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Geovana Sanches, TXXIV CÂNCER DE MAMA GLÂNDULA MAMÁRIA A glândula mamária é composta por tecido adiposo (gordura), tecido glandular (lóbulos) e pelo mamilo. A origem de uma neoplasia pode se dar em qualquer um desses locais. Drenagem linfática A drenagem linfática inicia-se na região axilar, prosseguindo para cadeia retropeitoral, subclavicular e supraclavicular. Antigamente, toda a cadeia axilar era retirada nos casos de câncer de mama, mas hoje em dia utiliza-se o linfonodo sentinela. Avaliação Algumas horas antes da cirurgia, aplica-se um radiofármaco para verificar quais são os 3 primeiros linfonodos que o recebem. A partir disso, os três são retirados e avaliados e, caso não haja comprometimento, o restante da cadeia não precisa ser retirado. EPIDEMIOLOGIA • Neoplasia mais comum nas mulheres • Segunda causa de morte por câncer o Primeira causa é CA de pulmão • Primeira causa em mulheres < 65 anos • Redução de mortalidade por câncer o EUA: 1,7% ao ano desde 1992 § instituição da mamografia o União europeia: 9,8% nos últimos 10 anos o Brasil: não houve queda na mortalidade por câncer de mama, tendo em vista que a mamografia é realizada de forma oportunista e não de rastreamento • Localização mais frequente: quadrante súperolateral o Prolongamento axilar o Maior quantidade de glândula mamária encontra-se nesse quadrante FATORES DE RISCO • Fatores relacionados à exposição prolongada ao estrogênio o Menarca precoce o Menopausa tardia o Nuliparidade o Primeita gestação > 30 anos o Idade mais avançada o Uso de ACHO o Terapia de reposição hormonal § Relacionado ao tempo de utilização • Uso regular de álcool • Histórico familiar Predisposição genética • < 10% casos de câncer de mama • BRCA1 e BRCA2 • Síndrome de Li-Fraumeni o mutação TP53 • Síndrome de Cowden o mutação PTEN Critérios para pesquisa de mutação BRCA1 e BRCA2 (NCCN) • Indivíduos com familiares com mutação conhecida nos genes BRCA1 e BRCA2 • História pessoal de câncer de mama e um ou mais dos seguintes critérios: o Diagnóstico < 45 anos o Diagnóstico < 50 anos, associado a um ou mais parentes próximos com câncer de mama diagnosticado < 50 anos e/ou câncer de ovário o Dois cânceres de mama primários sincrônicos ou metacrônicos sendo o primeiro deles < 50 anos o Diagnóstico em qualquer idade, associado a 2 ou mais parentes de 1º e 2º grau do mesmo lado da família com câncer de mama e/ou Geovana Sanches, TXXIV ovário/tubário/peritoneal em qualquer idade o Diagnóstico em qualquer idade, associado a câncer de mama masculino o História pessoal de câncer de ovário/tubário/peritoneal, em qualquer idade (além de câncer de mama) o Etnia judia Ashkenazi, independente da presença ou não de outros casos na família o História pessoal de câncer de ovário/tubário/peritoneal primário em qualquer idade o História pessoal de câncer de mama masculino • Apenas antecedente familiar se: o Parente em 1º ou 2º grau com qualquer dos critérios acima o Parentes de 3º grau com 2 ou mais parentes de 10 ou 2º grau do mesmo lado da família com câncer de mama e/ou câncer de ovário/tubário/peritoneal, sendo pelo menos um deles com diagnóstico < 50 anos RASTREIO Definição do risco A definição de risco é dada em baixo risco, intermediário risco e alto risco • Breast câncer risk tool o Modelo de Gail o Avalia principalmente os antecedentes pessoais, limitado quanto aos antecedentes familiares o Só pode ser utilizado para mulheres com mais de 35 anos • Claus o Enfoca majoritariamente os antecedentes familiares • BRCAPRO o Enfoca nos antecedentes familiares • Tyner-Cuzick o Mais completo, abrangendo mais informações sobre antecedentes familiares e pessoais Risco habitual (baixo risco) • < 15% de chance de desenvolver o câncer de mama • MMG anual a partir dos 40 anos até os 70 anos o Guideline da SBM o No Brasil (SUS/MS), a partir dos 50 anos • Após os 70 anos se expectativa de vida > 10 anos • USG das mamas pode ser associado Alto risco • > 20% de chance de desenvolver o câncer de mama • Geralmente com mutação envolvida • MMG e RNM anuais • A partir dos 25 anos • 5 anos mais nova que a familiar mais nova com câncer de mama Risco moderado • Não existe consenso • O rastreio geralmente é realizado igual ao alto risco Autoexame e exame físico das mamas Devemos ensinar a população a conhecer o seu corpo, realizando o autoexame das mamas, especialmente no Brasil que não há fácil acesso ao diagnóstico. Entretanto, o autoexame das mamas não substitui o exame físico. CLASSIFICAÇÃO Histopatológica Carcinoma invasivo não tipo específico (CDI) 70% Carcinoma lobular invasivo (CLI) 10 a 15% Câncer de mama inflamatório < 1% Tipos especiais • Carcinoma papilar • Carcinoma mucinoso • Carcinoma tubular • Carcinoma medular puro < 10% Molecular (Imunohistoquímica) Itens avaliados • Her2 o Negativo (+) Geovana Sanches, TXXIV o Duvidoso (++) § Para casos duvidosos, faz-se necessário pesquisa complementar com FISH o Positivo (+++) • Ki67: índice de proliferação celular o Quanto maior o índice, pior o prognóstico (mais agressivo) • Receptor de estrogênio (RE) • Receptor de progesterona (RP) Classificação Luminal A • 40 a 50% dos NTE • RE e/ou RP + • KI67 < 10% • Her2 negativo • Melhor prognóstico Luminal B • RE e/ou RP + • Ki67 > 14% • Her2 negativo Luminal B híbrido • RE e/ou RP + • Her2 positivo • Qualquer Ki67 Her-2 amplificado • 15% • RE e RP negativos • Her2+ • Qualquer Ki67 Basal Simile • RE e RP negativos • Her2 negativo • CK5/6+ e/ou EGFR+ • Qualquer Ki67 Triplo negativo • RE e RP negativos • Her2 negativo • CK5/6 e EGFR negativos • Qualquer Ki67 SINTOMAS DIAGNÓSTICO Core biopsy • Agulha grossa • Realizado em lesões maiores Nodulectomia (Lumpectomia) • Exérese da lesão + margem Setorectomia ESTADIAMENTO Exames solicitados • Rx tórax ou USG abdome e pelve o EC I ou IIA • TC tórax, abdome e pelve o a partir do EC IIB • Cintilografia óssea o todos EC • Exames laboratoriais gerais... o Entender como a mulher está em funções orgânicas, tendo em vista que o tratamento envolve drogas muito tóxicas • Marcador tumoral? o Não dá diagnostico o Serve para acompanhamento Sistema TNF • Tamanho (T) o T1: lesões até 2cm § 1a: até 0,5 cm § 1b: 0,5 a 1 cm § 1c: 1 a 2 cm o T2: lesões de 2 a 5 cm o T3: lesões maiores que 5 cm o T4: tumor acomete parede do tórax § 4d – carcinoma inflamatório emboliza os vasos linfáticos das mamas e rapidamente se dissemina • Linfonodos (N) o N1: linfonodo palpável móvel Geovana Sanches, TXXIV o N2: linfonodo aderido • Metástase (M) o M1: metástase a distância MODALIDADES DE TRATAMENTO Como escolher? • Sempre levar em conta a vontade do paciente • Tipo de tumor • Estadiamento da doença • Características biológicas do tumor • Presença de alvos para tratamento com drogas específicas • Características da paciente o Idade o Comorbidades o Performance status o Condições socioeconômicas (apoio familiar e social) Modalidades Cirurgia • Todas EC < IV o Pacientes metastáticas não são candidatas a cirurgia • Mactectomia radical o Ressecção da mama, drenagem linfática e m. peitoral maior e menor o Mortalidade em 5 anos § Sem tratamento: 100% § Mastectomia radical: 81% • Mastectomia total simples o Ressecção da glândula mamária (incluindo CAP), aponeurose do m. peitoral, preservando LFN axilares • Cirurgia conservadora o Deve ser realizada sempre que possível, desde que não haja comprometimento de sobrevida e chance de cura o Apresenta vantagens estéticas e psicológicas Indicações de mastectomia • Microcalcificações extensas e difusas • Impossibilidade de margens livres • Lesão muitogrande em relação ao volume da mama • Radioterapia torácica prévia • Cirurgia conservadora prévia • Pacientes portadoras de mutação (BRCA e outras) Abordagem da axila • Biópsia de linfonodo sentinela Quimioterapia • Alto risco de disseminação ou metastásicas o T. volumosos (T2) o N+ (linfonodos comprometidos) o Biologia tumoral (TN; Her2 +) o IAL (invasão angiolinfática) o Mulheres jovens • Pode ser EV ou oral • Inicialmente usada para doença metastática • 1976: provado o benefício da terapia adjuvante • Esquema CMF à antraciclinas e taxanos Indicações de quimioterapia neoadjuvante • Permitir menor radicalidade da cirurgia (mama/axila) • Avaliação in vivo da eficácia do tratamento • Informações prognósticas Indicações de quimioterapia adjuvante • Tumores volumosos • N+ • Biologia tumoral desfavorável (TN e Her- 2 positivo) • Invasão angiolinfática • Pacientes jovens Radioterapia • CC • Tumores volumosos • N+ Hormonioterapia • Todas RH+ • Metastático o Associação com outras drogas • Adjuvantes o Status menopausal Geovana Sanches, TXXIV o Tempo de duração (5 a 10 anos) • Neoadjuvante o Paciente consideradas inoperáveis Terapia alvo-molecular • Todas Her2+ • Outros alvos? Imunoterapia • Doenças metastáticas • Atezolizumab o Faz com que o sistema imunológico destrua o tumor ESTILOS DE TRATAMENTO Neoadjuvante • Hormonioterapia ou quimioterapia antes da cirurgia • Downstaging: o paciente realiza quimioterapia neoadjuvante para redução do tamanho do tumor, de preferência até desaparecimento da lesão Adjuvante • Hormonioterapia ou quimioterapia após a cirurgia Paliativo • Cirurgia? • Hormonioterapia ou quimioterapia o Por quanto tempo? SOBREVIDA CUIDADOS COM A PACIENTE • Sexualidade • Diálogo o Dividir medos e angústias • Tempo • Adaptações
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