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CONSTIPAÇÃO E HEMORROIDAS SOI IV | APG 07 - SISTEMA DIGESTÓRIO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: 1. Rever a morfofisiologia de reto e ânus; 2. Compreender a etiologia, epidemiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas, complicações e diagnóstico da constipação intestinal e das doenças hemorroidais. MORFOFISIOLOGIA DE RETO E ÂNUS ANATOMIA MACROSCÓPICA O reto é a última parte do intestino grosso e conecta o cólon sigmóide ao canal anal. Ele se inicia ao nível de S2-S3 e termina no períneo. O reto possui cerca de 12 a 16 cm de extensão e pode ser subdividido em três partes de acordo com a sua posição no peritônio: o terço proximal encontra-se intraperitonealmente, o terço médio retroperitonealmente e o terço inferior abaixo do diafragma pélvico e, portanto, extraperitonealmente. Morfologicamente o reto é similar ao restante do intestino grosso. Contudo, ele não possui tênias, haustrações, apêndices epiplóicos nem pregas semilunares. Achados característicos do reto são as três constantes dobras transversais (válvulas de Houston). A dobra retal média (válvula de Kohlrausch) é a mais forte e localizada a cerca de 7 cm do ânus. Tumores abaixo desta prega podem ser palpáveis durante o toque retal digital. A ampola retal (secção entre a válvula de Kohlrausch e a junção anorretal) é consideravelmente elástica e serve como reservatório durante a defecação. ANATOMIA MICROSCÓPICA Histologicamente o reto é similar ao restante intestino grosso, com sua estrutura usual: mucosa, submucosa, muscular e serosa/adventícia. É importante para a reabsorção de água e de eletrólitos das fezes e desempenha um papel importante no processo de defecação. FUNÇÃO O reto é a última parada antes das fezes serem eliminadas pelo canal anal. Similarmente ao cólon, eletrólitos são absorvidos (sódio, potássio, cloreto) e ingredientes alimentares não digeríveis são decompostos por bactérias anaeróbicas. As fezes são espessadas através da absorção de água e misturadas com muco. Além disso o reto é parte dos órgãos de continência e possui um importante papel no mecanismo de defecação. Se as fezes entrarem na ampola retal, que usualmente está vazia, são estimulados os receptores de elasticidade. A informação é transferida ao sistema nervoso central, dando ao indivíduo a vontade de defecar. Ele pode então decidir iniciar ou atrasar a defecação relaxando ou contraindo o músculo levantador do ânus e o músculo esfíncter anal externo. Entretanto o aumento da pressão na ampola leva a um crescente relaxamento involuntário dos músculos lisos corrugador da pele do ânus e esfíncter anal interno (reflexo inibitório retoanal), que é o motivo pelo qual reter fezes por um prolongado período envolve um “esforço” crescente. O reto suporta a defecação através de contração. Adicionalmente a pressão intra-abdominal é aumentada através de contração voluntária do diafragma e músculos abdominais (pressão abdominal). https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/peritonio https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/sistema-nervoso-central https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/diafragma 2 CONSTIPAÇÃO INTESTINAL A abordagem da constipação intestinal, ainda hoje, apresenta inúmeros desafios para o médico: • Os conceitos, nomenclaturas e classificações ainda não estão sedimentados; • Os métodos diagnósticos ainda têm de ser aperfeiçoados; • Em muitos casos as manifestações clínicas e a resposta ao tratamento podem ser influenciadas por fatores psicossociais; • As opções terapêuticas disponíveis ainda são insatisfatórias para um número significativo de pacientes. CONCEITO E DEFINIÇÃO A definição mais recente de constipação é baseada nos critérios de Roma III. Essa definição é baseada apenas em critérios clínicos, que incluem evacuações infrequentes e/ou dificultosas e/ou alterações na consistência das fezes (endurecidas ou em cíbalos). Além disso, de acordo com esses critérios, a constipação deve ser diferenciada da síndrome do intestino irritável com constipação. Essa diferenciação, embora nem sempre fácil, se faz principalmente pelos sintomas de dor ou desconforto no abdome que caracterizam a síndrome do intestino irritável. CRITÉRIOS DE ROMA III 1° DEVE CONTER UM DOS SEGUINTES SINTOMAS NOS ÚLTIMOS 3 MESES COM INÍCIO A PELO MENOS 6: 1. Esforço em pelo menos 25% das evacuações; 2. Fezes endurecidas ou em cíbalos em pelo menos 25% das evacuações; 3. Sensação de evacuação incompleta em pelo menos 25% das evacuações; 4. Sensação de obstrução ou bloqueio anorretal em pelo menos 25% das evacuações; 5. Manobras manuais para facilitar a defecação em pelo menos 25% das evacuações; 6. Menos de 3 evacuações por semana. 2° FEZES AMOLECIDAS RARAMENTE PRESENTES SEM USO DE LAXANTES 3° CRITÉRIOS INSUFICIENTES PARA A SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL A constipação intestinal pode ser classificada como secundária, quando se apresenta como um sintoma associado a vários fatores etiológicos, ou como funcional, quando não se encontra uma etiologia estrutural, metabólica ou farmacológica para explicar o quadro clínico. FATORES DE RISCO > Sexo feminino: Estudos populacionais mostram que a constipação é mais frequente no sexo feminino, com um predomínio de 1,5 a 3 vezes em relação ao sexo masculino. > Estilo de vida: Baixa ingestão de fibras: O papel das fibras da dieta na etiologia da constipação intestinal ainda não está bem estabelecido. Poucos estudos avaliaram o consumo de fibras pelos constipados. A maior parte deles não demonstrou diferenças em relação ao grupo-controle. Um estudo epidemiológico norte-americano demonstrou que mulheres que ingeriram menores quantidades de fibras (em média 7 g/dia) apresentavam um risco maior de constipação quando comparadas com aquelas que ingeriam uma média de 20 g de fibras/dia. O consumo de farelo de trigo (25 g/dia) associou-se à diminuição do tempo de trânsito colônico e ao aumento do peso fecal em voluntários não constipados e em pacientes constipados, embora os efeitos nos constipados tenham sido menores que os observados no grupo-controle. Outro estudo demonstrou que 85% dos constipados com trânsito colônico normal e sem alterações da motilidade anorretal melhoraram ou se curaram da constipação após a suplementação de fibras na dieta por pelo menos seis semanas. Em uma revisão recente da literatura, os autores concluíram que a baixa ingestão de fibras contribui para a constipação, mas não é necessariamente o único fator etiológico. Além disso, o aumento de fibras na dieta parece ser benéfico para um subgrupo de pacientes constipados. Ingestão inadequada de líquidos: Os estudos clínicos que investigaram o papel da ingestão de líquidos na constipação apresentam resultados conflitantes. A 3 avaliação de um grupo de idosos demonstrou correlação entre menor ingestão hídrica e constipação, mas outros autores não comprovaram essa associação. Os resultados também são contraditórios quanto aos efeitos do aumento da ingestão hídrica em pacientes constipados que fazem uso de suplemento de fibras. Segundo a opinião de vários autores, não existem evidências de que a constipação possa ser tratada com aumento da ingestão de líquidos, a menos que o paciente esteja desidratado. Baixo nível de atividade física: As revisões da literatura sobre a relação do sedentarismo com a presença de constipação intestinal consideram que ainda faltam estudos com metodologia adequada nesse tema. Sabe-se que a atividade física afeta a motilidade colônica. Além disso, estudos populacionais indicam uma menor frequência de constipação entre aqueles que praticam atividade física, embora uma relação causal direta entre os dois fatores não tenha sido estabelecida. Em idosos, a constipação parece estar relacionada com a diminuição da atividade física, porém, não como único agente causal, já que frequentemente existe a participação de outros fatores, como dieta inadequada, uso de medicamentos e depressão. Neste grupo, programas de tratamento usando uma abordagem multifatorial, que inclui o aumento da atividade física, parecem ser benéficos para otratamento da constipação. Em adultos jovens, o aumento da atividade física parece trazer benefícios aos quadros de constipação leve, mas não existem evidências de efeitos naqueles pacientes com constipação grave. Gravidez: Estima-se que 11 a 38% das mulheres grávidas apresentam constipação intestinal. Essa alteração parece estar relacionada com vários fatores, inclusive o aumento dos níveis de progesterona na gravidez, diminuição da atividade física e uso de suplementos com efeitos constipantes (exemplos: sulfato ferroso, cálcio). DIAGNÓSTICO > Avaliação clínica: Uma história clínica minuciosa e o exame físico completo, incluindo o toque retal, constituem os elementos mais importantes na abordagem inicial dos pacientes com constipação. Na anamnese é importante avaliar: – Os sintomas específicos da constipação, a forma das fezes, a frequência das evacuações e a época da vida em que esses sintomas se iniciaram. - O médico deve estar atento ao uso de medicamentos com efeitos constipantes, assim como à presença de doenças sistêmicas associadas à constipação. Não se pode esquecer de investigar a epidemiologia para doença de Chagas. Também devem ser buscados os sinais e sintomas de alarme, que podem indicar neoplasia - É importante ainda obter uma boa história alimentar, com o conteúdo de fibras da dieta, além de investigar mudanças recentes no estilo de vida, como a diminuição da atividade física e manifestações de depressão. O exame físico do abdome pode revelar algumas situações como: - Distensão, cólon palpável com fezes endurecidas ou massas sugestivas de neoplasia. - O toque retal pode revelar lesões da região anorretal e permite avaliar o tônus do esfíncter anal. > Exames laboratoriais e de imagem É consenso que, para a maior parte dos pacientes constipados, não é necessário solicitar uma bateria de exames laboratoriais e de imagem antes de iniciar o tratamento empírico. De acordo com as recomendações da Sociedade Americana de Gastroenterologia (AGA) publicadas em 2013, na ausência de outros sinais e sintomas acompanhando a constipação, deve ser solicitado apenas um hemograma completo para esses pacientes. Os autores não recomendam a realização rotineira de outros exames laboratoriais, como provas de função tireoidiana, dosagem de cálcio sérico e glicemia, a não ser quando a avaliação clínica for sugestiva de doenças orgânicas. A colonoscopia deve ser solicitada para os pacientes com os sinais de alarme já descritos anteriormente; para aqueles com mais de 50 anos que não foram submetidos a exames para rastreamento do câncer colorretal após o início da constipação e para pacientes com constipação refratária ao tratamento clínico. O enema opaco pode ser solicitado para os pacientes chagásicos com o objetivo de identificar o megacólon. Esse exame também pode ser solicitado nos casos de constipação intestinal refratária, pois fornece informações sobre as medidas e alterações anatômicas dos cólons que não são obtidas com a colonoscopia. > Testes funcionais para o estudo do trânsito colônico e da função anorretal: Considera-se que os testes funcionais devem ser solicitados nos casos de constipação refratária ao tratamento clínico convencional (fibras e laxantes). O raciocínio clínico baseia-se na identificação de duas condições principais: a evacuação obstruída ou a inércia colônica. Os principais testes funcionais são (sendo solicitados nessa ordem): - Manometria anorretal; - Teste de expulsão do balão; 4 - Defecografia; - Estudo do tempo de trânsito colônico. TRATAMENTO DOENÇAS HEMORROIDAIS A doença hemorroidária ocorre quando há congestão, dilatação e aumento dos corpos cavernosos do canal anal, formando grandes emaranhados vasculares, submucosos ou subcutâneos, fexíveis, que se enchem de sangue, fazendo os mamilos hemorroidários, os quais constituem os plexos hemorroidários interno e externo. • Plexo hemorroidário interno: localizado no espaço submucoso do canal anal, acima da linha pectínea (sentido proximal), é formado por uma rede de vasos sanguíneos calibrosos. É vascularizado pelos três ramos terminais da artéria retal superior, dois à direita (um anterior e outro posterior) e um lateral esquerdo. Drena para o sistema portal pela veia retal superior, tributária da veia mesentérica inferior. • Plexo hemorroidário externo: situado no espaço subcutâneo do canal anal, abaixo da linha pectínea (sentido distal), é vascularizado pelos ramos terminais das artérias retais inferiores. Drena para a circulação sistêmica (veia cava inferior), pelas veias retais inferiores, tributárias das veias pudendas e ilíacas internas. Por apresentarem anastomoses arteriovenosas, ambos comunicam-se entre si. A natureza da doença hemorroidária não é, ainda, completamente conhecida. Vários fatores etiopatogênicos são importantes, como: - Difculdade de esvaziamento sanguíneo do canal anal no ato defecatório, com congestão e dilatação dos corpos cavernosos. - Prolapso anormal do plexo hemorroidário, durante a evacuação, por deficiência de sua fixação pela musculatura longitudinal da submucosa (músculo de Treitz). - Excessivo esforço defecatório e/ou o endurecimento das fezes. R Presença das comunicações arteriovenosas, muito calibrosas, na submucosa do canal anal, facilitando o aumento e dilatação dos corpos cavernosos. - Hiperatividade do esfíncter anal interno do ânus com hipertonia ocasionando distensão dos corpos cavernosos. Na etiopatogenia da doença hemorroidária também devem ser considerados seus fatores desencadeantes e agravantes, aqueles com hábitos defecatórios errôneos, a constipação intestinal, o abuso de laxativos, a diarreia crônica, a gravidez (pelo aumento da pressão intra-abdominal), além da posição bípede do ser humano. Sua remissão é rara e, uma vez manifestada, sua evolução é progressiva sem um tratamento adequado. CLASSIFICAÇÃO A mais utilizada está relacionada com a localização do mamilo hemorroidário no canal anal e é denominada mamilo hemorroidário interno, externo ou misto. > MAMILO HEMORROIDÁRIO INTERNO É o situado acima da linha pectínea, na parte interna ou proximal do canal anal. Ele é subclassifcado de acordo com a presença ou ausência de seu prolapso pelo canal anal em: • Primeiro grau: o que não prolaba pelo canal anal quando da evacuação ou aos esforços (Figura 78.1). • Segundo grau: o que prolaba através do canal anal durante o esforço evacuatório, exteriorizando-se pelo ânus, porém, retorna espontaneamente quando cessado esse esforço (Figura 78.2). 5 • Terceiro grau: o o que prolaba à evacuação e/ou aos esforços e não retorna espontaneamente, necessitando ser recolocado digitalmente para o interior do canal anal (Figura 78.3). • Quarto grau: o mamilo interno permanentemente prolabado pelo canal anal, sem possibilidade de ser recolocado para o interior do canal anal. > MAMILO HEMORROIDÁRIO EXTERNO É o mamilo localizado abaixo da linha pectínea, no anoderma (porção externa ou distal do canal anal). Caracteriza-se por dilatações dos vasos subcutâneos do anoderma, formando abaulamento de consistência mole, indolor e, às vezes, de coloração vinhosa. > MAMILO HEMORROIDÁRIO MISTO Na existência concomitante de mamilos internos e externos, a doença hemorroidária é classificada de mista (Figura 78.4). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A enfermidade hemorroidária pode ser assintomática e só diagnosticada ao exame físico. Porém, a maioria dos enfermos apresenta diferentes sintomas e sinais, com vários graus de intensidade, como será visto a seguir. Sangramento: É o principal sinal, além de ser o mais frequente e, às vezes, o primeiro a se manifestar. O sangue pode ser observado somente no papel higiênico durante a higiene anal e/ou gotejando ou ocorrendo em jato no vaso sanitário durante e/ou imediatamente após a evacuação. Caracteriza-se pela sua cor vermelho rutilante (Figura 78.5). Está associado à passagem de fezes endurecidas pelo canal anal (as quais podem traumatizar o mamilo hemorroidário) ou ao tipo de higiene anal utilizado pelo paciente (p. ex., usode papel higiênico). Esse sangramento costuma ser intermitente e a principal causa da consulta médica. Ele é, em geral, esporádico e ocorre em crises curtas de dias, pouco volumoso e relacionado com a 6 evacuação. Essa perda sanguínea, discreta e contínua, quando frequente, pode acarretar anemia ferropriva. A enterorragia volumosa é rara na doença hemorroidária. É fundamental diferenciar esse sangramento originado da doença hemorroidária daquele ocasionado pelos tumores colorretais, pelas doenças infamatórias intestinais e pela fssura anal, por serem bastante similares. Prolapso: Caracteriza-se pela exteriorização do mamilo hemorroidário interno para fora do canal anal, durante o ato evacuatório ou durante as atividades físicas. Ele deve ser diferenciado da papila anal hipertrófca prolabada, do pólipo retal baixo que se exterioriza pelo canal anal e da procidência retal que se caracteriza pela protrusão de todas as camadas do reto para o exterior do ânus (no prolapso há apenas a exteriorização da mucosa retal). Exsudação perianal: Corresponde à umidade da pele perianal causada pela presença de muco nessa região, sobretudo decorrente da irritação da mucosa dos mamilos hemorroidários internos prolabados. Acompanha-se, em geral, pela dermatite e pelo prurido anal Desconforto anal: Durante ou após a evacuação pode haver pressão anal, defnida pelo paciente como desconforto, porém, sem dor anal, porque a simples presença de doença hemorroidária não dói. A presença de dor no canal anal concomitante à doença hemorroidária ou é causada pelas suas complicações, como a trombose vascular (endofebite) (Figura 78.6), pelo hematoma ou pela presença concomitante de outras enfermidades dolorosas dessa região, como a fssura anal, a infecção perianal (criptite, papilite ou abscesso), as lesões infamatórias ou as tumorais. DIAGNÓSTICO É realizado por meio de anamnese pormenorizada dos sintomas e sinais anteriormente mencionados, além da avaliação dos hábitos evacuatórios e alimentares dos pacientes, o uso de laxativos, a existência de doenças anteriores ou de operações no trato digestivo. Deve-se questionar, também, a existência de doenças gastrointestinais nos familiares. Nas enfermidades agudas e dolorosas, como a trombose hemorroidária, o exame proctológico deve limitar-se ao mínimo necessário para confirmar o diagnóstico, sem agravar o sofrimento do paciente. O exame proctológico deve seguir a sequência: inspeção estática e dinâmica do canal anal, palpação, toque retal, anuscopia e retossigmoidoscopia. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Visto que para os leigos, sob a designação de “hemorroidas”, é incluída com frequência e erroneamente grande variedade de doenças anorretais, é importante que o médico proceda com especial cuidado e atenção ao diagnóstico diferencial da doença hemorroidária com as seguintes enfermidades: Procidência retal; papila anal hipertrófca; hemangiomas perianais; condiloma; plicomas; fssura anal; processos infecciosos (criptites, papilites ou abscessos); doenças infamatórias; tumores benignos ou malignos do canal anal; tumores retais prolabados benignos. TRATAMENTO CLÍNICO O tratamento clínico pode ser indicado quando a doença hemorroidária acarreta sintomas discretos e esporádicos ao paciente, com longos períodos de acalmia. Está indicado, também, nas gestantes com doença hemorroidária não complicada (especialmente no terceiro 7 trimestre), bem como em pacientes terminais, cirróticos, cardiopatas graves ou com importante comprometimento do estado geral. Ele compreende os seguintes cuidados: Medidas higienodietéticas: orientar os hábitos evacuatórios do paciente, provocar o amolecimento das fezes e a diminuição do tempo de trânsito intestinal, evitando o trauma local e o esforço evacuatório; indicar a ingestão abundante de líquidos e a supressão do consumo de bebidas alcoólicas, pimentas e condimentos, por suas ações irritantes nas mucosas. Cuidados locais: proibir a utilização de papel higiênico para limpeza anal, substituindo-o por banhos de assento com água morna. Medicação tópica: é indicada para aliviar o desconforto local, fazendo-se uso de pomadas e/ou supositórios à base de anestésicos e anti-inflamatórios. Drogas vasoativas: a administração oral de drogas vasoativas na doença hemorroidária está indicada para complementar o tratamento clínico e, muitas vezes, nas crises de agudização. TRATAMENTO CIRÚRGICO O tratamento curativo da doença hemorroidária sintomática é cirúrgico. Vários métodos terapêuticos podem ser utilizados, desde os mais conservadores até os mais radicais. Nos enfermos que apresentam mamilos hemorroidários externos ou mistos, a melhor opção curativa é a hemorroidectomia. Esse procedimento pode ser realizado em ambulatório ou com o paciente hospitalizado.
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