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Aula 8 - Nutrição e Biodisponibilidade de Nutrientes - Vit k

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Nutrição e Biodisponibilidade de Nutrientes
Prof. Jackeline Rodrigues
Aula 8
Couve de Bruxelas cozida
Agenda
Biodisponibilidade de Vitamina K
Nomenclatura, estrutura química e função;
Metabolismo: digestão, absorção, transporte, utilização, excreção e armazenamento;
Fatores que interferem na biodisponibilidade (processamento do alimento, características genéticas, doenças, ciclo da vida, interações alimento-nutriente, nutriente-nutriente, droga-nutriente, álcool, tabaco e outros);
Nomenclatura
Foi descoberta em 1929 por Henrik Dam num estudo com galinhas, no qual pôde observar a hemorragia como sinal característico de uma dieta livre de gorduras.
Posteriormente, em 1935, foi relatado por Dam que o sintoma era aliviado pela ingestão de uma substância solúvel em gordura, a qual denominou vitamina K ou vitamina da coagulação..
Somente em 1974 foi elucidado o papel metabólico.
Estrutura Química
Filoquinona (K1-predominante, presente nos vegetais)
Menaquinona (K2) – fonte animal e tbm produzidas por bactérias intestinais
Dihidrofiloquinona (dK)
Menadiona (K3)- sintético – rações animais
Menadiona se converte em Menaquinona – a ingestão dietética de menaquinonas é responsável por até 25% do consumo total de vitamina K.
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Funções 
COAGULAÇÃO
Os fatores de coagulação fatores (II, VII, IX e X)   são dependentes de vitamina K e são proteínas inativas no fígado.
A VITAMINA K ativa (hidroquinona) participa como cofator essencial no sistema enzimático para desencadear toda a cadeia de coagulação.
A vitamina K atua como co-fator para a carboxilação de resíduos específicos de ácido glutâmico para formar o ácido gama carboxiglutâmico (Gla), aminoácido presente nos fatores de coagulação (fatores II, VII, IX e X)  e que se apresenta ligado ao cálcio, podendo, ainda, regular a disposição do elemento cálcio na matriz óssea como parte da osteocalcina.
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Funções 
Quanto à coagulação sanguínea, ocorre a transformação do fibrinogênio em fibrina insolúvel com a interferência de uma enzima proteolítica (trombina), que se origina da protrombina (fator II), através de fatores dependentes da vitamina K: a pró-convertina (fator VII), o fator anti-hemofílico B (fator IX) e o fator Stuart (fator X).
A vitamina K influi, ainda, na síntese de proteínas presentes no plasma, rins e talvez outros tecidos.
Funções
 A carboxilação da vitamina K está envolvida na homeostase do metabolismo ósseo e crescimento celular- reguladora da maturação óssea.
Osteocalcina é uma proteína dependente de vitamina K e é produzida pelos osteoblastos durante a formação óssea.
Na deficiência de vitamina K, o processo de carboxilação fica comprometido e a calcificação do osso fica comprometido.
Fontes Alimentares
Couve de Bruxelas cozida
Brócolis cozido
A vitamina K encontra-se em alimentos animais e vegetais, com a maior concentração em folhas verde escura. Uma fonte importante de filoquinona é representada pelos óleos e pelas gorduras. 
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Deficiência de vitamina K - Sintomas
hemorragias,
equimoses, 
Melena nas fezes
Hematúria – sangue na urina
hematêmese - “vômito de sangue”
osteoporose
Toxicidade
Filoquinona e Menaquinonas – não observado efeito adverso pela alta ingestão.
Menadiona – potencialmente tóxicos e não é mais utilizada na forma pura.
Metabolismo - Absorção
K1 (FILOQUINONA) – principal forma da vitamina na dieta é absorvida no jejuno e íleo, por processo ativo: 80%
K2 (MENAQUINONA) e K3 (MENADIONA)- absorvidas na porção distal do intestino delgado e no cólon – difusão.
Não há portanto competição entre as formas na absorção ( FILOQUINONA X MENAQUINONA)
K1
K2
Quilomícrons
Quilomícrons
Bile e suco pancreático
Célula da mucosa intestinal
TECIDOS
VLDL
teor adequado de gordura na dieta 
Metabolismo
A vitamina K é absorvida no intestino delgado e transportada pelas vias linfáticas. Necessita de um fluxo normal de bile e suco pancreático, além de um teor adequado de gordura na dieta(5). 
Lamon-Fava et al. (1998) observaram que as lipoproteínas ricas em triacilgliceróis são as principais carreadoras de filoquinona, transportando 83,0% da filoquinona plasmática, sendo as lipoproteínas de baixa e alta densidade (LDL e HDL) carreadoras menos importantes (7,1% e 6,6%, respectivamente).
Metabolismo
Com relação aos estoques hepáticos, sabe-se que este inclui aproximadamente 90% de menaquinona e 10% de filoquinona.
Metabolismo - excreção
Independentemente da dose consumida, 20% é excretada pela urina em três dias, enquanto que entre 40 e 50% pelas fezes. 
Esse catabolismo mostra a rápida depleção das reservas hepáticas em pessoas com dieta pobre em vitamina K(20).
A eficiência na absorção foi mensurada em 40-80%
Biodisponibilidade da vitamina K
Alguns fatores podem interferir na absorção como:
a fisiologia do indivíduo, 
doenças específicas, 
má absorção gastrintestinal, 
secreção biliar, 
estado nutricional, 
ingestão insuficiente das fontes dessa vitamina, 
uso de anticoagulantes cumarínicos, 
nutrição parenteral total (NPT) e 
ingestão de megadoses de vitaminas A e E (antagonistas da vitamina K)
Biodisponibilidade da vitamina K
Origem vegetal
A absorção da filoquinona presente nos vegetais é um processo lento, sendo influenciado por fatores digestivos.
A presença de gorduras na dieta possibilita um aumento na absorção possivelmente pelo estímulo da secreção biliar e formação de micelas. 
A casca das frutas e dos vegetais parece conter maiores concentrações da vitamina K que a polpa.
Biodisponibilidade da vitamina K
Preparações 
 As preparações vegetais secas e congeladas não diferem do conteúdo da vitamina em comparação aos vegetais frescos.
A vitamina K presente nos óleos vegetais é estável ao calor, mas é destruída pela luz, tanto natural quanto fluorescente. A exemplo disso, foi verificado que o óleo de canola perde 87% da vitamina K após ser exposto por dois dias à luz solar.
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Biodisponibilidade da vitamina K
´FORMAS DIETÉTICAS 
Filoquinona (K1-predominante, presente nos vegetais) mas ligada às membranas dos cloroplastos sendo menos biodisponível quando comparada a filoquinona obtida dos óleos vegetais.
Menaquinonas (fontes animais)- estão ligadas na matriz dos alimentos com mais gordura, o que pode melhorar a absorção e levar a maior biodisponibilidade quando comparada a filoquinona. 
Estudos
Biodisponibilidade da filoquinona no espinafre fervido é de apenas 4% comparado a filoquinona pura.
Se consumido (espinafre) com manteiga – aumenta cerca de 3x – >10% ( a MK adicionada à manteiga teria maior biodisponibilidade, cerca de 20%).
Fonte natural x Suplemento ?
FILOQUINONA (FONTE VEGETAL) X SUPLEMENTO 
20% x 80%
Interações com outros nutrientes
Doses elevadas de Vitamina E X Vitamina K = antagoniza a ação da vitamina K
Estudo
Ratos alimentados com dietas ficas em PUFA – w3 > há um comprometimento no transporte da vitamina K ao fígado. Ou seja reduzindo sua biodisponibilidade.
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Interação medicamentosa
VARFARINA (ANTICOAGULANTE) – Uso crônico resulta em deficiência adquirida de vitamina K.
Há diminuição na síntese de fatores coagulantes dependentes de vitamina K.
Aconselhamento dietético: No tratamento com anticoagulantes orais, o paciente deve ter uma ingestão equilibrada e constante da vitamina K. 
1 µg/Kg de peso corpóreo ao dia
A varfarina inibe a ação das duas redutases, reduzindo a quantidade de vitamina KH2 disponível, limitando o processo de carboxilação
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Doenças 
Osteoporose
Baixas concentrações de vitamina K são encontradas em:
Pacientes com baixa densidade mineral do osso 
Pacientes com osteoporose
Maior ingestão de vitamina K – Menor risco de fratura
 - estudo de Coorte
Osteoporose
Estudo randomizado, placebo controlado
Suplementação
200mcg vitamina K = 50g de vegetais
1000mg Ca
10mcg vit D
2 anos
AUMENTO SIGNIFICATIVO DA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA
Doenças cardiovasculares
Baixa ingestão de vitamina K – presença de calcificação aterosclerótica na aorta abdominal.
Referências 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042006000600007https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-52732001000300007&script=sci_arttext
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732005000400008
https://www.scielo.br/pdf/rn/v14n3/7787.pdf

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