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Dietética Profª Izabela Alves Gomes Seleção e Aquisição de Alimentos Conceitos Alimentos ❖ Pedro Escudeiro: “São substâncias que introduzidas no organismo preenchem uma função de nutrição” ❖ OMS: “É o material que o organismo recebe para satisfazer suas necessidades de manutenção, crescimento, trabalho e restauração dos tecidos” Características Físicas: Aspecto, cor, sabor, aroma, consistência Químicas: Teor de carboidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas e minerais Biológicas: Propriedade de modificar-se pela ação de enzimas, fermentos ou bactérias, adquirindo novas características de sabor, digestibilidade e valor nutritivo Físico-químicas: Solubilidade, termolabilidade, propriedades de hidratação, de gelatinação, de coagulação, de hidrólise por ação do calor, enzima, bactéria ou ácido Seleção A qualidade das preparações é dependente de cada ingrediente utilizado , pois apenas boas matérias-primas geram bons produtos. Logo, são necessários cuidados no momento da seleção: ❖ Considere aspectos como: temperatura, aparência, presença de matérias estranhas, cor, odor , textura e sabor; ❖ Leia sempre as informações do rótulo, principalmente a data de validade do produto; ❖ Rejeite embalagens sujas, amassadas, estufadas, enferrujadas, trincadas, furadas, abertas e com outros sinais de alteração Aquisição de alimentos Aquisição dirigida: Compra racional de alimentos baseada em conhecimentos científicos e teóricos de nutrição para o planejamento da alimentação balanceada e acessível Aquisição empírica: atualmente consome-se o dobro de mercadorias em relação ao consumo de antes da Segunda Guerra Mundial, e 2/5 das mesmas são artigos opcionais ou de luxo. À medida que se ampliam e diversificam as mercadorias oferecidas e promovidas para consumo, aumenta o estímulo e até a compulsão pelo uso de produtos necessários, ou não, à boa alimentação. Aquisição de alimentos Quantidade o Deve basear-se em quotas diárias “per capta” levando em consideração o fator de correção. A frequência da compra depende do espaço disponível na geladeira ou na câmara frigorífica Saber: quantidade de pessoas, quantidade total de diária de cada alimento segundo o cardápio escolhido para o dia Aquisição de alimentos Preço: Soma de uma série de distribuição Alimento: preço aparente x preço real Aparente: marcado na mercadoria Real: porção que de fato é utilizada e o seu valor nutritivo. Aquisição de alimentos Alimentos industrializados → Alimentos de origem tanto animal quanto vegetal submetidos a processos industriais (aplicação de técnicas culinárias, aplicação de outras substâncias) antes do consumo. Ex: enlatados, desidratados, congelados e outros Alimentos naturais → alimentos de origem animal ou vegetal in natura que necessitam de processos simples e rápidos para seu consumo imediato. Esses processos podem ser higienização, remoção de partes não comestíveis ou cozimento Espécies animais e vegetais comestíveis Quantificação de gêneros alimentícios Peso Bruto e Peso Líquido Peso bruto (PB): Peso do alimento da forma que ele foi adquirido, antes de ser submetido às operações preliminares para sua preparação Peso líquido (PL): Peso do alimento depois de tratado, parte que pode ser utilizada para a preparação Índice de Partes Comestíveis (IPC)/ Fator de correção (FC) É a relação entre o peso bruto (PB) e o peso líquido (PL) de um alimento Define a quantidade de alimentos a ser comprada Permite comparar preços de alimentos adquiridos in natura e alimentos adquiridos pré-preparados – prontos para consumo Permite também avaliar as perdas com cascas, sementes, talos, sujidades, gordura, tecido conectivo Índice de Partes Comestíveis (IPC)/ Fator de correção (FC) É uma constante para cada alimento, sempre maior do que 1, que prevê as perdas dos alimentos durante o pré-preparo 𝐹𝐶 = 𝑃𝐵 𝑃𝐿 Exemplo Um restaurante popular comprou 20 kg de abobrinha para preparar um suflê. Após o pré -preparo obteve 17,5kg. Determine o IPC ou FC. 𝐹𝐶 = 𝑃𝐵 𝑃𝐿 𝐹𝐶 = 20 1,75 𝐹𝐶 = 1,14 Índice de Partes Comestíveis (IPC)/ Fator de correção (FC) Para a elaboração de uma lista de compras de alimentos deve- se considerar o FC de cada produto, bem como estabelecer uma margem de segurança, que pode variar de 0 a 10% É calculada para eventuais perdas por falhas no: • armazenamento e no pré-preparo; • aumento inesperado do nº de clientes Lista de compras Frutas Peso bruto Peso líquido FC Margem de segurança Quantidad e para compra Mamão 1,42 1 kg 1,42 5% 1,49 Maçã 1,23 1 kg 1,23 5% Banana prata 1,76 1 kg 1,76 5% Pêra 1,06 1 kg 1,09 5% Índice de Partes Comestíveis (IPC)/ Fator de correção (FC) Estimativas incorretas: Aumento nos custos → Aquisição superfaturada → Desperdício – sobras de alimentos preparados Fatores que modificam o FC • Pré-preparo • Preparo e forma de apresentação • Estado de maturação Índice de Partes Comestíveis (IPC)/ Fator de correção (FC) • Degelo: carnes bovinas, suínas e de frango – 5% de perdas no degelo. Peixes – em média perdas de 10% • Armazenamento • Ossos: Considerar como perda se a carne servida for consumida sem eles Fator de cocção ou Índice de conversão (IC) Os alimentos podem sofrer modificações durante o seu preparo. A ação externa que os alimentos recebem, na passagem de um estado para outro (cocção, congelamento, descongelamento) fazem com que o peso dos alimentos se modifique Também pode ser utilizado quando o alimento passa por diversas fases de preparo IC avalia o ganho e a perda de peso do alimento em cada fase da preparação ( ex. descongelamento, chapa, forno) Fator de cocção ou Índice de conversão (IC) Relação entre o peso do alimento processado (g) e o peso do alimento no estado inicial 𝐼𝐶 = 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑒𝑠𝑠𝑎𝑑𝑜 (𝑔) 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑛𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 No caso do alimento cozido, seria o peso do alimento cozido/peso do alimento cru (peso líquido) Saber a diferença no peso de um alimento após o descongelamento: peso do alimento descongelado/peso do alimento congelado Fator de cocção ou Índice de conversão (IC) IC > 1 indica que teve ganho de peso durante o preparo IC < 1 indica que teve perda de peso durante o preparo Fator de Rendimento É a relação entre o peso do alimento cozido e o peso do alimento cru. É utilizado para definir a quantidade de alimento a ser comprado FR = peso alimento cozido sem casca peso alimento cru Rendimento (alimentos aerados) Em alimentos que pode haver incorporação de ar, a densidade diminui e o rendimento pode ser calculado como: Aumento de volume = volume final – volume inicial 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑎𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 x 100 Rendimento (demais alimentos) Outra forma de indicar perdas no alimento Exemplo: Calcular o rendimento e IPC da batata que será utilizada para realizar a preparação purê de batata. O peso inicial foi de 250g e após retirada das cascas pesou-se 200g 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (%) = 𝑃𝐿 (𝑔) 𝑃𝐵 (𝑔) x 100 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (%) = 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑒𝑠𝑠𝑎𝑑𝑜 (𝑔) 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑛𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 (𝑔) x 100 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (%) = 200 𝑔 250 𝑔 x 100 = 80 𝐼𝑃𝐶 = 250 𝑔 200 𝑔 = 1,25 Indicador de reidratação Utiliza-se para avaliar a capacidade de embebição e hidratação por alimentos tais como: Cereais, leguminosas e alimentos que precisam de remolho Quanto maior tempo de reidratação, menor o tempo de cocção Alimento de remolho → aumento do peso pela hidratação. Ex: quinoa em grãos Indicador de reidratação Per capita Quantidade suficiente de alimento, cru e limpo, para se compor o cardápio de cada comensal, ou seja, é a quantidade necessária a atender uma pessoa A partirdele se pode estabelecer um cardápio proporcional que atenda um determinado nº. de comensais Per capita bruto (Pcb) –É o peso do ingrediente ou alimento in natura para uma pessoa Per capita líquido (Pcl) - É o peso do ingrediente ou alimento cru após a retirada das aparas e resíduos para uma pessoa Per capita Porção É a quantidade de alimento pronto para o consumo por pessoa Ficha Técnica É um instrumento de apoio operacional que permite a padronização e o controle de processos na produção de alimentos Deve conter informações importantes para a execução da preparação por qualquer funcionário Ficha Técnica - Objetivos Registrar todo processo de elaboração dos pratos Registrar matérias-primas utilizadas Registrar quantidades e valor total da preparação Identifica custos de produção Organiza operacionalmente o preparo Padronização do serviço Receita Fórmula para obtenção de uma preparação culinária Ingredientes Quantidade Modo de preparo Tempo de preparo Rendimento Valor calórico Custo Receita x Ficha Técnica Receita Ficha Técnica Nome fantasia Temperatura de cozimento Rendimento da receita Medidas caseiras Nome técnico Temperatura de cozimento Número de porções Informações sobre o custo Valor nutricional da preparação Usar sempre infinitivo Custo da preparação Descrição das quantidades Ficha Técnica Ingredientes Unidade Peso bruto Peso líquido Fator de correção / Fator de cocção Medida caseira Rendimento Custo Ficha Técnica x Custo Uso de preços de compra: relação com setor financeiro, estoque e compras Avaliar se a preparação está de acordo com valor de venda e adequação no cardápio à preparações com valores distintos: equilíbrio Custo Total: Quantidade Total x Custo Unitário Preço dos gêneros alimentícios O sistema de compras influi diretamente sobre o preço dos gêneros alimentícios Relação custo x benefício Qualidade da matéria-prima Safra Safra de alimentos Todas as frutas, verduras e legumes têm uma época própria para o plantio e para a colheita, que é definida de acordo com as características de cada espécie vegetal e com as condições ambientais locais O plantio e a colheita na época certa proporcionam aumento da produtividade e melhoria considerável na qualidade. Assim, a cada mês e nova estação temos as frutas, verduras e legumes típicos de sua época O período de SAFRA indica a melhor época de disponibilidade de determinado produto no mercado
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