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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MINAS GERAIS (IFMG) - CAMPUS BAMBUÍ Disciplina: Química de Alimentos | Curso: Eng. Alimentos Professora: Gaby Ortiz | Semestre: 2021.2 Nome: Alessandra de Fátima Barcelos Nome: Amanda Iamaguchi Fantini Ribeiro Nº:00484947 Nº: 0048490 Turma:Engenharia de Alimentos Turno:Integral Data: 17/12/2021 Atividade 3 – Oxidação de Lipídeos e Rancidez Hidrolítica 1 - (3,0 pontos) Explique como ocorre a rancidez oxidativa e suas consequências no alimento. A oxidação, rancificação e deterioração de gordura são problemas técnicos importantes na indústria de processamento de alimentos. Nos alimentos podem ocorrer de duas maneiras diferentes: rancidez oxidativa, que é causado pela auto-oxidação de triacilgliceróis e ácidos graxos insaturados pelo oxigênio atmosférico; ou ranço hidrolítico, que é causado por lipase ou reagentes químicos que hidrolisam ligações éster na presença de umidade; o que gera a formação de aldeídos, cetonas, ácidos, álcoois e hidrocarbonetos indica ranço. Desse modo, a oxidação de lipídios envolve uma série de reações químicas complexas entre o oxigênio atmosférico e os ácidos graxos insaturados. Essas reações ocorrem em três estágios: iniciação, propagação e término: Iniciação: ocorre quando os átomos de hidrogênio são removidos, levando à formação de radicais livres. Para que ocorra a reação de oxidação, são necessárias a presença de oxigênio e uma certa quantidade de energia inicial. Propagação: É caracterizada por uma reação em cadeia de radicais livres, com eleva consumo de oxigênio e alto teor de peróxidos. O aroma e o sabor começam a mudar. O radical livre de peróxido pode remover um hidrogênio (H) das moléculas de ácidos não graxos. Os peróxidos formados podem participar da reação de decomposição e formação de novos radicais livres. O processo de oxidação começa com a presença de um grande número de substâncias nos alimentos, como íons metálicos, enzimas e luz ultravioleta. Término: ocorre quando dois radicais livres finalmente interagem para formar uma substância (estabilizada), encerrando assim seu papel de propagador da reação. A principal característica dessa etapa é a redução do consumo de oxigênio e a redução dos peróxidos. Neste caso, a consistência da comida mudou. Desse modo, a rancidez oxidativa é desencadeia a deterioração de alimentos ricos em lipídios, pois resulta em alterações indesejáveis de sabor, cor, aroma, consistência do alimento e perda nutritiva. 2 - (2,0 pontos) Escreva os fatores que aceleram a reação de oxidação lipídica. A oxidação lipídica pode ser acelerada por meio de: Calor: o tratamento térmico proporciona um aumento das reações químicas com a elevação da temperatura o Em relação a temperatura de armazenamento: quanto maior a temperatura, maior será a velocidade com que a reação se desenvolve. A cada aumento de 10°C na temperatura, a reação do oxigênio com a gordura insaturada duplica, sendo que é possível minimizar esse efeito com um armazenamento de alimentos sob refrigeração e congelamento o Exemplo: Temperaturas de cocção, que é utilizado em processos de fritura a uma temperatura de 100°C) Luz: com a presença da luz e um agente sensibilizante, como a clorofila, ocorre a ativação do oxigênio em oxigênio singlete, que pode desempenhar um papel importante na indução da deterioração oxidativa. Por isso, deve-se evitar, quando possível, a incidência direta da luz nos alimentos suscetíveis a oxidação. Secagem (desidratação): com o processo de secagem as moléculas são aproximadas devido a remoção da água do alimento, isto acarreta na formação de microcapilares, o que facilita o acesso do oxigênio atmosférico. Além disso a água forma uma capa protetora e a sensibilidade química dos componentes do alimento aumenta. Atividade de água dos alimentos: a presença de água livre aumenta a atividade catalítica dos metais, portanto, o risco de oxidação aumenta a medida que atividade de água aumenta Presença de catalisadores, chamados de pró-oxidantes: que aceleram a reação de oxidação (metais e grupo heme da mioglobina) Quantidade de O2 presente: como o oxigênio (O2) está ligado diretamente à oxidação, a sua ausência impede, assim, a rancificação oxidativa. Composição: está ligado ao grau de insaturação do ácido graxo ou gordura, ou seja, quanto mais insaturado for o ácido graxo ou a gordura, mais facilmente o produto sofrerá oxidação. E também está ligado ao tipo de ácido graxo insaturado, como por exemplo, os ácidos linoléico e linolênico oxidam-se 64 e 100 vezes mais rápido que o ácido oléico, respectivamente. 3 - (2,0 pontos) Alguns alimentos como Farinha de trigo integral e Leites e derivados, são susceptíveis à rancificação hidrolítica. Descreva como esta alteração pode ser identificada em cada alimento e como evitar este tipo de alteração. Rancidez hidrolítica em cereais e derivados A rancidez hidrolítica pode ocorrer durante o armazenamento inadequado e pode ser percebido através: Aumento da acidez e diminuição do pH; Trazer o “Off-flavor”, um sabor de sabão; Aumento na sensibilidade dos ácidos graxos à oxidação; Alterações nas propriedades funcionais. Para prevenir: grãos secos podem ser armazenados em temperaturas baixas, mas, se o teor de água exceder a 14% pode ocorre a hidrólise. Na farinha de trigo, a deterioração hidrolítica eleva os teores de ácidos graxos livres na farinha, promovendo o processo de oxidação lipídica. Sendo, que o teor de acidez de lipídios da farinha de trigo serve como indicador dos processos de rancidez hidrolítica e oxidativa dos lipídios. Rancidez hidrolítica em leites e derivados A ruptura do glóbulo de gordura aumenta muito a eficácia da lipólise pelo aumento da superfície de contato. A rancidez desses produtos pode ser percebida: Pelo odor, mesmo em concentrações baixas Apresentar sabores desagadáveis. A rancidez hidrolítica em leites e derivados pode ser evitada aplicando tratamentos termicamente adequados, por exemplo, utilizar temperaturas baixas, e eliminar a água no lipídeo. Rancidez hidrolítica em Gorduras: Para medir a extensão da oxidação da gordura, pode-se fazer dois tipos de testes: Acidez: um alto índice de acidez indica que o óleo ou gordura está sofrendo quebras em sua cadeia, liberando seus constituintes principais, os ácidos graxos. Com isso, o cálculo desse índice ajudará na avaliação do estado de deterioração (rancidez hidrolítica) do óleo ou gordura. Índice de peróxido: a medição ocorre via índice de peróxidos que é determinado dissolvendo- se um peso de gordura em uma solução de ácido acético-clorofórmio, adicionando-se iodeto de potássio e titulando o iodo liberado com solução padrão de tiossulfato de sódio, usando amido como indicador. Para prevenir pode-se utilizar caixas, latas e baldes armazenados ao abrigo de: Luz solar direta e sob temperaturas amenas; Umidade; Longe de materiais com cheiro forte ou substâncias tóxicas; Em embalagens íntegras e bem vedadas; Rancidez hidrolítica em frutos e vegetais Deve-se tomar cuidado em frutos quem possuem sementes, como tomate, ervilhas, morango, pois estes possuem um elevado teor de óleo que pode ser suscetível a rancidez.
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