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Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica 1 EXPERIÊNCIA 03: Pêndulo Simples 1. Objetivo - Observar o comportamento do pêndulo simples. - Determinar, através do pêndulo simples, o valor da aceleração da gravidade. 2. Fundamentação teórica Durante o curso de Física, estudam-se vários tipos de movimentos. Dentre eles, o movimento retilíneo uniforme, o movimento circular, entre outros. Neste roteiro será estudado o movimento vibratório ou oscilatório, que possui características diferentes em relação a outros movimentos, sendo que, o que vai ser abordado é o tipo mais simples, que é o movimento harmônico simples (MHS). O estudo dos movimentos vibratórios é muito importante para a compreensão de vários fenômenos físico, como a luz, o som, as ondas de rádio e etc. Outro ponto interessante dos movimentos oscilatórios é que, quando ocorrem em eventos periódicos regulares, como a sucessão dos dias e das noites, permite a construção de relógios ou controladores do tempo. Os físicos estudam o movimento oscilatório até hoje; esses estudos possibilitam a comunidade científica descrever e compreender inúmeros fenômenos da natureza. Galileu foi um dos primeiros cientistas a estudar esse tipo de movimento. Contam que o balanço do candelabro na Catedral de Pisa (Itália), fez com que Galileu reparasse que, embora os movimentos se tornassem cada vez mais curtos, o intervalo de tempo de cada balanço permanecia o mesmo. A fim de verificar este fato, Galileu utilizou como aparato experimental, uma pedra suspensa por um barbante, e ao imprimir movimento a pedra, media através de seu próprio pulso o intervalo de tempo de cada balanço. Com isso, concluiu que sua observação feita ao movimento do candelabro estava correta: o tempo de cada balanço permanecia praticamente o mesmo, enquanto que o balanço da pedra se tornava cada vez mais curtos. O que Galileu estudou, foi o movimento de um pêndulo, que oscila em torno de um determinado ponto e o tempo de cada balanço refere-se ao período de oscilação. As conclusões de Galileu sobre o movimento dos pêndulos são válidas apenas para oscilações de pequenas amplitudes. O pêndulo observado por Galileu pode ser descrito como um pêndulo simples. Pêndulo simples é um sistema formado por um corpo de peso P, suspenso por um fio inextensível de comprimento L e massa desprezível em comparação com a massa do corpo suspenso. Quando posto a oscilar o pêndulo realiza um movimento harmônico simples (MHS). A posição natural de equilíbrio do pêndulo é mostrada na figura 1. Figura 1: Pêndulo Simples Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica 2 Ao retirar o corpo da posição de equilíbrio, ou seja, incliná-lo de um ângulo 𝜃 até a posição 𝐴, conforme a figura 2, em seguida abandona-lo, o pêndulo começará a oscilar em torno da posição inicial, devido às forças que estão atuando no corpo, que são a força peso (�⃗� e suas componentes 𝑃𝑥 e 𝑃𝑦) e a tração (�⃗� ). Figura 2: Forças atuando num pêndulo simples A componente 𝑃𝑥 do peso, será responsável pela volta do corpo ao seu ponto de equilíbrio, atuando assim, como uma força restauradora. Desprezando as resistências ao movimento, o corpo abandonado do ponto 𝐴, passa pelo ponto de equilíbrio e alcança o ponto 𝐴’ simétrico de 𝐴 em relação a vertical 𝑄𝑂. Alcançando 𝐴’, o corpo inicia um movimento em sentido contrário retornando até 𝐴. Isso define um movimento oscilatório. Se o ângulo 𝜃 for suficientemente pequeno (𝜃 < 10°) pode-se estudar o pêndulo como MHS em torno da posição de equilíbrio O. Aplicando ao corpo a equação fundamental da dinâmica, tem-se que: xPF amPx . (1) O sinal negativo é devido à força 𝑃𝑥 ter sentido contrário ao movimento, atuando como uma força restauradora. No movimento harmônico simples, sabe-se que a aceleração em função da posição é dada pela expressão: xa 2 (2) com 𝜔 = 2𝜋𝑓 e 𝑓 a frequência de oscilação. Substituindo (2) em (1), obtêm-se: xmPx 2 xmPx 2 (3) Como o peso 𝑃 = 𝑚𝑔, a componente 𝑃𝑥, de acordo com a figura 2, pode ser escrita como Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica 3 sengmPx .. (4) Substituindo (4) em (3), tem-se: xmsengm 2.. xseng 2. (5) Para ângulos pequenos, ou seja, 𝜃 < 10°, pode-se afirmar que: tgsen , o seno do ângulo é aproximadamente igual à tangente do ângulo (em radianos). Aplicando esta aproximação na equação (5), fica: xtgg 2. (6) Diante desta aproximação, pode-se relacionar o ângulo com a posição 𝑥 e com o comprimento 𝐿 do sistema (ver figura 2). O ângulo em radianos é: L x tg (7) ee, portanto, x L x g 2. , ou reorganizando, L g L g 2 (8) como T 2 , onde 𝑇 é o período de oscilação do pêndulo, podemos substituir em (8) e obter, g L T .2 (9) Conclui-se que, o período de oscilação do pêndulo simples depende apenas do comprimento do fio e da aceleração da gravidade local. 3. Material utilizado - Corpos de massa diferentes - Fio inextensível - Base - Barra longa - Barra curta - Cronômetro (celular) - Fita de papel - Régua - Presilha universal Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica 4 4. Procedimentos experimentais 1a Parte Relação entre período de oscilação (T) e amplitude (A) 1. Construa a partir de uma régua graduada uma régua de papel, que servirá de base para as medidas. Em seguida corte um pedaço de barbante com 150 cm. 2. Monte o aparato experimental conforme a orientação do professor. Após, prenda uma massa de 50 g na extremidade livre do barbante e fixe no aparato deixando-o apenas com 50 cm de comprimento. 3. Prenda com fita adesiva a régua de papel na bancada, depois posicione a massa pendura no marco zero da régua (ponto de equilíbrio). 4. Na tabela 1 você anotará os dados desse procedimento experimental. 5. Inicio da medida: Afaste a massa pendurada 5 cm de sua posição de equilíbrio, essa posição será sua amplitude neste momento. 6. Solte a massa e deixe-a oscilar livremente. Com o cronômetro meça o tempo de 5 oscilações e anote o valor na tabela 1. 7. Repita o mesmo procedimento para amplitudes de 10 cm, 15 cm e 20 cm, conforme a tabela 1. 8. Depois de anotar o tempo calcule o período. A (cm) Tempo de 5 oscilações (s) T (s) 5 10 15 20 Tabela 1: Período de Oscilação do pêndulo em função da amplitude do movimento 2a Parte Relação entre o período de oscilação (T) e o comprimento do pêndulo (L) 1. Utilize o mesmo aparato experimental, comprimento do pêndulo 50 cm inicialmente. 2. Na tabela 2 você anotará os dados desse procedimento experimental. 3. Início da medida: Afaste o pêndulo de sua posição de equilíbrio e largue-o na posição de 10 cm, acionando no mesmo instante o cronômetro. 4. Meça o tempo de 5 oscilações completa, realize 5 medidas e anote os dados na tabela 2. 5. Repita o mesmo procedimento, só que variando o comprimento do pêndulo para 100 cm e 150 cm de acordo com a tabela 2. 6. Depois de anotar o tempo, calcule o período para cada medida. Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissionale Tecnológica 5 L = 50 cm No de medidas Tempo de 5 oscilações (s) Período (s) 1 2 3 4 5 L = 100 cm 1 2 3 4 5 L = 150 cm 1 2 3 4 5 Tabela 2: Período de oscilação do pêndulo em função do comprimento do fio 7. Calcule o valor mais provável do período para cada comprimento calculado. Período para L = 50 cm _________________________________ Período para L = 100 cm ________________________________ Período para L = 150 cm ________________________________ 8. De que forma foi alterada o período do pêndulo? 3a Parte: Relação entre o período de oscilação (T) e a massa do corpo (m). 1. Utilize o mesmo aparato experimental anterior, comprimento do pêndulo 150 cm e massa de 50g. 2. Na tabela 3 você anotará os dados desse procedimento experimental. 3. Início da medida: Afaste o pêndulo de sua posição de equilíbrio e largue-o na posição de 10 cm, acionando no mesmo instante o cronômetro. 4. Meça o tempo de 5 oscilações completa, realize as medidas e anote os dados na tabela 3. 5. Repita o mesmo procedimento, só que variando a massa pendurada no pêndulo para 100 g e 150 g de acordo com a tabela 3. 6. Depois de anotar o tempo, calcule o período para cada massa, de acordo com a tabela 3. Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica 6 Massa (g) Tempo de 5 oscilações (s) Período (s) 50 100 150 Tabela 3: Período de oscilação do pêndulo em função do peso aplicado 5. Questões: 1. Qual a dependência experimental entre o período de oscilação do pêndulo e a amplitude do pêndulo simples? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 2. Qual a dependência experimental entre o período de oscilação do pêndulo e o comprimento do pêndulo simples? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 3. Qual a dependência experimental entre o período de oscilação do pêndulo e a massa do pêndulo simples? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 4. Com os valores do período e do comprimento do pêndulo obtidos na 2a Parte, construa em papel milimetrado o gráfico de T2 x L. A partir deste gráfico, determine o valor da aceleração da gravidade local ( g ). 5. Qual a expressão que fornece o período do pêndulo (T) em função do comprimento (L) e da aceleração da gravidade (g)? Deduza. 6. Determine o desvio percentual de g obtido experimentalmente, sabendo-se que o módulo da aceleração da gravidade média é igual a 9,8 m/s2.