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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA CAMPUS GOVERNADOR VALADARES DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA BEATRIZ DA SILVA MELO JACINTO DANIELLE CRISTINA GOMES GLEICIMARA DA SILVA ALMEIDA PRÁTICA 10 – PROCESSAMENTO DE REQUEIJÃO CREMOSO Governador Valadares 2023 1. INTRODUÇÃO Dentre os vários produtos derivados do leite está o requeijão cremoso. Este produto é feito por meio da fusão de uma massa coalhada, dessorada e lavada, obtida pela coagulação ácida e/ou enzimática do leite, com adição de manteiga ou creme de leite, leite pasteurizado e alguns aditivos com especiarias e condimentos. É importante ressaltar que a denominação requeijão só pode ser utilizada para o produto em que a base láctea não contenha gordura e/ou proteína de origem láctea, ou seja não se pode utilizar gordura vegetal para sua fabricação. Atualmente, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) estabeleceu por meio de um regulamento as normas corretas de fabricação, caraterísticas e controle de qualidade do requeijão para o consumo humano, sendo assim todo fabricante deve seguir o Regulamento Técnico de Fixação de Identidade e Qualidade do requeijão. O requeijão cremoso não possui amido em sua formulação. Esse alimento pode apresentar as seguintes características sensoriais: consistência untável, textura cremosa, lisa, formato podendo ser bem variável, cor branca, odor característico e sabor suave, levemente ácido a salgado. Quanto aos seus requisitos físico-químicos devem ter no mínimo 55% de gordura em extrato seco e no máximo 65% de umidade. Para fabricação do requeijão o leite deve ser pasteurizado, pois segundo a CTP, a pasteurização rápida, garante um maior controle de qualidade do produto que será utilizado para a elaboração do requeijão. Entretanto, em algumas regiões a pasteurização do leite para a elaboração deste produto é vista como secundaria. Como especificado na portaria anteriormente citada, a massa fresca de queijo (massa básica) utilizada na fabricação industrial de requeijão pode ser obtida por coagulação ácida e/ou enzimática do leite. No processo de coagulação ácida, a massa pode ser obtida por fermentação láctica ou por acidificação direta, em que se adiciona ácido láctico ao leite aquecido. No caso da coagulação enzimática, a massa é obtida pela adição de renina. As massas obtidas em cada caso apresentarão características diferentes, o que irá influenciar as etapas posteriores do processamento 2. OBJETIVO Elaborar requeijão cremoso de acordo com os padrões legais, compreendendo todas as etapas envolvidas no processo de produção e avaliar as características durante o processamento e do produto final. 3. MATERIAIS E MÉTODOS Ingredientes: leite pasteurizado, ácido lático 85% (m/v), água, manteiga, cloreto de sódio e sal fundente. Equipamentos: Balança analítica, termômetro, refrigerador, pHmetro, colheres, facas e formas. Processamento de requeijão cremoso Inicialmente pesou-se os ingredientes para a formulação do requeijão cremoso de acordo com suas respectivas proporções e quantidades. É importante ressaltar que nesse processo as quantidades devem ser seguidas corretamente, para não ter interferências no resultado final. Após a etapa inicial, adicionou-se em uma panela o leite pasteurizado, aqueceu-se a mistura entre 37°C a 45°C monitorando a temperatura constantemente com o auxílio de um termômetro até que chegasse na temperatura desejada. Logo adicionou-se 20 mL de ácido lático diluído em 200 mL, misturou-se e aguardou-se por 10 minutos afim de ocorre a coagulação do leite. Diante disso, realizou-se a drenagem do soro e lavagem da massa sendo necessário que o pH fique entre 5,2 a 5,9. Figura 1. Medição da temperatura do leite e drenagem do soro Por fim adicionou-se a massa na panela e iniciou-se o processo de aquecimento lentamente e adicionou-se 300 mL de água e 20g de sal juntamente a massa e misturou- se. Em seguida, foi adicionado 22,5 g de sal fundante e 50g de manteiga. Misturou-se sob agitação constante e aquecimento até ocorrer a fusão massa e o ponto final. O procedimento foi finalizado ao transferir a panela contendo o requeijão, para uma bacia com água para seu resfriamento. Após o resfriamento, os potes destinados ao armazenamento foram devidamente tarados na balança. O requeijão foi então transferido para os potes, visando obter o rendimento final do produto. Figura 2. Adição da manteiga, sal e sal fudante. Resfriamento do requeijão preparado e rendimento final 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO O requeijão cremoso foi produzido seguindo o passo a passo descrito no roteiro, a partir dessa metodologia obtivemos um produto com as características sensoriais esperadas. Cada etapa do processamento foi valiosa para garantir a qualidade do produto final. O aquecimento favoreceu a saída do soro, a adição de ácido lático teve como objetivo precipitar as proteínas do leite e formar a massa. Depois, a drenagem e lavagem da massa serviram para ajustar o pH entre 5,2 e 5,9 ideal. Em seguida houve a adição de sal, água, sal fundente e manteiga, como manda o modo de preparo. A principal função do sal fundente é dissolver a caseína, formando um sal uniforme. Uma opção para diminuir a quantidade de sódio é substituí-lo por outros sais que tenham uma menor concentração desse elemento em sua composição. No caso de produtos como o requeijão, a redução de sódio pode ser alcançada através do uso de sal fundente, composto por sais à base de fosfato. Alternativamente, é possível empregar fosfatos de potássio e/ou cálcio, proporcionando uma abordagem mais saudável em relação ao teor de sódio (VAN DENDER et al, 2012). Os demais ingredientes serviram para melhorar a textura e o sabor do requeijão. O resultado final ficou bem dentro do esperado, com a cor esperada, textura adequada e sabor agradável. Obtivemos como rendimento os seguintes valores: um pote com 273 g, outro recipiente contendo 267 g e um terceiro contendo 205 g Figura 3. Rendimento 5. CONCLUSÃO Entendemos que a prática de fabricação do requeijão cremoso é um processo que envolve diversas etapas importantes para garantir a qualidade e consistência do produto final. Que cada ingrediente desempenha um papel fundamental na composição e características do requeijão, contribuindo para sua textura suave e sabor característico. Dessa forma, compreendemos que a combinação harmoniosa desses ingredientes e a execução cuidadosa de cada etapa do processo de fabricação são essenciais para alcançar a qualidade e a excelência desejadas no requeijão cremoso. Este conhecimento aprofundado das variáveis envolvidas permitirá otimizar a produção e manter os padrões de qualidade. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Departamento Nacional de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Portaria n° 356, de 4 de setembro de 1997. Aprova o Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade de Queijo Processado ou Fundido, Processado Pasteurizado e Processado ou Fundido U.H.T (UAT). Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 08 set.1997. Seção 1, p. 19687 VAN DENDER, Ariene et al. Efeito dos Sais Fundentes nas características do requeijão cremoso sem adição de gordura e com teor reduzido de sódio. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, [s. l.], 2012. Disponível em: https://www.revistadoilct.com.br/rilct/rt/printerFriendly/249/0. Acesso em: 28 nov. 2023.
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