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Adriele C. Menaides COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL Qualidade da proteína; Presença de vitaminas e minerais Fontes de ácidos graxos essenciais – ÔMEGA-3 (EPA + DHA); Deterioração do pescado Altamente perecível (composição química, rico em nutrientes livres e pouco desenvolvimento de bactérias); Camada de muco na pele; Velocidade e rigor mortis e acidificação superficial. O processo de deterioração inicia logo após sua morte; A membrana impermeável protege as células das enzimas autolíticas; Reações químicas no post mortem – alteração de pH <7 torna a membrana permeável. Durante a deterioração do pescado, sistemas enzimáticos encontram-se ativos (enzimas atuam nas proteínas, peptídeos e aminoácidos livres e lipídeos dos tecidos); Ocorre processo de rancificação a partir da oxidação dos ácidos graxos; Autólise e degradação bacteriana; Formação de componentes nitrogenados; Ação de desaminases e descarboxilases; Existem fatores intrínsecos que predispõe à rápida deterioração: Nutriente – fonte excelente para desenvolvimento microbiano; Elevada atividade de água – facilita a atuação desses microrganismos; Alta digestibilidade das proteínas do pescado; Elevado teor de gorduras insaturadas – auto oxidação; pH próximo a neutralidade. Rigor mortis ou rigidez cadavérica Há o amolecimento da carne; Com a degradação proteica vão aparecendo os peptídeos, aminoácidos livres, amidas, imidas, etc. A decomposição é intensa quando o pescado sai do rigor mortis. As bactérias têm como substrato os produtos hidrolisados formados como resultado da autólise, ou seja, aminoácidos, óxido de trimetilamina, histidina, ureia, etc, que ocorrem no músculo. Rancificação Ocorre na fração lipídica; Envolve apenas o oxigênio e os lipídeos insaturados; O primeiro passo leva à formação de hidroperóxidos que não conferem nnenhum sabor, mas podem levar ao aparecimento de colorações castanhas ou amarelas no tecido do peixe. A degradação dos hidroperóxidos origina a formação de aldeídos e cetonas. Estes compostos têm um sabor forte a ranço. Além dos fatores intrínsecos, há também fatores extrínsecos: O tempo e a temperatura são fatores cruciais; Demora na evisceração – migração de bactérias das vísceras para a musculatura; Falta de higiene na manipulação (ambiente e do manipulador). QUALIDADE DO PESCADO Conhecer sua constituição e como ocorre o processo de deterioração é importante para entendermos quais alterações podemos encontrar durante a inspeção; O principal parâmetro associado à qualidade de pescado é seu frescor; Reconhecer quando o pescado está fresco é imprescindível para sua utilização e consumo; Pescado fresco é aquele que não foi submetido a qualquer processo de conservação, a não ser pela ação do gelo ou por meio de métodos de conservação de efeito similar, mantido em temperaturas próximas à do gelo fundente, com exceção daqueles comercializados (RIISPOA). Os controles oficiais que avaliam o pescado se baseiam: Nas análises sensoriais; Nos indicadores de frescor; No controle de histamina, nas espécie formadoras; No controle de biotoxinas ou de outras toxinas perigosas para saúde humana; No controle de parasitas. Análise sensorial O Método do Índice de Qualidade (QIM ou MIQ) – é um método de avaliação do frescor e qualidade do pescado baseado nos parâmetros de qualidade sensorial considerados relevantes. Exemplo de tabela de avaliação do grau de frescor através do MIQ para o peixe carapau. Outra maneira de avaliar características sensoriais em pescado é a prova de cocção Verificar odor do pescado fresco (resfriado e congelado) após o cozimento. As características sensoriais são aplicáveis ao pescado fresco, resfriado ou congelado, recebido como matéria-prima. Devem ser avaliados por pessoal capacitado pelo estabelecimento, utilizando-se uma tabela de classificação e pontuação com embasamento técnico-científico, conforme definido em norma complementar pelo MAPA. Nos casos em que a avaliação sensorial revele duvidas acerca do frescor do pescado, deve-se recorrer a exames físico-químicos complementares. Livre de parasitas e indícios de doenças Nos estabelecimentos de pescado, é obrigatória verificação visual de lesões atribuíveis a doenças ou infecções, bem como a presença de parasitas; O monitoramento deste procedimento deve ser executado por pessoa qualificada do estabelecimento; Exceto para as espécies de pescado de abate, que serão submetidas a inspeção permanente. O pescado injuriado, mutilado, deformado, com alterações de cor ou com presença de parasitas localizados pode ser aproveitado, de forma condicional, devendo ser submetido a um desses tratamentos: Congelamento; Salga; Calor. O pescado ou as partes alteradas e órgãos com lesões e alterações que possam torná-los impróprios para consumo devem ser separados, identificados e minuciosamente inspecionados. Em casos de infectado com endoparasitas transmissíveis ao homem não podem ser destinados ao consumo cru sem que sejam submetidos previamente ao congelamento à temperatura de -20 graus por -24 graus ou a -35 graus por 15 horas ou outros tratamentos que comprovadamente atinjam as mesmas garantias. Alterações sensoriais e outros indícios de perda do frescor: Perfurações; Lesões cutâneas; Indicação de uso de antissépticos e conservantes não aprovados; Aspecto inchado; Bolhas de água e ar; Perda da arquitetura muscular e circuitos de miômeros e mioseptos; Branqueamento; Formação de espuma na prova de cocção; Consistência, odor, sabor desagradáveis. Conservação do pescado Evitar ou retardar as reações químicas-enzimáticas envolvidas no processo de autolise; Evitar ou retardar o desenvolvimento bacteriano, que contribui para a deterioração do pescado. Uso do gelo Pré-resfriamento do pescado (manutenção das características naturais do pescado fresco) Contato do gelo-peixe (transferência de calor); Previne a ressecamento, reduz perda de peso e mantém a umidade; Manutenção do pescado em um ponto ligeiramente acima do ponto de congelamento; Trabalhoso, depende da qualidade e tipo de gelo pode causar contaminação do pescado. Tipos de congelamento Fluxo de ar frio – túnel de congelamento com ar forçado; Contato direto – congeladores de placas; Imersão ou spray – congelamento em salmoura; Criogenia – nitrogênio ou dióxido de carbono. Faixa crítica de congelamento de pescado de -0,5 à -5,0 graus. Quanto mais rapidamente esta faixa for vencida, melhor será o congelamento. A temperatura máxima considerada para que se tenha o congelamento completado é de -18 graus no centro geométrico do músculo quando 99% da água intracelular encontra-se na fase sólida. Pescado supergelado Faixa crítica de congelamento ultrapassada em menos de duas horas; Processo de congelamento concluído quando a temperatura, no centro geométrico for igual ou inferior à -18 graus; Estocagem em temperatura nunca superior à -18 graus. Glaciamento Consiste na aplicação de um revestimento de gelo (glaze) na superfície do produto já congelado; Imersão do pescado congelado com temperatura inferior a -18 graus em água com ou sem aditivos a 1 a 3 graus durante 5 a 10 segundos, pode-se repetir a operação após 2 a 3 minutos; Pode ser por pulverização de água fria; É uma forma de proteger a superfície do produto, evitando-se a dessecação, oxidação de lipídeos e perda de cor de pigmentos durante a estocagem. Aditivos Os crustáceos são adicionados compostos antioxidantes inibidores das reações responsáveis pela melanose; Reações enzimáticas oxidativas à custa da tirosinase, presente no hepatopâncreas e intestino deste crustáceo formam a melanina, responsável pelo escurecimento progressivo e das lesões oriundas dos processos de pesca, transporte e armazenamento; Essas substâncias são os sulfitos ou agentes sulfitantes, como o dióxido de enxofre gasoso e os sais de sódio, potássio e cálcio do sulfito de hidrogênio (dissulfito) e do dissulfito (metabissulfito de sódio); Metabissulfito – mais simples, econômico e eficiente; Esses compostos causam alergia. RTIQ
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