Prévia do material em texto
Landria - Medicina - UNIFG Habilidades Médicas Fechamento do módulo de cardiologia. 1. Simulação (Pericardite) - Quais são as alterações do ecg sugestivo de pericardite ? - Saber critérios, diagnóstico, quadro clínico e conduta da pericardite. 2. Simulação (Angina estável) - Caracterizar a angina estável, instável, típica, atípica. - Determinar as classes funcionais da angina e os métodos diagnósticos 3. Simulação (Ins.Cardiaca) - Determinar as etiologias mais prevalentes em IC - Entender a classificação da IC 4. Simulação (Taquiarritimia) - Identificar FA no eletro e critérios de sobrecarga VE. - Elucidar as condutas entendendo seu algoritmo frente as principais arritmias RESUMO : PERICARDITE Quais são as alterações do eco sugestivo de pericardite ? As alterações no ECG associadas à pericardite incluem: 1. Supra do segmento ST: É a alteração mais comum no ECG em pacientes com pericardite. A elevação do segmento ST pode ocorrer em várias derivações do ECG e é mais comumente observada nas derivações precordiais (V1-V6). A elevação do segmento ST pode ser difusa ou localizada e é geralmente transitória, durando alguns dias a semanas. 2. Infra do segmento PR: Alguns pacientes com pericardite podem apresentar infradesnivelamento do segmento PR no ECG. Esta alteração é conhecida como "sinal de Spodick" e é observada principalmente na derivação II. 3. Inversão da onda T: A inversão da onda T é uma alteração comum no ECG em pacientes com pericardite. É mais f r e q u e n t e m e n t e o b s e r v a d a n a s derivações precordiais (V1-V6) e pode ser transitória ou persistente. 4. Alterações do complexo QRS: Alterações do complexo QRS, incluindo alargamento, fragmentação e morfologia anormal, podem ser observadas em alguns pacientes com pericardite, mas são menos comuns do que as alterações descritas acima. - Saber agentes etiológicos, critérios, diagnóstico, quadro clínico e conduta da pericardite. Os agentes etiológicos podem variar, sendo a pericardite viral a causa mais comum. Outras causas incluem infecções bacterianas, fúngicas ou parasitárias, doenças autoimunes, trauma torácico, infarto agudo do miocárdio, insuficiência renal e câncer. 1 Landria - Medicina - UNIFG Os critérios diagnósticos para pericardite aguda incluem dor torácica pleurítica, que piora com a inspiração profunda e melhora com a posição sentada, febre, fricção pericárdica auscultada no exame físico e elevação do segmento ST no ECG. Outros achados que podem estar presentes incluem dor abdominal, tosse, dispneia e sintomas de insuficiência cardíaca. O diagnóstico da pericardite é feito com base na história clínica, exame físico, ECG e exames de imagem, como ecocard iograma. O ECG é uma ferramenta útil para o diagnóstico, pois a maioria dos pacientes com pericardite aguda apresenta elevação do segmento ST em duas ou mais derivações contíguas. O ecocardiograma pode mostrar espessamento do pericárdio e acúmulo de líquido no espaço pericárdico. O quadro clínico da pericardite pode variar de leve a grave, dependendo da causa subjacente e da gravidade da inflamação. Os sintomas incluem dor torácica, que pode ser descrita como aperto, pressão ou queimação, e pode irradiar para o pescoço, ombros ou costas. A dor piora com a inspiração profunda e pode ser aliviada pela posição sentada. Outros sintomas incluem febre, fadiga, falta de ar, tosse e palpitações. O tratamento da pericardite depende da causa subjacente e da gravidade da inflamação. Na maioria dos casos, a pericardite viral é autolimitada e não requer t ra tamento especí f ico. O tratamento da pericardite inclui o uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para aliviar a dor e reduzir a inflamação. Em casos graves, pode ser necessário drenar o fluido do espaço pericárdico ou usar corticosteroides. Em casos de pericardite recorrente ou persistente, pode ser necessário realizar uma pericardiectomia, que é a remoção cirúrgica do pericárdio. DAC - ANGINA - Caracterizar a angina estável, instável, típica, atípica. Classificação qualitativa é utilizada para definir uma angina em típica, atípica, não anginosa. 1. Dor ou desconforto torácico subesternal 2. Dor provocado por esforço ou emoção 3. Aliviada pelo repouso e/ou nitrato em poucos minutos. Angina típica: 3 critérios, Angina atípica 2 critérios, Dor não anginosa 0-1 critério. Enquanto que uma angina estável é o tipo mais comum de angina e ocorre quando há um estreitamento gradual das artérias coronárias que fornecem sangue ao coração. Esse estreitamento pode ser causado por doença arterial coronariana, acúmulo de placas nas artérias ou outros fatores. A angina estável geralmente é desencadeada por atividades físicas ou estresse emocional e apresenta sintomas semelhantes a uma sensação de aperto, pressão ou desconforto no peito. A dor geralmente desaparece com o repouso ou o uso de nitrato. Por outro lado, a angina instável é uma forma mais grave e potencialmente perigosa de angina. Ela ocorre quando há uma ruptura em uma placa de gordura nas artérias coronárias, o que pode levar à formação de um coágulo sanguíneo que pode bloquear completamente o fluxo sanguíneo para o coração. A angina instável pode ocorrer em repouso, sem aviso prévio, e geralmente é um sinal de que um ataque cardíaco pode estar ocorrendo. Os 2 Landria - Medicina - UNIFG sintomas da angina instável podem incluir dor no peito que é mais intensa, dura mais tempo e não é aliviada com o repouso ou o uso de medicamentos para aliviar a dor. - Determinar as classes funcionais da angina e os métodos diagnósticos Classe funcional a classificação da Canadian Cardiovascular Society (CCS), que divide a angina em quatro classes: Classe I: angina ocorre apenas durante atividades físicas extenuantes e prolongadas, como correr ou subir escadas íngremes. A dor no peito é leve e de curta duração, e não limita as atividades diárias do paciente. Classe II: angina ocorre durante atividades físicas moderadas, como caminhar rápido ou subir escadas normais. A dor no peito é mais intensa e de duração mais longa do que na classe I, e pode limitar as atividades diárias do paciente. Classe III: angina ocorre durante atividades físicas leves, como caminhar em superfícies planas ou subir escadas curtas. A dor no peito é intensa e pode se espalhar para os braços, pescoço, mandíbula ou costas. A angina da classe III pode limitar significativamente as atividades diárias do paciente. Classe IV: angina ocorre mesmo em repouso ou durante atividades físicas leves, e pode ser intensa e prolongada. A dor no peito é incapacitante e pode ser acompanhada de falta de ar, suor frio ou náusea. A angina da classe IV é considerada uma emergência médica e requer atenção imediata. Os métodos diagnósticos contam com Eletrocardiograma (ECG): um exame que mede a atividade elétrica do coração, e pode mostrar se o paciente está tendo um ataque cardíaco ou se há outros sinais de doença cardíaca. Teste ergométrico: um exame em que o paciente caminha ou corre em uma esteira enquanto seu coração é monitorado. Esse teste pode ajudar a identificar a presença de angina induzida pelo esforço. Teste de imagem do coração: incluem a cintilografia miocárdica e a tomografia por emissão de pósitrons (PET), que utilizam imagens do coração para avaliar o fluxo sanguíneo e a presença de áreas danificadas ou mal irrigadas. Angiografia coronariana: um exame invasivo em que um cateter é inserido em uma artéria e um contraste é injetado para visualizar as artérias coronárias e identificar a presença de estreitamentos ou bloqueios. Os exames estratificadores são: Teste de esforço: um exame em que o paciente caminha ou corre em uma esteira enquanto seu coração é monitorado. Esse teste pode ajudar a identificar a presença de angina induzida pelo esforço e avaliar a capacidade do coraçãode responder ao exercício. Cintilografia miocárdica: um exame que utiliza uma substância radioativa injetada na corrente sanguínea para avaliar a circulação sanguínea do coração e identificar áreas de má irrigação. Tomografia computadorizada (TC) cardíaca: um exame que utiliza raios-X para criar imagens detalhadas do coração e das artérias coronárias, podendo ajudar a identificar a presença de estreitamentos ou bloqueios. Ressonância magnética cardíaca: um exame que utiliza um campo magnético para criar imagens detalhadas do coração e das artérias coronárias, podendo ajudar a identificar áreas de má irrigação e avaliar a função cardíaca. Angiografia coronariana: um exame invasivo em que um cateter é inserido em uma artéria e um contraste é injetado para visualizar as artérias coronárias e identificar a presença de estreitamentos ou bloqueios. 3 Landria - Medicina - UNIFG INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Determinar as etiologias mais prevalentes em IC insuficiência cardíaca pode ser causada por uma variedade de condições subjacentes que afetam o coração e sua capacidade de bombear sangue efetivamente. Algumas das etiologias mais prevalentes incluem: Doença arterial coronariana: a obstrução das artérias coronárias que fornecem sangue ao coração pode levar a danos no músculo cardíaco e insuficiência cardíaca. Hipertensão arterial: a pressão arterial elevada crônica pode levar a um espessamento e rigidez das paredes das artérias, aumentando a carga de trabalho do coração e levando a insuficiência cardíaca. Doenças valvares: doenças que afetam as válvulas cardíacas, como estenose aórtica ou insuficiência mitral, podem levar a um aumento da pressão nas câmaras cardíacas e à insuficiência cardíaca. Miocardiopatias: doenças que afetam o músculo cardíaco, como a cardiomiopatia dilatada, podem levar a uma redução da capacidade de bombeamento do coração e insuficiência cardíaca. Arritmias cardíacas: alterações no ritmo cardíaco, como a fibrilação atrial, podem levar a uma redução na eficácia da contração cardíaca e insuficiência cardíaca. Doenças pulmonares: condições pulmonares crônicas, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), podem levar a um aumento da res i s tênc ia nas a r té r ias pu lmonares , aumentando a carga de trabalho do coração e levando a insuficiência cardíaca. Diabetes: a diabetes mal controlada pode levar a lesões nas paredes dos vasos sanguíneos, aumentando a probabilidade de doença arterial coronariana e insuficiência cardíaca. - Entender a classificação da IC A insuficiência cardíaca (IC) pode ser classificada de acordo com a sua gravidade e s in tomas, comumente u t i l i zando-se a classificação da New York Heart Association (NYHA), que é baseada na capacidade funcional do paciente: Classe I (IC leve): o paciente não apresenta limitação nas atividades físicas habituais e não sente sintomas em repouso. Classe II (IC leve a moderada): o paciente apresenta leve limitação nas atividades físicas habituais e não sente sintomas em repouso. Classe III (IC moderada a grave): o paciente apresenta limitação significativa nas atividades físicas habituais e pode sentir sintomas em repouso. Classe IV (IC grave): o paciente apresenta incapacidade completa para realizar qualquer atividade física e pode ter sintomas mesmo em repouso. Além da classificação NYHA, também é comum utilizar a classificação da American College of Cardiology/American Heart Association (ACC/ AHA), que leva em consideração a presença de fatores de risco e evidências de lesão cardíaca estrutural ou funcional: -Estágio A: pacientes de risco, sem lesão cardíaca estrutural ou sintomas de IC. -Estágio B: pacientes com lesão cardíaca estrutural, mas sem sintomas de IC. -Estágio C: pacientes com lesão cardíaca estrutural e sintomas de IC. -Estágio D: pacientes com IC avançada e sintomas graves, mesmo com tratamento máximo. ARRITMÍAS - Identificar FA no eletro e critérios de sobrecarga VE. 4 Landria - Medicina - UNIFG A fibrilação atrial é uma arritmia cardíaca comum, que pode ser identif icada no eletrocardiograma (ECG) por meio de certos padrões. Os seguintes critérios ajudam a identificar a fibrilação atrial no ECG: - Ausência de ondas P: as ondas P são geralmente visíveis no ECG e representam a contração dos átrios. Na fibrilação atrial, as ondas P estão ausentes e são substituídas por uma atividade elétrica caótica. Frequência cardíaca irregular: A fibrilação atrial resulta em uma frequência cardíaca irregular e rápida, que pode variar de acordo com a gravidade da arritmia. - Ondas F: as ondas F são ondas atriais caóticas que podem ser vistas no ECG durante a fibrilação atrial. - QRS estreito: o complexo QRS geralmente é estreito na fibrilação atrial, o que significa que a condução elétrica pelos ventrículos está normal. Além disso, a sobrecarga ventricular esquerda pode ser identificada no ECG por meio dos seguintes critérios: - Ondas R altas em V5 e V6: isso indica que há aumento da atividade elétrica no ventrículo esquerdo nessas derivações. - Ondas S profundas em V1 e V2: isso sugere que há um desvio do eixo elétrico para a esquerda. - Ondas Q em V5 e V6: a presença de ondas Q pode indicar uma perda de atividade elétrica no ventrículo esquerdo, o que pode ser um sinal de infarto do miocárdio anterior. - Alterações no segmento ST-T: essas alterações podem ser vistas no ECG quando há sobrecarga ventricular esquerda e podem indicar isquemia miocárdica ou hipertrofia ventricular esquerda. - Elucidar as condutas entendendo seu algoritmo frente as principais arritmias As arritmias são perturbações no ritmo do coração, podendo ser classificadas em várias categorias. A seguir, apresentamos as principais arritmias e suas condutas: - Fibrilação atrial: é uma arritmia caracterizada por batimentos irregulares e rápidos dos átrios. As principais condutas são o controle da frequência cardíaca e o uso de anticoagulantes para prevenir o risco de formação de coágulos. - Taquicardia ventricular: é uma arritmia que se origina nos ventrículos, e pode ser tanto sustentada quanto não sustentada. A conduta inicial é a cardioversão elétrica, seguida da administração de medicamentos antiarrítmicos. - Bradicardia sinusal: é uma arr i tmia caracterizada pela diminuição da frequência cardíaca. A conduta varia de acordo com a gravidade do quadro, podendo incluir a administração de medicamentos para aumentar a frequência cardíaca ou a implantação de um marcapasso. - Bloqueio atrioventricular: é uma arritmia que ocorre quando o impulso elétrico do átrio não chega aos ventrículos. A conduta depende da gravidade do quadro, podendo incluir o uso de medicamentos ou a implantação de um marcapasso. - Flutter atrial: é uma arritmia caracterizada por batimentos rápidos e regulares dos átrios. A conduta inclui o controle da frequência cardíaca e a cardioversão elétrica em casos mais graves. - Fibrilação ventricular: é uma arritmia grave que pode levar à parada cardíaca. A conduta inicial é a des f i b r i l ação e l é t r i ca , segu ida da administração de medicamentos antiarrítmicos. O controle da frequência cardíaca é uma das condutas mais utilizadas no tratamento de arritmias, especialmente na fibrilação atrial. Algumas das estratégias mais comuns incluem: 5 Landria - Medicina - UNIFG Uso de medicamentos betabloqueadores, como o metoprolol e o carvedilol, que diminuem a frequência cardíaca, reduzindo a sobrecarga no coração. Uso de bloqueadores dos canais de cálcio, como a verapamil e o diltiazem, que diminuem a condução dos impulsos elétricos no coração, reduzindo a frequência cardíaca. Uso de medicamentos antiarrítmicos, como o amiodarona, que além de controlar a arritmia, também pode ajudar a reduzir a frequência cardíaca. Cardioversão elétrica, que consiste em aplicar uma corrente elétrica no coração para interromper a arritmiae normalizar o ritmo cardíaco. Ablação por cateter, que é um procedimento minimamente invasivo para destruir pequenas áreas de tecido no coração responsáveis pela arritmia 6