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1 A CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS Profa. Ana Flávia Prévide Raymundo RESUMO É considerado alimento, as substâncias ou componentes que podem ser incluídas na dieta, que apresentem funções nutricionais e não tenham frações tóxicas. Estes precisam fornecer um ou mais nutrientes e energia para a manutenção do organismo, além de repor as perdas diárias. Em relação à toxicidade, esta é ressaltada conforme a espécie, visto que uma substância ou alimento pode ser tóxico para uma espécie e não tóxico para outra. Hoje, sabe-se que nenhum alimento natural é completo, portanto, a associação com outros se faz necessária. A definição dada por Jacquot se encontra como a mais completa, sendo esta: “alimento é uma substância que, consumida por um indivíduo, é capaz de contribuir para assegurar o ciclo regular de sua vida e a sobrevivência da espécie à qual pertence”. Os alimentos que compreendem a dieta dos animais de companhia podem ser produtos de origem vegetal e animal, e também os subprodutos destes, além de substâncias puras, quimicamente sintetizadas ou processadas (fermentações microbianas). Existem também substâncias cuja única função é conferir palatabilidade ao alimento natural, para que este se torne aceitável pelo animal. Os grupos alimentares podem ser classificados de diversas formas, sendo elas baseadas com a origem dos alimentos, quanto à forma como são preparados, quanto à complexidade, à composição química, função no organismo e quanto à forma como são usados. A mais conhecida e utilizada classificação é chamada de “NOVA”. Esta contém 4 categorias de alimentos organizados com base em seu processamento: alimentos in natura ou minimamente processados; ingredientes culinários processados; alimentos processados; e alimentos e bebidas ultra processados. Alimentos in natura são aqueles provenientes da natureza, como partes de plantas (sementes, frutas, folhas) ou dos animais (ovos e leite), além de algas e cogumelos. Estes são consumidos sem passar por qualquer tipo de alteração. 2 Já os minimamente processados são os alimentos in natura que passaram por algum procedimento visando aumentar a duração em prateleira, mas que não possuem ingredientes ou passem por transformações que tirem sua característica. Estes procedimentos podem ser a limpeza, remoção de partes não consumidas, pasteurização, resfriamento ou o congelamento, fermentação e também a embalagem. Nenhum componente (como sal, açúcar ou óleo) é adicionado a eles. Neles entram as os grãos de feijão, trigo e milho que são transformados em farinha, grãos de café torrados e moídos e também o leite sendo pasteurizado. O segundo grupo de classificação compreende os ingredientes culinários processados, que são substâncias extraídas dos alimentos in natura por métodos de prensagem, centrifugação ou concentração, e são adicionados aos alimentos do grupo in natura ou minimamente processados para se ter uma refeição com maior palatabilidade e alimentação equilibrada e saudável quando usados em pequenas quantidades. Neste grupo pode-se citar o azeite, a manteiga e o açúcar, obtidos, respectivamente, da azeitona, leite e da cana ou beterraba. Aqui, também são encontrados o óleo e o sal (este último podendo ser obtido da natureza, como o sal marinho, ou então das rochas). Os alimentos processados são aqueles da primeira classificação (in natura ou minimamente processados) que são industrialmente modificados, de forma simples, pela adição de um ou mais ingredientes do segundo grupo de classificação (ingredientes processados), como sal, açúcar ou gordura. Este procedimento visa aumentar a duração do produto natural e diversificar a alimentação. Neste grupo são citados a conserva de legumes ou pescado, frutas em calda, queijos e pães artesanais. O último grupo de classificação dos alimentos são os alimentos e bebidas ultraprocessados. Por meio do fracionamento dos alimentos in natura ou minimamente processados, obtêm-se as formulações industriais de substâncias que compõem esse grupo. Geralmente os alimentos do primeiro grupo estão em pequenas quantidades ou ausentes. A este grupo de alimentos costuma ser adicionado corantes, aromatizantes (realçadores de sabor), emulsificantes ou outros aditivos industriais que proporcionam características semelhantes às do primeiro grupo, aumentando a durabilidade e palatabilidade além de ocultar características indesejadas. Neste grupo encontram-se os refrigerantes, bebida 3 lácteas, misturas em pó, barras de cereais, nuggets e hambúrgueres, entre outros. Uma classificação mais recente do que a “NOVA” foi desenvolvida, chamada de “SIGA”, onde constam 9 categorias de alimentos, porém, se encontra disponível apenas na França. Outra forma de classificar os alimentos na dieta animal, é pela Classificação adaptada de Morrison. Esta cita que a alimentação destinada aos animais possui uma fração volumosa (alimentos de baixo teor energético e alto teor em fibra ou água, mais de 18% de fibra bruta) e outra fração concentrada (alimento com menos de 18% de fibra bruta na matéria seca). Com relação aos alimentos concentrados, estes podem ser energéticos ou proteicos. Os alimentos energéticos são os que possuem baixa porcentagem de fibra e menos de 20% de proteína em sua composição, sendo incluídos na dieta com a finalidade de elevar a concentração energética. Fazem parte desse grupo os carboidratos (açúcares e amidos) e os lipídios. De acordo com a origem, estes podem ser obtidos por fontes vegetais (grãos de cereais como milho, sorgo, trigo, aveia centeio, entre outros), e por fontes animais (sebos e gordura). Já os alimentos proteicos possuem no mínimo 20% de proteína, tendo um custo maior. Estes são adicionados à dieta com a finalidade de suplementação de proteína. Estes podem ser obtidos por fontes vegetais, sendo as sementes ou resíduos industriais de oleaginosas, como algodão, farelo de amendoim ou soja. Podem ser obtidos pela sua origem animal também, estando presentes no pescado, frigoríficos e abatedouros. São componentes usados apenas na alimentação de monogástricos visando a palatabilidade ou maior aceitabilidade pelos animais. Os alimentos ainda podem ser classificados de acordo com o processamento e quantidade de umidade que possuem. Estes são considerados: alimentos secos, quando apresentarem 6 a 10% de umidade e 90% ou mais de matéria seca, embalagem que impeça entrada de luz, água e oxigênio, além de menor palatabilidade; alimentos semiúmidos, quando apresentarem 15 a 30% de água, feitos com pedaços congelados ou frescos de animais e adicionados açúcares simples, sais e gliceróis ou outros tipos de conservantes para conferir durabilidade e palatabilidade; e alimentos úmidos, 4 quando apresentarem 72 a 85% de água, produzidos com carnes em alta temperatura e pressão, enlatados ou em sachês. Outros constituintes que devem fazer parte da alimentação dos animais são os minerais (farinha de ossos, calcário ou sal) e as vitaminas (lipossolúveis e hidrossolúveis). Os aditivos podem ser acrescentados (corantes, aromatizantes, antioxidantes e probióticos). A matéria mineral de um alimento pode ser encontrada por meio do aquecimento a 550°C, onde a matéria orgânica entra em combustão e se queima, e o resíduo que fica são as cinzas (resíduo mineral).
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