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0 CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Inspetor de Qualidade INTRODUÇÃO A QUALIDADE Prof.ª Jéssica Franciane Faria Maio/2022 Machado - MG 1 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...........................................................................................................................2 1. O PROFISSIONAL DA GESTÃO DA QUALIDADE ....................................................5 2. HISTÓRIA, EVOLUÇÃO, PRINCIPAIS TÓPICOS E CONCEITOS DA QUALIDADE ..............................................................................................................................8 3. TERMINOLOGIAS RELACIONADAS À PROFISSÃO .............................................18 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................28 2 INTRODUÇÃO A gestão da qualidade é vista hoje, tanto no meio acadêmico como empresarial, como um fator estratégico para a melhoria de competitividade e produtividade. Essa importância da gestão da qualidade decorre de um longo processo de evolução do conceito e da prática de gestão da qualidade. Com as contribuições de autores como Juran, Deming e Feigenbaun, a partir da década de 50, o conceito de qualidade foi ampliado de perfeição técnica em projeto e fabricação para adequação do produto ao uso, a partir da perspectiva do mercado, incluindo outros atributos, mais amplos e não necessariamente com ênfase em desempenho técnico superior. Por essa definição, qualidade pode ser desdobrada em várias características que podem conferir adequação: além de atributos relacionados ao desempenho técnico, confiabilidade e durabilidade, outros atributos como facilidade de uso, instalação, assistência pós-venda, estética, imagem da marca, impacto ambiental e serviços relacionados ao atendimento de requisitos de entrega do produto ou serviço, entre outros, podem ser considerados. Como essas características ou atributos de qualidade do produto são muitos e de diversos tipos, o conjunto de atributos desejáveis e a intensidade de cada atributo no produto dependem do tipo de produto, do mercado para o qual ele se destina, do custo do ciclo de vida do produto, o que o mercado está disposto a pagar e por último do que a concorrência oferece. Ou seja, para conquistar mercados e se manter competitivo é preciso atender os requisitos dos clientes quanto a produtos e serviços. O raciocínio é muito simples: clientes satisfeitos representam faturamento, boa reputação, novos pedidos, resultados para a empresa, empregos e remuneração para os funcionários. Ao contrário, cliente insatisfeito pode resultar em má reputação, dificuldade de conseguir novos pedidos, perda de faturamento e dificuldade de se manter no negócio. Portanto a qualidade deixa de ser um conceito relacionado apenas a aspectos técnicos e passa a considerar também aspectos mercadológicos: quais são os atributos de um produto ou serviço que os tornam mais atrativos e que mais interferem na decisão de aquisição do produto ou serviço? Ou seja, não 3 são os fornecedores do produto, mas sim os clientes que têm a última palavra quanto até que ponto um produto atende às suas necessidades e satisfaz às suas expectativas. Essa visão da qualidade a partir da perspectiva do mercado levou a um cenário em que: ➢ Os consumidores se tornaram mais exigentes: A diversidade de produtos em oferta faz com que, em curto espaço de tempo, os clientes tornem-se mais exigentes quanto aos produtos que lhes são oferecidos em termos de sofisticação e atendimento às suas necessidades. A exigência dos clientes é intensificada pelo Código de Defesa do Consumidor, fazendo com que as empresas, especialmente as que produzem bens de consumo final, passem a dar maior atenção aos clientes; ➢ A abertura de mercados e o aumento da concorrência elevaram a exigência por qualidade: para os setores de atividade econômica em que há concorrência verdadeira, as estratégias competitivas, especialmente em setores industriais, passaram a incluir temas como melhoria da qualidade de produtos e serviços e a redução de desperdícios; ➢ Os mercados externos tornaram-se mais exigentes: Muitas empresas, especialmente as dos países pertencentes à União Europeia, passaram a exigir o certificado ISO de seus fornecedores. Esta exigência abre caminho para programas mais amplos de qualidade que são implementados pelas empresas fornecedoras brasileiras como forma de manterem-se competitivas nos mercados exteriores. ➢ Os termos contratuais começaram a incluir exigências relacionadas à gestão da qualidade: Muitas empresas, que já têm implantada uma filosofia de qualidade, exigem que seus fornecedores também adotem um sistema de garantia da qualidade para atenderem às especificações do produto ou serviço, manterem regularidade na entrega e preços competitivos, enquadrando-se assim no sistema produtivo da empresa compradora; 4 Portanto, a gestão da qualidade de produto ou serviço passa a fazer parte da estratégia competitiva da organização. Outro ponto relevante é que além desses requisitos, o preço também é um requisito importante. O preço de aquisição é, em muitos casos, o único requisito que pode ser completamente avaliado no ato da compra. Portanto, ainda que em alguns casos o cliente esteja disposto a pagar mais por perceber maior benefício, de um modo geral (e num mercado com competição verdadeira), a qualidade será ponderada pelo preço: ganha quem atender os requisitos pelo menor preço praticado. Assim, o principal objetivo de uma empresa, para manter-se competitiva, deve ser satisfazer os seguintes agentes: a) os consumidores, que devem estar satisfeitos com os produtos e serviços; b) os funcionários, que devem ter oportunidades de crescerem como pessoas e como profissionais, recebendo salários justos e condições de trabalho favoráveis; c) os acionistas, que devem receber dividendos e d) a comunidade, que deve ser respeitada através do controle ambiental. Portanto, além do objetivo estratégico de conquistar mercados, a gestão da qualidade tem por objetivo melhorar a eficiência do negócio, reduzindo os desperdícios e os custos da não qualidade nas operações de produção. O raciocínio também é simples: menores desperdícios, menores custos, resultados positivos para a empresa, mais competitividade, maiores chances de manter e conquistar mercados. Mas para que esse sistema traga os benefícios esperados é necessário que os princípios de gestão da qualidade como melhoria contínua, liderança, educação e treinamento entre outros, façam parte da cultura e prática de gestão da organização. 5 1. O PROFISSIONAL DA GESTÃO DA QUALIDADE Segundo Taylor: "O inspetor é responsável pela qualidade do trabalho, e tanto os operários quanto os mestres (que providenciam o uso das ferramentas de corte apropriadas, que verificam se o trabalho está no rumo certo e se os cortes estão sendo feitos na parte certa da peça) tem que cuidar para que o trabalho seja acabado de maneira a satisfazê-lo". Ou seja, a inspeção tinha por objetivo separar os produtos bons dos defeituosos, antes de serem despachados para o consumidor. Como consumidores não aceitamos mais produtos com problemas ou serviços executados de maneira errada. Por isso, ao gerir processos produtivos, a preocupação com a qualidade e o atendimento é fundamental. As empresas precisam de um profissional capaz de atuar no planejamento, garantia e controle da qualidade. • Por planejamento entende-se a identificação de critérios, metas e instrumentos que permitam avaliar a qualidade do sistema produtivo. • Garantia envolve os métodos e ferramentas que evitam erros, e que controle os mecanismos deinspeção. • Por qualidade entendem-se também programas de certificação e normalização, os quais dão visibilidade para a empresa, demonstrando a capacidade do sistema produtivo em atender aos requisitos. O profissional dessa área acompanha os processos de produção industrial, a rotina de trabalho e a prestação de serviços em empresas de diversos setores, em busca de maior qualidade e produtividade. Trabalha tanto em fábricas quanto em estabelecimentos comerciais, instituições financeiras e empresas prestadoras de serviços, para garantir que sejam cumpridos padrões de normalização e metrologia internacionais. Podem especializar-se em auditorias para órgãos internacionais que emitem as certificações de qualidade, como as da série ISO; trabalhar em laboratórios de metrologia ou voltar-se para a área de recursos humanos, desenvolvendo políticas de integração, atualização e reciclagem de quadro de funcionários. O profissional habilitado para trabalhar em sistemas operacionais e seus processos, principalmente gerencia e implementa a gestão de sistemas 6 de Qualidade com base na NBR ISO 9001; de Gestão Ambiental com base na NBR ISO 14001; de Gestão Saúde e Segurança Ocupacional, e a OSHAS 8000, que trata da Responsabilidade Social. Além de implementar Gestão de Sistemas, este profissional pode atuar também como Auditor de todos os sistemas mencionados, contribuindo assim, para melhorar o desempenho das mais diversas organizações. O profissional é contratado para supervisionar a implantação das normas de qualidade e depois dar suporte à companhia para que elas continuem sendo seguidas. A ampliação do conceito de qualidade nas empresas - que passou a incluir aspectos relacionados às áreas de meio ambiente e responsabilidade social - aliada ao aumento da competitividade e à necessidade cada vez maior de controle sobre os processos, elevou a demanda pelo especialista em Gestão da Qualidade, passando a ser encarado como um profissional estratégico nas corporações. O mercado está aquecido no país inteiro, mas a procura é ainda mais intensa nas regiões que concentram polos industriais, como o Sul, Sudeste e Nordeste. Principais atribuições • Identificar situações em que seja necessário à implementação de sistemas e auditoria da qualidade; • Definir metodologias de projetos e aplicar as ferramentas da qualidade nos processos produtivos organizacionais; • Implementar sistemas de qualidade envolvendo as pessoas, serviços e produtos; • Prestar consultorias e assessorias para desenvolvimento da qualidade nas empresas; • Gerenciar núcleos ou setores de qualidade nas organizações; • Supervisionar e liderar equipes de trabalho na implantação de processos com ferramentas de qualidade; • Elaborar estratégias na gestão da qualidade, e implementar os processos para certificação da qualidade. 7 Resumindo O que faz um Inspetor de qualidade? O trabalho de um inspetor de qualidade envolve a verificação dos processos de fabricação de um produto e a checagem de procedimentos considerados padrão dentro de uma empresa ou indústria. Entre as suas atribuições, é possível destacar a realização de testes, a identificação de melhorias e o acompanhamento de padrões de produção. Como atua um Inspetor de qualidade? Com a responsabilidade de garantir produtos sem defeitos e sem problemas, o inspetor de qualidade lida com uma rotina de trabalho em que é preciso ter muita atenção e concentração, além de um olhar focado em encontrar problemas e sugerir melhorias. O domínio de certos equipamentos também é necessário e auxilia esse processo de inspeção. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o salário médio de um inspetor de qualidade no Brasil é de R$3.150,00. Onde atua um Inspetor de Qualidade? O Inspetor de Qualidade possui um ramo de atuação bem amplo uma vez que seu principal objetivo é inspecionar, organizar e movimentar os insumos de uma dada organização. Dessa forma, esse profissional pode exercer sua função em diversas empresas dos ramos de agropecuária, industrial, comercial e de serviços em geral. 8 2. HISTÓRIA, EVOLUÇÃO, PRINCIPAIS TÓPICOS E CONCEITOS DA QUALIDADE Até o período que antecedeu a Revolução Industrial, a qualidade era uma atividade de autocontrole, realizada pelos artesãos. Nesta fase, o artesão desenvolvia todas as atividades: concepção, escolha de materiais, produção e comercialização, mantendo um contato direto com os clientes. Produziam-se pequenas quantidades de cada produto, e as peças eram ajustadas manualmente. A inspeção, após o produto pronto, era informal, quando feita. Nesta fase, o conceito de qualidade é sinônimo de perfeição técnica. No início do Século XX, com o advento da produção em massa e das teorias de Administração Científica da Produção, lançadas por F. W. Taylor (Principies of Scientific Management, Harper & Brother, NY, 1911), ainda que o conceito de qualidade continuasse a ser o de perfeição técnica, a prática do controle da qualidade mudou substancialmente. O controle de qualidade passou a ser atividade externa à produção. Segundo Taylor: "O inspetor é responsável pela qualidade do trabalho, e tanto os operários quanto os mestres (que providenciam o uso das ferramentas de corte apropriadas, que verificam se o trabalho está no rumo certo e se os cortes estão sendo feitos na parte certa da peça) tem que cuidar para que o trabalho seja acabado de maneira a satisfazê-lo". Ou seja, a inspeção tinha por objetivo separar os produtos bons dos defeituosos, antes de serem despachados para o consumidor. As atividades de inspeção foram relacionadas mais formalmente com o controle de qualidade em 1922, com a publicação da obra The Control of Quality in Manufacturing, de G. S. Radford. Pela primeira vez, a qualidade foi vista como responsabilidade gerencial distinta e como função independente. É importante observar que, além da separação entre as atividades de controle da qualidade e produção, a filosofia Taylorista impôs uma série de amarras à atividade de controle da qualidade durante o ciclo de fabricação de produtos, tais como: • A segmentação excessiva do trabalho fez com que o trabalhador, reduzido a uma pequena e repetitiva tarefa, perdesse a dimensão do efeito da sua parcela de trabalho no resultado final, em termos de qualidade do produto. 9 • A produtividade como parâmetro absoluto de competitividade e o estabelecimento de tempos padrões obrigava o pessoal da produção a trabalhar cada vez mais pesado, sem considerar aspectos de qualidade de fabricação. • Para motivar os trabalhadores a aumentar a produtividade, foram criados incentivos a título de produtividade. No final da década de 20, W. Shewhart, trabalhando no Laboratório Bell desenvolveu as Cartas de Controle de Processo. Suas teorias (apresentadas no livro The Economic Control of Quality of Manufactured Product, D. Van Nostrand, NY, 1931) levaram à identificação de dois tipos básicos de causas de variabilidade da resposta (parâmetro de qualidade) de um processo: as causas crônicas ou inerentes ao processo, assim como ele foi projetado, e as causas especiais ou esporádicas, que levam a um aumento transitório da variabilidade do processo. Um dos pontos fundamentais da teoria de Shewhart é que quando um processo está sujeito não somente a causas crônicas de variabilidade, mas também a causas transitórias, o resultado da produção apresentará maior índice de refugo e, portanto, o processo deixou de ser econômico. Assim, através da introdução de simples, mas fundamentais ferramentas estatísticas, ele mostrou ser possível estabelecer um modelo estatístico de variabilidade máxima da resposta de um processo produtivo (baseado nas causas crônicas de variabilidade) e a partir deste modelo (limites da carta decontrole) monitorar a qualidade do processo de fabricação. Entretanto, as teorias lançadas por Shewhart esbarravam nos princípios de administração da Produção segundo os moldes Tayloristas (segundo o qual à produção não cabe controlar a qualidade) e, consequentemente, algumas décadas se passaram até que as Cartas de Controle se popularizassem como ferramenta de controle de qualidade. A partir no final da década de 30, H. F. Dodge e H. G. Romig, também do Laboratório Bell, desenvolveram técnicas para a inspeção de lotes de produtos por amostragem (Sampling Inspection Tables: Single and Double Sampling, 2nd Ed., Wiley, NY, 1959), baseadas na abordagem probabilística para a previsão da qualidade do lote a partir da qualidade da amostra. As técnicas de Inspeção por Amostragem se consolidaram como ferramenta de controle de qualidade muito mais rapidamente do que as técnicas propostas por Shewhart, principalmente 10 por não se chocarem com a filosofia dominante de inspeção final da qualidade dos produtos (decorrentes da visão Taylorista de Administração da Produção). Muito pelo contrário, essas técnicas em muito simplificaram e aumentaram a precisão do processo de inspeção. Um dos produtos das teorias de Dodge e Romig é o conceito de Nível de qualidade aceitável, ou seja, uma meta em termos de porcentagem de defeituosos, supostamente baseado em razões econômicas. Hoje se reconhece que, um efeito devastador desse conceito de nível de qualidade aceitável é que ele promove a melhoria da qualidade até um determinado nível, além do qual melhorias da qualidade não se justificam economicamente. Ou seja, a partir desta visão, o refugo da produção passou a ser entendido como indesejável, porém inevitável, e por muitas décadas, esse pensamento prevaleceu. Portanto, no período entre as décadas de 20 e 50, enquanto as técnicas de controle de qualidade evoluíram para o controle estatístico da qualidade do processo (Cartas de Controle) e Inspeção por Amostragem, em termos conceituais a qualidade evoluiu de Perfeição Técnica para Nível Aceitável de Qualidade. A partir da década de 50, o conceito de qualidade foi radicalmente revisto, com a introdução dos conceitos de Qualidade Total por pioneiros como Deming, Juran, Feigenbaum, entre outros, que hoje são tidos como os Gurus da Qualidade. A solidificação da filosofia de Qualidade Total aconteceu primeiro no Japão, que revolucionou e assustou a indústria Ocidental. E. Deming, um estatístico eminente que trabalhou na área de Controle Estatístico da Qualidade durante a Segunda Guerra, é uma das pessoas responsáveis por introduzir os métodos estatísticos para a melhoria da qualidade no Japão. É interessante observar que depois da Segunda Guerra, Deming não conseguiu conquistar a confiança do empresariado Americano de se estabelecer margem de competitividade através de melhorias de qualidade e consequente redução de custos. A economia americana estava em franca expansão e, portanto, cega e surda para seus postulados. Do outro lado do Pacífico, no Japão, a situação era bastante diferente: um parque industrial devastado pela guerra, e uma reputação de produtos de má qualidade impediam a recuperação econômica. Em 1950, a convite da JUSE (Japanese Union of Scientists and Engineers), Deming foi ao Japão para proferir 11 uma série de palestras sobre Controle Estatístico de Qualidade. Ao encontrar uma plateia formada por altos executivos ansiosos por encontrarem formas de saírem da crise, Deming percebeu ali um ambiente favorável para a colocação de suas ideias em prática. Sua primeira decisão foi promover uma série de seminários, onde ele definiu obrigações e responsabilidades de executivos da alta administração, sem as quais, segundo o seu pensamento, seria impossível enraizar a prática de controle e melhoria da qualidade. Esse conjunto de mandamentos ficou conhecido como os 14 Pontos de Deming. É importante observar que Deming, assim como outros pioneiros do movimento da Qualidade Total, conseguiu perceber a importância, para o bom uso das ferramentas estatísticas de controle da qualidade, do comprometimento de longo prazo da alta administração para o objetivo de melhorias contínuas da qualidade, assim como investimento em treinamento e educação de recursos humanos, e mudança nos métodos gerenciais. Em 1956, A. Feigenbaum argumenta que produtos de alta qualidade não teriam chance de serem produzidos se o departamento de fabricação continuasse a trabalhar isoladamente. Segundo suas palavras: "O princípio em que se assenta esta visão de qualidade total é que, para se conseguir uma verdadeira eficácia, o controle precisa começar pelo projeto do produto e só terminar quando o produto tiver chegado às mãos de um freguês que fique satisfeito ... o primeiro princípio a ser reconhecido é o de que qualidade é um trabalho de todos". Na mesma época, outros dois pioneiros da filosofia da Qualidade Total, Juran, e Ishikawa, cada um militando em situações diferentes, lançaram suas teorias sobre o comprometimento para a busca da melhoria da qualidade de produtos e processos. A publicação dos trabalhos desses autores representa um marco na mudança do conceito de qualidade, aproximando-a mais da satisfação do consumidor e distanciando-se da visão de "perfeição técnica" ou "nível aceitável de qualidade". As definições de qualidade desses teóricos eram praticamente coincidentes e seguiam a mesma tônica de satisfação do consumidor: • Deming: qualidade do produto como a máxima utilidade para o consumidor. • Feigenbaum: qualidade como o perfeito contentamento do usuário. 12 • Juran: qualidade como a satisfação das necessidades do cliente. • Ishikawa: qualidade efetiva é a que realmente traz satisfação ao consumidor. A partir da década de 70, duas importantes contribuições foram dadas por P. Crosby e G. Taguchi. P. Crosby introduziu o conceito de qualidade na administração e é um dos idealizadores do programa Zero Defeito, lançado pela Martin Marieta e mais tarde pela General Eletric. G. Taguchi, propôs o uso da Função Perda de Qualidade para avaliar os custos por não se ter qualidade e lança sua definição de qualidade como "a perda, mensurável e imensurável que um produto impõe à sociedade após o seu despacho". No campo do Controle Estatístico da Qualidade, a partir da década de 50, um novo impulso seria dado com a aplicação das Ferramentas Estatísticas da Qualidade, das técnicas de Confiabilidade e de Projeto de Experimentos na área de controle de qualidade, e especialmente depois da abordagem proposta por Taguchi para o projeto de produto e processo (projeto robusto). Nas décadas de 60 e 70, uma série de ferramentas e metodologias para a melhoria da qualidade foram desenvolvidas (principalmente no Japão), tais como QFD (Quality Function Deployment, ou Desdobramento a Função Qualidade), as Sete Novas Ferramentas da Qualidade, CEDAC (Cause and Effect Diagram with the Addition of Cards, ou Diagrama de Causa e Efeito com a Adição de Cartas). A filosofia de Qualidade Total levou, durante as últimas décadas, ao surgimento de programas de Gestão da Qualidade Total (Total Quality Management, TQM, ou Total Quality Control, TQC). TQM é um sistema ou conjunto de atividades cujo objetivo é identificar e administrar as atividades necessárias para a maximização da competitividade de uma empresa através da melhoria contínua da qualidade de seus produtos, serviços, processos e recursos humanos, e consequente redução de custos. A Gestão da Qualidade Total se fundamenta em alguns princípios que são: • satisfação total do cliente • compromisso da alta administração com a qualidade e constância de propósitos 13 • desenvolvimento de recursos humanos, educação, treinamento, delegação de responsabilidade • gerência participativa e por processos e garantia de qualidadee aperfeiçoamento contínuo de produtos e processos • uso de metodologias científicas e disseminação I padronização da informação Com o objetivo de padronizar a sistemática de Gestão da Qualidade, a ISO (Intemational Standard Organization) iniciou, a partir de 1987, a criação de normas internacionais de qualidade. Entitulada série ISO 9000, esse conjunto de normas apresenta, de maneira genérica e abrangente, um conjunto de recomendações para a implementação de sistemas de gestão e garantia da qualidade de produtos e serviços. Dentro desse novo contexto, a qualidade deixou de ser vista como uma função separada e enfocada no processo de produção. Ao contrário, a qualidade, como qualidade total, passou a ser entendida como uma parte de cada função que direta ou indiretamente interfere em cada uma das fases do ciclo de vida do produto. A Tabela 1 apresenta uma comparação entre a visão tradicional e a nova visão da qualidade. 14 A expansão do conceito e da prática da qualidade para todos os processos, produtos e serviços, faz com que ela dependa, hoje em dia, da contribuição de várias disciplinas correlatas. 15 Resumindo Podemos perceber que a mensagem transmitida pelos principais autores de obras relacionadas à qualidade, tais como William E. Deming; Joseph M. Juran; Kaoru Ishikawa, Philip B. Crosby e Armand V. Feigenbaum, associadas aos conceitos atualmente disseminados por alguns estudiosos e entidades relacionadas à gestão pela qualidade total, alinham-se quase que homogeneamente buscando como objetivo o compromisso com a padronização e melhoria do processo de qualidade de toda a empresa através da investigação do processo produtivo visando a identificação e eliminação de causas de problemas que afetam a qualidade, eliminação do desperdício, estimulação do trabalho em equipe, valorização dos resultados e dos colaboradores envolvidos, e satisfação das necessidades e expectativas dos stakeholders (clientes internos e externos, empregados, acionistas, fornecedores e sociedade em geral), criando um clima de inovação para a melhoria contínua da qualidade. Qualidade Total é, portanto, a filosofia que coloca a qualidade como ponto central dos negócios e atividades da Organização, disseminando-a em todas as atividades e para todas as pessoas, mantendo como foco a satisfação de todos os envolvidos no processo. Os seguintes princípios constituem a base dessa filosofia: - Satisfação dos clientes (internos e externos); - Gerência participativa; - Desenvolvimento do Ser Humano; - Constância de propósitos; - Aperfeiçoamento contínuo (melhoria contínua); - Gerência de processos; - Delegação; - Disseminação de informações; - Garantia da qualidade; - Não aceitação de erros. Segundo Farias Filho (2000) “o estudo sobre a evolução da qualidade como companheira da evolução da humanidade, já apresentada, está distribuído em etapas que podem ser caracterizadas fazendo-se uma correlação com a 16 situação socioeconômica do ser humano em seu processo evolutivo”. Com base na compreensão desta citação, reforça-se o entendimento de que a função qualidade potencialmente está direta e decisivamente relacionada ao “ser humano” (às pessoas), reforçando-se assim, a perspectiva de que pode ser encarada como uma função de ordem vital, tanto para as organizações quanto para os indivíduos. O quadro abaixo visa demonstrar a escala evolutiva da função qualidade através do tempo. 1900 – INSPEÇÃO: Os atributos de um produto eram examinados, medidos ou testados, a fim de assegurar a sua conformidade. Utilização de referenciais e/ou modelos para comparação (desenhos, especificações, moldes etc. 1930 – CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO: Programas de capacitação dos processos e técnicas de amostragem. Manutenção das características anteriores com a associação de modelos estatísticos visando identificação de desvios da qualidade e suas causas. 1950 – GARANTIA DA QUALIDADE: Surgimento da necessidade de implementação de um Sistema da Qualidade em que todas as ações são planejadas e sistematizadas de modo a garantirem uma confiança adequada de que um produto e/ou serviço satisfará determinados requisitos de Qualidade. - Quantificação dos Custos da Qualidade 17 - Técnicas de confiabilidade - Programa Zero Defeitos. 1970 – GESTÃO INTEGRADA DA QUALIDADE TOTAL: Manutenção das características anteriores com a inclusão de uma outra característica de crescente relevância: O fator Humano, isto é, a humanização da empresa. Todos os colaboradores da empresa, assim como clientes e fornecedores, devem ser envolvidos na realização da qualidade. O enfoque valoriza os clientes (internos e externos) e a sua satisfação como fator de preservação e ampliação da participação no mercado. 1990 – GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE TOTAL: Abordagem gerencial que usa a melhoria contínua como uma arma estratégica para fortalecimento da competitividade e rentabilidade. Requer que os objetivos e metas da qualidade sejam orientados para os objetivos estratégicos do negócio. Requer valores, princípios, pensamento sistêmico, liderança inovadora, satisfação dos clientes externos e internos e desenvolvimento de todos os integrantes da organização. Requer a contínua avaliação e melhoria de produtos, serviços, processos e relacionamentos. Dentro do processo de evolução da função qualidade podemos verificar que houve significativas alterações quanto à forma de visualização da mesma no decorrer do tempo, como podemos ver no quadro abaixo: 18 3. TERMINOLOGIAS RELACIONADAS À PROFISSÃO O significado da palavra terminologia depende do contexto em que está sendo utilizada. Pode designar a disciplina ou a prática terminológica: Terminologia; ou o conjunto de termos específicos de uma área do conhecimento: terminologia. A Terminologia é uma disciplina científica que permite uma padronização de processos produtivos por meio do uso de linguagens específicas, confundindo-se com o próprio sistema de gestão da qualidade. Toda área de especialidade necessita de uma linguagem particular que seja do conhecimento dos profissionais ligados a ela. Esta necessidade dá-se, pois em uma comunicação especializada não pode haver ruídos uma vez que estes prejudicam a comunicação precisa. Abaixo, apresentamos os principais termos utilizados na Qualidade. A • Ação Corretiva - Ação para eliminar a causa de uma não-conformidade identificada ou outra situação indesejável. • Ação Preventiva - Ação para eliminar a causa de um potencial não- conformidade ou outra situação potencialmente indesejável. • Alta Direção - Pessoa ou grupo de pessoas que controla uma organização no mais alto nível. • Ambiente de Trabalho - Conjunto de condições sob as quais um trabalho seja realizado. • Análise crítica - Atividade realizada para determinar pertinência, a adequação e eficácia do que está sendo examinado, para alcançar os objetivos definidos. • Análise Crítica pela Direção - Avaliação formal, pela alta administração, do estado e da adequação do sistema da qualidade, em relação a política da qualidade e seus objetivos. • Análise de Requisitos - Conjunto de atividades que permite identificar as necessidades do usuário de modo a obter uma definição clara das características (requisitos) de um sistema. Essas características descrevem o sistema em termos de funcionalidades, desempenho 19 esperado, restrições de projeto, níveis de qualidade esperados, interface com outros elementos do sistema. • Aspecto Ambiental - Elemento das atividades ou produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com o meio ambiente. • Auditado - Organização que está sendo auditada. • Auditor - Pessoa com a competência para realizar uma auditoria. • Auditoria - Processo sistemático, documentado e independente para obterevidências de auditoria e avaliá-las objetivamente para determinar a extensão nas quais os critérios da auditoria são atendidos. • Avaliação - Exame sistemático do grau em que um produto, processo ou serviço atende aos requisitos especificados. • Avaliação de Terceira Parte ou Independente - Avaliação feita por pessoa ou organismo reconhecido como independente das partes envolvidas. C • Capacidade - Aptidão de uma organização, sistema ou processo de realizar um produto que irá atender os requisitos para este produto. • Características - Propriedade diferenciadora. • Característica da Qualidade - Característica inerente a um produto, processo ou sistema, relacionada a um produto. • Características Metrológicas - Propriedade distinta que pode influenciar os resultados de medição. • Classe - Categoria ou classificação atribuída a diferentes requisitos da qualidade para produtos, processos ou sistemas que tem o mesmo uso funcional. • Certificação - Modo pelo qual uma terceira parte dá garantia escrita de que um produto, processo ou serviço está em conformidade com os requisitos especificados. • Cliente - Organização ou pessoa que recebe um produto. • Cliente de Auditoria - Organização ou uma pessoa que solicitou uma auditoria. • Competência - Atributos pessoais demonstrados e capacidade demonstrada para aplicar conhecimento e habilidades. 20 • Comprovação metrológica - Conjunto de operações necessárias para assegurar que um equipamento de medição atende seus requisitos para seu uso pretendido. • Concessão - Permissão para usar ou liberar um produto que não atende os requisitos especificados. • Conclusão de Auditoria - Resultado de uma auditoria, apresentado pela equipe de auditoria após levar em consideração os objetivos da auditoria e todas as constatações de auditoria. • Conformidade - Atendimento a um requisito. • Controle da Qualidade - Parte de gestão da qualidade focada no atendimento dos requisitos da qualidade. • Constatações de Auditoria - Resultados da avaliação da evidência de auditoria coletada, comparada com os critérios de auditoria. • Correção - Ação para eliminar uma não-conformidade identificada. • Critério de Auditoria - Conjunto de políticas, procedimentos ou requisitos usados como uma referência. • Custos da Qualidade - Custos relacionados com as perdas em função da qualidade insuficiente de processos, produtos ou serviços (custos da não-conformidade) ou com os investimentos em atividades que eliminem falhas ou elevem a qualidade de processos, produtos ou serviços (custos da conformidade). A identificação e a apropriação contábil desses custos permitem que o administrador possa fazer uma análise do nível de qualidade de sua produção e possa tomar decisões para melhorar esse nível. D • Declaração de Conformidade - Declaração, emitida pelo fornecedor ou pelo produtor de um software, assegurando que estes opera em conformidade com certas normas ou especificações pré-estabelecidas. • Defeito - Não atendimento a um requisito relacionado a um uso pretendido ou especificado. • Desempenho Ambiental - Resultados mensuráveis da gestão de uma organização sobre seus aspectos ambientais. • Documento - Informação e o meio no qual ela está contida. 21 E • Eficácia - Extensão na qual atividades planejadas são realizadas e os resultados planejados, são alcançados. • Eficiência - Relação entre o resultado alcançado e os recursos usados. • Empreendimento - Processo único que consiste em um conjunto de atividades coordenadas e controladas, com datas de início e conclusão, realizados para atingir um objetivo em conformidade com requisitos especificados, incluindo as limitações de tempo, custo e recursos. • Ensaio - Determinação de uma ou mais características de acordo com um procedimento. • Entidade Certificadora - Órgão que realiza a certificação de conformidade, a partir da existência da garantia adequada de que um produto, processo ou serviço, devidamente identificado, está em conformidade com uma norma ou outro documento normativo especificado. • Equipamento de Medição - Instrumento de medição, programa de computador, padrão de medição, material de referência ou dispositivos auxiliares, ou uma combinação deles, necessário para executar um processo de medição. • Equipe de Auditoria - Um ou mais auditores que realizam uma auditoria, apoiados, se necessário, por especialistas. • Escopo de Auditoria - Abrangência e limites de uma auditoria. • Especialista - Pessoa que tem conhecimento ou experiência específico no assunto a ser auditado. • Especificação - Documento que estabelece requisitos. • Estrutura Organizacional - Conjunto de responsabilidade, autoridades e relação entre pessoas. • Evidência de Auditoria - Registros, apresentação de fatos ou outras informações, pertinentes aos critérios de auditoria e verificáveis. • Evidência Objetiva - Dados que apoiam a existência ou a veracidade de alguma coisa. 22 F • Fornecedor - Organização ou pessoa que fornece um produto. • Função metrológica - Função com responsabilidade da organização para definir e implementar o sistema de controle de medição. G • Garantia da Qualidade - Parte da gestão da qualidade focada em prover confiança de que os requisitos da qualidade serão atendidos. • Garantia de Funcionamento - Termo coletivo utilizado para descrever o desempenho da disponibilidade e seus fatores que influenciam: desempenho da confiabilidade, desempenho da manutenção e desempenho no apoio da manutenção. • Gestão - Atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização. • Gestão da Qualidade - Atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização, no que diz respeito à qualidade. • Guia ABNT ISO/IEC GUIA 25 - Requisitos gerais para a capacitação de laboratórios de calibração e de ensaios. I • Impacto Ambiental - Qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organização. • Informação - Dados significativos. • Infraestrutura - Sistema de instalações, equipamentos e serviços necessários para a operação de uma organização. • Inspeção - Avaliação da conformidade pela observação e julgamento, acompanhada, se necessário, de medições, ensaios ou comparação com padrões. • ISO - Internacional Organization for Standardization (Organização Internacional de Normalização). Rede dos institutos nacionais de normas de 146 países, composta por um membro de cada país, com uma secretaria central localizada em Genebra/Suíça, que coordena a 23 rede. Trata-se de uma organização não-governamental, com membros dos setores governamental e privado. L • Lead Assessor - Certificação que qualifica um auditor a atuar na avaliação de empresas segundo as normas ISO 9000, ISO14000, A obtenção desse título depende da participação em cursos da realização de um número de horas de auditoria. • Liberação - Permissão para prosseguir para o próximo estágio de um processo. M • Manual da qualidade - Documento que especifica o sistema de gestão da qualidade de uma organização. • Medição - Uso de uma métrica para atribuir um valor (o qual pode ser um número ou categoria), obtido a partir de uma escala, a um atributo de uma entidade. • Meio Ambiente - Circunvizinhança em que a organização opera, incluindo-se ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações. • Melhoria Contínua - Atividade recorrente para aumentar a capacidade de atender requisitos. • Melhoria da Qualidade - Parte de gestão da qualidade focada no aumento de capacidade de atender os requisitos da qualidade. • Meta Ambiental - Requisito de desempenho detalhado, aplicável à organização ou a parte dela, resultante dos objetivos ambientais e que necessita ser estabelecido e atendidopara que tais objetivos sejam atingidos. N • Não Conformidade - Não-atendimento de um requisito especificado. • NBR ISO 9000 - Sistemas de gestão da qualidade. Fundamentos e vocabulário Norma que descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e estabelece a terminologia para estes sistemas. 24 • NBR ISO 9001 - Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos. Esta Norma especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade, quando uma organização necessita demonstrar sua capacidade para fornecer de forma coerente produtos que atendam aos requisitos do cliente e requisitos regulamentares aplicáveis, e pretende aumentar a satisfação do cliente por meio da efetiva aplicação do sistema, incluindo processos para melhoria contínua do sistema e a garantia da conformidade com requisitos do cliente e requisitos regulamentares aplicáveis. • NBR ISO 9004 - Sistemas de gestão da qualidade. Diretrizes para melhoria de desempenho Esta Norma fornece orientação para um sistema de gestão da qualidade com objetivos mais amplos do que andar ISO 9001, especificamente no que tange à melhoria contínua do desempenho global de uma organização sua eficiência, assim como à sua eficácia. O • Objetivo da Qualidade - Aquilo que é buscado ou almejado, no que diz respeito à qualidade. • Objetivo Ambiental - Propósito ambiental geral, decorrente da política ambiental, que uma organização se propõe atingir. • Organização - Grupo de instalações e pessoas com um conjunto de responsabilidades, autoridades ou relações. P • Parte interessada - Pessoa ou grupo que tem interesse no desempenho ou no sucesso de uma organização. • Permissão de desvio - Permissão para desviar-se dos requisitos originalmente especificados de um produto antes de sua realização. • Planejamento da Qualidade - Parte de gestão da qualidade focada no estabelecimento de objetivos da qualidade e que especifica os recursos e processos operacionais necessários para atender os objetivos. • Plano da Qualidade - Documento que especifica quais os procedimentos e recursos associados devem ser aplicados, por quem 25 quando, a um empreendimento, produto, processo ou contratos específicos. • Plano de Auditoria - Descrição das atividades e arranjos para uma auditoria. • Política Ambiental - Intenções e princípios gerais de uma organização em relação ao seu desempenho ambiental conforme formalmente expresso pela alta administração. • Política da Qualidade - Intenções e diretrizes globais de uma organização relativas à qualidade, formalmente expressas pela alta direção. • Prevenção de Poluição - Uso de processos, práticas, técnicas, materiais, produtos, serviços ou energia para evitar, reduzir ou controlar (de forma separada ou combinada) a geração, emissão ou descarga de qualquer tipo de poluente ou rejeito, para reduzir os impactos ambientais adversos. • Procedimento - Forma especificada de executar uma atividade ou um processo. • Processo - Conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transforma insumos (entradas) em produtos(saídas). • Processo de medição - Conjunto de operações para determinar o valor de uma grandeza. • Processo de qualificação - Processo para demonstrar a capacidade de atendera requisitos especificados. • Produto - Resultado de um processo. • Programa de Auditoria - Conjunto de uma ou mais auditorias planejadas para um período específico e direcionado a um propósito específico. • Projeto e desenvolvimento - Conjunto de processos que transformam requisitos em características especificadas ou na especificação de um produto processo ou sistema. Q • QFD - Quality Function Deployment - Técnica de planejamento e de especificação de requisitos que consiste em reuniões com técnicos e clientes, nas quais são elaboradas matrizes em que se cruzam 26 informações sobre "o que" é desejado (requisitos) e “como" implementar. É composta por quatro etapas - projeto, componentes, processo e produção, sendo gerada a cada etapa uma matriz, a partir da matriz anterior. As matrizes explicitam relações, conflitos, níveis de dificuldade, estágio tecnológico. Por seu formato peculiar, matriz do QFD é conhecida como "casa da qualidade". • Qualidade - Grau no qual um conjunto de características inerentes satisfaz a requisitos. Entidade pode ser uma atividade ou um processo, um produto, uma organização ou uma combinação desses. R • Rastreabilidade - Capacidade de recuperar o histórico, a aplicação ou localização daquilo que está sendo considerado. • Reclassificação - Alteração da classe de um produto não-conforme, a fim de torná-lo conforme a requisitos diferentes daqueles inicialmente especificados. • Refugo - Ação sobre um produto não-conforme, para impedir a sua utilização prevista originalmente. • Registro - Documento que apresenta resultados obtidos ou fornece evidências de atividades realizadas. • Reparo - Ação sobre um produto não-conforme, a fim de torná-lo aceitável para o uso pretendido. • Requisitos - Necessidades básicas do cliente, geralmente explicitadas como condição de negócio no contrato com fornecedor. São características, tais como funcionalidades, especificações técnicas, prazo de entrega, garantia, que o cliente "requer" do produto. Necessidades ou expectativas que são expressas, geralmente, de forma implícita ou obrigatória. • Retrabalho - Ação sobre um produto não-conforme, a fim de torná-lo conforme aos requisitos. S • Satisfação do Cliente - Percepção do cliente do grau no qual os seus requisitos foram atendidos. 27 • Sistema - Conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos. • Sistema de controle de medição - Conjunto de elementos inter- relacionados ou interativos, necessários para alcançar a comprovação metrológica e controle contínuo dos processos de medição. • Sistema de Gestão - Sistema para estabelecer políticas e objetivos, e para atingir estes objetivos. • Sistema de Gestão da Qualidade - Sistema de gestão para dirigir e controlar uma organização, no que diz respeito à qualidade. • Sistema de Gestão Ambiental - A parte de um sistema de gestão de uma organização utilizada para desenvolver e implementar sua política ambiental e para gerenciar seus aspectos ambientais. V • Validação - Comprovação, através do fornecimento de evidência objetiva, de que os requisitos para uma aplicação ou uso específicos pretendidos foram atendidos. • Verificação - Comprovação, através de fornecimento de evidência objetiva, de que requisitos especificados foram atendidos. 28 REFERÊNCIAS BATISTA, J.C. Qualidade Total: Conceito e Evolução. Disponível em https://www.treinarvirtual.com.br/artigos/qualidade-total-conceito-e-evolucao. Acesso em 25 abr. 2022. CARPINETTI, L.C.R. Gestão da Qualidade – Conceitos e Técnicas, São Paulo, Atlas, 2010. FAESARELLA, I.S.; SACOMANO, J.B.; CARPINETTI, L.C.R. Gestão da Qualidade: Conceitos e Ferramentas. São Carlos: EESC-USP, 2004, 130 p. RIGOTTI, F. Dicionário de termos da qualidade. Disponível em https://www.visualcargo.com.br/Blog/2019/08/05/Dicion%C3%A1rio-de-termos- da-qualidade-2055. Acesso em 25 abr. 2022. RODRIGUES, A.S. Gestão da Qualidade. 2016. Disponível em: http://proedu.rnp.br/handle/123456789/675. Acesso em 25 abr. 2022.