria Igreja 
buscava sua independência e autonomia. 
Essa tese encontra apoio na análise de Green, sobre a reforma do Sacro Império Romano 
realizado por Maximiliano (1493-1519). Para Green “O Sacro Império Romano e o Papado 
foram as duas instituições supremas da Idade Média. Numa era de mudança como o século XVI, 
a sua permanência dependia essencialmente da sua capacidade de ajustamento às necessidades 
e ideias dum novo período da História”.8
Para Green, a mundaneidade do Papado em vez de provocar sua perdição, ao contrário, 
ajudou-o a se adaptar às exigências do mundo Moderno. As causas dessa adaptação podem ser 
encontradas na própria estrutura administrativa que possuía a Cúria Romana: “um secretariado 
permanente e uma organização mundial que continuava a funcionar mesmo com um papa 
débil ou de espirito secular; isto além das suas pretensões à devoção e fidelidade de milhões 
de cristãos, as quais vinham já dos tempos do Império Romano”,9 Zagheni nesta linha da 
reestruturação da Igreja nos tempos Modernos corrobora com Green, afirmando que “prevalece 
na Igreja – acima de tudo – o interesse pela independência e a autonomia, buscadas por meio 
da construção de um estado soberano e absoluto”.10
 Com a ascensão dos Estados Modernos, os soberanos procuraram controlar cada vez mais 
toda estrutura politico-ideológica que girava em torno de si, e a Igreja era uma instituição 
supranacional, muitas vezes vista com desconfiança pelos reis que faziam de tudo para 
“nacionalizar” suas ações. Essa disputa de poder causou sucessivas divisões no cristianismo 
a partir da Reforma na Alemanha. Exemplo clássico de cisma por razões politicas foi a 
Inglaterra de Henrique VIII com o anglicanismo aprovado pelo “Ato de Supremacia” no 
parlamento inglês em 1534.
7 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, p. 30.
8 GREEN, Vivian H. H. Renascimento e reforma: a Europa entre 1456-1660. Lisboa: D. Quixote, 1984, p. 113.
9 GREEN, Vivian H. H. Renascimento e reforma: a Europa entre 1456-1660. Lisboa: D. Quixote, 1984, p. 113.
10 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, p. 29.
10
Unidade: As Reformas do Cristianismo no Século XVI
O humanismo que teve seu berço na Península Itálica no século XIV se expandiu, por volta da 
segunda metade do século XVI pelo Norte da Europa. Calcado nos estudos dos clássicos greco-
latino, seus intelectuais assimilaram muito de seu estilo e erudição, racionalidade e humanidade. 
A literatura moral que emergiu dessa redescoberta criticou o barbarismo intelectual e a submissão 
do homem medieval às leis do feudalismo, que não expressavam suas potencialidades por estar 
preso ao mundo metafisico do teocentrismo e da filosofia escolástica.
O humanismo renascentista, cuja característica é o antropocentrismo, buscou compreender o 
homem, tal qual ele se encontra na literatura clássica e confrontá-lo com a vida cristã. O retorno 
às fontes clássicas e a valorização dos estudos com a reforma das escolas e universidades no 
humanismo estavam de acordo com as reformas católica e protestante. 
No entanto, há divergentes posições entre os historiadores em relação à influência do 
humanismo renascentista sobre as reformas cristãs do século XVI. “alguns sustentam que sem o 
humanismo não haveria a Reforma; para outros, essa afirmação é insustentável; outros, ainda, 
procuraram demonstrar que existem laços entre humanismo e reforma”11 . 
Zagheni concorda que não existiu entre o humanismo e a Reforma uma relação de causa 
e efeito, mas salienta que o humanismo condicionou profundamente o universo intelectual 
europeu no qual estavam imersos os atores que fizeram as Reforma católica e protestante. 
Esclarece ainda que entre os reformadores protestantes havia humanistas como Zwinglio, 
Melancton e Calvino. 
Existem muitos pontos divergentes entre o humanismo e a Reforma. O humanismo, no entanto, 
teve uma influência profunda e duradoura sobre a história cultural europeia. Como elemento 
constitutivo das reformas esteve aquém das propostas de ambas, mais radicais e desconfiadas de 
um modo de agir conciliador e pouco dogmático apresentado pelo humanismo renascentista.
Apesar da intima relação que tiveram, Reforma e Renascença não fazem parte do mesmo 
movimento. As Reformas, católica e protestante, foram gestadas por quase dois séculos, e 
está na mesma corrente de individualismo que revolucionou a sociedade dos séculos XIV ao 
XVI. Burns comenta que, “ambas tiveram um fundo semelhante de causas econômicas, no 
desenvolvimento do comércio e na ascensão de uma sociedade urbana”12. 
 Mas, enquanto a Renascença se fundamentou teoricamente nos clássicos gregos e latinos, a 
Reforma bebeu nas fontes bíblicas e dos Padres da igreja. Na renascença, a religião ocupou um 
lugar subalterno, onde o acento foi a devoção ao humano e a natureza; embora orientados pelo 
passado tivessem visão de mundo praticamente opostas. 
11 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, p. 29.
12 BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, Standish. História da civilização ocidental. 42 ed. São Paulo: Globo, 2003, p. 376.
O Humanismo: um campo de debates
As Reformas no Cristianismoe a Renascença
11
A renascença foi também um movimento de elite, enquanto a reforma não desconsiderou 
a realidade do homem comum e a transformação de sua vida. A Reforma, como não poderia 
deixar de ser, acentua as coisas do espirito e quase um total desprezo pela vida terrena e o 
prazer do homem, “no julgamento humanista, a natureza do homem era intrinsicamente boa; 
do ponto de vista dos reformadores, era indivisivelmente corrupta e depravada”. 13
A Reforma provocou uma verdadeira revolução nos costumes sociais a partir de sua eclosão 
rompendo radicalmente com a Idade Média, 
Além disso, a Reforma estava intimamente ligada a certas tendências políticas 
que persistiram até os tempos modernos. O nacionalismo [...] foi uma das 
principais causas da Revolução Protestante [...] os reformadores protestantes 
dificilmente teriam feito muitos prosélitos se não houvessem associado sua 
causa à poderosa maré montante dos ressentimentos nacionais da Europa 
setentrional contra um sistema eclesiástico que passara a ser visto como sendo 
de caráter predominantemente italiano [...] parece não ser infundado considerar 
a Reforma como um dos limiares do mundo Moderno. 14
A Reforma religiosa teve base política, enquanto que muitos humanistas não priorizavam a 
política, pois se interessavam apenas pelo homem enquanto individuo. Erasmo foi um humanista 
de visão internacionalista de sociedade, oposto ao nacionalismo que prevaleceu como politica 
dos reformadores. A Reforma não foi parte do movimento renascentista.
Zagheni cita um texto bíblico do livro de Paulo aos romanos para afirmar que desde o século 
XIV no concilio de Viena (1311-1312), a Europa já estava clamando por uma reforma no 
cristianismo, “Transformai-vos, renovando vossa mente – Rm 12,2”15 . Nesse concilio, Guilherme 
Durando, bispo de Mende (Gévaudan, França), fez um programa de reforma que envolvia toda 
a Igreja. Essa proposta de reforma geral foi um tema que acompanhou o cristianismo durante 
os séculos XIV-XVI. 
Um ponto importante dessa proposta era a convicção de que para ser eficaz a reforma 
deveria começar pelo papa, cardeais e Cúria romana, “exprimem-se claramente nesse sentido 
os concilio ecumênicos da época – Constança, Basiléia, Florença, Lateranense V – os diversos 
programas de reforma – os de Pedro d’Ailly, João Gerson, Nicolau Cusano, Domingos Caprânica 
– e inúmeros documentos”.16
13 BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, Standish. História da civilização ocidental. 42 ed. São Paulo: Globo, 2003, p. 376.
14 BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, Standish. História da civilização ocidental. 42 ed. São Paulo: Globo, 2003, p. 376.
15 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, p. 33.
16 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, p. 34. Exemplos de documentos que propunham as reformas no 
cristianismo: “Consilium de emendanda Eclesia, Gravimina Nationis Germaniae, Libellus as Leonem X. in, MARCOCCHI, M. La reforma 
cattolica: documenti e testimonianze; VILLOSLADA, R. G. Radici storiche del luteranesimo.
O clamor por reforma no cristianismo
12
Unidade: As Reformas do Cristianismo no Século XVI
A Reforma tem suas raízes na Baixa Idade Média e é um anseio da Europa Ocidental que 
se confrontava com as mesmas expectativas e problemas, com a mesma situação cultural, 
espiritual e político-econômico, condicionadas por um desafio comum. Uma reforma efetiva no 
cristianismo não tomou um vulto maior antes do século XVI porque a maioria do alto clero que 
gozava das vantagens que a instituição oferecia se colocaram contra qualquer mudança que 
pudesse lhes afetar. 
Cardeal Cisneros (1436-1517) Martinho Lutero (1483-1546)
Nota: Historiadores que se ocupam do estudo das Reformas Católica e Protestante deixaram de utilizar o antigo conceito 
de Contra-Reforma, pois o concilio de Trento vem na esteira de outras reformas que vinham se processando no cristianismo 
como, por exemplo, a reforma espanhola, empresa realizada pelo cardeal Cisneros na transição dos séculos XV-XVI, ou 
mesmo no século XIV, nos Países Baixos, com Gerhard Groote com os Irmãos da vida comum. O Concílio de Trento deu 
início a inúmeras reformas no catolicismo. 
Lutero escreveu no ano de 1520 a crítica intitulada, “A nobreza cristã da nação alemã, 
sobre a reforma da sociedade cristã”, onde comentou as tentativas e programas de reforma 
da igreja de Roma julgando as superficiais e obras humanas e não de Deus. Para Lutero essas 
propostas deveriam compreender a reforma dos estudos, da pregação e da teologia baseados 
na justificação gratuita pela fé na misericórdia de Deus. 
Para Lutero, sua proposta era uma “alfabetização religiosa”. Posteriormente, Calvino fará 
sua formulação na qual seu movimento religioso se organizará como “comunidade e Igreja 
alternativa”, uma igreja reformada segundo a palavra de Deus. No final do século XVI, a palavra 
reformados indica os calvinistas em oposição aos luteranos, “protestantes indica originariamente 
os luteranos que apresentam um protesto contra as decisões da maioria, na segunda dieta de 
Espira, de 1529; evangélicos indica o conjunto dos reformados”. 17
17 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, pp. 34-35.
Fonte: W
ikim
edia C
om
m
ons
13
A causa da Reforma Protestante não é única, muito menos de elevado clamor religioso, 
a maioria dos seus fatores está relacionada às condições políticas e econômicas da época. 
A reforma religiosa era uma preocupação do cristianismo a partir do século XIV. A Reforma 
protestante no século XVI revelou em todos os seus matizes a grave crise da vida religiosa e a 
necessidade de mudanças. Os sinais e causas da crise religiosa foram enumerados por Zagheni18 
da seguinte forma:
• Nas mudanças sociais, econômicas e políticas: guerras, pestes, insegurança, despovoamento 
do campo, urbanização;
• No cisma na Igreja ocidental verificado depois do “exilio de Avignon” (1305-1337) e nas 
consequências negativas que daí derivaram (entre as quais é bastante significativa, sem 
dúvida, a divisão das obediências: em muitas dioceses houve, ao mesmo tempo, dois 
bispos e duas cúrias, isto é, duas estruturas eclesiais contrapostas; em muitos mosteiros 
houve dois abades);
• Nas controvérsias, rivalidade e invejas entre sacerdotes seculares e religiosos, entre 
as diversas ordens, a respeito de problemas de competência, privilégios, benefícios e 
precedência, sobretudo nas pequenas cidades com muitos conventos;
• No relaxamento da disciplina religiosa e da pobreza, por causa dos privilégios e das 
dispensas das regras (isso se verificou de modo especial no regime da dupla obediência, 
durante o cisma da Igreja ocidental);
• No recrutamento pouco cuidadoso de noviços e na formação insuficiente, tanto do ponto 
de vista cultural quanto espiritual: às vezes, os conventos tornavam-se mero refúgio para 
crianças pobres.
Lutero colocou em cheque a vida monástica nos países da Reforma ao criticá-la duramente 
no seu escrito De votis monasticis. Para o ex-monge agostiniano, a liberdade do cristão deve 
rejeitar a justificação por meio das obras não ordenadas por Deus, que o homem realiza para se 
salvar. A exploração dos fiéis por parte do clero causava escândalo por toda parte. Na Alemanha, 
essa exploração foi enfatizada pelo momento politico, o nacionalismo estava se acentuando por 
toda parte.
A acumulação de capital por parte do Estado pontifício para além de suas fronteiras 
e a ascensão da burguesia comercial na Europa, que apoiava cada vez mais a nobreza e a 
centralização do poder nas mãos do rei encontra combustível nas criticas da Reforma protestante 
à figura do papa-monarca possuidor de grandes propriedades para apoiar Lutero. Para Engels, 
a Reforma protestante é uma das “três grandes e decisivas batalhas na longa luta da burguesia 
contra o feudalismo”19. 
A filosofia protestante não pode ser ignorada quando se trata da ascensão do capitalismo, 
não apenas ela, mas é uma das bases teóricas para que o capitalismose instalasse a partir 
do século XIX até os dias atuais; não se pode esquecer-se da influência das religiões sobre o 
comportamento econômico das sociedades. Para alguns governantes interessados no apoio 
financeiro da burguesia, a limitação do poder da Igreja e do papado passou a ser imprescindível. 
18 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, p. 40.
19 ENGELS, Friedrich. Do socialismo utópico ao socialismo cientifico. Porto: Novo Tempo [s.d.], p. 27.
A Reforma Protestante
14
Unidade: As Reformas do Cristianismo no Século XVI
Trocando Ideias
Nota: Na Alemanha, país de Martinho Lutero, no ano de 1555, foi assinada a Paz de 
Augsburgo, pela qual ficou determinado que, na Alemanha, cada príncipe teria o direito de escolher 
a religião para seu principado.
O pensamento medieval católico atrelava as atividades econômicas à moral religiosa, 
“condenava-se, em geral, o exercício do comércio como modo de vida; considerava-se pecado 
o desejo de enriquecer para cada um elevar a sua condição social e a da sua família; proibia-se 
o empréstimo de dinheiro a juros”, detentora e beneficiária do feudalismo, a igreja defendia seu 
sistema econômico.20 
Para Burns, “se não fossem as mudanças políticas fundamentais ocorridas na Europa e o 
desenvolvimento de novos interesses econômicos, é possível que o catolicismo romano não 
tivesse sofrido mais que uma evolução gradual”.
A venda de Indulgências e a veneração de relíquias
Os abusos políticos e econômicos do papado eram inúmeros, mas Lutero combateu 
especialmente a venda de indulgências e a veneração às relíquias. Uma indulgência é na prática 
o ato de absolvição, o perdão de um pecado concedido pelo papa que poderia livrar o fiel do 
castigo nesta vida ou no purgatório. Essa doutrina foi desenvolvida no século XIII por teólogos 
escolásticos, chamada de “Tesouro dos Merecimentos”, dizia que as virtudes de Jesus e dos 
santos devidos às suas virtudes “supérfluas” na terra acumularam no céu um merecimento 
excessivo que, esse tesouro de graças poderia então ser sacado pelo papa em beneficio dos fiéis.
As indulgências, em consonância com a doutrina escolástica, não eram para ser cobradas, ou 
tratadas como um negócio, mas os papas renascentistas, com sua avareza, não demoraram em 
ver nas indulgências uma lucrativa fonte de renda, inclusive negociando-as à base de comissão 
com banqueiros como, por exemplo, os Fuggers, de Augsburgo, que vendiam indulgências para 
Leão X.21 
A veneração às relíquias sagradas se constituiu num elemento importante do culto cristão 
e existia há séculos. A crença de que havia um poder curativo ou protetor nas relíquias dos 
santos e mártires fazia com que os fiéis se empenhassem em tocá-las, e, às vezes, faziam longas 
peregrinações para conseguir esse objetivo. No entanto, o grande problema é que essa crença 
alimentou um comércio fraudulento de relíquias pela Europa. 
Nobres e camponeses eram convencidos facilmente por qualquer mercador de relíquias 
dizendo que portavam um lasca de madeira da cruz de Jesus, “de acordo com Erasmo, as igrejas 
da Europa possuíam pedaços de madeira da verdadeira cruz em quantidade suficiente para 
construir um navio”22 entre outros objetos relacionados aos santos, à Virgem e a Jesus. Esses 
abusos contra a fé dos cristãos foi duramente combatido por Lutero, que ficou escandalizado 
com o que viu em sua viagem a Roma, ou mesmo com as “relíquias” que pode presenciar 
em poder de nobres alemães. No castelo de Wittenberg, Alberto de Brandenburgo guardava 
17.415 relíquias, que tornavam possível lucrar 128.000 anos de indulgência. 23
20 NUNES. Antònio José Avelãs. Os sistemas económicos. Coimbra: Insignia Universitas, 1994, p. 70.
21 BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, Standish. História da civilização ocidental. 42 ed. São Paulo: Globo, 2003, p. 378.
22 BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, Standish. História da civilização ocidental. 42 ed. São Paulo: Globo, 2003, p. 378.
23 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, p. 72.
15
A teologia dos reformadores 
Mas, segundo consenso entre historiadores, apesar dos abusos, entre as causas religiosas o 
fator primário era o próprio catolicismo medieval, contra a teologia escolástica, com sua 
complicada teoria dos sacramentos, a teoria da autoridade divina delegada aos padres, à crença 
nas boas obras como elemento complementar à fé para a salvação.
Existiram dois sistemas diferentes de teologia durante toda a Idade Média, o sistema 
conhecido como agostiniano, formulado por santo Agostinho, que propunha uma teologia da 
salvação não baseado nas obras, mas na predestinação, que Deus por Suas razões determinou 
que ganhasse a vida eterna. A teologia agostiniana tinha como fonte as epistolas de São Paulo. 
Essa doutrina era mais comum na Alemanha de Lutero e muitos de seus seguidores a adotaram 
por acreditarem que essa seria a interpretação mais lógica da fé cristã. 
A outra doutrina mais comum em toda a 
Europa na época de Lutero e que dominava os 
ambientes acadêmicos foi a teologia escolástica 
desenvolvidas por Pedro Lombardo e Tomás de 
Aquino. A teologia agostiniana tinha um tom 
mais pessimista da condição humana, no final 
da idade média, em consequência da melhora 
de vida, a teologia escolástica desenvolveu 
uma teoria mais otimista da condição humana. 
Pedro Lombardo e Tomas de Aquino, ao 
contrário de Agostinho que havia determinado 
em sua teologia que Deus já havia “eleito” os 
homens destinados à salvação, acreditavam no 
livre arbítrio dado aos homens por Deus, esses homens poderiam escolher o bem e evitar o mal. 
Mas, para isso os homens dependiam de uma mediação para alcançar a graça da salvação, 
e essa mediação era os sacramentos da Igreja, que os apoiaria para não cair em tentação de 
cometer pecado e perder a graça. Os três sacramentos, mais importante desse período, seriam 
o batismo, a penitência e a eucaristia. 
Os reformadores combateram especialmente o sistema de teologia escolástico, embora esse 
sistema estivesse praticamente incorporado à teologia oficial do cristianismo, suas doutrinas 
nunca foram universalmente aceitas. Para os críticos dessa doutrina, a escolástica, fortalecia 
muito a autoridade do clero. Com isso, os reformadores concordavam e queriam um retorno 
ao cristianismo primitivo e à doutrina que tinha como fonte as escrituras, rejeitavam todo 
ensinamento que não tivesse base bíblica, “em especial pelas epistolas paulinas, ou que não 
fossem reconhecidas pelos Padres da Igreja [...] condenavam não apenas a teoria do sacerdócio 
e o sistema sacramental [...] como certos aditamentos medievais à fé [...] celibato do clero”.24 
Os reformadores rejeitavam os ensinamentos escolásticos por considerá-los liberais. O ideal 
religioso que promoveu a revolução protestante repousava mais nos ensinamentos agostinianos 
do pecado original, da predestinação de alguns escolhidos para a salvação, da escravidão da 
vontade e da depravação total do homem, muito mais difíceis de justificar pela razão.
24 BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, Standish. História da civilização ocidental. 42 ed. São Paulo: Globo, 2003, p. 380.
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Unidade: As Reformas do Cristianismo no Século XVI
Causas político-econômicas da revolução protestante
As causas politicas mais evidentes da revolução provocada pela reforma protestante foram, 
em primeiro lugar a formação de uma consciência nacional, mas não um nacionalismo no 
sentido que conhecemos hoje. Desde a baixa idade Média, havia um crescente sentimento 
no norte da Europa de independência em relação à interferência estrangeira. Nesse sentido, 
encaravam o papa como uma fonte externa de interferência na soberania nacional. 
Esse sentimento estava mais latente em países como: Alemanha, França e Inglaterra. Na 
Inglaterra, em meados do século XIV foram promulgados estatutos que limitavam o poder 
papal em seus territórios, os Estatutos de Provisores tornavam sem valoras nomeações feitas 
pelo papa para cargos eclesiásticos na Inglaterra e o Praemunire proibia o recurso a Roma de 
decisões dos tribunais ingleses. 
Em 1439, uma lei abolia quase toda autoridade papal em território francês, inclusive 
nomeações e cobrança de tributos. Na Alemanha, devido ao sistema administrativo não foi 
promulgada nenhuma lei nacional de repudio à interferência da Igreja de Roma em relação aos 
assuntos internos, mas não faltaram leis autônomas que proibiam nomeações eclesiásticas ou 
mesmo a venda de indulgências sem o consentimento de algum príncipe.25 
Com o sentimento nacional estimulado, segundo Bruns, por príncipes ambiciosos com 
o intuito de aumentar seu poder, foram se formado os Estados nacionais com governantes 
que tinham pretensões de autoridade absoluta e fatalmente começaram a ocorrer atritos com 
a autoridade papal. Com os déspotas no comando, a religião não poderia ficar fora de seu 
controle, também não poderiam ser déspotas enquanto houvesse uma dupla jurisdição dentro 
do país. 
A ambição dos príncipes buscou o fundamento para assumir o controle da religião no direito 
romano, “com sua doutrina de que o povo havia delegado todo seu poder ao governante 
secular”, ou seja, a autoridade antes delegada ao papa poderia ser assumida pelo chefe de 
estado. Era chegada a hora em que o crescente antagonismo que foi se desenvolvendo entre os 
príncipes seculares e o papa pode ser capitalizado em favor dos chefes seculares que colocaram 
a Igreja sob seus domínios.26 
Junto ao desejo de poder, os príncipes seculares, conseguiram ganhos na área econômica 
ao eliminar os tributos papais que eram recolhidos em seus territórios, além de se apropriarem 
de vastas propriedades da Igreja, que ao longo de sua história conquistou enorme fortuna se 
transformando num vasto império econômico, “era a maior proprietária de terras da Europa 
ocidental, não se falando de seu enorme cabedal de bens imóveis, sob a forma de ricas alfaias, 
joias, metais preciosos etc.”27 , muitos de seus bens foram doados por reis e nobres, mas 
não podemos deixar de citar que, por exemplo, que Júlio II (1503-1513), comandou exércitos 
pessoalmente em campanhas militares e conquistou territórios para os Estados pontifícios.
Outro ganho econômico foi a quebra das restrições da Igreja aos ganhos com empréstimos 
a juros, essa restrição da moral religiosa católica incomodava os governantes, banqueiros e a 
burguesia em ascensão. Os reis viviam em guerra e precisavam ampliar suas rendas. Com a queda 
do regime senhorial, muitos príncipes alemães que se encontravam em sérias dificuldades financeiras 
25 BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, Standish. História da civilização ocidental. 42 ed. São Paulo: Globo, 2003, p. 380.
26 BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, Standish. História da civilização ocidental. 42 ed. São Paulo: Globo, 2003, pp. 380-
381.
27 BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, Standish. História da civilização ocidental. 42 ed. São Paulo: Globo, 2003, p. 381.
17
cobiçavam os bens da Igreja. E para complicar mais ainda a situação de estranhamento entre os 
Estados pontifícios e os regimes absolutistas em ascensão, a tributação da população por meio do 
dizimo fazia escoar boa parte da riqueza desses países europeus para a Itália. 
Outra classe que estava ansiosa pelo fim da autoridade papal era os comerciantes. A nova 
classe mercantil e a doutrina ascética do cristianismo medieval não se conjugavam. Os filósofos 
escolásticos condenavam os negócios com objetivo de enriquecimento. Todo lucro obtido para 
além da justa retribuição aos serviços prestados a comunidade deveria ser entregue a Igreja 
para proveito dos necessitados, a cobrança de juros, quando não existisse real risco no negócio, 
e a usura era condenada, pois para os escolásticos o lucro “capacita o homem que empresta 
o dinheiro a viver sem trabalhar”. Essas leis não eram respeitadas nem mesmo pela Igreja, 
muito menos pelos comerciantes e a nobreza que não se contentavam em receber “salários” e 
estavam participando do universo capitalista que estava suplantando a economia estática das 
corporações medievais.28 
Porque a Alemanha foi o berço da Revolução Protestante! 
É difícil precisar uma única causa para que a Revolução que ocorreu no cristianismo no 
século XVI tivesse origem no território alemão. O país estava fraco e dividido e não tinha um 
governante poderoso como na França e na Inglaterra para defendê-la contra o papado, e 
também ao contrário dos países da península ibérica não contava com a benevolência do papa. 
Leão X aproveita as debilidades alemãs para impulsionar a venda de indulgências. A igreja 
também detinha uma grande extensão de terras cultiváveis nesse país. A Alemanha era, nesse 
período, a maior vítima dos abusos cometidos pelos papas. 
Além dos motivos citados, Burns acrescenta que “há provas de que o país mostrava enorme 
insatisfação devido a transição demasiado rápida entre uma economia estática e uma economia de 
lucros e salários [...] ao raiar do século XVI, a Alemanha estava madura para a Revolução religiosa”.29 
Martinho Lutero nasceu em Turíngia, no ano de 1483, de família camponesa, seu pai 
abandonou o campo e conseguiu certa prosperidade como coproprietário de uma mina em 
Mansfeld. Ao completar 18 anos, foi para a Universidade de Erfurt onde estudou com afinco e 
era considerado um aluno acima da média. Segundo Zagheni, Lutero doutorou-se em filosofia 
no ano de 1505, mesmo ano em que entrou para o mosteiro agostiniano. Entre seus dilemas de 
fé, chegou à conclusão de que o ser humano deveria ser justificado apenas pela fé e não pelas 
obras, o que viria a se tornar mais tarde a centralidade de sua teologia.30 
28 BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, Standish. História da civilização ocidental. 42 ed. São Paulo: Globo, 2003, p. 382.
29 BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, Standish. História da civilização ocidental. 42 ed. São Paulo: Globo, 2003, p. 382.
30 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, pp. 55-62. BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, 
Standish. História da civilização ocidental. 42 ed. São Paulo: Globo, 2003, pp. 383-384.
Lutero: o líder que faltava
18
Unidade: As Reformas do Cristianismo no Século XVI
Alguns historiadores concordam que “a Reforma implantada por Lutero está ligada não só 
aos grandes acontecimentos da época, mas também à sua história pessoal e, em particular, à 
sua angustia”, mas também não se pode confundir sobre esse aspecto e colocar na sua angustia 
as causas de sua critica a instituição, “é necessário dimensionar corretamente esse aspecto, sem, 
porém reduzir o fenômeno da Reforma a isso”.31 
Lutero começa sua militância reformadora a partir do ano de 1514, primeiro como professor 
em Wittenberg e depois como escritor se empenhando na difusão de suas próprias convicções. 
Suas convicções não partiram do nada, antes de tudo Lutero foi um ótimo aluno e depois um 
ávido leitor de obras da mística teológica como, por exemplo, do franciscano Guilherme de 
Ockham, do dominicano Joahannes Tauler e de João de Paris.
Nessa ocasião, surgiu na cidade vizinha, diocese de Magdeburgo, pregando a cobrança de 
indulgência jubilar para construção da Igreja de São Pedro em Roma, Johannes Tetzel. Ligado à 
cobrança dessas indulgências estava o arcebispo Alberto de Brandenburgo, que havia contraído 
uma divida com os banqueiros Fugger, de Augsburg, para se tornar titular de sua terceira diocese 
na Mogúncia, cada nomeação significava para o povo alemão o pagamento de 14 mil ducados 
à Roma. 
Essa nomeação estava infringindo as leis do direito canônico, mas o papa Leão X não se 
deixou intimidar pelas dificuldades jurídicas e confirmou a nomeação de Alberto para sua terceira 
diocese, “quando estavam em jogo interesses econômicos e políticos, ofereceu a confirmação 
da eleição mediante o pagamento de mais 10 mil ducados, a título de taxa para a dispensa 
do acúmulo do beneficio”.Esse tipo de transação envolvia altas somas em valores e muitos 
personagens: bispos, papas, banqueiros, príncipes e até o imperador: “pessoas de confiança dos 
Fugger acompanhavam os pregadores das indulgências para embolsar no próprio lugar a parte 
que cabia aos banqueiros.”32 
As indulgências, neste caso, tiveram um atraso e só começaram no inicio de 1517. O 
dominicano encarregado dessa cobrança chegou a Juterborg, próxima Wittenberg, no mês de 
abril onde arrecadou grandes quantias devido ao exagerado tom de sua pregação, “a alma era 
libertada do purgatório tão logo a moeda caísse na caixa de esmola”.33 
Lutero ficou sabendo da pregação de Tetzel e ficou escandalizado, reagindo com raiva, 
escreveu para vários bispos alemães, para o ordinário Jerônimo Schulz e para seus colegas 
do clero agostinianos. Para o bispo Alberto de Brandenburgo, acrescentou as “95 teses”. A 
correspondência solicita a participação de todos os destinatários que compareçam a Wittenberg 
para discutir as proposições das 95 teses, e acrescenta “Para que brilhe a verdade tudo que está 
abaixo será discutido [...] todos os que não puderem estar presentes para discutir verbalmente 
conosco, façam-no por escrito”.34 
A radicalização da revolução protestante se deu entre os anos de 1517-1521. Os escritos 
de Lutero se propagaram rapidamente graças à invenção da imprensa mecânica pelo alemão 
Gutenberg, que foi fundamental para eventos como a renascença, a reforma e a revolução 
cientifica, além de ter lançado as bases do aprendizado em massa, “as 95 teses35 foram publicadas 
em Leipzig, Basiléia, Nuremberg: passados apenas 14 dias, essas propositiones tinham se 
espalhado por toda a Alemanha e, em quatro semanas, por quase toda a cristandade”36. 
31 Para saber mais: MARTINA, Giacomo. História da igreja: de Lutero a nossos dias – o período da reforma. São Paulo: Loyola, 1993; 
LORTZ, Joseph A. Il Giovane Lutero, in La reforma in Germania pp. 169-220; CONGAR Yves. Sulla’angoscia di Lutero, pp. 143-160; in, 
MARTINA, Giacomo. La chiesa nell’età della Riforma.
32 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, p. 72-73.
33 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, p. 74.
34 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, p. 75.
35 Os textos das 95 teses podem ser consultados em italiano em: LUTERO, M. Scritti religiosi. Turim: Utet, 1967.
36 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, p. 75.
19
Em vez de se refletir sobre seus erros, os dominicanos levantaram suspeita de heresia sobre 
Lutero e proclamaram Tetzel doutor em maio de 1518. Nesse capitulo dominicano, Tetzel 
defendeu 95 teses contra Lutero. 
No mês de junho de 1518, as teses de Lutero foram avaliadas por Silvestre Mazzolini, mestre 
dos Sagrados Palácio de Roma, que redigiu uma avaliação das teses a pedido do papa e, o 
auditor da Câmara Apostólica, monsenhor Ghiducci, convocou Lutero a dar explicações em 
Roma. Lutero consultou seu amigo Georg “Spalatin” Burkhardt, secretário de Frederico da 
Saxônia, para sondar a possibilidade de ser julgado na Alemanha, e foi o que aconteceu. 
Em novembro do mesmo ano, o vice-chanceler papal, Júlio de Médici, solicitou aos agostinianos 
que solicitassem silêncio obsequioso de Lutero em relação as suas teses. 
Lutero havia pronunciado um discurso violento contra a excomunhão papal. Em todo o 
episódio de seu julgamento, Lutero contou com a sorte, em primeiro lugar porque com o 
adiamento do julgamento em Roma, Frederico conseguiu que ele fosse julgado no território 
alemão, segundo ele, Lutero foi interrogado “paternalmente” pelo cardeal Caetano. Outro 
ponto a favor de Lutero foi a situação politica secular, o papa para obter o apoio politico de 
Frederico da Saxônia contra o futuro imperador Carlos V voltou atrás em sua postura contra 
Lutero para agradar Frederico.37 
 Após o colóquio com Caetano, Lutero aprofundou suas convicções e escreveu aos amigos 
de Wittenberg, desdenhando dos conhecimentos bíblicos de Caetano e finalizou dizendo que o 
problema era, “se a igreja romana é de fato cristã”. O fato é que havia entre Lutero e a Igreja 
romana uma profunda ruptura dogmática e leva o reformador “à conclusão de que é preciso 
separar-se de Roma”, e Lutero rejeita a retratação que lhe fora dada.38 
Iconografia de 1557 - Martinho Lutero e o Cardeal Caetano
Fonte: Wikimedia Commons
A partir daí, Lutero se põe a escrever um programa concreto de reforma da Igreja, para 
ele era preciso reconstruir a vida da Igreja desde seus fundamentos, “a casa comum em que 
até então a cristandade havia habitado: esse foi o objetivo dos grandes escritos reformadores 
de Lutero de 1520”. Para Lutero, a autoridade havia se tornado uma grande perdição para a 
37 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, p. 79.
38 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, p. 62.
20
Unidade: As Reformas do Cristianismo no Século XVI
Igreja. Ao contestá-la afirma a infalibilidade da “sola scriptura”, ainda questionando o poder do 
papa sobre a igreja, afirma a autoridade dos leigos, “qualquer cristão pode convocar o concílio, 
e os mais indicados para fazer isso são os que detêm a autoridade civil”39. 
No dia 21 de maio de 1520, reuniram-se teólogos e canonista para debater as teses de Lutero, 
entre eles estavam os dominicanos Caetano e Eck, que reprovam as teses e seus livros. Elabora-
se a bula Exsurge Domine onde é exigida a submissão de Lutero no prazo de sessenta dias. Essa 
bula ao ser anunciada na Alemanha encontrou resistência por parte de bispos e universidade. 
Lutero após demonstração de indiferença a publicação dessa bula resolveu “excomungar” o 
papa e sua Cúria com a publicação do escrito “adversus execrabilem bullam antichristi”. Após 
esse gesto, o papa Leão X excomungou Lutero no dia 3 de janeiro de 1521 com a bula papal 
“decet romanum pontificem”. Lutero já era popular na Alemanha e a excomunhão teve efeito 
quase nulo. 
O papa solicitou a intervenção do Imperador que não pôde atendê-lo, mas convocou Lutero 
para comparecer à dieta de Worms, que ocorreu entre os dias 16 e 25 de abril de 1521, lhe 
concedendo um salvo conduto. Lutero compareceu, pois tinha a garantia de sua integridade 
física. Após os debates ocorridos em Worms, Lutero partiu para o castelo de Coburg, em 
Wartburg, onde permaneceu em exilio voluntário por quase um ano, período trabalhando na 
conclusão de seu revolucionário projeto de reforma.40 
Depois de 1521, a Reforma se espalhou pela Alemanha e por outras regiões da Europa. A 
razão dessa expansão pode ser encontrada tanto na política dos príncipes alemães, quanto no 
Imperador e nos papas desse período. Os príncipes alemães se dividiram em relação à Reforma, 
cada um defendeu seus interesses concretos na hora da escolha ou não de seguir “protestando” 
contra a Igreja romana. O concilio defendido inclusive por Lutero não foi convocado. Conflitos 
entre o Estado pontifício e o Imperador Carlos V atrasaram uma solução para reverter a situação 
do cisma que estava se acentuando. 
Após quase 10 anos de conflitos e interesses diversos, Carlos V, depois da paz de Cambray 
em agosto de 1529, intencionando resolver o avanço turco sobre a Europa e a situação religiosa 
da Alemanha, convocou a dieta de Augusta para 1530. Mas, o contexto politico não ajudou, 
39 Segundo Zagheni, esta ideia já era comum na canonistica medieval do século XII. ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: 
Paulus, 1999, p. 83.
40 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, p. 87-90.
Fonte: W
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“o imperador queria a paz religiosa interna e a unidade das nações europeias na luta contra os 
turcos. João da saxônia, que apoiava Lutero queria um acordo com o imperador para se tornar 
príncipe eleitor”, mas outros príncipes que preferiam a Reforma estavam contra um acordo com 
Roma, pois para a Reforma era conveniente a oposição aos Habsburgos. 
Na dieta de Augusta, de caráter conciliar, não foi possívelsanar as divergências entre os 
católicos e os reformadores. Foi assinada só pelos católicos que exigiam a restituição dos bens 
confiscados pelos protestantes e a autoridade episcopal com prazo estipulado em um ano. A 
posição protestante se radicalizou. Interessado na paz de seu império e necessitando da ajuda 
dos príncipes que apoiavam Lutero para combater os turcos, Carlos V cedeu, em troca da ajuda 
militar propôs a “Trégua de Nuremberg” na qual concedeu a liberdade de escolha religiosa aos 
príncipes alemães até a convocação de um concílio.41 
Assinada a paz com a França e uma trégua com os turcos, Carlos V se ocupou em combater 
os protestantes. No entanto, era tarde demais, “a ofensiva [...] levou a uma radicalização das 
posições protestantes. Esses se recusaram a participar do concilio que se abria em Trento e 
levaram ao fracasso os vários colóquios de religião que se realizaram para tentar a união”.42 
A figura de Lutero foi o centro dos acontecimentos políticos e religiosos que marcaram a 
Alemanha até o ano de 1530, “desse ano em diante, sua figura vai aos poucos se apagando: ele 
vive praticamente afastado do mundo novo que tinha ajudado a criar. Dedica-se, sobretudo à 
família e a publicação das obras de teologia e exegese”.43 
A exposição de Lutero nesse contexto fez de sua figura objeto de interpretações contrastantes, 
exaltado pelo protestantismo e demonizado pelos católicos até o inicio do século XX. A tendência 
atual que privilegia os estudos ecumênicos, cuja fonte principal é a tradução de suas obras 
teológicas e pastorais, busca entender o homem e sua obra em seu contexto.
Segundo Burns, a revolução protestante iniciada por Lutero na Alemanha não logrou adeptos 
para além de suas fronteiras, pois mesmo em suas fronteiras encontrou resistência. Para além 
delas, o protestantismo de Lutero só encontrou solo fértil na Dinamarca, Noruega e Suécia. 
Mas a fórmula de renovação encontrou ressonância em outros países, na Suíça a consciência 
nacional já vinha se fortalecendo. No campo político, os suíços já haviam contestado no final 
da idade média o direito dos austríacos de governá-los. Em 1449, o imperador Maximiliano 
reconheceu o direito à independência dos suíços, tanto em relação aos Habsburgos, quanto 
ao Sacro Império Romano. Sendo assim não foi difícil os suíços encamparem a ideia de uma 
religião independente do jugo papal. 
41 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, p. 99.
42 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, p. 100.
43 ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. São Paulo: Paulus, 1999, p. 62.
A Reforma na Suiça: Calvino e Zwinglio
22
Unidade: As Reformas do Cristianismo no Século XVI
Após as cidades de Berna, Genebra, Zurique e Basiléia se tornarem importantes centros 
comerciais, sua população e seus comerciantes não toleravam mais a ideia de pobreza pregada 
pelo cristianismo romano. As ideias humanistas se propagavam pelo meio intelectual dessas 
cidades. Erasmo viveu por algum tempo na Suíça e os vendedores de indulgências haviam feito 
seu estrago por aquelas regiões. 
O pai da reforma na Suíça foi Zwinglio. Quando era estudante dedicou-se à filosofia e 
à literatura e se interessava apenas pelas reformas práticas dos humanistas. No entanto, se 
ordenou aos 22 anos de idade. A vida clerical só lhe interessava no tocante aos estudos de 
seus pensadores literários. Quando se voltou mais decididamente aos assuntos religiosos foi 
justamente no tocante à Reforma que estava se processando na Alemanha. 
Zwinglio aceitou quase todos os pensamentos de Lutero, mas “para ele, o pão e o vinho 
eram meros símbolos do corpo e do sangue de Cristo; por conseguinte, Zwinglio reduziu o 
sacramento da Eucaristia a uma simples comemoração”. No entanto, “orientou tão bem as 
forças anticatólicas que em 1528 quase todo o norte da Suíça tinha abandonado a antiga fé [...] 
a revolta protestante na Suíça estendeu-se a Genebra”, o movimento só teve êxito nessa região 
com a ajuda de pregadores protestantes de Berna e Zurique.44 
Após esse contexto, chegou à cidade o francês Calvino, que perdeu a mãe ainda criança e 
foi criado por estranhos. Estudou na universidade de Paris e depois cursou direito em Orléans, 
foi onde conheceu alguns discípulos de Lutero e se engajou na reforma a ponto de ser acusado 
de heresia. Por esse motivo refugiou-se na Suíça no ano de 1534, morou primeiro na Basiléia e 
depois se instalou em Genebra, ainda convulsionada por uma revolução política.45 
Calvino começou arregimentar adeptos com uma pregação radical, no ano de 1541 já 
governava a cidade e a religião. A cidade era governada com mão de ferro até sua morte no 
ano de 1564, “são poucos na história os exemplos de homens de índole mais sombria e mais 
teimosamente convencido da verdade de suas ideias”.46 
44 BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, Standish. História da civilização ocidental. 42.ed. São Paulo: Globo, 
2003, pp. 338-389.
45 BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, Standish. História da civilização ocidental. 42 ed. São Paulo: Globo, 2003, p. 389.
46 BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, Standish. História da civilização ocidental. 42 ed. São Paulo: Globo, 2003, p. 389.
Fonte: T
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No governo de Calvino, Genebra transformou-se numa oligarquia religiosa onde funcionou 
uma verdadeira policia da fé. Conhecido como papa de Genebra, Calvino, organizou a igreja 
Presbiteriana onde instaurou comissões, composta por religiosos e leigos, que eram verdadeiros 
aparelhos de espionagem. Qualquer deslize dos fiéis, dependendo da gravidade do “delito”, 
esses poderiam após o julgamento incorrer nas penas de: prisão, tortura ou morte. Nos quatro 
primeiros anos de governo, Calvino condenou à morte 58 pessoas, numa população total de 
aproximadamente 16 mil habitantes.47 
Calvino divergia de Lutero em alguns aspectos. Sua interpretação religiosa era mais legalista, 
acentuando a soberania da lei ao passo que Lutero privilegiava a consciência individual. Com 
isso o calvinismo se aproxima mais do Antigo testamento. Em matéria econômica, o calvinismo 
se associava bem as ideias do capitalismo em ascensão. Calvino abençoava o empreendimento 
dos comerciantes, ao passo que Lutero chegou a condenar a cobiça e defendia os interesses da 
nobreza alemã, ainda pré-capitalista. Enquanto Lutero manteve alguns princípios do catolicismo, 
Calvino fez questão de abolir qualquer influência da igreja de Roma. 
Em contrapartida, enquanto o luteranismo encontrou alguma dificuldade para se expandir 
para fora da Alemanha, o calvinismo se popularizou na maioria dos países europeus onde 
o comércio e as finanças haviam se tornado preponderantes. O calvinismo, segundo Weber 
ajudou a moldar a ética dos tempos modernos.48
Na Inglaterra, a influência dos calvinistas e luteranos não foi a causa da reforma naquele 
país. O “golpe” foi iniciado pelo monarca Henrique VIII. A reforma inglesa foi um movimento 
eminentemente politico. A reforma foi endossada pela maioria de seus súditos. Embora os 
ingleses não estivessem amarrados aos ditames papais, o orgulhoso povo inglês via como uma 
afronta qualquer intervenção do Estado pontifício. 
O professor de Oxford, John Wycliffe foi o precursor da reforma inglesa que foi mais de 
sentimento nacionalista do que religiosa. No contexto da Guerra dos Cem anos (1337-1453) 
entre Inglaterra e França, o papado estava instalado em Avignon, o que provocou o sentimento 
de repulsa aos éditos e bulas papais. Wycliffe se contrapôs à cobiça do clero, ao poder temporal 
dos papas e bispos e ao sistema de sacramentos da Igreja. No século XIV, a Inglaterra limitou os 
poderes dos papas e proibiu nomeações para cargos eclesiásticos em seu território.
O problema entre o monarca e o papa foi precipitado por problemas domésticos. Henrique 
VIII queria se divorciar de sua esposa e o papa Clemente VII não concedeu a anulação do 
matrimônio. Catarina, esposa do rei, era tia de Carlos V imperadordo Sacro Império. O papa 
se encontrava em uma situação muito delicada, e para não descontentar o imperador, perdeu 
a Inglaterra. 
47 http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/inquisicao-protestante. ASSIS, Ângelo Adriano Faria de. Inquisição 
Protestante, in, 
48 WEBER, Max. A ética protestante e o espirito do capitalismo. São Paulo: Cia. das Letras, 2004; WEBER, Max. Obras selectas. Buenos 
Aires: Distal, 2003.
A Reforma de Henrique VIII
24
Unidade: As Reformas do Cristianismo no Século XVI
A relação entre Roma e a Inglaterra, que já não era estável desde meados do século 
XIV, tornou-se insustentável a partir do ano de 1531, quando o rei convocou os prelados 
ameaçando puni-los por violação ao Estatuto Praemunire, ao se submeterem as autoridades 
romanas e, aproveitou para induzi-los a aceitá-lo como chefe da igreja inglesa. Gradualmente, 
Henrique VIII conseguiu cortar as rendas do papado e induziu o Parlamento a proclamar a 
Igreja Anglicana como unidade nacional. Finalmente no ano de 1534, o rei tornou-se chefe 
da igreja em seu país.49 
Segundo Martina, “as tentativas de uma renovação da Igreja que precederam a reforma 
protestante e depois se desenvolveram paralelamente a ela, mas com espirito e métodos 
próprios, dividem-se em:”50 
• Surgimento de várias associações leigas: que se propuseram a um duplo fim: a caridade 
com os pobres e o zelo eucarístico.
• A reforma das antigas ordens religiosas: no âmbito de vários Institutos religiosos 
antigos a vida religiosa, sua prática e observância se tornam mais fiéis e rigorosas 
com a ortodoxia da fé.
• O nascimento de novos institutos religiosos: são inúmeras as iniciativas, alguns institutos 
são desdobramentos de irmandades leigas.
• O trabalho reformador de alguns bispos em suas dioceses: não faltavam bispos que 
convocavam sínodos, promoviam pregações e se preocupavam com a formação do clero e 
as visitas pastorais. Na Espanha, o cardeal Cisneros construiu a Santa Casa de Caridade de 
Illescas, fundou a universidade de Alcalá, encarregou da tradução da Bíblia Complutense.
49 BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, Standish. História da civilização ocidental. 42 ed. São Paulo: Globo, 2003, 
pp. 391-394.
50 MARTINA, Giacomo. Historia da igreja: de Lutero aos nossos dias – o período da reforma. São Paulo: Loyola, 1993, 197.
Fonte: T
hinkstock / G
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ages
A Reforma Católica
25
• Os grupos humanistas cristãos: na Itália com Contarini, Cervini e Seripando e na Inglaterra com 
o cardeal Pole. Estudavam as Escrituras e os Santos Padres para renovar a teologia escolástica.
• Os círculos do evangelho: se relacionavam com a corrente da “devotio moderna” na tentativa 
de reformar o culto cristão e sua prática. Entre os animadores desses círculos temos: Erasmo 
na Alemanha; Le Fèvre d’Étaples na França, o bispo de Meaux, Guillaume Briçonet.
A Reforma católica na Espanha é uma das mais marcantes tentativas de retorno à ortodoxia. 
O cardeal Cisneros, no final do século XV com o intuito de combater os mulçumanos e os 
judeus, obteve permissão dos reis católicos para reformar ordens religiosas, fundar escolas 
e universidade e casa de caridade. O cardeal Cisneros combateu os abusos nos mosteiros e 
instigou os padres a aceitarem suas incumbências pastorais. Com a intenção de combater os 
“hereges”, a reforma na Espanha surtiu um efeito regenerador na vida religiosa da nação.51 
No século XIV, a atitude do monge Gerar Groote, nos Países Baixos, teve um impacto bastante 
positivo na vida cristã daquele período. Groote se rebelou contra os privilégios do clero e a 
vida segregada dos mosteiros, por essa razão, abandonou a clausura e se tornou um pregador 
itinerante, vivendo no meio do povo. Groote defendia a boa formação do clero e também o 
acesso à instrução das pessoas comuns para que essas pudessem ler e ter condições de decidir 
por si mesmas. Surgiram assim os “irmãos da vida comum” que valorizavam a pobreza, a 
obediência, a autonegação e a humildade. Groote tinha por objetivo reformar a igreja por meio 
da educação dos jovens, da instrução religiosa ao povo e da caridade ao próximo. A atitude de 
Groote se espalhou pela Europa Ocidental iniciando um movimento que ficou conhecido como 
“Devotio Moderna”. Nesse contexto, foi muito importante o livro anônimo, Imitatio Christi, que 
espalhou o espirito da doutrina, um modelo de vida religiosa que colocava clero e leigos no 
mesmo patamar, sem hierarquia.52 
A Reação da Igreja de Roma à Revolução Luterana
Os papas só se preocuparam com a eminência de um cisma quando a situação na Alemanha 
já estava fora de controle. As concessões políticas aos príncipes alemães e os conflitos com o 
imperador Carlos V atrasaram demais uma reação para recuperar o controle da situação. O 
primeiro papa a tentar uma conciliação com os protestantes foi um não italiano, Adriano VI, 
nascido em Utrecht, nos Países Baixos, o papa que assumiu no ano de 1522, veio a falecer vinte 
meses após assumir o cargo no ano de 1523.
Após a morte de Adriano VI, o trono papal foi ocupado por um Médici, Clemente VII, foram 
mais onze anos de abusos e descaso. Somente no pontificado de Paulo III (1534-1549), que 
a campanha contra os abusos na Igreja retomou os trilhos. Foi em seu pontificado que se 
instalou o concilio reformador da vida da igreja, o concilio de Trento (1545-1563), ele e seus 
três sucessores: Paulo IV (1555-1559), Pio V (1566-1572), e Sisto V (1585-1590).
Esses, “foram os mais ardorosos cruzados em prol de uma reforma a presidirem a santa Sé 
desde os tempos de Gregório VII. Reorganizaram as finanças papais, preencheram os cargos 
eclesiásticos com padres conhecidos pela austeridade”, entre outras medidas necessárias para 
acabar com os abusos no clero. Com esses papas a reforma católica atingiu seu auge.53 
51 BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, Standish. História da civilização ocidental. 42 ed. São Paulo: Globo, 2003, 
pp. 394-395.
52 http://it.wikipedia.org/wiki/Fratelli_della_vita_comune
53 BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, Standish. História da civilização ocidental. 42 ed. São Paulo: Globo, 2003, 
p. 395.
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Unidade: As Reformas do Cristianismo no Século XVI
Outro importante componente da Reforma Católica foi o Concilio de Trento (1545-1563). 
Convocado pelo papa Paulo III para a cidade de Trento, na Itália, foi um dos mais importantes 
concílios realizados pelo cristianismo católico. A intenção desse concílio foi a de redefinir as 
doutrinas da fé católica. Os dogmas contestados pelos reformadores foram todos confirmados 
pelo concílio. 
Declarou-se que as boas obras são tão necessárias para a salvação quanto 
a fé. Manteve-se a teoria dos sacramentos como meios indispensáveis para 
se alcançar a graça. [...] foram confirmadas, como elementos essenciais do 
sistema católico, a transubstanciação, a sucessão apostólica do clero, a crença 
no purgatório, a invocação dos santos, e a regra do celibato para os padres [...] 
atribui-se igual autoridade à Bíblia e à tradição dos ensinamentos apostólicos 
[...] O concílio de Trento reiterou ainda a doutrina das indulgências [...] embora 
condenasse os piores escândalos ligados à venda dos perdões [...] A legislação 
de Trento não se limitou a questões de dogma, mas compreendeu também 
medidas importantes para a eliminação de abusos e para o fortalecimento da 
disciplina da Igreja sobre seus membros.54 
A Reforma Católica contou com a colaboração decisiva dos padres da Companhia de Jesus 
para levar adiante as reformas propostas pelo concílio e as articulações políticas durante o 
concílio que permitiu aos papas dominarem esse conclave nas situações mais difíceis que se 
apresentavam. Após o concilio, os jesuítas retomaram grandes territórios dominados pelos 
protestantes como, por exemplo, a Polônia e o sul da Alemanha. 
Fundada pelo nobre espanhol Inácio de Loyola 
(1491-1556), “A Companhia de Jesus foi, de longe, 
a mais militante das ordens religiosas inspiradas pelo 
zelo espiritualdo século XVI. Não era uma simples 
sociedade monacal, mas um regimento de soldados 
que havia jurado defender a fé”. Os jesuítas também 
foram muito importantes na expansão da fé católica 
para fora da Europa. Com a expansão marítima da 
península Ibérica, os jesuítas chegaram ao Japão, 
China, África, Índia e América, muito antes de terminar 
a reforma protestante na Alemanha. 
O Concílio de Trento é ainda hoje um dos concílios 
mais complexos em relação a legislação que rege a vida e formação do clero. Mas, ao final das 
Reformas instalou-se por toda a Europa um acentuado aumento de perseguições e guerras 
religiosas, “tanto católicos como protestantes partiam do principio de que era impossível tolerar 
a diversidade de credos religiosos dentro das fronteiras de qualquer país [...] os dissidentes 
religiosos foram perseguidos, onde quer que fossem encontrados”.
54 BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, Standish. História da civilização ocidental. 42 ed. São Paulo: Globo, 2003, 395.
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Material Complementar
Faça uma viagem pela história através dos Museus do Vaticano e da Reforma e do Arquivo 
Secreto Vaticano!
Museu do Vaticano – Cidade do Vaticano (Vaticano)
• http://mv.vatican.va/
Arquivo Secreto Vaticano – Cidade do Vaticano (Vaticano)
• http://www.archiviosegretovaticano.va/archivio/
Museu da Reforma – Genebra (Suiça)
• http://www.musee-reforme.ch/
http://mv.vatican.va/
http://www.archiviosegretovaticano.va/archivio/
http://www.musee-reforme.ch/
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Unidade: As Reformas do Cristianismo no Século XVI
Referências
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BURNS, Edward M.; LERNER, Robert E.; MEACHAM, Standish. História da civilização 
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Estampa, 1993.
DELUMEAU, Jean. Nascimento e afirmação da Reforma. São Paulo: Pioneira, 1989.
ENGELS, Friedrich. Do socialismo utópico ao socialismo cientifico. Porto: Novo 
Tempo [s.d.].
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do cristianismo. 2.ed. São Paulo: Paulus, 1995. 
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MARTINA, Giacomo. La chiesa nell’età della Riforma. Brescia: Morcelliana 1985.
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NUNES. Antònio José Avelãs. Os sistemas económicos. Coimbra: Insignia Universitas, 1994.
ORLANDIS, José. História breve do Cristianismo. Lisboa: Rei dos Livros, 1993.
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OGGETTO_V2/obj/8795100.pdf
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Inquisição protestante
• http://it.wikipedia.org/wiki/Fratelli_della_vita_comune
• http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/inquisicao-protestante
• http://www.sbpcnet.org.br/livro/62ra/resumos/resumos/5725.htm
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