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CA GÁSTRICO

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@bene.med 
 
CA GÁSTRICO 
É um dos tumores mais frequentes, 3º no homem e 4º 
nas mulheres. Teve uma queda na incidência após 
1930, após o advento da geladeira e conservação dos 
alimentos. No Japão tem aumento da incidência por 
causa da alimentação, tem rastreamento do CA nessa 
população. 
65% acima dos 50 anos, com pico aos 70 anos de idade, 
mais nos homens. Câncer gástrico familiar (Síndrome 
de Lynch) tem diagnostico mais precoce, câncer 
esporádico demora mais pra desenvolver e é a maioria 
dos casos 
Fatores de risco: 
→ Dieta pobre em vitamina A e C, carnes e peixes, 
alto consumo de nitratos, enlatados, 
defumados, corantes, conservados em sal. 
→ Gastrite atrófica, metaplasia intestinal 
→ Antecedentes de cirurgia no estomado 
(Billroth II) empregada no tratamento de 
ulcera péptica aumentam o risco de aparecer 
tumor na área da sutura cirúrgica após 15-20 
anos. 
→ Grupo sanguíneo A 
→ Consanguinidade 
→ Helicobacter pylori por infecção crônica 
→ Tabagismo 
→ Álcool 
 
HISTOLOGIA 
90-95% dos CA vao ser adenocarcinomas. Maioria dos 
sintomas incluem agressão gástrica, desconforto 
gástrico, perda ponderal. Faz gastrectomia com 
linfadectomia D2. 
Sintomas B incluem perda ponderal, febre e sudorese, 
mais comuns nos tipos linfomas não-Hodgkin. 
Linfoma MALT associado ao H. pylori, tem que tratar a 
infecção crônica, podendo tratar apenas desse jeito 
(ATB e IBP). Caso recidiva, trata com quimioterapia. 
Não engloba cirúrgica. 
Leiomiossarcomas, alguns expressam proteínas CKI – 
CD117, os quais são marcadores terapêuticos. 
Geralmente são refratários ao tratamento, mas 
quando expressam essa proteína, tem melhor 
prognostico, pois responde ao medicamento 
imatzuwib. 
→ Pode fazer terapia neoadjuvante 
→ Adjuvante 
→ Doença metastática visceral, principalmente 
pulmonar e hepática. 
→ Faz gastrectomia com esvaziamento linfonodal 
mais restrito. 
CLASSIFICAÇÃO DE LAUREN 
INTESTINAIS DE LAUREN: mais comum na 7ª década de 
vida, metástases hepáticas, mais relacionado com 
alimentação (consumo de sal, embutidos, HP) e 
processo inflamatório crônico gástrico (acloridria, 
anemia pernicionsa, gastrectomia por ulcera), mais em 
áreas epidêmicas. 
DIFUSO DE LAUREN: mais agressivo, mais primitivo do 
tecido normal. Acontece em idade mais precoce, mais 
relacionado com a genética, um pouco mais em 
mulheres, e disseminação mais peritoneal do que 
hepatica. Também é menos prevalente. 
Aspecto de células em anel de Sinnet (mais gravidade). 
SINTOMATOLOGIA 
Assintomático em estágios iniciais, conforme evolui a 
doença vai aparecendo os sintomas. 
→ Sensação de inchaço no abdome após 
refeições 
→ Desconforto difuso 
→ Náuseas 
→ Perda do apetite 
→ Indigestão periódica 
→ Diarreia ou constipação 
→ Perda de peso súbita e progressiva 
→ Hematêmese 
→ Fezes escurecidas por hematoquezia, melena 
→ Caquexia, icterícia e palidez em doença 
avançada. 
 
@bene.med 
 
SINAIS METASTÁTICOS 
Linfonodo de Virchow: não é um 
linfonodo locorregional, já classifica 
como N. 
Nódulo Sister Mary Joseph: nódulo umbilical, por 
implantação metastática peritoneal. Pode ulcerar, 
sangrar, fazer feridas. 
Tumor de Krukenberg: só 
acontece na mulher, pois é um 
implante ovariano de um CA 
não ovariano. Geralmente 
unilateral, mas pode ser 
bilateral, tem que diferenciar 
do CA ovariano primário (tipo 
primário causa ascite). 
CA125 aumenta em implantes peritoneais, não só no 
CA ovariano. 19.9 pode ajudar (DD com CA 
pancreático). Marcador CEA (antígeno 
carcinoembriogenico) pode ajudar. 
Faz uma imagem do abdome, uma endoscopia. Não faz 
biopsia do ovário. 
Prateleria de Blumer: implante de fundo de saco, vai 
por disseminação peritoneal e forças gravitacionais pra 
ficar nesse local. 
 
EXAMES DIAGNÓSTICOS 
→ Sangue oculto: apenas alerta que pode ter 
algum problema. 
→ REED 
→ EDA: padrão-ouro diagnostico. 
→ TC de tórax e abdome superior, pelve: 
estadiamento mínimo. 
→ US endoscópico: T1 mucosa (propor 
tratamento conservador com mucosectomias), 
T2 muscular (indicação de terapia 
neoadjuvantes, mas faz gasterctomias), T3 
serosa (não começa mais por cirúrgica, faz neo 
sempre primeiro), T4 invasão tumoral a órgãos 
adjacentes. 
 
Invasão tumoral: duodeno, pâncreas, colon transverso, 
vias biliares (causando icteria). 
→ PET/TC: não é essencial 
 
Classificação de Borrman é disponível pela endoscopia, 
relacionado com a suspeita de malignidade da lesão. 
ESTADIAMENTO: linfonodos locorregionais são os 
linfonodos perigástricos. Quantidade mínima de 
linfonodos para retirar do pN é 16, amostra linfonodal 
ampla no CA gástrico é um dado importante se for 
adenocarcinoma. 
ypTNM significa que pcte fez tratamento neoadjuvante 
antes de operar. 
@bene.med 
 
TRATAMENTO 
Tem que englobar cirurgia de gastrectomia, sendo 
parcial, sub-total ou total, e depende da localização do 
tumor dentro do estomago 
→ Quando proximal: faz gastrectomia total junto 
com esofagectomia distal pra margem de 
segurança 
→ Quando tumor de corpo: pode fazer uma 
gastrectomia sub-total. 
Quanto mais distal, mais conservadora. 
 
Reconstrução mais utilizada é a Y de Roux. 
DISSECÇÃO LINFONODAL: não existe D0. 
→ D1: linfonodos da pequena e grande curvatura 
→ D2: linfonodos do D1 + artéria gástrica 
esquerda, artéria celíaca e artéria esplênica. É 
a cirurgia ideal. 
→ D3: D2 + linfonodos do ligamento 
hepatoduodenal + cabeça de pâncreas + raiz 
do mesentério do delgado. Cirurgia mais 
mórbida, não é realizada de rotina, faz quando 
tem invasao tumoral, é uma cirurgia de 
exceção. 
 
Quando caracteriza com R, que significa como 
ressecção, depende se sobrou margem. R0 não tem 
margem, R1 tem margem microscópica. 
QUIMIOTERAPIA: envolve uso de 5FU, pode ser 
adjuvante ou neoadjuvante sempre em T3. 
RADIOTERAPIA: tenta-se evitar, pode ser adjuvante ou 
paliativa. Pode trazer muita toxicidade. 
 
Melhor esquema de quimioterapia é perioperatória 
(esquema sanduíche), sendo antes e depois, 
comprovado com o MAGIC TRIAL (comparou quem fez 
e quem não fez nenhuma quimio). 
 
OVERALL SURVIVAL pegou os resultados do MagicTrial 
e mudou o medicamento pro FLOT4, pois é um 
remédio menos toxico. 
Faz quimio paliativa quando o paciente é metastático, 
faz pesquisa de HER2 (10% expressam essa proteína) e 
PDL1. Precisa de 8 fragmentos de biópsia pra pesquisar 
HER2.

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