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Episódio - Elementos de semiologia aplicados às mensagens midiáticas


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TEORIA
DA IMAGEM
Leonardo Foletto
Elementos de semiologia 
aplicados às mensagens 
midiáticas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Caracterizar as diferentes correntes da semiologia e sua aproximação 
com a comunicação.
 � Analisar os elementos do signo aplicados às mensagens.
 � Identificar como ler semioticamente um texto imagético comunicacional.
Introdução
Proposta no início do século XX como ciência, a semiologia é uma das 
correntes de estudo mais populares na comunicação no Brasil. Oriunda 
da linguística e da filosofia, propõe métodos de análises de textos – 
imagens, sons, vídeos – a partir do signo, seu conceito mais importante. 
Além disso, a semiologia é uma ferramenta fundamental para a leitura 
das mensagens midiáticas verbais e não verbais. Portanto, entender 
os conceitos semiológicos também ajuda você a compreender o 
processo de comunicação e a produção de significados a partir da 
criação de qualquer conteúdo a ser veiculado em mídias.
Neste texto, você vai ver como a semiologia surgiu e conhecer as di-
ferentes correntes que foram criadas ao longo do século XX. Também vai 
entender os elementos utilizados para a análise semiológica e, por fim, ver 
sua relação íntima com a comunicação na leitura de imagens midiáticas.
Origens: Saussure e a linguística
Os cursos de linguística que o austríaco Ferdinand de Saussure (1857–1913) 
ministrou entre 1906 e 1911 em Genebra são considerados os marcos fundadores 
da linguística moderna. Para Saussure, a língua é uma “[...] instituição social, 
um sistema organizado de signos que exprimem ideias [...]” (MATTELART; 
MATTELART, 2011, p. 86). A linguística, enquanto ciência compreendida 
por Saussure, teria por tarefa estudar as regras desse sistema organizado de 
produção de sentido: “[...] trata-se de descobrir as oposições, as diferenças que 
permitem a uma língua funcionar e significar [...]” (MATTELART; MATTE-
LART, 2011, p. 86). 
A semiologia, então, estende as hipóteses de análise do texto para outras 
disciplinas, como a história, a antropologia, a literatura e a comunicação. Ela 
é compreendida como uma teoria geral dos processos de significação, ou seja: 
um arsenal teórico para entender como as coisas (palavras, imagens, sons) 
produzem significado na sociedade. Como o próprio Saussure afirma, em Curso 
de Linguística Geral, “[...] uma ciência que estude a vida dos signos no interior 
da vida social… nós a chamaremos semiologia (do grego semeion, signo). Ela 
nos diria em que consistem os signos, que leis os regem.” (SAUSSURE, 2006).
Saussure propôs um modelo de linguística abstrato, “[...] onde os falantes são despidos 
de suas características históricas, pessoais e culturais.” (PERUZZOLO, 2004, p. 36). Ele 
trabalhava sempre com pares dicotômicos, como língua/fala, significante/significado, 
denotativo/conotativo, sintagma/paradigma, conceitos que seriam desenvolvidos por 
diversos autores ao longo do século XXI e seriam uma característica importante do 
estruturalismo, movimento teórico surgido na França nas décadas de 1950 e 1960 a partir 
das ideias de Saussure. O estruturalismo busca “[...] descobrir as lógicas estruturantes 
da formação dos sentidos e da reprodução das relações sociais.” (ENCICLOPÉDIA..., 
2010, p. 493) e se tornou popular até meados dos anos 1970 na Europa Ocidental e 
no Brasil em diferentes áreas, como a antropologia, a história, a filosofia e também a 
comunicação e o jornalismo.
Escolas da semiótica
A Escola dos Estados Unidos: Peirce, Eco e a semiótica
O filósofo, matemático e lógico estadunidense Charles Sanders Peirce (1893–
1914) traz, quase no mesmo período histórico de Saussure mas sem relação de 
diálogo com este, a ideia de semiótica como ligada a posições filosóficas que 
Elementos de semiologia aplicados às mensagens midiáticas100
consideram as cognições, as ideias e o homem como entidades produtoras de 
significados (PERUZZOLO, 2004, p. 37). 
Peirce, mais preocupado com a linguagem e a lógica, define o signo 
como uma relação entre: 1) o signo propriamente dito (chamado também de 
representâmen); 2) o objeto que é representado pelo signo; 3) e o interpretante, 
que ele designa como “[...] o efeito produzido numa mente qualquer pela 
ação do signo [...]” (ENCICLOPÉDIA..., 2010, p. 1108). O signo só existe na 
mente do receptor, não no mundo externo; não é uma “[...] coisa material do 
mundo [...]”, mas um pensamento, uma ideia, uma função (PERUZZOLO, 
2004, p. 66). 
Em outras palavras, é possível dizer que para que um signo represente 
um objeto é necessário que a pessoa crie em sua mente esse signo, que será 
chamado de interpretante. Por exemplo, quando você fala “mesa” para designar 
um objeto de madeira com quatro pernas fixadas ao chão e no qual come todo 
dia, a palavra “mesa” é o signo; o objeto de madeira no qual você come todo 
dia é o objeto; e a imagem (função, ideia) que cria em sua mente quando lê a 
palavra “mesa” é o interpretante. 
O processo que você fez de identificar e produzir significado ao ler a palavra 
mesa num texto e visualizar em sua mente um objeto de madeira de quatro 
pernas ligadas ao chão é chamado semiose. Dito de outra forma, a semiose é 
o movimento que ocorre entre o signo (representâmen), o objeto e o interpre-
tante. Esse movimento é infinito, pois você está sempre produzindo imagens 
mentais a partir dos objetos que os seus sentidos percebem no mundo externo. 
A semiótica, para Peirce, estuda a semiose, essa situação de significação, e 
não o signo propriamente dito (PERUZZOLO, 2004).
Filósofo, escritor e linguista italiano, Umberto Eco se filia à tradição 
anglo-saxônica iniciada por Peirce em diversos trabalhos de semiótica a partir 
da década de 1960. O italiano também é um dos que mais a aproxima da 
comunicação, sobretudo dos meios de comunicação de massa dessa época, 
para a definição de um modelo comunicativo elementar (ECO, 2002). Esse 
modelo trabalha o processo de comunicação com os seguintes elementos: 
fonte – transmissor – sinal – canal – receptor – mensagem – destinatário. 
No código se localiza o artifício que assegura a um dado sinal produzir uma 
mensagem capaz de solicitar uma dada resposta (ECO, 2002, p. 26).
Eco também estabelece que a semiótica é responsável pelo estudo dos 
sistemas formais da significação, enquanto que a comunicação é responsável 
pelo trabalho de produção do signo (ECO, 2002; ENCICLOPÉDIA..., 2010). 
Ou seja: a primeira cuidaria dos sistemas de leitura (o texto, as imagens, os 
áudios) e o segundo da produção de significados a partir dessa leitura.
101Elementos de semiologia aplicados às mensagens midiáticas
A Escola Francesa: Barthes e a semiologia
Embora Saussure seja o criador da semiologia, sua contribuição é essen-
cialmente um projeto teórico, que só a partir da década de 1950 passou a ser 
efetivamente praticado. O francês Roland Barthes (1915–1980), a partir do 
contato com o lituano Algirdas-Julien Greimas (1917–1992), se encarrega de 
desenvolver a aplicação do conceito, dizendo que a semiologia “[...] tem por 
objeto todo o sistema de signos, qualquer que seja sua substância, quaisquer 
que sejam seus limites: as imagens, os gestos, os sons melódicos, os objetos 
e os complexos dessas substâncias que encontramos em ritos, protocolos ou 
espetáculos constituem, se não ‘linguagem’, ao menos sistemas de significação.” 
(BARTHES apud MATTELART; MATTELART, 2011, p. 87).
O signo definido por Barthes a partir de Saussure é uma estrutura de dois 
lados: o significante, perceptível no mundo externo; e o significado, ideia/
pensamento que surge quando você nota o significante (PERUZZOLO, 2004). 
Ambos são mentais, sendo que o significante tem conexões com um objeto 
externo, por isso é chamado de “imagem acústica” (PERUZZOLO, 2004, p. 
63). Já o significado é o “conteúdo” do signo. Enquanto o primeiro constitui 
o plano da expressão, o segundo forma o plano do conteúdo (BARTHES, 
1990; PERUZZOLO, 2004). 
Para exemplificara aplicação dos conceitos, considere que a mesa, enquanto 
objeto ou palavra lida num texto como esse, causa uma primeira imagem em 
sua mente, ligada à definição que se tem na língua sobre o que é a mesa. Essa 
imagem é o significante. A imagem da mesa que você faz em sua mente, 
relacionando-a ao seu almoço realizado todos os dias nela ou ao local onde 
trabalha diariamente, é o significado. O processo de olhar a mesa e reconhecê-
-la enquanto mesa é chamado de significação; é o movimento que sua mente 
faz do significante para o significado e vice-versa (PERUZZOLO, 2004).
Barthes (1990, 1992) propõe suas definições a partir de estudos de mensa-
gens midiáticas da cultura de massa, textos e fotografias em revistas e jornais. 
Portanto, assim como Eco (2002), o autor francês aproxima a semiótica da 
comunicação, também como parte de um movimento de expansão da disciplina 
e aplicação a diversos outros temas, como o vestuário, a narrativa, o mito.
Elementos de semiologia aplicados às mensagens midiáticas102
De modo geral, os países de língua inglesa e alemã adotam a denominação semiótica, 
enquanto os de língua latina (francês, espanhol e português) preferem semiologia. 
Algumas diferenças apontadas por autores como Santaella (1983) e Peruzzolo (2004) 
são de que Saussure e Barthes falam de dentro da linguística, enquanto Peirce e Eco 
buscam uma semiótica ampla, situando-a fora dos conceitos linguísticos e pensando 
o fenômeno do signo como a unidade da construção da comunicação (PERUZZOLO, 
2004, p. 38). Embora com origens e propostas teóricas diferentes, os termos semiologia 
e semiótica são usados como equivalentes no Brasil e em diversos lugares do mundo 
desde 1969, quando da constituição da Associação Internacional de Semiótica. 
Semiótica e as mensagens midiáticas
Agora que você já viu os signos e sabe identificar os elementos das mensagens 
a partir das duas principais correntes da semiótica, é hora de por em prática 
os conhecimentos na leitura de uma mensagem midiática. Você pode começar 
com a imagem mostrada na Figura 1.
Figura 1. Capa do jornal Extra do dia 8 de julho de 2015.
Fonte: Extra (2015).
103Elementos de semiologia aplicados às mensagens midiáticas
Você deve iniciar o percurso da leitura a partir do plano da expressão, ou 
seja, dos significantes perceptíveis na imagem. É a leitura denotativa do texto, 
conhecida como literal, que capta os traços verbais e não verbais (no caso, o 
texto escrito e as imagens) pertencentes a um mesmo código dos comunicantes. 
Os significados denotativos que você produz a partir dos significantes são o 
que garante a comunicação.
Comece de cima: há o texto, Extra, que você sabe ser o nome – e também 
o logotipo – de um jornal do Rio de Janeiro. Você também pode identificar 
a circunstância da mensagem: ela é a capa de um periódico, que significa o 
espaço de maior destaque, aquele primeiro que uma pessoa lê numa banca de 
jornal, debaixo da porta de casa, na caixa de correio, etc. Na parte superior, 
ao lado direito, há a data da edição, o número e o valor com que é vendida.
Abaixo do nome, há duas imagens envoltas em um círculo preto. A primeira 
é uma pintura (do artista francês Debret) que remete a um registro antigo, talvez 
de arquivo, de uma situação frequente no período de escravidão no Brasil. 
Também há na imagem uma pessoa – é possível identificá-la como negra – de 
costas, junto a um tronco que, pelos traços, parece ser de madeira. Essa pessoa 
está sendo açoitada por outra pessoa, também negra, com um objeto que parece 
ser um chicote, em meio a um local que remete à rua. Há dezenas de outras 
pessoas ao redor destas, que observam a ação; algumas têm os mesmos traços 
daquele que está sendo açoitado e estão sendo seguradas por pessoas com 
roupas, chapéus e armas que as identificam como policiais. Há dois outros 
negros no chão, próximos ao tronco, sendo observados por um policial com 
uma espada abaixada em direção ao solo, como se estivesse cuidando-os. A 
situação indica que ou eles já foram açoitados ou serão em breve. 
A segunda imagem é uma fotografia, ao que parece contemporânea. Nela 
se vê um homem negro sem camisa amarrado a um poste por uma corda. 
Em frente a ele, há algumas pessoas próximas umas das outras, vestidas de 
formas diferentes, olhando para a esquerda da foto, muitas delas com os braços 
cruzados. É a esquina de uma rua; o poste está na calçada e as pessoas em 
frente ao homem não olham para ele.
Entre as duas imagens, há um texto escrito “do tronco ao poste”. Ele remete 
ao tronco situado ao centro da primeira imagem e ao poste no canto direito, 
mas em destaque, na segunda. A situação é próxima: um homem negro está 
amarrado, é observado por um grupo de pessoas e pode ser açoitado.
A leitura conotativa da imagem busca os sentidos segundos que vêm 
se agregar aos que a leitura denotativa trouxe. Ela é “[...] um movimento de 
observação da matéria significante [...]” (PERUZZOLO, 2004, p. 120). O 
primeiro passo, segundo o mesmo autor, é a indicação das principais cadeias 
Elementos de semiologia aplicados às mensagens midiáticas104
de signos conotativos ou, como chama o também semioticista dinamarquês 
Hjelmslev, conotadores. É o processo de “[...] levantar as cadeias significantes 
das representações subjetivas e significados segundos: sentimentos, ideias 
abstratas [...]” (PERUZZOLO, 2004, p. 116). Aqui, não basta pensar, mas 
também escrever; ou seja, transformar seus significados em um novo texto, 
escrito, acionando elementos de linguagem em uma ordem que possam ser 
lidos por outros que compartilham do mesmo código.
Ao contrapor duas imagens separadas por séculos de história, o efeito 
desejado pelos editores do jornal é o de comparação. Assim, se relaciona uma 
situação já antiga na história com um caso ocorrido hoje. A proposta é realçar 
a ideia (o significado) de que o mesmo tipo de prática violenta continua ocor-
rendo no Brasil, mesmo depois de mais de cem anos da abolição da escravidão 
no País. Da comparação, se insere outro elemento da cadeia significante: o 
absurdo, a injustiça e a violência que as cenas próximas transmitem. O texto 
escrito que acompanha as imagens reforça esse sentimento.
Peruzzolo (2004, p. 118) afirma que as ideias conotativas se impõem às 
denotativas de acordo com a cultura pessoal (de nível universitário, de ex-
periências urbanizadas e de opções ideológicas). Portanto, é mais fácil para 
você, ao ver essa capa, produzir significados conotativos os mais diversos do 
que os denotativos que as imagens trazem. Por exemplo, se você é negro e 
morador de um bairro de periferia de uma cidade brasileira, o significado de 
“indignação” ao ver a capa, reforçado também pelo uso da cor preta ao redor 
das imagens, pode ser tão forte a ponto de apagar a denotação da segunda 
imagem. Você pode ver com frequência cenas de excesso de violência em 
seu cotidiano e relacioná-las à polícia ou ao tráfico de drogas. Assim, pode 
trazer esses significados ao ler a imagem de um homem negro preso ao poste, 
imaginando que ele foi colocado ali pela polícia ou pelo tráfico. Ao abrir o 
jornal e ver a matéria completa, porém, você vai ver que se trata de um caso 
em que um homem (Cleidenilson Pereira da Silva, de 29 anos) foi apanhado 
pela própria comunidade da cidade de São Luís, no Maranhão, depois de ter 
tentado roubar um bar, e morto por espancamento logo após ser amarrado ao 
poste (EXTRA, 2015).
105Elementos de semiologia aplicados às mensagens midiáticas
Desde cedo, as escolas de ensino fundamental e médio ensinam os alunos a dar 
impressões sobre coisas e fatos – ou seja, a fazer uma leitura conotativa dos textos. 
Não acontece com tanta frequência, entretanto, o incentivo a observar a estrutura dos 
acontecimentos e descrevê-los de forma precisa para outros – a leitura denotativa. 
Em época de explosão de textos, verbais e não verbais, saber ler de modo correto as 
mensagens midiáticas a partir das indicações trazidas pela semiótica pode ajudar você 
a trazero denotativo muitas vezes esquecido dos textos. Como jornalista, essa é uma 
habilidade indispensável; saber reconhecer os significantes de um texto e produzir 
significados a partir deles ajuda na produção de mensagens midiáticas que tenham 
correspondência com o real, tarefa da profissão. 
1. Considere as afirmações a seguir a partir da obra de Peirce na semiótica:
I – O signo é perceptível na realidade concreta e é por meio dele que se faz a 
análise semiótica.
II – A semiótica, ciência lógica e filosófica, estuda os signos e seus interpretantes.
III – Dos três elementos em relação definidos pelo autor, o objeto é aquele que é 
representado pelo signo (representâmen). 
Quais estão corretas?
a) Somente III
b) I e II
c) I e III
d) II e III
e) Todas
2. Leia as afirmações a seguir.
I – O signo, em Barthes/Saussure, é uma estrutura de dois lados que contém o 
significante e o significado.
II – O significante são os traços que você percebe em um dado texto, como as linhas 
de uma fotografia, as frases de uma notícia em jornal. 
III – O significado se dá no plano do conteúdo e é formado a partir do repertório 
de cada pessoa que lê os signos em questão.
Quais estão corretas? 
a) Somente III
b) I e II
c) I e III
d) II e III
e) I, II e III
3. Leia as afirmações a seguir. 
I – O processo de leitura dos signos e de produção de significados, em Barthes e 
Saussure, se chama significação. 
Elementos de semiologia aplicados às mensagens midiáticas106
II – A semiose, em Peirce, é o nome dado para a situação sígnica que a semiótica 
estuda. 
III – Semiótica e semiologia são nomes dados a correntes distintas de pesquisa 
com os signos e não podem ser usados como sinônimos. 
Quais estão corretas?
a) Somente I
b) I e II
c) I e III
d) II e III
e) I, II e III
4. Leia as seguintes afirmativas sobre as leituras denotativas e conotativas na semiótica.
I – A leitura denotativa é aquela que capta os traços verbais das palavras, enquanto 
a leitura conotativa interpreta os não verbais, como as imagens e os sons.
II – Ler os signos de maneira denotativa – ou seja, de maneira literal – é fundamental 
para garantir o encontro que é a comunicação. 
III – Levantar as cadeias significantes de representações subjetivas e significados 
segundos é o que define a leitura conotativa. 
Quais estão corretas?
a) Somente I
b) Somente III
c) I e II
d) II e III
e) I, II e III
5. Leia a imagem relacionada e as afirmativas a seguir.
Legenda: Medan, Indonésia – 20 de agosto de 2011: crianças sentadas em uma linha 
ferroviária perto da área de favela em Jalan Kalianda. 
Fonte: AMRUL AZUAR MOKHTAR/Shutterstock.com.
I – Uma leitura denotativa primeira começaria de cima (esquerda) para baixo, logo 
chegaria nas quatro crianças de pés descalços em cima de um trilho de trem. 
Casas ao redor, bicicletas encostadas nessas casas e um céu azul são outros traços 
denotativos percebidos. 
II – Uma leitura conotativa poderia prever que, por estarem situadas numa linha 
de trem, de pés descalços, em meio a diversas casas pobres, as crianças são órfãs 
e irmãs que estão passando dificuldades para comer.
107Elementos de semiologia aplicados às mensagens midiáticas
BARTHES, R. A mensagem fotográfica: o óbvio e o obtuso. In: LIMA, L. C. Teoria da 
cultura de massa. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. p. 11-25.
BARTHES, R. Elementos de semiologia. 15. ed. São Paulo: Cultrix, 1992.
ECO, U. Tratado geral de semiótica. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 2002.
ENCICLOPÉDIA Intercom de comunicação. São Paulo: Sociedade Brasileira de Estudos 
Interdisciplinares da Comunicação, 2010. v. 1.
EXTRA. EXTRA conquista o Prêmio Esso com a capa ‘Do tronco ao poste’, sobre lin-
chamento no Maranhão. Extra, Rio de Janeiro, 19 out. 2015. Disponível em: <https://
goo.gl/NxznDd>. Acesso em: 17 dez. 2017.
MATTELART, A.; MATTELART, M. História das teorias da comunicação. São Paulo: Loyola, 2011.
PERUZZOLO, A. C. Elementos de semiótica da comunicação: quando aprender é fazer. 
Bauru: Edusc, 2004.
SANTAELLA, L. O que é semiótica? São Paulo: Brasiliense, 1983. (Coleção Primeiros 
Passos, n. 103).
SAUSSURE, F. de. Curso de linguística geral. 27. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.
Leituras recomendadas
ECO, U. A Estrutura ausente. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 2009.
GUIRAUD, P. A semiologia. 2. ed. Lisboa: Presença, 1978.
SANTAELLA, L.; NÖTH, W. Imagem: cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras, 1998.
III – Há conectores que indicam pobreza na imagem, como os pés descalços, as 
roupas estendidas nos varais, a proximidade das casas em relação aos trilhos de trem.
Quais estão corretas?
a) Somente I
b) Somente II
c) I e II
d) I e III
e) I, II e III
Elementos de semiologia aplicados às mensagens midiáticas108
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