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Anatomia Ginecológica Mamas, Genitália interna e externa Na embriologia, as glândulas mamárias surgem a partir das cristas mamárias ou linhas lácteas, que são duas faixas de espessamento ectodérmico que vão das axilas às regiões inguinais, tendo seu desenvolvimento da 5-6ª semana de vida fetal. Vários pares de glândulas mamárias que se desenvolvem ao longo da crista posteriormente regridem, restando apenas o sítio correspondente ao par de mamas. Uma falha na regressão das cristas mamárias pode gerar uma polimastia (mamas acessórias - glândula mamária supranumerária e disfuncional, e que acomete mais a região abaixo das axilas, principalmente no momento da gestação), ou uma politelia (papilas acessórias). Os principais ductos lactíferos já estão formados ao nascimento. Já as glândulas mamárias permanecem subdesenvolvidas até a puberdade. A maturação completa das glândulas mamárias ocorre durante a gravidez e a lactação devido a influência de estrógenos e a progesterona. Espessamento ectodermal residual -> brotos mamários -> brotos secundários -> ductos lactíferos e ramos -=> ductos lactíferos maiores -> papila Mama: —--------------------------------------------------------------- A mama repousa na parede torácica anterior, e sua base se estende da 2-6ª costela. Dois terços da mama repousam sobre o peitoral maior e o restante está em contato com o músculo serrátil anterior e uma porção superior do músculo oblíquo abdominal. Os limites anatômicos são: ● Superior: 2-3ª costela ● Inferior: Sulco ou prega inframamária (geralmente por volta da 6ª costela) ● Medial: Borda lateral do esterno ● Lateral: Linha axilar média *Os limites da mama não possuem relação direta com o volume. As mamas são compostas por pele, tecido subcutâneo e tecido mamário e existem 2 fáscias na mama, sendo elas a superficial e a profunda. O tecido mamário frequentemente se estende até a axila, e a extensão é chamada cauda de Spence. Este tecido se encontra ligado à pele através dos ligamentos suspensórios de Cooper, que são faixas fibrosas de tecido conectivo que correm através do parênquima mamário e se inserem perpendicularmente na derme. Na inspeção dinâmica o objetivo é ver a movimentação do peitoral maior. Se houver lesão que comprometa os ligamentos de Cooper, podemos ver uma retração na mama, uma vez que a contração de ligamentos suspensórios podem levar a retração da pele, clinicamente associadas a tumores malignos. A mama é composta por 15-20 lobos, que são formados por vários lóbulos (variam de 20-40). Cada lobo drena para um ducto lactífero maior. Os ductos lactíferos se dilatam sobre a aréola, onde desembocam e formam os seios lactíferos, e se abrem através de um estreito orifício para o mamilo. O espaço entre os lobos é preenchido por tecido adiposo. A mama é dividida em quadrantes (QSM, QIM, QSL, QIL). *Pode-se dizer ainda inter quadrante lateral, medial…*. A maioria do volume mamário está presente nos quadrantes laterais, onde também é a localização mais comum dos tumores mamários. A vascularização envolve uma rede arterial e venosa. Irrigação arterial: ● Porção medial e central: Ramos intercostais perfurantes anteriores (surgem da a. torácica interna e correspondem a 60% do suprimento sanguíneo mamário) ● Quadrante súpero-lateral: A. torácica lateral (originados da a. axilar) e ramo peitoral da artéria toracoacromial. - 30% suprimento sanguíneo ● Tecido mamário remanescente: Ramos das aa. intercostais posteriores ● Pele: Plexo subdérmico ● Complexo aréolo papilar (CAP): a. torácica interna (Ramos perfurantes e ramos intercostais anteriores) Irrigação venosa: Segue o curso das artérias, seguindo em direção às axilas. Ao redor da papila formam um círculo anastomótico - Circulus venosus. Inervação: É dividida em suas regiões ● Mama e parede torácica anterolateral: Ramos cutâneos laterais e anteriores (originados do 2º ao 6º nervo intercostal) ● Porção superior mama: Ramos anteriores do nervo supraclavicular (originados do plexo cervical) ● Papila e aréola: Ramos cutâneos laterais e anteriores (2-5º nervo intercostal) ● Nervo intercostobraquial é o ramo cutâneo lateral do 2º nervo intercostal. Este pode ser encontrado durante dissecção axilar. Sua secção pode levar à perda de sensibilidade na face medial do braço. Drenagem Linfática: Os linfonodos axilares são responsáveis por 75% da drenagem. Medialmente, a mama é drenada pelos linfáticos que acompanham a artéria mamária interna e desembocam no grupo de linfonodos paraesternais. Os linfáticos superficiais se comunicam com os da mama oposta e com a parede abdominal anterior. Os linfonodos supraclaviculares têm envolvimento indicativo de doenças. A drenagem linfática dos componentes epitelial e mesenquimal é a principal via responsável pelas metástases do câncer de mama para outro sítio. *Não existe nenhum exame preventivo a não ser a coloproctologia! Linfonodo sentinela é o primeiro linfonodo da cadeia. Existem marcadores injetáveis no intraoperatório, onde pode-se ver este corante corando o primeiro linfonodo da cadeia. Genitália Externa: —------------------------------------------------------ Composta pela vulva (Monte púbico, grandes e pequenos lábios, vestíbulo da vagina, clitóris, bulbo do vestíbulo e glândulas vestibulares). A irrigação é feita pelas artérias pudendas internas, a inervação se dá através do nervo pudendo (uma anestesia neste nervo consegue anestesiar basicamente toda região vulvo perineal) e a drenagem linfática pelos linfonodos inguinais superficiais. *Nervo pudendo é a junção de S2, S3 e S4. Genitália interna: —----------------------------------------------------- Se resume basicamente a vagina, útero, trompas e ovários. *Atentar para relações do útero e vagina com demais órgãos pélvicos. Útero: Órgão oco, com paredes musculares grossas, em forma de pera invertida e de dimensões 6,5-7,5 cm C x 3-4 cm L, localizado acima da vesica (bexiga). É composto pela túnica serosa (revestimento), miométrio e endométrio. É também dividido em fundo, corpo, istmo e colo. Durante a gravidez, o istmo incorpora ao corpo se tornando segmento inferior do útero. O colo uterino é dividido em porção supravaginal e segmento vaginal (porção visualizada no exame especular). *No começo da gravidez, começa a crescer e cai para o lado direito, pois ao lado esquerdo há fixo o retossigmóide. Com isso, inicialmente na gestante pelo útero cair a direita, pode apertar o ureter e ocorre uma hidronefrose fisiológica, podendo levar ainda à pielonefrite. Irrigado pela a. uterina (ramo da ilíaca interna). O sangue retorna do útero através de um plexo venoso que segue a a. uterina e drena para a v. ilíaca interna. A Inervação é feita pelos plexos uterovaginais e hipogástrio superior (fibras aferentes viscerais sensitivas e eferentes viscerais motoras). A drenagem linfática se dá pelos linfonodos lombares (fundo e parte superior do corpo), ilíacos externos (parte mais inferior do corpo) e ilíacos internos e sacral (colo uterino). Ovários: Originam-se nos 3 folhetos embrionários (ecto/meso/endoderma), situam-se na fossa ovárica e não são cobertos pelo peritônio. A região ovárica é sustentada pelos ligamentos útero-ovárico, infundíbulo pélvico e mesovário. A irrigação se dá pela artéria ovárica e ramo ovárico da artéria uterina. A inervação se dá pelo plexo ovárico e a drenagem linfática pelos linfonodos aórticos/lombares. A irrigação se dá pela a. ovárica e ramo ovárico da a. uterina. A drenagem linfática acompanha os vasos e drenam para linfonodos lombares ou aórticos. A inervação se dá pelo plexo ovárico. Tubas uterinas (de falópio): Órgãos tubulares que se dividem em 4 partes: ● Intramural - Atravessa parede uterina e termina na cavidade uterina como óstio uterino. ● Istmo - Parte mais estreita da tuba, ao lado do útero. ● Ampola - Porção mais longa e larga, tortuosa e de paredes mais delgadas que o istmo. ● Infundíbulo - Extremidade distal afunilada, se abre na cavidade peritoneal pelo óstio abdominal. A fímbrias (processos digitiformesda extremidade fimbriada do infundíbulo) se abrem sobre a face medial do ovário. Existem 2 aberturas, 1 está para a cavidade uterina e outra para a cavidade abdominal. A sustentação ocorre pela mesossalpinge e ligamento tubo-ovárico. A irrigação se dá pelas artérias ovariana e uterina, a inervação pelo plexo ovárico e hipogástrio inferior, e a drenagem pelos linfonodos lombares. *A gestação ectópica é a que ocorre fora da cavidade uterina, sendo o local mais comum a região ampolar. Vagina: Órgão tubular, com 7-10 cm de comprimento, e que se prende superiormente ao colo do útero formando o fórnice vaginal. Tem a camada mucosa, túnica muscular e túnica fibrosa. A mucosa vaginal é rugosa (diferentemente do colo do útero que é completamente liso) e possui influência direta da idade e ação hormonal da paciente. É irrigada pelos ramos da artéria uterina e artéria vaginal (ramo da ilíaca interna). *numa gravidez podemos sentir a pulsação da . vaginal. A inervação se dá pelo n. pudendo (terço inferior e maior sensibilidade) e plexo uterovaginal (parte superior e de menor sensibilidade). E a drenagem linfática pelos linfonodos ilíacos e inguinais. Assoalho pélvico: Conjunto de estruturas que formam o limite inferior da bacia e oferecem suporte aos órgãos localizados na pelve. Essas estruturas são principalmente musculares e fibrosas e se conectam aos ossos do quadril. Estruturas do assoalho pélvico: Envolvem o aparelho de suspensão e de sustentação. As estruturas de suspensão e sustentação não fazem parte da anatomia do órgão genital em si mas auxilia para que os órgãos genitais internos fiquem literalmente tópicos e não distópicos ou ectópicos. Processos de suspensão - Relacionados aos ligamentos Processos de sustentação ou assoalho pélvico - Relacionado com o muscular/musculatura Referência: Cap 1 - febrasgo tratado de ginecologia
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