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Nome: Fabiana Sales Oliveira Matrícula: 2310048 Disciplina: Direito Processual Civil I Prof.ª: Cláudia Bertoni ATIVIDADE COMPLEMENTAR GRAU A Segundo Humberto Theodoro Júnior: Competència são os limites dentro dos quais a jurisdição é exercida por determinado órgão judicial. Os art. 21 a 25 do Código de Processo Civil de 2015 traçam objetivamente, no espaço, os limites da jurisdição dos tribunais brasileiros diante da jurisdição dos órgãos judiciários de outras nações, trata-se da competência internacional. Já a competência interna divide a função jurisdicional entre vários órgãos da Justiça Nacional. Sobre o tema competência, disserte: 1. Jurisdição e competência; A jurisdição está prevista nos artigos 16 ao 41 do CPC, que no Brasil é exercida pelo Poder Judiciário e tem validade em todo o território nacional. O Poder Judiciário é dividido em Tribunais, que por sua vez são compostos por ministros (Tribunais Superiores), desembargadores (Tribunais de Segunda Instância) e juízes na Primeira Instância. A partir deste entendimento, o juiz de Primeira Instância tem o mesmo poder que um ministro do STF. Entretanto, uma vez que tanto um quanto outro têm jurisdição, foram criadas regras para essa distribuição, as chamadas competências. Características da jurisdição: A unidade – Não existe subdivisão. A distribuição da jurisdição em justiça federal, justiça do trabalho, varas cíveis, é meramente organizacional. A existência de lide ou conflito de interesses – quando não satisfeita entre as partes, leva o autor à busca do Judiciário que é apreciada pelo julgador. O caráter substitutivo – O Estado atua em substituição a uma das partes na resolução do conflito. A inércia – nos termos do art. 2º do CPC , a jurisdição só age se acionada pelo interessado e por meio do exercício do direito de ação, salvo exceções previstas em lei. Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. A definitividade – escassos os recursos contra uma decisão judicial, ela se torna imutável e insuscetível de ser rediscutida no processo em que foi proferida ou em qualquer outro. Princípios da jurisdição: Princípio da investidura – A jurisdição deverá ser exercida por magistrado, devidamente empossado. Princípio da aderência – determina que o juiz deve exercer sua jurisdição nos limites territoriais de sua comarca, se juiz estadual; ou da seção judiciária, no caso de juiz federal, sob pena de incompetência. Princípio da indelegabilidade – Proíbe a delegação de atribuições do poder judiciário e suas funções a outra pessoa ou órgão jurisdicional. Princípio da inevitabilidade – Indica que a decisão judicial, uma vez transitada em julgado, impõe-se à vontade das partes. Princípio da inafastabilidade (ou indeclinabilidade) – pelos termos do art. 5º XXXV da CF, “a lei não excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito”. Quer dizer que o juiz não pode se recusar à apreciação do litígio. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; Princípio do juiz natural – divide-se em duas garantias expressas no art. 5º, XXXVII e LIII da CF, respectivamente que têm por finalidade preservar a imparcialidade dos julgadores. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; Jurisdição contenciosa e jurisdição voluntária: Embora o art. 16 do novo CPC não cite, como se referia o Código de 73, ambas são tratadas na Parte Especial, Livro I, Título III do CPC 2015 – são os procedimentos especiais expressos do art. 539 ao art. 770 do CPC. Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. Em suma, a jurisdição voluntária trata da fiscalização e tutela dos negócios jurídicos no âmbito particular, mesmo que não haja litígio. A doutrina majoritária adota a corrente jurisdicionalista, que atribui à jurisdição voluntária a natureza de atividade jurisdicional, embora a existência de lide não seja fator determinante, pois a princípio não há conflitos de interesse, o que existem são partes interessadas, demandante e demandado e o julgador do Estado (juiz), como terceiro interessado, e há coisa julgada. Jurisdição contenciosa é a função estatal com o objetivo de compor litígios. Dessa forma, contém as partes de um conflito ou litígio, o processo judicial e a sentença são em favorecimento de uma das partes. Competência Dentro dos art. 42 a 66 do CPC, temos, incluindo modificação da competência e incompetência, no âmbito jurídico a competência expressa a responsabilidade e legitimidade de um órgão para exercer sua jurisdição. Dessa forma, fixando os limites que o órgão do poder judiciário pode atuar. A competência é determinada no momento em que a ação é proposta, sendo irrelevantes as modificações de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando o órgão judiciário for suprimido ou for alterada a competência absoluta, conforme dispõe o art. 43 do CPC. Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. 2. Distribuição e classificação da competência; É usado o critério de distribuição das atividades relativas ao desempenho da jurisdição entre os órgãos do Poder Judiciário, a distribuição da competência é feita, a partir da própria Constituição Federal que, assim, a atribui: a) Ao Supremo Tribunal Federal (art. 102); b) Ao Superior Tribunal de Justiça (art. 105); c) À Justiça Federal (art. 108 e 109); d) Às Justiças Especiais: Eleitoral (art. 121 e Código Eleitoral -Lei 4737/65); Militar (art. 124 e Lei 8457/92); Trabalhista (art. 114); e) À Justiça Estadual (art. 125 da CF). A competência da justiça estadual é determinada por exclusão. Tudo o que não for da competência da justiça federal ou de qualquer uma das justiças especiais pertencerá aos órgãos jurisdicionais estaduais, tanto na área cível como nas demais. As varas, ás comarcas e as seções são órgãos inferiores. Os órgãos de segundo grau são os tribunais, geralmente estaduais ou regionais federais. Os tribunais superiores são o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal Superior do Trabalho, o Tribunal Superior Eleitoral e o Superior Tribunal Militar. 3. Critérios de determinação da competênciainterna; A competência interna dita as regras que estabelecem qual dos órgãos da jurisdição é competente para analisar a demanda. São regras internas de qual será o juízo específico e o local responsável pelo julgamento do caso concreto apresentado ao Judiciário. Nessa divisão, pode-se identificar a existência da: Justiça Especializada (Militar, Eleitoral e do Trabalho); Justiça Comum, tecnicamente dividida em Justiça Federal e Justiça Estadual. A distribuição da competência está expressamente prevista segundo a estrutura do Poder Judiciário, definida na Constituição Federal através das atribuições do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça e dos Tribunais Regionais Federais. Da justiça especializada: Justiça do Trabalho (art. 114); Justiça Eleitoral (art. 121); Justiça Militar (art. 124) e da justiça comum: Federal (art. 109) e Estadual (art. 125). Dessa forma, não sendo matéria de justiça especializada, a competência é da justiça comum, residual, que poderá ser justiça federal ou justiça estadual, podendo-se integrar, também, as matérias de natureza constitucional, administrativa, comercial e tributária. 4. Causas de modificação de competência. Entendida a competência como a imposição do órgão judiciário para o exercício do poder jurisdicional, a incompetência ( ausência de competência ) significa, contrario sensu , que esse órgão não está adequado para conduzir o processo e nesse caso deve ocorrer a modificação da competência. A Modificação da competência (somente para hipóteses de competência relativa) A mudança de endereço de uma das partes, modificação da nacionalidade e, ainda, a mudança de qualquer referência ao estado de fato ou de direito que serviram para determinar a competência, não transferem o processo para outro juízo, não sendo causas de modificação da competência. A modificação da competência no instituto processual consiste em atribuir competência a um juízo que de origem não o possuía. Esse fato pode ocorrer pela conexão, continência, prorrogação ou derrogação. Porém, vale lembrar que a competência absoluta não se modifica, de forma que as causas de modificação se aplicam apenas às hipóteses de competência relativa que são elas: Prorrogação da competência: É o ato processual pelo qual o juiz, a princípio relativamente incompetente, torna-se competente para apreciar o feito, em virtude da ausência de alegação de incompetência pelo réu em preliminar de contestação do art. 65 CPC. Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação. Parágrafo único . A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar. Derrogação da competência: É a alteração da competência por vontade das partes, através da cláusula de eleição de foro do art. 63 CPC. As próprias partes, voluntariamente, convencionam o foro. Porém, nos casos em que a competência for relativa e desde que não incidam exceções. Nos contratos de consumo é válida a cláusula de eleição do foro, desde que não haja onerosidade excessiva ao consumidor, assim, sendo possível ao próprio juiz reconhecer sua nulidade. Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. § 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. § 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. § 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. § 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão. Conexão: Ocorre quando duas ou mais ações possuem o mesmo pedido ou a mesma causa de pedir. Para fins de prorrogação da competência por conexão, basta a identidade das causas de pedir para justificar a conexão que vai possibilitar a reunião das duas causas, a fim de que sejam decididas simultaneamente. Importante é que ambas estejam em andamento do art. 55 CPC. Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. § 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. § 2º Aplica-se o disposto no caput : I - a execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. § 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. Continência: Dá-se quando duas ou mais ações possuem as mesmas partes e a mesma causa de pedir, sendo que o pedido de uma delas, por ser mais amplo, abrange o pedido das demais. Havendo continência, o juiz ordenará a reunião das ações que foram propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente do art. 56 CPC. Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. Prevenção: Nos termos do art. 58 , em caso de conexão ou continência, a reunião de ações proposta em separado será feira no juízo prevento, onde serão elas decididas simultaneamente. Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente. ● O Juízo prevento é aquele perante o qual se deu o registro ou a distribuição da Petição Inicial. Como exemplo, a prevenção é utilizada, também, como critério de modificação da competência em ações sobre imóvel situado em mais de um estado, comarca, Seção ou subseção judiciária: a competência do juízo prevento vai se estender pela totalidade do imóvel, conforme o art. 60 CPC. Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel. Conflito de competência: Caso venha a existir divergência entre juízes a respeito da competência para julgar determinada ação, a lei processual prevê o conflito de competência, conforme o art. 66 do CPC. Tal ocorrência se dá quando: Art. 66. Há conflito de competência quando: I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes; II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência; III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. Parágrafo único . O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo. O conflito poderá ser suscitado por qualquer das partes, exceto àquela que no processo arguiu a incompetência relativa ( art. 952 CPC), bem como pelo Ministério Público ou pelo juiz. O CPC dispõe sobre conflito de competência e sua resolução nos art. 951 ao 959, sendo ao final, os autos do processo em que se manifestou o conflito, remetidos ao juízodeclarado competente. Art. 952. Não pode suscitar conflito a parte que, no processo, arguiu incompetência relativa. Parágrafo único . O conflito de competência não obsta, porém, a que a parte que não o arguiu suscite a incompetência.