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NEUTROPENIA FEBRIL DEFINIÇÃO • Queda abrupta de neutrófilos = polimorfonucleares (formas maduras) + bastões (formas jovens imaturas) • Neutrófilos são fundamentais na imunidade primária • Baixa contagem de neutrófilos → abaixo de 1500 células/mm3 • Febre: temperatura > 38,3 ou > 38 persistente por mais de 1 hora • Neutrófilos = bastões (formas jovens) + segmentados (forma madura) • Neutropenia febril = < 500 neutrófilos ou < 1000 com previsão de queda para menos de 500 nas próximas 24 horas • Neutropenia grave quando neutrófilos estão abaixo de 100 cel/mm3 CONSIDERAÇÕES • Essa queda nos neutrófilos é temporária e em consequência do tratamento • Dessa forma, o paciente apresenta maior risco de desenvolver infecção e infecções de maior severidade • Neutropenia → neutrófilos < 1500 cel/mcl EPIDEMIOLOGIA • Mais comum de acontecer em tumores hematológicos • O principal tipo de infecção que acomete o paciente é da própria flora endógena • O foco infeccioso é detectado na minoria dos casos apenas • Atualmente, os agentes mais comuns são bactérias gram positivas como Staphylococcus epidermidis (menor virulência) e Staphylococcus aureus (causa infecções mais graves) • Mortalidade é maior pelo gram-negativo – especialmente Klebsiella e pseudomonas • Fungos apesar de ser mais raro, também podem causar infecções, especialmente a Candida e Aspergillus → suspeita-se quando é um quadro mais arrastado • Vírus mais comuns → HSV1 e HSV2, herpes zoster e outras herpes viroses humanas – ocorrem por reativação viral • Não é comum neutropenia febril por fungos ou vírus → ocorre quando quimioterapias causam neutropenia por mais de 20 dias por exemplo • Fungo mais frequente é Candida → normalmente deve usar antifúngico que pegue aspergilose FISIOPATOLOGIA • A quimioterapia não é seletiva • A quimioterapia atua em células com alto turn over além das células tumorais, ou seja, atua nas células da MO, bulbo capilar e mucosa • Sendo assim, a quimioterapia causa efeito citotóxico especialmente em neutrófilos • Efeito da quimioterapia no sistema imune e na barreira mucosa + alterações na imunidade do paciente relacionadas a neoplasia de base = favorecem infecção • Ocorre: neutropenia, alterações na função do neutrófilo e translocação bacteriana QUADRO CLÍNICO • Paciente com febre + quimioterapia há menos de 6 semanas • Pode ou não apresentar sintomas infecciosos • Ou febre somente • Paciente com essa história = realizar hemograma • Tempo de inicio do tratamento modifica mortalidade • Mesmo na ausência de febre, alguns pacientes neutropênicos necessitam de tratamento antimicrobiano empírico, caso mostrem sinais de infecção (dispneia, hipotermia, hipotensão arterial) • Em neutropênicos a febre costuma ser o único sinal de infecção no início do quadro Mucosite = pode causar translocação bacteriana no intestino AVALIAÇÃO • Anamneses e exame físico completo • Procurar por cateter de longa permanência • Avaliar história de colonização prévia • Além do hemograma, solicitar hemocultura (2 pares de sírios diferentes), função hepática e renal • Se cateter de longa permanência – coletar hemocultura do cateter • Pode-se coletar urocultura se sintomas urinários e RX de tórax se sintomas respiratórios • Se diarreia, pesquisar Clostridium difficile • Existem escores para classificar em alto e baixo risco → MASCC • Não realizar toque retal caso tenha queixa – não faz atividades invasivas • Pesquisar dor e eritema • EDA e broncofibroscopia tem risco baixo de bacteremia e podem ser realizados se indicados TRATAMENTO EMPÍRICO INICIAL • Iniciar antibiótico em até 60 minutos da chegada do paciente • Cuidar pseudomonas, estreptococos, stafilococcos → cobrir • Fazem cobertura de pseudomonas: cefepime, piperacilina-tazobactan e carbapenêmicos • Quando associar vancomicina (cobre GRAM+)? Instabilidade hemodinâmica, cultura prévia com gram +, infecção cutânea ou de cateter venoso central, mucosite grave e em casos de pneumonia • Alto risco: monoterapia com beta-lactâmico e associar Vancomicina se algum caso específico • Baixo risco: terapia dupla com ciprofloxacino + amoxacilina-clavulanato ou apenas ciprofloxacina • Iniciar antibiótico em dose plena 2g de 8/8 horas Drogas antipseudomonas • Penicilinas: ticarcilina e piperacilina • Fluoroquinolonas: ciprofloxacino e levofloxacino PERSISTÊNCIA DE FEBRE APÓS 48 HORAS • Internação • Faz cobertura para germes multirresistentes e antifúngicos • Se ulcera oral e odinofagia – tratar para candida e herpes simplex Antifúngico de escolha: anfotericina voriconazol e caspofungina Fluconazol somente se certeza de candida albicans QUANDO SUSPENDER O ANTIBIÓTICO? • Quando foco definido → faz o tempo necessário para a infecção • Quando foco não definido → afebril por pelo menos 48 horas e neutrófilos > 500 em 2 exames consecutivos Infecção de cateter venoso • Especialmente por exame físico • Na maioria dos casos retira cateter • Se deixar cateter = administrar antibiótico por seu lúmen SITUAÇÕES PLAUSÍVEIS DE TRATAMENTO AMBULATORIAL • Baixo risco • MASCC > 21 • Acesso a unidade de saúde • Acesso a telefone e transporte 24h/dia • Orientação + adesão ao tratamento • Reavaliação precoce (2 dias) • Ciprofloxacina + amoxacilina-clavulanato PRECAUÇÕES AMBIENTAIS • Higienização das mãos com álcool em gel • Barreiras de contato com máscara • Dieta de neutropênicos = cozidos e fervidos
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