Buscar

[anotação] Doenças Reprodutivas em Suínos - Brucelose, Leptospirose e Síndrome MMA

Prévia do material em texto

Clínica de Aves e Suínos 
 
Doenças Reprodutivas em 
Suínos 
28/05/2020 
 
Gestação de Suínos: 3 meses, 3 
semanas e 3 dias 
 
Brucelose 
Para suínos ainda não existe vacina 
Notificação obrigatória 
 
Definição 
Zoonose causada pela bactéria 
Brucella suis. Pode ocorrer em 
qualquer período da prenhez 
causando desordens reprodutivas 
como aborto, principalmente no terço 
inicial da gestação (caso seja na 
cobertura), pois nesse caso a 
infecção pode ocorrer em qualquer 
período conforme a data de infecção, 
endometrite, descarga vulvar e 
infertilidade 
 
Aborto no terço final da gestação é a 
cara da Brucella. 
 
Etiologia 
• A Brucella suis é patogênica 
para humanos e suínos 
• Existem 5 biotipos, mas para 
os suínios são os tipos 1 e 3. 
• Mas pode ser outros tipos de 
Brucella também, como 
melitensis, canis, neotomae, 
abortus. 
• São sensíveis a desinfetantes 
comuns 
 
Epidemiologia 
• Leitões de 4-5 meses de 
idade. Os mais jovens ainda 
têm imunidade do colostro 
• Morbidade: 50-80% 
• Mortalidade: menor taxa em 
adultos 
• Machos sem exame prévio 
são muito comuns de 
transmitirem 
• Maior susceptibilidade: 
animais de 8-10 meses 
(puberdade) 
• Reservatórios: lebre, suíno 
doméstico e selvagem 
• Doença ocupacional, ou seja, 
contraímos através da 
execução do trabalho. 
Veterinários, profissionais de 
abatedouros 
• No Brasil a infecção é menor, 
mas não está erradicada 
 
Transmissão 
• Fômites, 
• Via orofecal (água e alimento 
contaminado) 
• Via genital (principal) 
 
 
Patogenia 
A brucella entra no epitélio/mucosa e 
migra para os gânglios linfáticos 
regionais, causando bacteremia 
intermitente (altos e baixos). Isso 
causa febre 
 
Essa bacteremia causa aborto. Se 
não tiver prenha, não observa nada. 
 
Sinais Clínicos 
• Aborto em +/- 35D de prenhez 
• Se for bem inicial, retorna ao 
cio. Ou seja, a quantidade de 
retorno ao cio é algo se 
prestar atenção 
• Leitoa vazia causa 
endometrite/ciclo estral 
irregular 
• Rebanho: abortos, 
infertilidade, orquite, paralisia, 
claudicação 
• Leitões: espondilite e paralisia 
dos membros pélvicos 
 
Diagnóstico 
• Sorológico 
• Isolamento e cultura 
• PCR 
• Triagem de rebanho. Se for 
positivo, tem que eutanasiar 
 
Controle 
• GRSC: são granjas livres. 
Granja reprodutora de suínos 
certificados. 
• Positivo: notificação 
obrigatória e sacrifício de todo 
o plantel. Vazio de 3 meses 
• Machos: o teste sorológico 
deles é feito semestralmente. 
• Vazio sanitário seguido de 
desinfecção 
• Não tem vacinação 
 
 
Leptospirose 
 
 
Definição: 
Doença infecciosa caracterizada por 
transtornos reprodutivos como 
abortos, natimortos, fetos 
mumificados e nascimento de leitões 
fracos, que não sobrevivem. 
 
Bactéria espiroqueta. Ela consegue 
adentrar na pele mesmo estando 
íntegra. 
 
Etiologia 
Leptospira interrogans (patogênica) 
Leptospira biflexa (saprófita. 
Putrefação, etc) 
Ambas são espiroquetas 
Vários sorovares patogênicos: 
Pomona, Incterohaemorragea, 
Canicola, Copenhageri, 
Gryppotyophosa, Bratislava 
 
Epidemiologia 
O rato é o reservatório. Se ele está 
contaminado, urina por ali. 
 
• Urina contaminada: 30-60 
dias após a infecção 
eliminando essa leptospira no 
ambiente. 
• Suíno também é reservatório 
• Muito tempo em bacteremia, 
mas sem sinal clínico 
• 20-30 dias após a infecção é 
onde ocorre a maior 
eliminação de espiroquetas 
• +/- 1 ano depois, a urina ainda 
se mantém contaminada 
• Roedores e animais silvestres 
são portadores, mas não 
adoecem em si 
• Água empoçada (pH 7,2-8) é 
ótima para a manutenção da 
leptospira 
Patogenia 
O animal entra em contato com o 
material infectado 
A bactéria entra no organismo 
Se multiplicam por 5 dias 
Apresenta febre devido a bacteremia 
A bactéria se instala no fígado/rins 
10 dias de infecção ocorre ATC, 
FAGOCITOSE 
Se abrigam nos rins e elimina na 
urina 
 
Leptospiremia na fêmea: as 
espiroquetas se desenvolvem no 
tecido fetal 
 
Sinais Clínicos: Existe a forma 
aguda ou crônica 
 
Forma aguda 
• Prostração 
• Anorexia 
• Elevação de temperatura 
• Se recupera em 1-2 semanas 
 
Crônica 
• Aborto no terço final 
• Natimorto 
• Leitão fraco 
• Retorno ao cio 
• Infertilidade 
 
Lesões 
Macroscópicas 
• Lesões renais – nefrite 
intersticial - Focos brancos e 
acinzentados 
• Gânglio renal edemaciado e 
hemorrágico 
• Líquido sanguinolento nas 
cavidades 
 
Diagnóstico 
Aglutinação em soro 
Titulação 
PCR 
 
Controle 
• Combater roedores 
• Hábitos de higiene 
• A vacina tem que ser voltada 
para o sorovar que é 
endêmico da região. É uma 
resposta humoral e específica 
para esse determinado 
sorovar 
 
Tratamento 
• ATB: 
diidroestreptomicina/oxitetraci
clina (terramicina) 
• Tratar rebanho 
 
 
Síndrome Mastrite Metrite 
Agalaxia – MMA 
 
Conceito 
Enfermidade mais comum nos 
períodos de temperatura mais alta, 
em maternidades com higiene 
deficiente ou com excesso de 
umidade. Em granjas onde não se 
pratica o sistema all in all out e/ou 
com vazio sanitário ineficiente 
 
• Ocorre em porcas após o 
parto 
• É causada por bactérias (E. 
coli ou Streptococcus sp) ou 
toxinas da E. coli 
 
Aparece quando há: 
• Alteração de manejo 
• Rotatividade muito grande na 
maternidade 
• condições insatisfatórias de 
higiene etc. 
 
 
 
 
Etiologia 
• multifatorial 
• E. coli ou Streptococcus sp. 
São as principais 
responsáveis 
• Mas também podem ser 
outras bactérias gram 
negativas, como 
Staphylococcus, Klebsiella... 
todas as que já estão lá no 
ambiente podem agir 
• Sintomas isolados ou juntos 
 
Patogenia 
Complexa 
O que acreditam: bactérias que 
estão no ambiente adentram no 
útero e a proliferação promove a 
liberação de toxinas que vão para a 
corrente sanguínea, afetam glândula 
mamária e causam mastite. 
 
A mastite está correlacionada a 
ausência de lactação também, caso 
seja uma mastite muito severa. 
 
Também se acredita que a E. coli já 
está no organismo e se prolifera. 
 
“Endotoxinas lipopolissacarídeas, 
constituintes da porção da parede 
celular de todas as bactérias gram 
negativas, exercem papel em alguns 
casos. Talvez essas toxinas sejam 
facilmente absorvidas a partir da 
glândula mamária e pelo útero, mas 
não pela vagina. Também são 
responsáveis por produzir grande 
variedade de alterações 
cardiovasculares e imunológicas. As 
endotoxinas LPS também suprimem 
a produção de prolactina pela 
hipófise anterior, diminuindo a 
circulação de hormônios 
tireoidianos. 
 
 
Sinais clínicos 
• Nas porcas paridas: 
sintomatologia tríplice 
(inflamação do útero, da 
mama e parada do leite) 
• Pode ocorrer 8-70 horas pos 
parto 
• Febre de 42 graus 
• Respiração superficial 
acelerada (dispneia) 
• Taquicardia 
• Agalaxia 
• Leite com característica 
alterada, característica de 
pus. Presença de grumos ou 
coágulos 
• Em leitões há diarreia 
• Corrimento vulvar com odor 
fétido 
• Perda de leitões por não 
mamarem 
• Leitões desorientados, 
vocalizando, andando 
desordenadamente, 
hipotérmicos, enfraquecidos, 
desidratados, pelo seco, 
arrepiado, hipoglicêmicos. 
 
Tratamento 
• Transferir os leitões para um 
ambiente seco, limpo e 
aquecido com escamoteador 
(32 graus) 
• Estimular o início das 
mamadas e colostro 
• Para evitar hipoglicemia: 10ml 
de soro glicosado a 10% 
intraperitoneal BID por 3 dias 
• Se não resolver, transfere os 
leitões 
• Vitamina ADE injetável e 
antibioticoterapia para os 
leitões 
• Manejo nutricional, limpeza 
 
 
Controle 
• Rever os níveis de fibra na 
ração, principalmente no 
período de lactação. Isso 
pode favorecer a proliferação 
dessas bactérias 
• Evitar mudança brusca de 
ração 
• 3kg de bicarbonato para cada 
tonelada de ração, 
especialmente na lactação,para alcalinizar o sangue e 
diminuir a chance de surto de 
MMA. 
• Em matrizes, já pode tratar 
previamente quando está 
chegando o verão 
Oxitetraciclina 95%, 300g/ton por 7 
dias entre 112 dias de gestação, até 
5-6 dias pós parto 
• Cuidados na baia 
maternidade 
• Promover massagem com 
óleo morno 
• Esgotar o leite 
• Aplicar ocitocina injetável 
• Gluconato de cálcio a 20% 
• Antiemético (maxicam) 
• Antibiótico ceftiofur sódico 
1mg/kg PV 
• Antitóxicos e protetores 
hepáticos, vitamina ADE 
injetável

Continue navegando