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AULA DE HEMATO - HEMATOPOESE (AULA 01)

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BIOLOGIA DA HEMATOPOESE 
 
 Hematopoese: processo de formação do sangue. 
 Função do tecido sanguíneo: promover troca de gases, intermediar e proteger o 
organismo de invasores. 
 O tecido sanguíneo tem origem a partir da célula tronco hematopoética (CTH) 
que fica na medula do osso. E essa célula tem uma alta plasticidade celular (um 
único tipo de célula dá origem a diferentes tipos celulares com funções e 
morfologia distintas) 
*Todo tecido do corpo tem uma célula tronco* 
 Existem algumas características que essa célula tronco hematopoética precisa 
ter, uma delas é o tipo de diferenciação celular específica, mas na medula 
óssea, ao formar o tecido hematopoético, nos podemos distinguir dois tipos de 
células tronco: 
1. Proliferação lenta, estágio de latência e essas células são responsáveis pelo 
pool de células tronco indiferenciadas. 
2. Maior proliferação, mais desenvolvida, e são essas células que serão 
responsáveis pela produção acelerada do tecido sanguíneo. 
Então são dois tecidos: o hematopoético (que está dentro da medula óssea) e o 
tecido sanguíneo (que forma propriamente o sangue e fica nos vasos de 
circulação). 
 
O processo de hematopoese é hierarquizado: 
 Célula jovem dando origem a uma célula 
madura 
 Célula indiferenciada dando origem a uma 
célula diferenciada 
 Célula metabolicamente inativa dando origem 
a uma célula metabolicamente ativa 
 Tem início na fase embrionária no saco 
vitelino: quarta semana 
 Sexta a oitava semana: fígado 
 Vigésima semana: medula óssea -> fígado e 
baço 
 Nascimento: medula óssea de todos os ossos até o segundo-
terceiro ano de vida 
 Substituição progressiva da medula óssea vermelha por tecido gorduroso 
 Idade adulta: epífises de ossos longos, esterno, costelas, vértebras, crânio e 
pelve. 
É um tecido heterogênico. 
Célula tronco hematopoética (CTH): 
Dá origem ao tecido sanguíneo. 
Nota: a primeira chance de se estudar o tecido hematopoético e quem dá origem, 
surgiu após a segunda guerra mundial. Os sobreviventes da explosão, evoluíam para 
uma aplasia de medula e foi notado que isso era causado pela exposição à radiação 
ionizante emitida pela bomba nuclear. E essa radiação mata células que estão 
maturando. Com isso, foi visto que essa aplasia poderia ser revertida se colocasse 
uma medula óssea normal. Então, foi pego um grupo de camundongos e eles foram 
irradiados, eles perceberam que os camundongos morriam com aplasia de medula. 
Semanas depois, pegaram outro grupo de camundongos e irradiaram eles também, 
porém com agora com uma medula óssea saudável de outros camundongos e 
transplantaram nesse novo grupo, perceberam que eles não morriam mais, e depois 
de 7 dias a hematopoese tinham sido reconstituída. 
Então o tecido tinha sido morto, mas com a nova medula óssea saudável, ele foi 
reconstituído. Isso é a célula tronco hematopoética. 
Características: 
a. Baixa frequência (raramente 
encontradas em tecido hematopoético, 
as que são encontradas são chamadas 
de cd34+) 
b. Divisão celular assimétrica (ela dá 
origem a ela mesma e a progenitores 
multipotentes que são mais 
diferenciados, proliferam com 
velocidade maior) 
c. Alta plasticidade celular (se diferencia 
em vários tipos celulares diferentes do ponto de vista morfológico e funcional) 
 Esses progenitores multipotentes vão potencializar a formação do sangue, dando 
origem a progenitores olipotentes que pode se restringir a uma determinada 
linhagem, ou seja, quando eles amadurecem vão se comprometendo a uma 
determinada linhagem até o ponto de chegarem a ser progenitores oligopotentes. 
 
 Como a célula tronco decide pra qual linhagem vai: 
A célula tronco fica em estágio de latência (G0) e ela só é estimulada a funcionar 
quando ela precisa dar origem a progenitores e precursores sanguíneos. 
 Na superfície da célula tronco fica os receptores, e os principais são: GCFS 
(fator de estimulação de colônias granulocíticas), eritropoetina e 
trombopoetina. 
 Então, essa célula tronco pode dar a origem a qualquer coisa: leucócitos, 
trombócitos e plaquetas, vai depender da necessidade. 
 Na homeostase, esses fatores de crescimento e receptores estão em 
equilíbrio. 
 Quando há uma necessidade, por exemplo, precisa-se de eritrócitos, então a 
eritropoetina chega primeiro na célula tronco, tirando-a do estágio de latência, 
quando ela acorda e é estimulada a proliferar, ela faz a divisão assimétrica: 
dando origem a ela mesma (pra garantir o pool de células) e a progenitores 
multipotentes que são mais propensos a ploriferar com mais rapidez. Então os 
progenitores multipotentes terão mais receptores de eritropoetina, então essa 
célula de preferência, caminha para gerar hemácias. 
 *A mesma quantidade de células do sangue que morre, é a mesma quantidade 
que a cth produz. 
 Então, a CTH se renova e vai se comprometendo com uma linhagem, chegando 
em um momento da vida dela que ela se compromete ou com o braço mieloide ou 
com o braço linfóide. 
 O braço mieloide vai passar por todo o processo até chegar nos progenitores 
que não voltam mais no caminho, elas só podem ir para uma linhagem específica. 
Dando origem a: granulócitos, monócitos, hemácias e plaquetas. 
 Enquanto que no braço linfóide, só terá origem aos linfócitos. 
 Essa CTH vive dentro dos ossos, na medula óssea, e ali tem um ambiente 
propício pra que ela viva durante toda a vida do indivíduo. Contendo ali: células 
tronco mesenquimais (responsáveis pela formação de fibroblastos, macrófagos) 
e junto com essas células tem o micro ambiente medular. 
 A CTH também precisa de um contato célula-célula. As células mesenquimais 
produzem fatores solúveis que incentivam as CTH a proliferar. 
 Além disso, existem órgãos não hematopoéticos que participam da 
hematopoese, por exemplo: os rins. Quando você está cansado, respirando 
ofegante é porque a sua massa eritrocitária diminuiu, você não consegue captar 
a quantidade de oxigênio necessária. Então, se você capta menos oxigênio, você 
diminui o PH sanguíneo porque aumenta a concentração de gás carbônico. 
Quando esse sangue ácido passa pelos rins, as glândulas suprarenais captam a 
baixa do oxigênio e passam a estimular a eritropoetina, que cai na circulação e 
migra pra medula óssea, na medula ela vai pra CTH que produzem hemácias e 
essas hemácias vão pra circulação para que se possa respirar melhor. 
 
 Linhagem mieloide eritrocítica: processo de formação das hemácias 
Principal fator responsável: eritropoetina 
Órgão responsável: tecido renal 
Quem coordena: tensão do oxigênio no tecido renal. 
Progenitor mieloide comum pode dar origem a: progenitores mieloides 
monocíticos/ganulociticos ou progenitores eritroides megacariociticos. 
Maturação eritróide: 
1. Pro-eritroblasto: 
 alta capacidade proliferativa, 
 alta produção de proteína 
(hemoglobina) 
 alta relação núcleo-citoplasma 
 presença de nucléolo 
 quando ele amadurece, vira 
eritroblasto basófilo 
 Célula grande 
 Alta relação núcleo-
citoplasma 
 Apresenta nucléolo no núcleo 
 Célula criada pra produzir 
muita proteína 
 Quando amadurece, o 
nucléolo deixa de ficar evidente e a basofilia aumenta 
 
2. Eritroblasto basofílico: 
 menor que o pro-eritroblasto 
 intensa basofilia 
 não possui nucléolo 
 O núcleo vai se condensando cada vez mais 
 Não é visível a presença de nucléolo 
 Basofilia aumentada 
 O núcleo fica inativo, e a hemácia o expulsa ele 
 
3. Eritroblasto policromático: 
 começa a produção de proteínas (hemoglobina) 
 a coloração do citoplasma passa de um azul intenso para um cinza azulado 
4. Eritroblasto ortocromático: 
 Aqui, a quantidade de hemoglobina já é infinitamente maior do que as de ácidos 
nucleicos. 
 O núcleo tende a diminuir de tamanho, ficando picnótico 
 A hemácia expulsa o núcleo 
5. Reticulócito/Hemácia: 
 A célula vai para a corrente sanguínea Depois de 3 dias na corrente sanguínea, ela amadurece tornando-se a hemácia 
madura em si. 
*Hemácia policromática e reticulócito é a mesma coisa, a diferença é o corante que 
foi usado. 
No sangue periférico, as hemácias vão circular em torno de 90 a 120 dias. 
No processo de envelhecimento das hemácias: quando o organismo percebe que 
as hemácias atingiram um grau máximo de envelhecimento, elas são removidas pelo 
sistema retículo endotelial e serão decompostas em compostos orgânicos e 
inorgânicos. Os orgânicos são o ferro, que irá voltar pra circulação se ligando a 
moléculas de transferrina, e assim volta pra medula. 
A parte orgânica (proteica): as proteínas serão quebradas em aminoácidos que 
serão reciclados. 
Já o que não servirá, será convertido em bilirrubina e será secretado na urina ou 
nas fezes. Tudo isso acontece nos macrófagos. 
 
 
Processo de formação dos granulócitos: neutrófilos, eosinófilos e basófilos. 
*Leucócitos possuem dois grupos de células: mononucleares (monócitos e linfócitos) 
e polimorfonucleares (neutrófilos, eosinófilos e basófilos). 
 Precursor comum: G-CSF e GM-CSF 
 7 a 15 dias para transformar essas células em granulócitos maduros 
 Ficam na circulação por 3 a 12 horas depois irão para os tecidos 
 Neutrófilo: 
Mais abundante no sangue 
periférico 
Assimila corante ácido e 
básico na mesma proporção 
Migra para os tecidos 
somente quando ocorre 
danos teciduais 
Meia vida de 6 horas 
Principal célula fagocítica 
 Eosinófilo: 
Característica acidofílica 
Atraídos para os tecidos onde há invasão de parasitas ou sítios de reações 
alérgicas 
A migração extravascular dos eosinófilos segue passos similares dos 
neutrófilos, começando com interações de baixa intensidade com o endotelio, 
aumentando gradativamente e levando à firme adesão do eosinófilo que 
depende de moléculas de adesão. 
Os eosinófilos têm uma atividade proinflamatória e citotóxica, participando da 
reação de numerosas doenças alérgicas, parasitárias e neoplásicas, e na 
remoção de fibrina formada durante a inflamação. 
Relação núcleo-citoplasma grande 
 Basófilo: 
Os grandes grânulos são ricos em histamina, serotonina, sulfato de condroitina 
e leucotrienos. 
Principal fonte de histamina em circulação, que são liberadas pela 
desgranulação determinada pela interação de seus receptores Fc com IgE. 
A histamina->potente agente quimiotático para os eosinófilos. 
 
 
Monocitopoese: 
 Células do sistema fagocítico-mononuclear 
 Diferenciação na medula óssea - 60 horas, circulação – 9 horas e permanência 
longa nos tecidos 
 Principais fatores de crescimento: M-CSF e GM-CSF 
 Diferenciação concomitante à perda da capacidade proliferativa, aumento da 
fagocitose, de receptores de IgG e complemento e de lisossomas 
 Defesa contra parasitas intracelulares, interação com linfócitos na resposta 
imune (célula apresentadora de antígenos e célula efetora), eliminação de 
restos celulares 
 Também é um fagócito, mas 
além de fagocitar, ele 
processa esse material e 
ainda apresente a células 
mais especializadas 
(também são células 
apresentadoras de 
antígenos.) 
 Maturação: monoblasto -> 
pro´-monócito -> monócito 
 Célula grande, com núcleo 
sem forma definida e 
citoplasma acizentado e sem forma definida. 
 Produzida na MO. E seu destino final é o tecido. 
 Não tem morfologia definida. 
 O monócito, ao contrário do neutrófilo não morre no processo de fagocitose. 
Ele fagocita, desmebra a bactéria em vários pedaços e apresenta esses 
pedaços para os linfócitos, por ser uma célula apresentadora de antígenos é 
frequente que ele tem vacúolos no teu interior, porque ele vai ter que digerir 
em vários pedaços. 
 
Maria Eduarda Henrique 
Biomedicina 2021.2

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