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Feito por Gabriela Araújo Aula 3 Terapia transfusional é indicada para pacientes em diferentes condições de saúde, incluindo anemia, hemorragia, coagulopatia e hipoproteinemia. Após ser coletado, o sangue pode ser imediatamente transfundido em um animal receptor, ou pode ser fracionado em hemocomponentes Sangue total refrigerado – sangue coletado e colocado em uma bolsa. Tem proteínas, hemácias, plasma, leucócitos, etc. tudo junto (é o sangue doado). É o mais fácil de achar. Concentrado de hemácias – tira todas as hemácias do sangue total e pronto. Plasma fresco congelado – plasma que foi retirado do sangue total Concentrado de plaquetas Usada em anemia regenerativa. Usa em animais com hemorragia, porque ele está perdendo, e precisa repor. Em animais que estão tendo perda sanguínea na caixa torácica, coleta o sangue e coloca novamente na veia. É chamada de autotransfusão. Toda vez que o animal tem coagulopatia e hipoproteinemia, deve-se lembrar que as proteínas são um dos hemoderivados, então precisa usa-los no momento de transfusão. Se o animal não tem anemia mas tem trombocitopenia não vai precisar usar o sangue total, apenas o concentrado de plaquetas que já é o suficiente para resolver o problema do animal. A terapia transfusional traz benefícios terapêuticos, porém existem riscos potenciais, como possíveis reações anafiláticas e transmissão de doenças, além dos custos e das dificuldades significativas na aquisição de produtos sanguíneos Reações: hipersensibilidade, olhos super inchados, placas cutâneas, respiração Terapia Transfusional Feito por Gabriela Araújo Aula 3 acelerada (difícil de acontecer), febre persistente, entre outras reações adversas Reação de consumo – o animal urinando sangue é chamado de reação de consumo porque ele está recebendo sangue em uma veia e está liberando as células ou pela urina, pelas fezes ou pelo vômito Se estiver fazendo o animal apresentar reação, é necessário parar Transfusão em grandes é raro de acontecer mas acontece Para coletar – o animal precisa estar com o focinho para cima, hígido, responsivo a estímulos e parado. É uma medida terapêutica de caráter transitório, sendo de extrema importância diagnosticar e tratar a doença subjacente à causa da anemia, dado o curto tempo de meia-vida das hemácias transfundidas. Exemplo: bovino com tristeza parasitária bovina, se não tratar primeiro o problema e fizer a transfusão, as doenças vão continuar fazendo hemólise e destruindo as células que estão entrando, e não vai resolver o problema, ou seja, se tiver Babésia e Anaplasma, primeiro entra com o tratamento, faz a transfusão e resolve. Primeiro entra com o medicamento para recuperar e tirar o parasita de dentro da corrente sanguínea, depois faz a transfusão. Bolsa de sangue: A bolsa de sangue tem que vim com anticoagulante, heparina ou EDTA. Quando coleta em uma bolsa e coloca no animal, ele também recebe EDTA, o que faz ter o risco de ter reação e não funcionar. Então, refrigera a bolsa porque não pode deixar em temperatura ambiente e coloca no homogeneizador, que é uma máquina que mexe a bolsa para cima e para baixo para não ter precipitação de células, depois que faz isso, coloca para transfusão e não tem problema. A heparina é mais forte que o EDTA, e tem mais chance de ter reação. Cães: 1.1, 1.2, 1.3, 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Se o sangue do receptor for muito diferente do sangue do doador, a chance de ter reação é muito grande. Faz o teste de auto aglutinação – pega 1 gota do sangue do doador e coloca com 1 gota do sangue do receptor, se coagular não faz a transfusão, se não coagular pode fazer a transfusão. Feito por Gabriela Araújo Aula 3 Felinos: Sistema AB, em que podem ser A ou B, e raramente AB. Porém, necessariamente, as transfusões em felinos devem ser exatamente de um doador compatível. O tipo A tem vários anticorpos anti B, e o tipo B tem anticorpos anti A, ou seja, se coloca o tipo errado nesse animal, os anticorpos vão gerar uma reação e o animal vai morrer. Na espécie equina, existem oito grupos sanguíneos: A, C, D, K, P, Q, U e T Em bovinos existem 11 grupos sanguíneos reconhecidos internacionalmente: A, F, J, L, M, Z, R’, B, C, S, T’ Nos ovinos, sete sistemas de grupos sanguíneos são reconhecidos internacionalmente (A, B, C, D, M, R, X) Seis sistemas de grupos sanguíneos (A, B, C, E, F, R) identificados em caprinos. Necessário teste de compatibilidade Em equinos, quando não existe tempo para realização do teste de compatibilidade, deve ser um animal hígido, com peso ideal, preferencialmente macho ou fêmea nulípara e sem histórico de transfusões prévias (para reduzir as chances de doadores com produção de anticorpos induzida), com hematócrito e proteína dentro da normalidade, negativo para anemia infecciosa equina, devidamente vacinado Antes de qualquer hemotransfusão, o ideal é que se faça tipagem sanguínea e triagem de anticorpos de doadores e receptores, associada a uma prova de reação cruzada. Em ruminantes, hemácias e plasma não se separam por sedimentação como em equinos, fazendo com que, a campo, a utilização de sangue total seja a mais comum Casos em que há perda aguda de sangue, a transfusão de sangue total é indicada tanto para restaurar o volume circulante como a capacidade de transporte do oxigênio A reação nos animais que estão com volume normal e coloca mais quantidade de sangue é a congestão pulmonar (não vê em primeiro momento), respiração aumentada, dispneia e taquipnéia, hipotensão O plasma equino hiperimune ou rico em anticorpos anti-endotoxinas tem sido utilizado em potros gravemente doentes, sendo relatado aumento na sobrevivência dos animais com sepse Feito por Gabriela Araújo Aula 3 Em animais peludos – avalia as mucosas, os olhos que ficam bem inchados É necessário fazer a transfusão e ficar observando o animal. No início vai apresentar placas cutâneas que vão aumentando aos poucos, até subir o pelo e depois a temperatura vai mudar, a respiração vai mudar, e o animal vai ficar todo inchado. Os cães doadores devem ser adultos saudáveis Entre um e oito anos de idade Peso mínimo de 27kg e temperamento dócil. Vacinação e vermifugação devem estar atualizadas, e os animais devem estar livres de ectoparasitas. Além do exame físico antes da doação, deve-se investigar se o cão doador está livre de possíveis doenças vinculadas pelo sangue, devem ser negativos para Ehrlichia canis, Babesia canis, Dirofilaria immitis, Borrelia burgdorferi, Brucella canis e Leishmania sp. (doenças que passam através da corrente sanguínea. Vírus da leucemia felina (FeLV) Vírus da imunodeficiência felina (FIV) Anaplasma phagocytophilum Bartonella henselae Mycoplasma haemofelis – gera anemia tão grave que o animal precisa de transfusão São doenças que são transmitidas através da corrente sanguínea, se fizer a transfusão de um animal com a doença para outro animal, vai estar passando a doença e não vai resolver o problema. Anemia com hipovolemia (ex: hemorragias com perda de mais de 30% do volume sanguíneo) Anemias sem resposta a fluidoterapia com cristaloides ou coloides Hemorragias ativas graves A falha de transferência passiva em ruminantes pode ser tratada com 20 a 40 mL/kg de plasma (1500mg/dL) por kg de PV Para grandes, no momento da transfusão de plasma é muito difícil acontecer reação anafilática ou alguma outra das reações adversas, então pode deixar caindotranquilamente Para pequenos animais, faz uma velocidade inicial e depois de 15 ou 30 minutos faz outra velocidade para dar tempo de ver se vai ter ou não alguma reação. Feito por Gabriela Araújo Aula 3 Volume de transfusão (L) Grandes animais: Peso corporal (kg) X 0,08 X (Ht desejado – Ht real) dividido pelo Ht doador 0,08 é fator, não muda Ht desejado pode ser o valor mínimo de normalidade, é o que espera que o animal tenha depois do procedimento Faz o Ht antes do procedimento e repete depois de mais ou menos 12 horas Ht real é o Ht do animal no momento da transfusão As informações vêm na bolsa Pequenos animais: V (ml) = peso do animal X 90 X (VG desejado – VG receptor) dividido pelo VG do doador OBS: para gatos o cálculo é o mesmo, alterando apenas o fator de 90 para 70 Para o animal precisar de transfusão o VG tem que estar em 12 O equipo tem 2 bolsinhas, que tem um filtro que tira todos os coágulos e evita que caiam na corrente sanguínea do animal Não pode usar o equipo macro gotas que usa na fluido, mas tem gente que usa, o ideal é usar o equipo de transfusão que já vem com a bolsa de sangue. Em cães normovolêmicos, nos primeiros 15 a 30 min, a velocidade deve ser lenta, 5ml/kg/h; após esse período, se não apresentar reação transfusional, aumenta para 10 a 20 ml/kg/h. Se o animal precisa receber muita quantidade, já coloca uma taxa maior, de 20 que é o mais rápido. O procedimento não deve ultrapassar 4 horas. Se deu 4 horas e ele não recebeu a quantidade que ele precisava, para a transfusão. Feito por Gabriela Araújo Aula 3 Não é para sobrar, se sobrar é porque fez a quantidade errada. Administração prévia de dexametasona 0,5 – 1,0mg/Kg IM ou IV Reação febril não hemolítica/ inflamatória – tremores, aumento de temperatura Reação alérgica/ anafilática Reação alérgica – o animal começa a ter sinais alérgicos ou de hipersensibilidade aguda Reação anafilática – o animal começa a ter tudo junto, e corre risco de morrer. Se houver suspeita de reação anafilática, a transfusão deve ser interrompida e devem ser administradas doses elevadas de dexametasona (4- 6mg/ kg IV) e epinefrina (adrenalina) (0,01 a 0,02mg/kg SC, IM ou IV) para evitar broncoconstrição e hipotensão Procedimento de separação extracorpórea de algum hemocomponente, previamente selecionado, do paciente ou do doador, e o restante devolvido à corrente sanguínea deles Puxa o sangue do animal, dentro da máquina separa os componentes, tira só o que precisa e o resto volta para o animal É uma quantidade menor de sangue retirada para poder tratar outro animal. Tira de um animal que está saudável e passa para outro animal que está precisando Plasmaférese x citoaférese Plasmaférese – tira só o plasma Citoaférese – tira leucócitos, hemácias, plaquetas, etc. escolhe o que quer tirar. A aférese transfusional inclui a remoção do plasma ou dos eritrócitos, geralmente implicados na patologia dos pacientes enfermos, e a sua substituição por meio da reposição de fluidos, como coloides, cristaloides ou produtos comerciais derivados do plasma e de glóbulos vermelhos de doadores saudáveis Na medicina veterinária, o uso da aférese é bastante comum para a produção de matrizes de modelos farmacocinéticos, soros hiperimunes e antivenenos, a partir do plasma de equinos Feito por Gabriela Araújo Aula 3 Em cães: para tratamento de miastenia gravis, intoxicação medicamentosa (ex.: anti-inflamatórios nãoesteroidais), anemias hemolíticas autoimunes e Erliquiose. Peso deve ser acima de 20kg. – é extremamente limitada Literatura escassa – só pode usar dentro de ambiente controlado Cão, 7kg VG do receptor: 10% VG do doador: 44% VG esperado: 37% (35 a 55% – valores normais) Resolução: V = 7 x 90 x (37-10/44) V = 7 x 90 x (27/44) V = 7 x 90 x 0,61 V (aproximado) = 385 ml Qual a velocidade? Taxa: 5ml/kg/h 5 x 7 = 37ml/h durante 30 minutos No equipo macrogotas: Vx20/ T (min) 35 x 20/60 = 11,6 gotas por min 11,6/60 = 0,19 gotas/segundos Ou seja, 1 gota a cada 5 segundos Depois disso: Taxa: 10ml/kg/h 10 x 7 = 70ml/h Gotas/min = V x 20 / T (min) – 1h tem 60 mins 70 x 20 = 23,3 gotas/min 23,3 / 60 = 0,4 gotas/segundo Ou seja, 1 gota a cada 3 segundos