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CONCEITOS E PARTICULARIDADES DA GESTÃO DE DOCUMENTOS ELETRÔNICOS GED: HISTÓRIA, CONCEITOS E DEFINIÇÕES – Parte 1 Lei nº 8.159 Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados. Segundo o dispositivo (art. 3º), gestão de documentos “o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.” (BRASIL, 1991). GED Para a Gestão de Documentos, a informação deve estar disponível no lugar certo, na hora certa, para as pessoas certas e com o menor custo possível. Em outras palavras, significa assegurar acesso pleno aos documentos e às informações necessárias à tomada de decisão e à garantia de deveres e direitos. Objetivos específicos da Gestão de Documentos De acordo com o portal ECM-GED (2019), são objetivos específicos da Gestão de Documentos: • permitir de forma ágil e assertiva o acesso aos documentos e às informações; • promover a transparência dos atos administrativos; • garantir economia, eficiência e eficácia na administração; • tornar o processo decisório mais célere; • racionalizar a produção documental; • controlar o fluxo de documentos e a organização dos arquivos; Objetivos específicos da Gestão de Documentos • normatizar os procedimentos para classificação, avaliação, transferência, recolhimento, guarda e eliminação de documentos; • contribuir para a preservação do patrimônio documental considerado de guarda permanente. Objetivos específicos da Gestão de Documentos GED Com o avanço das tecnologias da informação, principalmente a partir dos anos 1990, os mecanismos de registro e de comunicação da informação nas instituições públicas e privadas deixam de ser apenas o papel e passam a ser criados em meio eletrônico e armazenados em suporte digital. GED Com esse avanço tecnológico, o gerenciamento de documentos digitais e convencionais também passa a ser feito por meio de sistema informatizado. Assim surge o Gerenciamento Eletrônico de Documentos, ou GED. GED Uma solução de Gerenciamento Eletrônico de Documentos tem como objetivo gerenciar as informações desde sua criação, tramitação e consulta, até seu arquivamento. Informações gerenciadas por essa solução podem, originalmente, estar armazenadas em suporte físico ou digital (KOCH, 1997). GED “GED é a tecnologia que provê um meio de facilmente armazenar, localizar e recuperar informações existentes em documentos e dados eletrônicos, durante todo o seu ‘Ciclo de Vida’.” (BALDAM, 2002, p. 32). Definição de GED “Conjunto de tecnologias utilizadas para organização da informação não estruturada de um órgão ou entidade, que pode ser dividido nas seguintes funcionalidades: captura, gerenciamento, armazenamento e distribuição. Entende-se por informação não estruturada aquela que não está armazenada em banco de dados, como mensagem de correio eletrônico, arquivo de texto, imagem ou som, planilha etc.” (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2011, p. 10) Definição de GED De forma resumida, pode-se descrever um sistema de GED como uma solução tecnológica, composta por um conjunto de módulos interligados que permitem a uma instituição gerenciar seus documentos de forma física ou digital. Esses documentos podem ser das mais diversas origens, tais como microfilme, papel, som, planilhas eletrônicas, imagem, arquivos de texto, gravações de vídeo etc. GED: HISTÓRIA, CONCEITOS E DEFINIÇÕES – Parte 2 Estudo de caso A gestão eletrônica de documentos (GED) em uma cooperativa de prestação assistencial à saúde: um estudo de caso JULIO CEZAR LUCION FARINHA et al. Revista de Gestão e Organizações Cooperativas (RGC) Santa Maria, RS, v. 3, n. 6, p. 43-58, jul./dez. 2016. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/rgc/article/view/23964/pdf>. https://periodicos.ufsm.br/rgc/article/view/23964/pdf Resumo “Atualmente, as cooperativas estão utilizando a Gestão Eletrônica de Documentos (GED) em seus arquivos objetivando a alta velocidade e a agilidade na localização dos documentos. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo identificar e compreender o funcionamento da GED, segundo os modelos de Ágora (2012) e Silva (2003), em uma cooperativa. através dos relatos, a correlação e coerência entre as etapas descritas por Ágora (2012) e Silva (2003) e as etapas aplicadas pela Unimed Central RS.” (FARINHA et al., 2016, p. 43). Resumo “Este estudo caracteriza-se com uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo, com ênfase em um estudo de caso, sendo realizadas entrevistas, bem como observação direta e análise documental. Os resultados revelaram a importância da GED para minimizar a troca de documentos entre a matriz e suas filiadas.” (FARINHA et al., 2016, p. 43). “Evidenciou-se também o pouco conhecimento do grupo entrevistado sobre os referenciais teóricos que apresentam as etapas da GED. Ficou evidente através dos relatos, a correlação e coerência entre as etapas descritas por Ágora (2012) e Silva (2003) e as etapas aplicadas pela Unimed Central RS.” (FARINHA et al., 2016, p. 43). Resumo Objetivo “Identificar e compreender o funcionamento da Gestão Eletrônica de Documentos (GED) em uma cooperativa do ramo da saúde, da Região Central do Rio Grande do Sul.” (FARINHA et al., 2016, p. 45). Justificativas Apresentar um tema de grande interesse para as cooperativas, pois todas passam pelo processo de inovação tecnológica. “Por isso a importância de buscar sempre incentivar as organizações a implementar novas técnicas como a GED, que agrega inúmeras vantagens com excelente relação custo/benefício, agilidade e eficiência.” (FARINHA et al., 2016, p. 45). “As cooperativas vêm colocando em prática esse tipo de solução, principalmente entre aquelas que têm filiadas, para conseguir, por exemplo, minimizar a troca de documentos via malotes ou similares entre a matriz e suas filiadas, trazendo assim melhorias nos processos operacionais, ganhando economia de espaço físico e até ainda oportunizando redução de custos com impressões (LIMA, 2013). “Um estudo desta natureza é relevante por ser diferenciado e por propiciar a ampliação de conhecimentos no que tange à gestão eletrônica de documentos e suas funcionalidades nas cooperativas, pela dimensão a ser estudada e pela disseminação dos resultados a serem gerados aos participantes.” (FARINHA et al., 2016, p. 45). Contexto “Os novos modos de gestão vêm se tornando um impulso para que os conceitos de participação nas tomadas de decisão e na estruturação de estratégias organizacionais que favorecem o diferencial competitivo das cooperativas sejam revistos. “Apesar de possível, muito dificilmente uma empresa de grande porte consegue perder suas informações, principalmente quando se fala de bancos, cadeias de lojas, entre outros. “No entanto, o que ocorre com mais frequência é o uso inadequado das informações adquiridas ou, ainda, a subutilização destas. É nesse ponto que a Tecnologia da Informação pode ajudar (ALECRIM, 2011). “Atualmente, com o avanço tecnológico, as cooperativas, tentando se adequar as novas realidades estão se valendo do uso da tecnologia da informação em suas estratégias. Buscando rever esse ponto da estruturação das informações que está em constante transformação e querendo alta velocidade e agilidade na localização dos documentos, algumas cooperativas vêm fazendo a gestão de documentos em seus arquivos e implantando uma solução tecnológica chamada de Gestão Eletrônica de Documentos (LIMA, 2013).” (FARINHA et al., 2016, p. 44). “A Gestão Eletrônica de Documentos (GED) é uma tecnologia que provê um meio de facilmente gerar, controlar, armazenar, compartilhar e recuperar informações existentes em documentos. Os sistemas GED permitem aos usuários acessarem os documentos de forma ágil e segura (MORENO, 2008). “Com a GED é possível realizara digitalização de documentos, permitindo a preservação da documentação, a agilidade no gerenciamento e no fluxo de documentos e o aumento da velocidade na troca de informações tornando os processos de negócios mais rápidos (SANTOS, 2005). “O mesmo autor reforça que a GED é uma ferramenta de trabalho que traz novas vantagens para a dinâmica das cooperativas como: • agilidade na distribuição, na localização e na apresentação de documentos; • preservação do acervo documental, evitando extravio de documentos e conferindo segurança aos processos; • “maior controle do processo de negócio, facilitando o rastreamento e a identificação de possíveis gargalos; • aumento do controle no cumprimento de prazos e normas internas e de órgãos reguladores. Considerações finais “A partir do estudo realizado observou-se a importância da GED para: • minimizar a troca de documentos via malotes ou similares entre a matriz e suas filiadas; • melhorias nos processos operacionais; • economia de espaço físico; • redução de custos com impressões.” (FARINHA et al., 2016, p. 45). “Com a investigação realizada foi possível ampliar os conhecimentos no que tange à gestão eletrônica de documentos e suas funcionalidades na cooperativa. Entretanto, evidenciou-se também o pouco conhecimento do grupo entrevistado sobre os modelos científicos ou referenciais teóricos que apresentam as etapas do sistema operacional GED. Os mesmos constataram a utilização de uma adaptação do modelo de processo utilizado pela Unimed Central de serviços RS, para a aplicação do GED na Unimed Santa Maria RS. “Dessa forma, foi verificado que o procedimento da GED na Unimed Santa Maria corrobora com as etapas descritas pelos autores norteadores do estudo. Sendo assim, existe uma real necessidade de conhecimento sobre referenciais bibliográficos que abrangem o tema proposto, para permitir a formação de uma base de conhecimentos necessários para a melhor compreensão e aplicação da GED na Unimed Santa Maria, RS. “Para promover esse conhecimento sugere-se que haja uma implementação de grupo de estudos e pesquisas na área da Gestão Eletrônica de Documentos, direcionado aos funcionários que operam diretamente com a GED.” (FARINHA et al., 2016, pp. 56-57). Referências • ÁGORA. P. Gerenciamento eletrônico de documentos (GED): aplicação na Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, v. 22, n. 45, 2012. • ALECRIM, E. O que é tecnologia de informação (TI)?, Infowester, São Paulo, 2011. Disponível em: <https://www.infowester.com/ti.php> Acesso em: 21 ago. 2016. • LIMA, N. C. de Gestão Eletrônica de Documentos (GED) em cooperativas de crédito: um estudo de caso. Dissertação (Bacharelado em Arquivologia) – Universidade Estadual da Paraíba, 2013. Disponível em: <http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/2766/1/PDF%20- %20Nat%C3%A1lia%20Costa%20de%20Lima.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2019. • MORENO, N. A. Gestão documental ou gestão de documentos: trajetória histórica. Londrina: Eduel, 2008. • SANTOS, V. B. Gestão de documentos eletrônicos: uma visão arquivística. Brasília, DF: ABARQ, 2005. • SILVA, D. P. da et al. GED – Gerenciamento eletrônico de documentos: a tecnologia que está mudando o mundo. Arquivar, Curitiba, 2004. Disponível em: <https://arquivar.com.br/site2/wp- content/uploads/2007/09/GED-Gerenciamento-Eletronico-de-Documentos.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2019. https://www.infowester.com/ti.php http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/2766/1/PDF%20-%20Nat%C3%A1lia%20Costa%20de%20Lima.pdf https://arquivar.com.br/site2/wp-content/uploads/2007/09/GED-Gerenciamento-Eletronico-de-Documentos.pdf COMPONENTES DO GED Parte 1 Componentes do GED Para a implantação de um sistema de GED são necessários alguns componentes básicos: • os de hardware; • os de software; • os de recursos humanos. Hardware São todos os componentes físicos que fazem parte do GED. Exemplo: computadores, impressoras, scanners, monitores de vídeo, fax, dispositivos de armazenamento de documentos digitais (CD, DVD, HD externo). Software São os “programas” que irão compor e comandar o funcionamento do GED. Exemplos: sistemas operacionais (Windows, Linux); aplicativos de edição de texto (Word Online). Software Outros exemplos: Softwares com funções específicas (ex.: Gimp, para o tratamento de imagens) e softwares de GED, específicos para gestão eletrônica de documentos (ex.: DigiDoc). Recursos humanos São as pessoas que irão implementar o GED e trabalhar na sua execução, alimentação e utilização. Componentes do GED Todos esses componentes devem ser estudados e pensados individualmente para cada situação específica; não existe a melhor resposta. Os componentes devem ser pensados conforme a realidade da instituição em que serão aplicados, conforme seus objetivos e realidade. Ambiente típico de GED Embora a implementação de um GED deva ser individualizada e pensada para cada instituição, a figura a seguir apresenta componentes que são típicos de um ambiente GED. Ambiente típico de GED • Imagem original: é o documento original, que pode estar em papel ou ser nativamente digital. • Scanner: equipamento utilizado para a digitalização, ou conversão dos documentos físicos em imagem eletrônica. • Processador: é o sistema GED que será instalado em um ou mais computadores. Usualmente é instalado em servidores em rede, pois facilita a distribuição e o acesso à informação. Ambiente típico de GED • Computador: são as estações de trabalho (máquinas com acesso ao servidor que permitem a consulta, criação e cadastro de documentos). • Impressora: é o facilitador usado para que se tenha fisicamente uma cópia do documento armazenado no sistema de GED. Ambiente típico de GED • Unidade de backup: são periféricos que armazenam e disponibilizam permanentemente as imagens e suas informações complementares. Podem variar de tecnologia. • Rede: meio de comunicação entre os diversos componentes do sistema. Ambiente típico de GED COMPONENTES DO GED Parte 2 Estudo de caso Preservação de documentos arquivísticos digitais: implantação do GED em escritórios jurídicos THAINÁ ALFRADIQUE SILVA Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Arquivologia) – Instituto de Artes e Comunicação Social, Departamento de Ciência da Informação, Universidade Federal Fluminense Niterói, 2015. Disponível em: <https://docplayer.com.br/52285249-Preservacao-de-documentos- arquivisticos-digitais-implantacao-do-ged-em-escritorios-juridicos.html>. https://docplayer.com.br/52285249-Preservacao-de-documentos-arquivisticos-digitais-implantacao-do-ged-em-escritorios-juridicos.html Resumo “O presente trabalho aborda a preservação da informação digital sob a perspectiva da implantação de Sistema de Gestão Eletrônica de Documentos. Os conceitos e princípios teóricos juntamente com a utilização das tecnologias de informação e comunicação foram considerados elementos essenciais para o desenvolvimento teórico-prático do campo da arquivística. “Normas e políticas que traçam diretrizes para o tratamento do acervo das instituições são contextualizadas e consideradas de grande importância para a Gestão Arquivística de Documentos Eletrônicos e para o propósito da manutenção em longo prazo da informação digital no contexto arquivístico- jurídico e da geração de conhecimentos para a sociedade da informação [...]”. (SILVA, 2015, p. 7). Objetivo “Este trabalho tem como objetivo geral a preservação da documentação arquivística digital já que ainda encontra-se uma carência de bibliografia especializada sobre o tema, por isso faz-se necessária uma abordagem ampla desta problemática que é uma das dificuldades da Arquivologia contemporânea. Objetivo específico “Deste modo, tem como objetivos específicos: • contribuir para o estreitamento da relação entre os profissionais da informação, como arquivistas e bibliotecários, com os escritóriosjurídicos no que se refere a preservação digital da documentação arquivística, utilizando como ferramenta um software de Gerenciamento Eletrônico de Documento (GED). Justificativa “Justifica-se a escolha desse tema a carência de aprofundamento nas discussões, tanto no meio acadêmico como no profissional, a respeito de gestão e preservação dos documentos arquivísticos digitais. Tal situação implica na falta de eficiência em garantir a integridade do patrimônio digital para as futuras gerações. “Assim sendo, verifica-se uma escassez [de] produtos comercias com a capacidade de preservar a documentação arquivística digital. Além disso, as técnicas de preservação como a migração de suporte, a emulação, e entre outras técnicas ainda não são totalmente confiáveis e/ou eficazes.” (SILVA, 2015, p. 12). A empresa “Com a implantação da digitalização, utilizando o GED, a segurança aos documentos e informações gerados pelos usuários serão armazenados e gerenciados em ambiente seguro e confiável, para que não haja imprevistos no desenvolvimento de suas atividades em decorrência de alterações indevidas.” (SILVA, 2015, p. 29). “Portanto, o acesso às informações das pastas virtuais será restringido de acordo com a indicação do usuário. Os integrantes que não tiverem acesso poderão visualizar a existência da pasta no sistema interno do escritório, porém não terão acesso às informações. Desta forma, garante-se a confidencialidade das informações tratadas por cada equipe, prezando pelo guarda do conteúdo informacional e garantindo a manutenção dos critérios de sigilo.” (SILVA, 2015, pp. 29-30). “É importante ressaltar que nenhum documento será descartado, todas as pastas físicas serão mantidas no arquivo até que seus prazos prescrevam e assim sejam descartados de acordo com a Tabela de Temporalidade de Documentos da empresa. Para a realização do processo de digitalização foi necessário à utilização do aparelho de scanner, softwares de digitalização, aperfeiçoamento de imagem, OCR, o GED, e McFile (sistema interno de arquivo). “A seguir, serão apresentados os procedimentos utilizados para a implantação do processo de digitalização da documentação do escritório, assim como a metodologia [aplicada], equipamentos e recursos utilizados.” (SILVA, 2015, p. 30). • Processo de digitalização de documentos. • Salvar o documento no sistema de GED. • Salvar o documento no sistema de arquivo do escritório. • Recuperação do documento digital no sistema de arquivo do escritório. (SILVA, 2015) Considerações finais “A existência de uma política de preservação arquivística nos acervos direciona o caminho que o profissional da informação deve prosseguir. Se não há um planejamento, as decisões acabam sendo tomadas mais pelo acaso do que pautadas no conhecimento e na elaboração consistente e consciente em benefício da missão institucional. Visto assim, o planejamento pode ser a principal ferramenta de gestão no processo de formulação execução de políticas. “O desempenho do Brasil no que diz respeito à preservação do patrimônio digital ainda é insuficiente, constata-se a carência de legislação específica e aprofundada no assunto, sendo de certo modo uma barreira para o crescimento da implantação de programas de preservação digital em âmbito nacional. “Porém, a digitalização ainda não reúne condições tecnológicas e financeiras mínimas necessárias para ser aceita como uma tecnologia de preservação segura e eficaz. Isso ocorre devido ao pouco tempo e estudos sobre o uso, vantagens e desvantagens da tecnologia digital, e a dinâmica da tecnologia, que faz com que a velocidade da evolução de software e hardware implique em constante investimento financeiro para garantir a atualização necessária destes para a manutenção de seu uso de forma eficaz, econômica e segura em longo prazo.” (SILVA, 2015, p. 45). “Na empresa estudada, a implantação do GED para o acervo documental, trouxe vantagens que resultaram na diminuição da massa documental. A partir do momento que os documentos são digitalizados, apenas os originais são guardados fisicamente. As cópias são eliminadas após serem inseridas no GED. “Diminuindo a massa documental, houve economia de espaço físico. O processo de digitalização das cópias e posteriormente a eliminação destas, refletiu na economia de gastos em locação para a guarda de documentos, em recursos humanos e materiais. “Com a centralização dos documentos em uma base única, permite a trocar de informações entre os usuários. Essa praticidade na consulta ao conteúdo informacional foi o que mais atingiu os usuários que estão mais satisfeito com a rapidez em que o documento está disponível. “Outra vantagem é que com o acesso ao documento digital quase não há necessidade de consultar o documento físico, a não ser se a cópia não servir como prova/testemunho de uma ação, porém são raros os casos. Assim, evita que o documento sofra danificações causadas pelo manejamento físico. “Apesar do alto custo que a empresa teve inicialmente para a implantação do GED, as vantagens que vieram posteriormente foram significativas. O resultado foi positivo tanto para os usuários (tempo para consulta), quanto para a empresa (corte de despesas).” (SILVA, 2015, p. 46). PRINCIPAIS TECNOLOGIAS RELACIONADAS À GED Parte 1 PRINCIPAIS TECNOLOGIAS RELACIONADAS À GED Um sistema de Gerenciamento/Gestão Eletrônico(a) de Documentos capta, indexa, armazena, gerencia e permite consultar documentos em formato digital, para isso, são disponibilizadas diversas tecnologias. De acordo com o Portal ECM-GED, as mais utilizadas atualmente são: • Capture; • Document Imaging (DI); • Document Management (DM) (Gerenciamento de Documentos); • Workflow/BPM; • COLD/ERM; • Forms Processing (processamento de formulários); • Records and Information Management (RIM). PRINCIPAIS TECNOLOGIAS RELACIONADAS À GED Capture É a captação e inclusão de documentos e formulários, tanto físicos quanto digitais no sistema de GED, transformando-os em informações confiáveis e recuperáveis, passíveis de serem integradas a todas as aplicações dos negócios. Document Imaging (DI) O Document Imaging é a conversão do documento em papel para uma imagem digital, muito conhecido como “digitalização”. O DI acontece por intermédio de um scanner. Document Management (DM) Significa “gerenciamento de documentos”. Esta tecnologia permite gerenciar a criação, a revisão, a aprovação e o descarte de documentos eletrônicos. (O QUE É GED?, 2019) Principais funcionalidades • Controle das informações, como autoria, revisão, versão, datas etc.; • segurança; • busca; • check-in/checkout; • versionamento. Document Management (DM) (O QUE É GED?, 2019) Workflow/BPM É a tecnologia utilizada para controlar e gerenciar os processos dentro de uma instituição. Organiza tarefas, prazos, trâmites, documentos e sincroniza a ação das pessoas. Auxilia na garantia de que as tarefas serão executadas no tempo correto pelas pessoas responsáveis. (SIREDOC, [2018]) COLD/ERM Possibilita que a criação e o gerenciamento de relatórios sejam no formato digital, incluindo a captura, indexação, armazenamento, gerenciamento e recuperação de dados. Podem ser feitas anotações sobre o relatório sem afetar o documento original. (SIREDOC, [2018]) Forms Processing (processamento de formulários) Tecnologia que automatiza o processo de digitação por meio do reconhecimento e extração de informações dos documentos, e por relacionar os dados encontrados aos campos em bancos de dados. Principais tecnologias que utiliza: • ICR (Intelligent Character Recognition); • OCR (Optical Character Recognition), para o reconhecimento automático de caracteres. Forms Processing (processamento de formulários) (O QUE É GED?, 2019) Records and Information Management (RIM) É o gerenciamento do ciclo de vida de documentos e/ou informações, independentementeda mídia em que se encontrem. É por meio de um sistema RIM que são feitos o gerenciamento, a criação, o armazenamento, o processamento, a manutenção, a disponibilização e o descarte dos documentos, sob controle de categorização e de tabelas de temporalidade. (O QUE É GED?, 2019) PRINCIPAIS TECNOLOGIAS RELACIONADAS À GED Parte 2 Estudo de caso A gestão documental no sistema eletrônico de informações do Tribunal Regional Federal da Quarta Região: um estudo de caso LISIANE ARAUJO CARDOSO Dissertação (Bacharelado em Arquivologia) – Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação, Departamento de Ciência da Informação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2016. Disponível em: <https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/147058/000999030.pdf?sequence=1&is Allowed=y>. https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/147058/000999030.pdf?sequence=1&isAllowed=y Resumo “Esta pesquisa trata sobre a gestão documental no Tribunal Regional Federal da Quarta Região por meio da análise do Sistema Eletrônico de Informações – SEI, estruturando-se nas fases de produção, utilização e destinação final dos documentos. “Utiliza a metodologia de pesquisa de caráter exploratório e descritivo, por meio de estudo de caso simples. A coleta de dados deu-se por intermédio de uma abordagem quali-quantitativa, com o emprego de entrevistas semiestruturadas e a exposição de dados estatísticos do referido sistema disponibilizados pelo Tribunal Regional Federal da Quarta Região. “Como resultado constatou que o SEI atinge objetivos de gestão documental em relação às fases de produção e utilização, porém ainda faltam subsídios para atingir os objetivos relacionados à destinação final dos documentos. Conclui que a implantação de sistemas informatizados de criação e gerenciamento de documentos torna a tomada de decisão mais rápida e eficaz e facilita o acesso à informação, porém é necessária uma parceria entre a área da Tecnologia da Informação e a área Arquivística para buscar melhorias na gestão documental da instituição.” (CARDOSO, 2016, p. 6) Objetivo “Tem como objetivo principal analisar os procedimentos de Gestão Documental no Sistema Eletrônico de Informações [...]. Objetivos específicos • “descrever o funcionamento do Sistema Eletrônico de Informações; • caracterizar os procedimentos de gestão documental nas fases de produção, utilização e destinação de documentos em sistemas informatizados; • “apresentar os procedimentos de gestão documental adotados pela instituição no Sistema Eletrônico de Informações; • propor melhorias no tratamento da gestão documental no Sistema Eletrônico de Informações.” (CARDOSO, 2016, p. 6) Contexto “A Administração Pública tem preceitos constitucionais a serem cumpridos visando sanar as necessidades coletivas. Dentre eles, destacamos o princípio eficiência, a qual a Administração tem o dever de aperfeiçoar as suas atividades com economia, mantendo ou melhorando a qualidade nos serviços prestados. “A tal princípio acrescenta-se a Ementa Constitucional nº 45 que decreta que ‘a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.’1 1. Inciso LXXVII do Artigo 5º da Constituição Federal. “Somado ao princípio da eficiência, destaca-se o princípio da publicidade, segundo o qual a Administração Pública tem o dever de dar transparência a seus atos e disponibilizá-los à população. Complementando este princípio tem-se o disposto na Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011 ‘[...] da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção.’ “Já a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, estabelece a observação dos critérios de objetividade no atendimento do interesse público, a divulgação oficial dos atos e a adoção de formas simples e suficientes para proporcionar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados nos processos administrativos. “Baseando-se em tais princípios, e na legislação citada o Tribunal Regional Federal, como um órgão do poder Judiciário brasileiro, buscou a adoção de sistemas informatizados para o desenvolvimento de suas atividades através da implantação dos sistemas e-Proc – para suas atividades-fim – e o Sistema Eletrônico de Informações (SEI) – para suas atividades-meio.” (CARDOSO, 2016, p. 11) “O Sistema Eletrônico de Informações (SEI) é administrado pela Divisão de Gestão do Sistema SEI, vinculada diretamente à Diretoria Geral. Subordinados à divisão estão a Seção de Gestão do Sistema SEI e o Setor de Protocolo. “A gestão de documentos aplicada no TRF4 é baseada no Programa de Gestão Documental da Justiça Federal, regulamentado pela Resolução CJF nº 318, de 4 de novembro de 2014, que por sua vez observa as normas de funcionamento do Programa Nacional de Gestão Documental e Memória do Poder Judiciário (PRONAME) e seus instrumentos. “O Comitê de Gestão Documental da Justiça Federal (COGED), vinculado ao PRONAME, é coordenado pela Subsecretaria de Informação Documental e Editoração do Centro de Estudos Judiciários e é integrado por representantes dos cinco Tribunais Regionais Federais. (CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL, 20--).” (CARDOSO, 2016, p. 13) “A assinatura eletrônica no SEI se dá pela Assinatura digital, baseada em certificado digital emitido por autoridade certificadora credenciada na Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras – ICP-Brasil e pela assinatura cadastrada, com credenciamento prévio de acesso de usuário, contendo login e senha (BRASIL, 2015a). A conferência de autenticidade pode ser realizada pelo portal do TRF4, com o preenchimento do código verificador e do código CRC descritos no documento. “O SEI também possui uma interface que permite adicionar a interação dos veículos de publicação para os documentos, como o sistema do Diário Eletrônico da Justiça Federal da Quarta Região, possibilitando o agendamento e confirmação de disponibilização para publicação. “Existem duas funcionalidades para dar o acesso a terceiros no SEI. Uma delas se chama Acesso Externo, onde o usuário externo tem apenas acesso ao processo por meio de link simples para acompanhar o andamento, visualizar os documentos constantes ou gerar um arquivo PDF do processo. O link possui validade predefinida, mas o acesso pode ser cassado a qualquer momento. A segunda funcionalidade é a Usuário Externo, quando o usuário externo está envolvido no procedimento administrativo que gerou o processo.” (CARDOSO, 2016, p. 19) As demais funcionalidades do sistema são: • controle de prazos; • ouvidoria; • estatísticas da unidade; • tempo do processo; • pesquisa em todo teor; • inspeção administrativa; (CARDOSO, 2016) • modelos de documentos; • textos padrão; • sobrestamento de processos; • assinatura em bloco; • organização de processos em bloco. (CARDOSO, 2016) “Após a implantação no TRF4, o SEI se tornou um produto do projeto Processo Eletrônico Nacional (PEN) através do Acordo de Cooperação Técnica 02/2013, passando a ser cedido gratuitamente aos órgãos interessados na sua implantação. “Nascido em 2012, o PEN é uma iniciativa conjunta de órgãos e entidades de diversas esferas da Administração Pública, coordenado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com o intuito de construir uma infraestrutura de processos e documentos administrativos eletrônicos que atenda aos órgãos e entidades das esferas federal, estadual e municipal e outros Poderes (JUSTIÇA FEDERAL, 2014, p. 35), sendo o SEI uma das três ações no seu âmbito.” (CARDOSO, 2016, p. 19) Benefícios “O Ministério da Justiça divulgou a redução de R$ 2 milhões nos gastos do órgão com o uso do SEI, durante a cerimônia de comemoração de um ano de implantação do sistema. A economia deu-se pela diminuição dos gastos com papel, serviços de postagem, impressão e transporte dos processos administrativos.” (CARDOSO,2016, p. 20) “O Arquivo Nacional, atuando colaborativamente com a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, criou o Grupo de Trabalho SEI Avaliação com o objetivo de analisar a conformidade do sistema com o Modelo de Requisitos para Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de Documentos – e-Arq Brasil. “Pela análise prévia o grupo considerou o SEI como um software de governo e também não o considerou um SIGAD (Sistema Informatizado de Gestão Arquivística de Documentos), pois não atendeu certos requisitos básicos para tal, porém ressaltou-se o atendimento a requisitos básicos comuns a um GED (Gestão Eletrônica de Documentos). “Conforme o exposto percebe-se que o SEI vem se tornando realidade na administração pública brasileira. O crescimento na procura por automação dos procedimentos administrativos levanta questionamentos para a área da Arquivologia a respeito da gestão documental nas instituições, evidenciando a necessidade de estudos que abordem tais questões.” (CARDOSO, 2016, p. 21) Considerações finais “Verificou-se que o SEI atingiu maior economia de recursos institucionais e tornou os processos administrativos e a tomada de decisão mais eficazes, bem como facilitou o acesso à informação. A escolha dos requisitos de software e hardware, a presença de elementos como o plano de classificação, registros de metadados, protocolo, controle de tramitação, restrição de acesso e arquivamento garantem a organização e tramitação da informação de maneira a torná-la mais eficaz. “Entretanto, existem elementos faltantes para garantir a eliminação correta e a preservação a longo prazo dos documentos. Procedimentos de avaliação ainda não foram executados, bem como a eliminação ou recolhimento da documentação de valor histórico para um repositório digital confiável. “Sem a definição dos procedimentos pode haver um comprometimento da autenticidade e acesso aos documentos ao longo do tempo. Visto que a gestão documental visa também a destinação correta dos documentos – eliminação ou guarda permanente – verificou-se que ainda faltam subsídios para atingir tais objetivos. “Perante os resultados adquiridos conclui-se que o estudo dos procedimentos de gestão documental no sistema informatizado evidencia os pontos fortes dos procedimentos adotados e traz à discussão a possibilidade de melhorias no tratamento aos documentos.” (CARDOSO, 2016, p. 64) Referências • BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF, 1998. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 21 ago. 2019. • BRASIL. Lei 12.527 nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2011/lei/l12527.htm>. Acesso em: 21 ago. 2019. • BRASIL. Lei nº 9.784 , de 29 de janeiro de 1999. Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. Brasília, DF, 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm>. Acesso em: 22 ago. 2019. • CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL. Programa de Gestão Documental da Justiça Federal. Portal da Justiça Federal, Brasília, DF, [20--]. Disponível em <https://www2.cjf.jus.br/jspui/handle/1234/43119> Acesso em: 22 ago. 2019. • BRASIL. Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015. Dispõe sobre o uso do meio eletrônico para a realização do processo administrativo no âmbito dos órgãos e das entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Brasília, DF, 2015. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Decreto/D8539.htm>. Acesso em: 22 ago. 2019. • JUSTIÇA FEDERAL. Tribunal Regional Federal da 4ª Região: 25 anos de inovação. Porto Alegre: TRF4, 2014. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm https://www2.cjf.jus.br/jspui/handle/1234/43119 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Decreto/D8539.htm ECM X GED – Parte 1 ECM x GED Um tópico que causa muitas dúvidas e confusões são as diferenças e semelhanças entre as tecnologias de GED e ECM – Enterprise Content Management. GED GED é uma tecnologia que proporciona um ambiente específico para gerar, capturar, controlar, armazenar, compartilhar e recuperar documentos e informações. ECM (Enterprise Content Management ou Gestão de Conteúdos Empresariais) O ECM pode ser conceituado como não apenas uma ferramenta de software, mas, sim, um meio formal pelo qual toda a documentação e conteúdos produzidos por uma empresa são organizados e arquivados. Para isso, são utilizadas estratégias, métodos e ferramentas para criar/capturar, armazenar, recuperar, gerenciar e preservar esses documentos e informações por todo o seu ciclo de vida. Existem diversas correntes que apresentam o ECM como uma evolução do GED, elencando as seguintes diferenças principais entre eles: GED é focado apenas na gestão de documentos. ECM engloba todo o conteúdo eletrônico, utilizando ferramentas de workflow ou BPM. ECM (Enterprise Content Management ou Gestão de Conteúdos Empresariais) GED apenas registra, armazena e gerencia documentos, não produz conhecimento. ECM auxilia na interpretação de dados, fornecendo informações relevantes e aumentando o conhecimento da empresa sobre os processos internos. GED não suporta tipos diversos de formatos. ECM suporta diversos formatos. GED não possui integração com outros sistemas. ECM é integrado a outros softwares e ERPs. No entanto, com o que já foi estudado, pode-se perceber que as soluções GED atendem a todos os pontos que são apresentados como diferenças entre GED e ECM. Para melhor entender como se chegou a essa constatação, vamos organizar um quadro que compara as principais funcionalidades do GED e de um ECM. ECM x GED Funcionalidades ECM x GED ECM GED Captura: fase de obtenção de informações de mídias diversas e a partir dos meios em que elas foram disponibilizadas (ERP, CRM, arquivo morto, rede social etc.). Capture: captação e inclusão de documentos e formulários, tanto físicos quanto digitais, no sistema de GED. Document Management: conversão do documento em papel para uma imagem digital. Gerenciamento: é a fase seguinte, responsável por manter as informações organizadas e conectadas aos processos. Workflow: tecnologia utilizada para controlar e gerenciar os processos dentro de uma instituição. Armazenamento: garante que as informações estejam armazenadas em meio adequado, seja através de sistema ou de outras tecnologias. Records and Information Management (RIM): gerenciamento do ciclo de vida de documentos e/ou informações. ECM GED Preservação: resume-se aos cuidados a longo prazo, como um arquivamento; consiste na prática de proteger os conteúdos para que estes estejam disponíveis e possam ser utilizados pela organização a qualquer momento no futuro. Records and Information Management (RIM): gerenciamento do ciclo de vida de documentos e/ou informações. Entrega: garantir que a informação seja entregue ao público correto, através do dispositivo adequado e no momento certo. COLD/ERM: possibilita a criação e o gerenciamento digital de relatórios. Funcionalidades ECM x GED Ao comparar o conceito e as funcionalidades de cada métodos, podemos perceber que, atualmente, ambas as tecnologias têm como objetivo realizar a gestão dos documentos empresariais, desde o momento de sua entrada (produção/captura)até o controle da tramitação, edição, recuperação, armazenamento e descarte. ECM x GED Hoje, podemos dizer que as duas terminologias são utilizadas para o mesmo tipo de solução. Essa diferenciação existe, principalmente, porque o mercado é o responsável pela nomenclatura dos tipos de soluções de software. ECM x GED Independentemente da tecnologia escolhida, seja ela GED ou ECM, o mais importante no momento da contratação de uma solução é fazer o levantamento das necessidades da instituição e avaliar as soluções disponíveis, para que a contratação atenda às necessidades apontadas. ECM x GED ECM X GED – Parte 2 Estudo de caso Gerenciamento eletrônico de documentos: um estudo de caso MARTINA GONZAGA WRANY Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Biblioteconomia) – Instituto de Ciências Humanas e da Informação, Universidade Federal do Rio Grande Rio Grande, RS, 2011. Disponível em: <http://repositorio.furg.br/handle/1/5935>. http://repositorio.furg.br/handle/1/5935 Resumo “O artigo mostra os resultados de um estudo de caso sobre a implantação de um sistema de Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED) em uma empresa do setor de seguros, localizada na cidade de Florianópolis (SC). Apresenta o GED como ferramenta para obtenção de informações de forma rápida, consistente e precisa dentro de organizações, sejam elas privadas ou públicas. São abordados conceitos de arquivo, documento, gestão de documentos e gerenciamento eletrônico de documentos. “Destaca-se que além de ser uma ferramenta para redução de espaço físico e acesso simultâneo a documentos, o GED permite agilidade na obtenção de informações auxiliando na tomada de decisões. Os resultados do estudo mostram que as expectativas prévias, quanto à agilidade e acesso, foram alcançadas. Identificou-se que a realização de um planejamento detalhado dos processos de arquivamento, incluindo todos os detalhes da sua criação, segurança, políticas de descarte e melhorias futuras, são fatores determinantes para o sucesso na implantação de um sistema de GED. “Verificou-se ser fundamental a participação de um profissional da informação para planejar todo o processo de gestão, definindo também os aspectos de padronização e estrutura de arquivamento.” (WRANY, 2011, p. 3) A empresa “De acordo com informações obtidas pelo site da empresa FGtbs Corretora de Seguros, contato por e-mail e através da visita feita no local, foi possível reunir informações mais detalhadas a respeito, como por exemplo, verificar que a FGtbs Seguros é uma corretora de seguros criada em 18 de junho de 2002, que está situada na cidade de Florianópolis, Santa Catarina. É importante destacar a diferença entre uma corretora de seguros e uma seguradora. “As seguradoras são empresas autorizadas pelo Órgão Regulador do Mercado de Seguros que por meio de contrato, se responsabilizam em indenizar clientes, já a corretora de seguros são empresas autorizadas a comercializar os produtos, atuando como intermediária entre cliente e seguradora. “Atualmente a FGtbs Corretora de Seguros conta com uma matriz localizada na cidade de Florianópolis e uma filial situada em Joinville, atendendo também as cidades de Criciúma e Chapecó, todas localizadas no estado de Santa Catarina. A empresa possui 19 funcionários, 11.668 clientes e 19.751 seguros. “A FGtbs Corretora de Seguros gerencia e disponibiliza seguros de vida individual ou em grupo, seguro automotivo, seguro duas rodas (seguro para motocicletas), seguro residencial, seguro empresarial, seguro de transporte de cargas, Diária por Incapacidade Temporária (DIT) que é uma cobertura especial do seguro acidente pessoal voltada a atender Bombeiros e Policiais Militares, seguro náutico, seguro viagem, seguro casamento, seguro de danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres, ou por sua carga, a pessoas transportadas (DPVAT), seguro saúde entre outros, oferecendo também a Carta Verde, que é um seguro obrigatório para todos condutores de veículos terrestres em viagens dentro do território Mercosul. “A FGtbs Corretora de Seguros, escolheu o sistema de GED a partir da busca pelo que era mais utilizado por outras corretoras de seguros. Antes da implantação plena do sistema, no em 2007, ano de sua aquisição, outra empresa foi contratada para guardar os documentos físicos. “Esta empresa disponibiliza os documentos sempre que solicitado, digitalizando os documentos em formato PDF. Como os documentos, normalmente, não passam de 30 páginas, podem ser enviados por e-mail. Porém, algumas vezes é necessário também o envio do documento original.” (WRANY, 2016, p. 14) “As entrevistas revelaram que o sistema, até o momento, é satisfatório. O proprietário afirmou que as motivações que o levaram a buscar o sistema de GED foram: • A localização de documentos de forma mais eficiente e rápida; • A economia de espaço físico. “Verifica-se que todos os objetivos foram contemplados após os três anos iniciais da implantação do sistema. O encarregado da implantação ainda mencionou as questões de segurança e preservação e observa-se também que, até o momento, não foi identificado problemas neste sentido.” (WRANY, 2016, p. 16) CONSIDERAÇÕES FINAIS “Os resultados mostraram muitos benefícios proporcionados por um bom sistema de gerenciamento eletrônico de documentos, sendo este muito eficiente para as necessidades da empresa. Identificou-se também a relevância da presença de um profissional habilitado para executar, corretamente, todo o processo de arquivamento dos documentos e uma gestão eficiente para que o armazenamento seja correto. “Mais do que um conjunto de técnicas e habilidades profissionais, o profissional da informação deve pensar e planejar estrategicamente a gestão documental, pois a falta deste profissional pode ocasionar dificuldades de acesso, podendo se refletir em um sistema no qual as informações se tornem irrecuperáveis.” (WRANY, 2016, p. 18) ETAPAS DO PROCESSO DE GED Parte 1 Etapas do processo de GED No momento em que uma organização decide implantar um processo de GED, algumas etapas deverão ser seguidas, para que o projeto seja executado com sucesso. Inicialmente, é preciso identificar a demanda, visualizando as vantagens que se pode obter a partir da tecnologia GED, para, então, fazer um levantamento e um plano de execução do projeto, definindo quem serão as pessoas envolvidas e qual a metodologia mais adequada a fim de que se reduzam as possibilidades de fracasso. Etapas do processo de GED Usualmente, para que um projeto de Gestão Eletrônica de Documentos seja implantado com sucesso, algumas etapas precisam ser realizadas. Etapas do processo de GED Etapas 1. Organização 2. Preparação 3. Captação 4. Armazenamento 5. Indexação 6. Tratamento Organização A primeira etapa da implantação de um processo de GED é a organização. Para iniciar esse processo é necessário realizar um levantamento documental, um estudo sobre a criação dos documentos. Para isso, podem ser feitas entrevistas e aplicados questionários com as pessoas que produzem a documentação. São exemplos de perguntas: • Que documentos são arquivados atualmente e por quanto tempo? • Onde os documentos estão arquivados atualmente? • Qual a frequência de uso do arquivo? • Quantas pessoas utilizam este arquivo? • De onde vêm as informações? • Qual o formato dos registros no sistema atual? • Quem arquiva os documentos? • Quem tem acesso aos documentos? Organização Realizado o levantamento documental, é necessário definir e padronizar que tipos de documentos serão inseridos no sistema, para que não existam dúvidas no momento de sua inclusão ou recuperação. Essa definição, além de padronizar e esclarecer o que está ou não disponível, facilita a recuperação da informação. Organização Por se tratar de decisão estratégica a responsabilidade de decisão sobre a organização,a definição dos tipos de documentos a serem catalogados deve ser tomada em conjunto pelos gerentes de projeto, gerentes gerais, gerentes de setores que utilizam os documentos e arquivistas. Organização Esta definição não precisa ser fixa, ela pode ser atualizada conforme surja a necessidade de incluir novos documentos ao sistema; no entanto, a inclusão deve ser controlada. Organização Preparação Após a organização dos documentos que serão inseridos no GED e a definição de todos os objetivos e metodologias do projeto, inicia-se a segunda etapa, de preparação dos documentos. Na preparação, todos os documentos físicos que passarão pelo processo de captação precisam ser agrupados de acordo com a classificação e a sequência definidas no processo de preparação, para facilitar a etapa de digitalização. Preparação Nesta etapa deve ser realizado o tratamento físico de toda a documentação, retiram-se todos os clipes, grampos, elásticos, cola e quaisquer outros elementos que possam danificar o scanner e afetar a preservação do documento. Nesse momento, deve ser realizada a higienização de documentos antigos que contenham poeira ou outras sujidades, para facilitar e garantir a qualidade da imagem digitalizada. Preparação Quando necessário, também devem ser separados documentos que precisam ser restaurados, por terem sofrido danos mais extensos devido ao manuseio ou armazenamento incorreto, ou pelas ações do tempo. Preparação Captação Finalizada a preparação, o documento segue para a terceira etapa, de captação, ou digitalização. Nesta etapa, os documentos serão convertidos do formato físico (normalmente papel) para uma imagem em formato digital, por meio de scanners. Existem hoje, no mercado, diversos modelos de scanners, que podem ser utilizados em diferentes contextos e etapas de uma aplicação GED. Captação • Scanner de mesa – Sheet-fed Este tipo de scanner é ideal para escritórios e organizações, pois sua principal característica é a velocidade de digitalização. Captação • Scanner de mesa – Sheet-fed Aconselhado para digitalização de grandes quantidades de documentos, em pouco tempo. Embora a qualidade e a resolução sejam inferiores às dos scanners de mesa, são suficientes para a digitalização de documentos convencionais. Captação • Scanners de mesa plana Os scanners de mesa, ou flatbeds, são scanners em que a digitalização é realizada na horizontal. Podem ser encontrados em diversos tamanhos: A6, A5, A4, A3 ou A2. Captação • Scanners de mesa plana São mais indicados para atividades e usuários que precisam de imagens com qualidade de captura muito alta, como fotógrafos, designers e profissionais que trabalham com criação; para captura de folhas soltas, ou de páginas de livros encadernados e documentos que não podem ser desmontados, seja pela fragilidade ou pela espessura. Captação • Scanner de tracionamento Este tipo de scanner é recomendado para digitalizar mapas e desenhos arquitetônicos, pois possui capacidade de digitalização para tamanhos maior que A2 até A0. Pode também ser utilizado para jornais e outras folhas soltas de tamanho maior que A3. Captação • Scanner de mão Os scanners de mão foram criados pensando em facilitar a digitalização fora do escritório, por permitirem a digitalização de documentos em qualquer lugar. São aparelhos portáteis e possuem qualidade de imagem e resolução menores. Captação • Multifuncionais Multifuncionais não são especificamente scanners, mas muitas instituições as utilizam, pois, além da função de digitalização, possuem função de impressão e cópia. Nesses casos, é sempre importante pesquisar e estar atento ao modelo da multifuncional e à qualidade da imagem de digitalização que ela disponibiliza. Captação Para cada realidade, tipo de documento a ser digitalizado, estado de conservação do acervo, quantidade de material e quantidade de pessoas trabalhando, existe uma ferramenta de digitalização. É importante conhecer, pesquisar e estudar as ferramentas e tecnologias disponíveis para avaliar qual delas melhor se adapta à realidade na qual será implantado o projeto de digitalização. ETAPAS DO PROCESSO DE GED Parte 2 ETAPAS DO PROCESSO DE GED – CONTINUAÇÃO Armazenamento A quarta etapa é o armazenamento das informações capturadas e digitalizadas. Com a conversão dos documentos físicos em digitais é possível armazenar uma grande quantidade de informação ocupando menos espaço físico que o ocupado antes. Nesta fase do Gerenciamento Eletrônico de Documentos, deve ser observada a forma de armazenamento de dados que o sistema fornece. Armazenamento • Os dados ficarão armazenados em servidor? • Este servidor será local ou do provedor de serviço? • Este servidor é nacional ou internacional? • Qual o espaço disponível para armazenamento? Armazenamento • Como funciona a rastreabilidade das informações? • Como funcionam os níveis de acesso? E a integração a sistemas/aplicativos externos? • Quais são as possibilidades de exportação dos dados e backup? Armazenamento É de extrema importância que essa etapa seja pensada e avaliada com muita atenção, sempre em conjunto com um profissional da área de Tecnologia da Informação, pois a perda de dados ou um problema de Segurança da Informação e armazenamento digital tem grande influência nos resultados de uma empresa. Armazenamento Indexação A indexação de documentos é a definição, para cada tipo de documento, dos índices específicos que deverão ser preenchidos, a fim de facilitar e agilizar a busca dentro do sistema. Exemplos: • Nome • Data de vencimento • Número de protocolo • Outras informações que possam ser consideradas essenciais para a recuperação de um determinado documento. Indexação A indexação serve, também, como uma forma de “agrupar” documentos e processos que tenham algum grau de relação. Indexação Após a definição dos índices, a indexação pode ser feita de forma manual ou de forma inteligente e avançada por meio de código de barras ou OCR (Optical Character Recognition). Indexação Dentro de um sistema de GED esta etapa é primordial, pois é pela indexação que os documentos serão recuperados. Indexação Conferência Para garantir a qualidade da solução e do processo de digitalização, todas as imagens digitalizadas e inseridas no Gerenciador Eletrônico de Documentos deverão passar pela etapa de conferência. Nesta etapa são verificados os seguintes itens: • se foram atendidas todas as etapas anteriores; • se todas as folhas foram digitalizadas; • se todas as especificações técnicas da imagem, definidas no projeto, foram atendidas; • se os índices foram preenchidos corretamente. Apenas após a conferência completa a imagem é liberada para disponibilização e acesso do público a que se destina. Conferência Disponibilização Após a conferência, os documentos são disponibilizados para os usuários que efetivamente os acessarão, para fins de arquivamento e consulta. A definição de como será realizada a busca, disponibilização e visualização dos documentos eletrônicos deverá ser definida e combinada em conjunto com o software contratado. Disponibilização A visualização pode ser via download ou visualizador da web, conforme escopo do projeto e tecnologias disponibilizadas pelo software contratado. A busca e o acesso podem ser via internet ou intranet, através de controle de acesso por classes de usuários, perfis ou níveis de acesso, de acordo com as responsabilidades e necessidades. Disponibilização ETAPAS DO PROCESSO DE GED Parte 3 Estudo de caso Aplicação do Gerenciamento Eletrônico de Documentos: estudo de caso de escolha de soluções SÉRGIO RUBENS FANTINI Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis, 2001. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/79392/179200.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/79392/179200.pdf?sequence=1&isAllowed=y Resumo “Este trabalho faz um estudo das tecnologias disponíveis relacionadas a gerenciamento eletrônico de documentos na automação de escritórios e as principais questões pertinentes, tais como digitalização, conversão de arquivos antigos indexação, análise de aplicação, hardware e software e questões legais. “Faz um breve histórico da informática, conceitua Gerenciamento Eletrônico e mostra a realidade do mercado de GED no Brasil, mercado crescente, onde as empresas têm a preocupação em aumentar a produtividade e manter-se atualizadas tecnologicamente. A aplicação dos estudos está demonstrada num caso prático de escolha de uma solução para atender as necessidades de uma empresa, onde foram diagnosticadas resistências e tratadas de forma que a tecnologia a ser adotada pudesse oferecer os benefícios almejados.” (FANTINI, 2001, p. 7) A empresa “A ZM S. A. é uma empresa fundada em 25 de abril 1983, situada na cidade de Brusque, Santa Catarina, composta por capital totalmente nacional. Tem como objetivo a fabricação de Solenóides para motores de partida de automóveis. O solenóide também é conhecido como a chave magnética do motor de arranque, sendo a peça eletromecânica que se acopla ao motor de arranque do veículo, para possibilitar o acionamento do motor de combustão.” (FANTINI, 2001, p. 79) “A ZM, assim como na maioria das empresas, convive diariamente com a geração e manuseio de vários tipos de documentos, seja em papel, formato eletrônico, imagem e outros. Os documentos podem ser classificados em Administrativos, Técnicos, Bibliográficos e Não-convencionais ou Especiais.” (FANTINI, 2001, p. 80) A decisão “A necessidade de melhorar o gerenciamento dos documentos levou a empresa a optar por avaliar no mercado uma solução em termos de gerenciamento eletrônico que atendesse as necessidades básicas e que oferecesse algumas vantagens em relação aos controles que estavam sendo usados até então. “A empresa elencou as vantagens que pretendia obter com a adoção desta tecnologia: • redução do consumo de papel; • padronização de software de gerenciamento (um único produto que atendesse a todas as áreas envolvidas, principalmente no que tange a visualização de projetos); • “agilidade na recuperação de um documento; • controle automatizado de horas trabalhadas por projeto; • controle automatizado de versões; • controle de distribuição/aprovação de normas técnicas.” (FANTINI, 2001, pp. 82-83) Considerações finais “Conforme dito anteriormente, o que mais tem sensibilizado as organizações para investir em sistemas GED é a possibilidade de aumento da produtividade e competitividade, pois as mídias analógicas (papel e microfilme) são mídias que em situações de frequente acesso não conseguem trazer ganhos de produtividade aos processos tradicionais de negócios. “Entretanto, outros fatores complementares ajudam a justificar ou viabilizar a implantação de projetos desse tipo, em especial a proteção contra catástrofes. Em arquivos eletrônicos o procedimento de backup é mais simples de fazer cópias de segurança. Além disso, um sistema GED atende às exigências de programas de certificação, como ISO 9000, que cobra controle efetivo dos documentos e processos.” (FANTINI, 2001, p. 93) “No entanto, para uma implantação de um projeto de gerenciamento eletrônico eficaz, e verdadeiramente produtivo, deve-se começar a partir de um estudo criterioso das reais necessidades da empresa, dos usuários e das perspectivas em vista. A exatidão desses dados permitirá o desenho de um projeto que definirá os produtos certos, os processos adequados e fases de implantação pertinentes a cada caso. “No mundo da tecnologia da informação, não existem fórmulas padronizadas que atendam a 100% das expectativas e necessidades apresentadas pelos usuários. “A informação como matéria-prima, quando inserida no meio eletrônico, prescinde do hardware que permite rodar os softwares e os aplicativos, mas precisa de um desenho adequado que permita a definição de um processo que viabilize e justifique o investimento realizado na implantação de um sistema de Gerenciamento Eletrônico de Documentos.” (FANTINI, 2001, p. 94) “A tecnologia da informação não é mais vista como uma unidade capacitadora, mas como detentora de um papel central nos negócios. Os objetivos são atendimento às necessidades do consumidor, melhora no serviço prestado e dinamismo nos processos comerciais, finalidades relacionadas aos negócios e não somente à tecnologia da informação.” (FANTINI, 2001, p. 95) AMBIENTES DE APLICAÇÃO DO GED – Parte 1 Ambientes de aplicação do GED Sobre os ambientes aos quais adequa-se a aplicação de um sistema GED, Bahia e Fachin (2010, p. 16) comentam que “O sistema de gerenciamento eletrônico de informação é indicado para entidades que contêm um fluxo de informação constante e grande procura pelos usuários.” Nestes ambientes o fluxo de documentação é muito grande e, com o sistema GED, o alcance da informação terá maior amplitude e ocorrerão melhorias de controle de criação, acesso e recuperação dos documentos. Ambientes de aplicação do GED Atualmente, o Gerenciamento Eletrônico de Documentos é uma tecnologia adaptável; não é de aplicação exclusiva a uma única área. Porque pode ser configurado, vem sendo aplicado por instituições dos mais diversos ramos. Ambientes de aplicação do GED Exemplos: • contabilidade e consultoria; • construção (Engenharia Civil, urbanismo e construtoras); • educação (instituições de ensino e entidades mantenedoras); • saúde (clínicas e hospitais); • instituições financeiras e cooperativas de crédito; • indústrias em geral. Ambientes de aplicação do GED • Por gerar muita documentação, as áreas da indústria e prestação de serviços demandam grande necessidade de organização, recuperação e consulta de documentos, pois estes lhes servem de base para as tomadas de decisão e para os processos de planejamento estratégico. Ambientes de aplicação do GED Motivos para implantar um GED – Vantagens Benefícios de uma solução GED • facilidade do gerenciamento das informações; • diminuição da perda de documentos; • diminuição das cópias de documentos; • armazenamento centralizado; • possibilidade de acesso instantâneo aos documentos. A digitalização de documentos reduz o espaço físico antes utilizado por documentos em papel. Motivos para implantar um GED – Vantagens De acordo com o Instituto de Tecnologia em Informática e Informação do Estado de Alagoas (ITEC, 2016), os principais benefícios de uma solução GED são: • Permite a recuperação da empresa após desastres; • Redução de custos com cópias, já que há disponibilização dos documentos em rede; • Absoluto controle no processo de negócio; • Alta velocidade e precisão na localização de documentos; Motivos para implantar um GED – Vantagens • Criação de facilidades para o trabalhador do conhecimento; • Disponibilização instantânea de documentos sem limites físicos; • Eliminação de fraudes, principalmente em agências governamentais; • Gerenciamento automatizado de processos, minimizando recursos humanos e aumentando a produtividade; Motivos para implantar um GED – Vantagens Motivos para implantar um GED – Vantagens • Grande melhoria no processo de tomada de decisões; • Aproveitamento de espaço físico; • Ilimitadas possibilidades para indexação e localização de documentos; • Evita extravio ou falsificação de documentos; • Integração com outros sistemas e tecnologias; Entre as principais vantagens do GED estão a agilidade na consulta aos documentos e a facilidade de acesso às informações financeiras, processuais e das demais áreas que se baseiam em estrutura documental, tornando mais ágil o desenvolvimento de novos projetos e o atendimento às necessidades da empresa.Motivos para implantar um GED – Vantagens Antes de investir em um sistema de Gerenciamento Eletrônico de Documentos, é necessário estar ciente de que existem cuidados e aspectos a serem levados em consideração. Motivos para não implantar um GED – Desvantagens O primeiro aspecto é a questão financeira, pois a implementação de um GED gera custos para a contratação e manutenção de software e hardware, recursos humanos e treinamento. Motivos para não implantar um GED – Desvantagens Outro ponto a ser considerado são os aspectos legais do documento digital. Muitas instituições implantam soluções GED para realizar o descarte de toda a documentação física, no entanto, alguns documentos não são aceitos no formato digital; neste caso, o original precisa ser mantido e pode ser digitalizado apenas para fins de consulta e preservação. Motivos para não implantar um GED – Desvantagens Os principais pontos que podem até mesmo invalidar a aplicação de uma solução GED são: • erros de indexação (um documento indexado de forma errada dificilmente será recuperado); • qualidade da imagem (uma imagem com qualidade ruim pode se tornar ilegível); • dependência do computador para acessar os documentos (sem uma boa estrutura, em um momento de queda de luz, ou de falta de rede, pode-se perder o acesso aos documentos). Motivos para não implantar um GED – Desvantagens • Além desses motivos, o hábito de utilizar o papel está muito enraizado em nossa cultura, o que leva a uma resistência à mudança, outra das dificuldades encontradas no processo de implantação de um GED. Motivos para não implantar um GED – Desvantagens AMBIENTES DE APLICAÇÃO DO GED – Parte 2 Estudo de Caso Estudo para implantação do Gerenciamento Eletrônico de Documentos – GED no âmbito do Instituto de Criminalística do Amazonas ANDRÉ LUÍS BESSA SEGUNDO Dissertação (Mestrado em Engenharia de Processos) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos da Universidade Federal do Pará (UFPA) Belém, 2017. Disponível em: <http://ppgep.propesp.ufpa.br/ARQUIVOS/dissertacoes/Dissertacao2017-PPGEP-MP- AndreLuisBessaSegundo>. http://ppgep.propesp.ufpa.br/ARQUIVOS/dissertacoes/Dissertacao2017-PPGEP-MP-AndreLuisBessaSegundo Resumo “Trata-se de uma proposta de implantação de Gerenciamento Eletrônico de Documentos no Departamento de Polícia Técnica e Científica no Estado do Amazonas, que inicialmente será focada no Instituto de Criminalística nos setores em que passam o maior fluxo de documentos e onde se localizam o maior número de falhas, pelo motivo de que nestes locais o trabalho ainda é feito pelo método manual, ou seja, anotações em livros de ocorrências. “O setor estudado e apresentado [sic] uma proposta de mudança de fluxo nas informações é o Cartório, pois o mesmo fica responsável por receber parte dos documentos e faz emissão de todos os outros que compõe [sic] o Instituto de Criminalística. O objetivo deste trabalho é reduzir o controle manual dos documentos, solicitações, laudos por cartórios independentes que não se comunicam entre si, além do controle individual de cada servidor. “O método a ser utilizado será o exploratório para conhecimento de todos os fluxos de documentos nos setores, tanto na entrada quanto na saída, levando em consideração a quantidade de pessoas e ferramentas disponíveis. Após entrevistas com os responsáveis pelos setores foram observados os gargalos e sugeridas algumas propostas de alterações com o Gerenciamento Eletrônico de documentos.” (SEGUNDO, 2017, p. vii) Objetivo “O principal objetivo deste trabalho pretende visualizar os processos de entrada e saída de documentos no Instituto de Criminalística, observando os erros e propor o estudo de implantação do Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED), para maior controle interno, melhorar tempo de respostas contribuindo para maior agilidade e confiabilidade.” (SEGUNDO, 2017, p. 2) Objetivos específicos • “Analisar os setores e fluxos internos do Instituto de Criminalística; • Identificar os erros e problemas internos e propor possíveis soluções.” (SEGUNDO, 2017, p. 3) Implantação “A implantação de um projeto de GED, implica em vários fatores que devem ser levados em consideração no planejamento e implementação, pois cada estágio, depende muito do tipo de documento, dos processos de negócios, dos padrões da empresa, cultura informacional e até mesmo do caráter legal. “Portanto, o correto entendimento destas questões em uma empresa são cruciais para se determinar os requisitos do projeto de um sistema GED. Quando se analisa os sistemas GED, para implantação em uma empresa – é importante ressaltar que depende da particularidade de cada empresa – alguns aspectos técnicos importantes devem ser cuidadosamente avaliados. “Gerenciamento: O sistema GED deve ser capaz de gerenciar qualquer formato eletrônico de acordo com a realidade da empresa, incluindo diferentes formatos de imagens, textos, documentos compostos, arquivos eletrônicos, áudio digital, vídeos, etc. “Armazenamento: Um sistema GED deve suportar, idealmente, tanto o arquivamento off-line, quanto o on-line, em diferentes mídias de armazenamento, desde mídias digitais como discos ópticos, CD-ROM, discos magnéticos, fitas, até mídias tradicionais como microfilme e papel. O sistema deve gerenciar de forma segura o uso da mídia para o armazenamento do documento, migrar documentos entre mídias quando definido pelo ciclo vital, e fazer uso de cachê para acelerar a recuperação dos documentos mais utilizados.” (SEGUNDO, 2017, pp. 26-27) “Recuperação: O sistema deve permitir que os documentos armazenados sejam recuperados a partir de um conjunto de atributos previamente definidos (metadados), mas também deve suportar a recuperação através de palavras e frases contidos nos documentos. A pesquisa poderá ser realizada de forma unificada, de modo que os documentos sejam acessados, recuperados e visualizados independentemente do local de armazenamento; “Intercâmbio: visando o intercâmbio de documentos / informações entre os usuários internos e externos, permitindo que os documentos sejam extraídos em seu formato nativo, e transportados como o desejado (ROCHA, 2010).” (SEGUNDO, 2017, p. 27) Problemas encontrados • Duplicidade de número de protocolos; • Duplicidade de entrada de documentos; • Falta de registro de entrada ou saída de documentos; • Falta de controle de prazos de resposta de documentos; (SEGUNDO, 2017) • Falta de identificação da relevância de documentos; • Descentralização da entrada e saída de documentos; • Prazos elevados para respostas; • Fragilidade na comunicação entre cartórios; • Perda de peças e documentos. (SEGUNDO, 2017) “A necessidade de se adotar uma nova forma de gerenciamento desses documentos e uma padronização com a utilização de recursos tecnológicos atualizados devem-se principalmente a: • dificuldade de recuperação de documentos; • duplicidade de documentos; • armazenamento por tempo demasiado; • perda; • “indexação errada; • arquivamento incorreto; • necessidade de adaptação à prática tecnológica, tendo em vista a geração e tramitação dos documentos técnicos. “Estes procedimentos equivocados são responsáveis por um grande número de problemas como: • extravio de arquivos importantes; • dificuldade de localização dos arquivos; • falta de conservação e preservação dos documentos eletrônicos. Todos estes problemas combinados geram uma enorme dificuldade para que a qualidade e a produtividade pretendidas, não fossem alcançadas.” (SEGUNDO, 2017, p. 44) Resultados esperados “Após a implantação do GED através da criação do SGPD, os documentos e solicitações no momento da entrada serão analisados, com isso, haverá uma redução significativa da duplicidade. “Com este modelo de centralização não haverá cartórios independentes evitando assim que haja duplicidade de número de protocolos decorrentes da nãocomunicação entre os mesmos; além da falta de registro de entrada ou saída de documentos [...].” (SEGUNDO, 2017, p. 48) Referências ROCHA, George Costa. GED – Gerenciamento Eletrônico de Documentos: suas metodologias básicas de planejamento para implantação. Dissertação (Especialização em Engenharia de Produção) – Universidade Candido Mendes, Rio de Janeiro, 2010. Revisão do que estudamos! Revisão do que estudamos! Gestão de documentos: • Assegurar acesso pleno aos documentos e às informações necessárias à tomada de decisão e à garantia de deveres e direitos. • A informação deve estar disponível no lugar certo, na hora certa, para as pessoas certas e com o menor custo possível. Revisão do que estudamos! GED: Uma solução tecnológica, composta por um conjunto de módulos interligados que permitem a uma instituição gerenciar seus documentos em forma física ou digital. Revisão do que estudamos! Existem três componentes básicos para sua aplicação GED: • o hardware; • o software; e • os recursos humanos. Cada instituição deve realizar um estudo e planejamento para verificar quais componentes serão os mais qualificados para a sua realidade. Os softwares apresentam basicamente as mesmas soluções em: • captura; • gerenciamento de documentos e processos; • níveis de acesso; • disponibilização; • consulta; • armazenamento; e • backup. Revisão do que estudamos! • Etapas do processo GED. • Importância do planejamento antes de iniciar a digitalização dos documentos. Revisão do que estudamos! • Principais ambientes em que atualmente estão sendo implantadas soluções de Gerenciamento Eletrônico de Documentos. • Vantagens e desvantagens. Revisão do que estudamos! • Pode-se concluir que a ferramenta de GED é interessante para a organização dos arquivos e documentos das instituições. Conclusão Os benefícios sobressaem às possíveis desvantagens, que em sua maioria são falta de: • planejamento; • altos investimentos financeiros para a implantação; • envolvimento de pessoas capacitadas para a execução do gerenciamento. Conclusão Espera-se que o aluno: • tenha uma visão geral do processo de implantação, das tecnologias, das aplicações e das vantagens e desvantagens do Gerenciamento Eletrônico de Documentos; e • aplique em seu ambiente e sua realidade profissional o conhecimento adquirido. Conclusão LEITURA COMPLEMENTAR • ANDRADE, Marcos Vinicius Mendonça. Gerenciamento Eletrônico da Informação como ferramenta para a gerência eficiente dos processos de trabalho. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 12. Anais […]. Recife: UFPE, 2002. • CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Manual de gestão documental do Poder Judiciário: Programa Nacional de Gestão Documental e Memória do Poder Judiciário. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <https://www.cnj.jus.br/images/programas/gestao- documental/manual_gestao_documental_poder%20judiciario.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2019. • MENEZES, Laurene Rodrigues de. GED – Gerenciamento eletrônico de documentos: a preservação da informação e diretrizes para implantação. 2014. Dissertação (Bacharelado em Arquivologia) – Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2014. Disponível em: <http://www.ccsa.ufpb.br/arqv/contents/documentos/020LaureneRodriguesdeMenezes.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2019. • SETTI, Rodrigo José. Estudo do GED – Gerenciamento Eletrônico de Documentos no âmbito organizacional. 2008. Dissertação (Bacharelado em Gestão da Informação) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008. Disponível em: <https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/48210>. Acesso em: 21 ago. 2019. • SILVA, Juliana Costa; LIMA, Iremar Nunes de. Gestão do conhecimento: ECM e GED. Pós em revista. Belo Horizonte: Centro Universitário Newton Paiva. Edição 5, 2012. https://www.cnj.jus.br/images/programas/gestao-documental/manual_gestao_documental_poder judiciario.pdf http://www.ccsa.ufpb.br/arqv/contents/documentos/020LaureneRodriguesdeMenezes.pdf https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/48210 Crédito das imagens slide 1 rawpixel/pexels.com slide 38 monoar/pixabay.com slide 39 geralt/pixabay.com slide 40 geralt/pixabay.com slide 41 Free-Photos/pixabay.com slide 44 Angeloni, 2002 slide 145 freepik/freepik.com slide 150 microone/freepik.com slide 154 freepik/freepik.com slide 166 freepik/freepik.com slide 171 iconicbestary/freepik.com slide 176 katemangostar/freepik.com slide 178 macrovector/freepik.com slide 197 stockgiu/freepik.com slide 202 freepik/freepik.com slide 208 macrovector/freepik.com