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2- Epidemiologia do câncer Câncer é a 2a causa de morte do mundo Incidência: Definição: nº de casos novos em uma população, em um determinado período de tempo Maior incidência na Ásia > Europa > América do norte > América Latina o Na África as pessoas morrem antes do diagnóstico do câncer ou antes dele aparecer por outras causas (expectativa de vida ruim, morre antes do câncer aparecer) o Austrália e Nova Zelândia: câncer de pele Pop masculina tem tendência maior de ter câncer Câncer de mama é o câncer mais frequente do mundo O tipo de câncer mais comum no mundo é o de mama, seguido pelo câncer de colo e reto, próstata e pulmão Estatística Brasileira Homem: o Câncer de próstata (30%) o Intestino groso o Pulmão o Estômago o Cabeça e pescoço Mulheres o Mama o Intestino grosso o Colo de útero o Pulmão Diferença da estatística brasileira X mundial o Colo de útero !! É ainda comum em países com condição de saúde pública pior o Vacinação contra HPV + Papanicolau bem feito Mortalidade Definição: a taxa de mortalidade é um índice demográfico obtido pela relação entre o nº de óbito de uma população, e um determinado espaço de tempo o Ásia > Europa> América Latina o América do Norte vai lá para baixo, pq o acesso a saúde garante uma boa resolução Câncer de próstata: menos agressivo, não causa muitas mortes Câncer de pulmão é o que mais causa morte no mundo à difícil tratar, acomete tanto homens quanto mulheres e vem aumentando nos últimos anos o Seguido do pulmão, estomago, colorretal, fígado e câncer de mama Mortalidade por tipo de câncer em homens: pulmão, fígado, estomago, colorretal, próstata Mortalidade por tipo de câncer em mulheres : mamas, pulmão, colorretal, colo de útero, estomago Ambos os sexos: pulmão, mama, intestino, fígado, estômago, próstata Brasil: o Homens: pulmão (13%), próstata (13%), intestino, estômago o Mulheres: mama, pulmão, intestino, colo de útero Prevalência Definição: proporção de indivíduos em uma população que estão acometidos por uma doença em um determinado momento Ásia, Europa, américa do norte, américa latina Câncer mais prevalente: câncer de mama (tem a doença e fica muitos e muitos anos com doença -> sobrevida bem longa), próstata, intestino IDH e câncer Incidência: maior incidência em países desenvolvidos e menor em subdesenvolvidos o Europa e América: incidência muito grande o África: incidência muito pequena (na África pessoas morrem muito cedo, não dá tempo de desenvolver câncer) o Causas: Exposição a outras doenças, acesso a saúde, estilo de vida (industrialização) IDH alto: o Homem: pulmão, próstata o Mulheres: mama IDH baixo: cabeça e pescoço; colo de útero Mortalidade não tem discrepância tão grande quanto a incidência: o Mortalidade na Europa é maior do que na Ásia; mas não tem discrepante Mortalidade por idade Câncer é doença de adulto Maior incidência: depois dos 50 anos Programas de rastreamento de câncer: ocorrem geralmente após os 50 anos Óbitos por câncer: maior nº depois dos 70 anos; óbitos até 50 anos são bem baixos Prevalência de câncer por idade Tem câncer e sobrevive com câncer Bem elevada após os 50 anos (prevalência mais alta após os 50 anos) Tem bastante até 50 anos Evolução Câncer de próstata, linfoma, intestino, leucemia: aumentou a taxa de sobrevida em 5 anos Pulmão, pâncreas: não aumentou muito a taxa de sobrevida -> doenças muito difíceis de tratar Útero, colo uterino: diminuiu a taxa e sobrevida Óbito por câncer aumentou 66%, pq aumentou a pop mundial e aumento a expectativa de vida tbm o Mortalidade por câncer aumentou 17% o Mortalidade por câncer (ajustado por idade): diminuiu 15% Conclusão: Incidência de câncer aumenta progressivamente, devido ao crescimento e envelhecimento populacional Maior incidência está em adultos e idosos Mortalidade por câncer está diminuindo O câncer é uma das principais causas de óbito no mundo Ajustado para o aumento e envelhecimento da pop mundial, a taxa de mortes por câncer diminui lentamente Maior parte das pessoas que morrem por câncer tem > 70 anos A medida q a pop mundial cresce e envelhece, o nº de mortes por câncer aumenta tbm Taxa de mortalidade por câncer e sobrevivência mostram que está tendo progresso IDH é importante de levar em consideração: taxa de sobrevivência são baixas em países pobres 3- Prevenção e diagnóstico precoce Prevenção (prevenção primária) Identificação e manipulação dos fatores biológicos, ambientais, sociais e genéticos associados a etiologia do câncer Pacientes sem câncer e sem sintomas Diagnóstico precoce (rastreamento ou prevenção secundária) Forma de detectar uma doença incipiente, em estágio inicial Geralmente, ainda sem sintomas PREVENÇÃO PRIMÁRIA IDH IDH influencia nos tipos de canceres Essa influencia sempre se relaciona à causas evitáveis IDH alto e muito alto à mais câncer relacionado à estilo de vida industrializado e menos câncer relacionado à infecções IDH médio e baixo à mais câncer relacionado à infecções e menos câncer relacionado à estilo de vida industrializado Infecções: H.pylori, HPV, HBV e HCV (hepatite), epstein-baar Fatores de risco modificáveis/ estilo de vida: Tabagismo ativo e passivo Consumo de álcool Exposição à radiação UV Poluição Inatividade física Excesso de peso corporal Consumo de carne vermelha e processada e agrotóxico Baixo consumo de frutas e vegetais, fibra alimentar e cálcio Infecções: Helicobacter pylori, virus da Hepatite B (HBV) e C (HCV), herpes vírus humano (HHV8), HIV ou HPV Fator de risco X tipo de câncer Tabaco O fumo do tabaco tem mais de 7000 produtos químicos, pelos menos 250 são conhecidos por serem prejudiciais e mais de 50 são conhecidos por causar câncer Em todo o mundo, o consumo de tabaco é o maior fator de risco evitável para a mortalidade por câncer e mata aproximadamente 6 milhões de pessoas a cada ano de câncer e outras doenças Fumo passivo ou fumo ambiental do tabaco: causa câncer de pulmão em adultos não fumantes Tabaco sem fumaça (tabaco oral, mascar tabaco ou rapé): causa câncer de boca, esôfago e pâncreas Quase 80% dos 1 bilhão de fumantes do mundo vivem em países de baixa e media renda o Esses países não oferecem condição de saúde boa O numero de cigarros por dia consumidos aumenta o risco para o câncer Interrupção do tabagismo e risco de câncer: o 10 anos sem fumar: diminuição de 30 a 50% em desenvolver câncer do que aqueles que continuam a fumar o Existem mutações induzidas pelo tabaco que permanecem mesmo muitos anos após a interrupção do hábito Tabagismo em criança: o 40% da população pediátrica está exposta ao fumo passivo o 80-90% dos fumantes adultos começaram a fumar durante a adolescência o 20% dos norte americanos entre 9 e 12 anos fumaram pelo menos 1 cigarro no ultimo mês o Os pais desempenham um papel muito importante na proteção de seus filhos contra a exposição ao fumo e a prevenção do uso do tabaco Álcool O risco de câncer aumenta com a quantidade de álcool consumida Para vários tipos de câncer, o consumo excessivo de álcool combinado com o uso de tabaco aumenta substancialmente os riscos de câncer Em 2010, estima-se que os cancros atribuíveis ao álcool são responsáveis por 337.400 mortes em todo o mundo, predominantemente entre homens Relação do câncer com etilismo: o Boca e orofaringe, esôfago, laringe o Intestino, reto e fígado o Câncer de mama à etilismo aumenta 4x o risco de ter câncer Álcool à cirrose à câncer Álcool à câncer de cabeça e pescoço Infecções Em 2012, aproximadamente 15% de todos os canceres foram atribuídos a agentes infecciosos como H, pylori, HPV, hepatite B e C e EBV As vacinas estão disponíveis para o vírus da hepatite B, algumas cepas do HPV à isso pode reduzir o risco de câncerde fígado e colo de útero A fração de câncer atribuída à infecções varia geograficamente o Menos de 5% na Austrália, Canadá, Nova Zelândia, EUA e países selecionados no oeste e norte da Europa o Mais de 50% em alguns países da África Subsaariana o 2/3 dos canceres atribuíveis a infecção (1,4 milhão de casos) ocorrem em países menos desenvolvidos Outras causas Avaliação de risco Potência Tipo de exposição Dose/ intensidade Mudar estilo de vida ou fazer diagnóstico precoce --> prevenção primária e secundária RASTREAMENTO OU PREVENÇÃO SECUNDÁRIA Intervenção terapêutica precoce em pacientes assintomáticos submetidos a rastreamento, identificando lesões precoces que não seriam normalmente identificadas (lesão pequena e assintomática) É diferente dos indivíduos com lesões sintomáticas que procuram médico Critérios para rastreamento Problema importante de saúde (tem que ser um problema de saúde publica, não se faz rastreamento para tipos raros) Tratamento específico para a doença (tem que saber tratar o câncer) Tal tratamento deve ser mais efetivo em fase inicial da doença (tem que ser mais efetivo quando descobre cedo) Métodos de diagnóstico e tratamento devem estar disponíveis (doença manejavel) Fase latente ou inicial detectável (tem que ter a fase onde começa a crescer devagar, uma fase inicial que de tempo de fazer a intervenção) Detectável por teste ou exame Teste deve ser aceito a população (teste deve ser aceito culturalmente pela população: tem população no oriente que não aceita o Papanicolau então esse rastreamento não deve ser feito lá, vai gastar dinheiro e não ser efetivo) História natural da doença deve ser compreendida (conhecer exatamente como a doença se comporta) Política de saúde pública direcionada Economicamente viável (não adianta ser caro, se for não é acessível para todos) Processo deve ser contínuo (para dar resultado) Avaliação dos métodos de rastreamento: Historia familiar importante para neoplasia, mutações genéticas de risco, hábitos pessoais, expostos a radiação à tem que ter algo que coloque o paciente em uma situação de risco maior Avaliação da redução da mortalidade à não adianta nada fazer tudo e não reduzir a mortalidade, se não reduzir não teve o impacto esperado/necessário (esse dinheiro deve ser gasto com outra finalidade que tenha efetividade) Análise de custo benefício à importante pois é dinheiro público utilizado para a saúde e ele sempre é finito Performance dos testes de rastreamento: Sensibilidade: capacidade do teste de identificar corretamente os indivíduos que possuem a doença Especificidade: capacidade do teste de identificar corretamente os indivíduos que não possuem a doença Exame ideal: o Alta sensibilidade: evita falsos negativos -> condição q tem consequência o Alta especificidade: evitar falso positivo -> condição que implica em procedimentos invasivos, delicados, caro para confirmar o diagnóstico ou tratar Benefícios do rastreamento: Impedir a ocorrência de câncer, identificando e removendo precursores do câncer Detecção do câncer em estágios mais precoces e tratáveis e, dessa forma, promover a redução da mortalidade por câncer Reduzir a morbidade do câncer, quanto o tratamento em estágio inicial está associado a menos efeitos colaterais do que o tratamento para canceres avançados (tratamento na fase inicial mais simples e mais barato) Riscos do rastreamento: Possibilidade de complicações graves relacionadas ao teste, que podem ser imediatas (perfuração na colonoscopia) ou retardadas (potencial carcinogênese por exposição à radiação) Um resultado de teste de triagem falso positivo, que pode causar ansiedade e levar a procedimentos de diagnostico invasivos e adicionais Hiperdiagnóstico o Definição: diagnostico de um câncer que não se tornar sintomático durante a vida do paciente o Consequências: Efeitos colaterais do tratamento a curto e longo prazo Custos desnecessários o Mais comum: indivíduos idosos (baixa expectativa de vida natural) o Exemplo: Idoso com adenocarcinoma de próstata à o paciente vai morrer de outra coisa e nunca saberia do câncer (fez um hiperdiagnóstico), o câncer de próstata demora muitos anos para evoluir (10 anos do estágio 1 para o estágio 1) Tireoide Lesão mamária o Viés de tempo: Descobrir o câncer com 67 ou 60 anos não mudou a data de morte do paciente (morre aos 70 da mesma forma de outra causa) Se aumenta a sobrevida com o screening é favorável o rastreamento, se não aumenta não é Rastreamento: Onde aplicar: o Câncer de mama o Câncer de colo de útero o Câncer de cólon e reto Em avaliação: o Câncer de próstata o Câncer de pulmão Rastreamento: câncer de mama Mortalidade por estádio: a medida que avança no estadiamento diminui a sobrevida No estágio 1 o tratamento é muito mais fácil/simples e diminui a mortalidade, por isso o rastreamento é indicado Aparece na população, principalmente, com mais de 45 anos Risco de mulheres com 30 anos desenvolverem câncer de mama é pequena, por isso, o programa de rastreamento é iniciado a partir de 45 anos (tirando as exceções) Quando faz rastreamento, é necessário (considerações inicias): o Intervalo entre os exames o Qualidade das imagens o Idade das pacientes o Pode ocorrer contaminação do grupo controle: fazem rastreamento fora do estudo Exame físico e auto exame: o Auto exame: sem custo, sem irradiação, privacidade e resultado duvidoso o Exame físico: sensibilidade de 54% (resultados contraditórios) Mulheres de alto risco: o Maior risco, rastreamento mais intenso o Carcinoma lobular in situ (0,5 – 1% ao ano) o Hiperplasia ductal atípica (7x) o História familiar (10x) o Mutação de BRCA1 (85% aos 75 anos) o Exames: mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética Mamografia e ultrassonografia tem alta taxa de falha, utiliza os dois e quando fica em duvida sobre o diagnostico pede-se ressonância magnética Em mulheres de alto risco já é indicado a ressonância magnética (mama é um tecido muito denso) Rastreamento: colo de útero Sobrevida muito maior em estágios iniciais Alto risco para câncer de colo uterino: o HPV o Imunossupressão o Atividade sexual em idade precoce e com maior numero de parceiros o Alta paridade o Uso a longo prazo de contraceptivos orais o Exposição a fumaça de cigarro o Exposição a dietilestilbestrol (DES) História natural: o Infecção persistente pelo HPV (não são todas as cepas que são oncogênicas, principalmente a 16 e 18) Papanicolau: o Ponto positivo: 98% de sensibilidade em displasia s(alta sensibilidade) o Ponto negativo: baixa especificidade (presença de sangue, descargas, lubrificantes... geram artefatos) o Diminuiu a incidência e a mortalidade em 80% o É indicado fazer entre os 21 e 65 anos o Problemas da citologia: Qualidade da amostra (colhido de modo errado ou de qualquer jeito) Erros de interpretação Baixa especificidade 30% dos casos de câncer de colo uterino tinham exames de Papanicolau realizado recentemente normal Colposcopia: olhar o colo do útero com uma lente, procura alterações, lesões Teste de HPV e Papanicolau o 17 a 36% das mulheres infectadas por HPV irão desenvolver alterações celulares nos próximos 5 anos o 82,9% das mulheres com lesão intraepitelial escamosa são HPV+ o Mulheres com Papanicolau de alto risco: o teste de HPV tem pequena utilidade, não muda a necessidade de colposcopia o Papanicolau + teste para HPV: aumenta a incidência de falso positivo (aumenta a necessidade de procedimento diagnósticos invasivos) à se os dois dão positivos, mesmo que não seja 100% de certeza, investiga mais (falso +) Conclusões: o Teste HPV em rastreamento primário é suportado por vários estudos randomizados o Teste de HPV é mais sensível que Papanicolau para detectar nic (lesão pré maligna Em mulheres com mais de 30 anos: Teste de HPV e Papanicolau tem sensibilidade próxima a 100% Especificidade de 93% Rastreamento: câncer de próstata Incidência alta, mas é uma doença indolente (mortalidade baixa – 1⁄4) Nem todo câncer de próstata é agressivo; doença indolente Muitos nem são diagnosticados Autopsias: o Menos de 80 anos à incidência de 33% o Mais de 80 anos à incidência de 66% Teve um pico de incidência nos anos 90 mas sem diminuição significativa da mortalidade, provavelmente causada por um maior diagnóstico PSA: o Glicoproteína produzida por células epiteliais prostáticas o Aumenta no câncer, hiperplasia prostática benigna e prostite o Exame pouco específico por aumentar em outras situações também: Exame retal digital (0,4) Ejaculação (0,8) Prostite bacteriana Biópsia prostática (7,9) Retenção urinária aguda Toque retal o Pode-se notar nódulos, assimetria e textura o Detecta tumores nas paredes posterior e lateral da próstata (não tem como examinar a próstata toda) o 85% dos tumores estão na parede posterior o Tumores T1, por definição, não são palpáveis (por isso o exame falha muitas vezes) o Maioria dos tumores detectados por toque retal são localmente avançados o Sensibilidade: 59%; especificidade: 94% Toque retal + PSA: detecta o dobro de casos de câncer Recomendações: o Considerar necessidade de rastreamento o População geral: início aos 50 anos o População de risco aumentado (negros, história familiar, mutação germinativa): 45 anos o Para aos 75 anos ou quando a expectativa de vida da pessoa é menor do que 10 anos o Parar aos 65 anos se o PSA for inferior a 1 o PSA maior que 7 ou toque retal alterado à US TR + biopsia Rastreamento: câncer de pulmão O diagnostico precoce diminui a mortalidade, mas é uma doença com letalidade alta mesmo em pequenos estágios (identificado precocemente mortalidade cai para 50%), em estágios avançados a mortalidade é quase 100% Detecção precoce: o Estádio I: sobrevida de 5 anos em 60% o Estádio 4: sobrevida de 5 anos em 5% o Sem fase de latência o Elevada morbidade e mortalidade o Prevalência significativa o Fatores de risco bem definidos o Fase latente bem caracterizada o Tratamento mais eficaz em estádios iniciais Objetivos do rastreamento: o Indivíduos assintomáticos com doença silenciosa: nódulos pulmonares o Indivíduos de risco elevado: tabagismo, doença familiar, história ocupacional Dificuldades geradas pelo rastreamento: o Nódulos pulmonares ao RX ou TC: maioria são benignos o Exposição a radiação de exames seriados o Ansiedade pelo seguimento prolongado de nódulos benignos o Hiperdiagnóstico “National Lung Screening Trial” Recomendações: o População de risco elevado: TC de baixa dose de radiação; 1x por ano (?) Conclusão:
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