Buscar

Fisioterapia na Saúde Infantil

Prévia do material em texto

FISIOTERAPIA NA 
SAÚDE DA CRIANÇA
Apresentação da Disciplina
P R O F. A N TO N I E T TA C L Á U D I A C A R N E I R O
D A T A . 1 3 / 1 0 / 2 0 2 2
DOCENTE DA DISCIPLINA
ANTONIETTA CLÁUDIA CARNEIRO
• Graduação em Fisioterapia (UFPE)
• Especialização em Técnicas Terapêuticas
Manuais (UFPE)
• Mestrado em Biofísica e Radiobiologia (UFPE)
• Atuação profissional em Fisioterapia na Saúde
da Criança
• Docente graduação e pós graduação na área
de Fisioterapia Neurofuncional Adulto e
Pediátrico
HISTÓRICO DA FISIOTERAPIA NA SAÚDE DA CRIANÇA
• História da Fisioterapia “esforços de reconstrução” II Guerra Mundial
• Poliomielite crianças e adultos jovens
• Children’s Hospital (Boston) Dr. Lovett e Dra. Wright Teste Muscular 
Manual
• Irmã Kenny (1940) incluiu exercícios além de repouso e imobilização.
• Vacinação anti-pólio (1950) FT polio
Não 
é 
poss
ível 
exibi
r 
esta 
imag
em.
N
ão 
é 
po
ss
ív
el 
ex
ibi
r 
es
ta 
im
ag
e
m.
Não é possível exibir esta imagem.
HISTÓRICO DA FISIOTERAPIA NA SAÚDE DA CRIANÇA
• Reconhecimento do potencial da FT em tratar cças com PC.
• Anos 40, 50 e 60 busca por fundamentação neurofisiológica para 
sustentar intervenção FT.
• EVOLUÇÃO DA FT NA SAÚDE DA CRIANÇA:
• Abordagens focadas nas Deficiências à Abordagens reconhecem 
ATIVIDADE e PARTICIPAÇÃO e FATORES AMBIENTAIS (família).
• Fisioterapia Baseada em Evidências
• Evoluções Tecnológicas
Não 
é 
poss
ível 
exibi
r 
esta 
imag
em.
Não é possível exibir esta imagem.
ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA SAÚDE DA CRIANÇA
• Desde os níveis mais básicos: ATENÇÃO PRIMÁRIA
• Procedimentos realizados nas unidades básicas de saúde 
(atividades educativas, orientação em grupo, práticas em grupo, 
visitas domiciliares, acompanhamento do desenvolvimento)
• NEUROLOGIA (Lesões encefálicas, medulares, nervos periféricos)
• ORTOPEDIA (Transtornos posturais, posicionais)
• TRAUMATOLOGIA (Pré e pós cirúrgicos)
• REUMATOLOGIA (Artrite Reumatóide Juvenil)
• CARDIORRESPIRATÓRIA (Ambulatorial, hospitalar, UTI)
• ONCOLOGIA (Leucemia, tumores ósseos, neuroectodérmicos)
• CONDIÇÕES RARAS (Síndrome de Prader-Willi, Doença de Pompe) 
• SAÚDE MENTAL (ex: T.E.A)
FISIOTERAPIA NA 
ARTROGRIPOSE MÚLTIPLA 
CONGÊNITA
P R O F. A N TO N I E T TA C L Á U D I A C A R N E I R O
DEFINIÇÃO
• O termo ARTROGRIPOSE MÚLTIPLA CONGÊNITA (AMC) é derivado das 
palavras gregas:
ARTHRON articulação
GRYPOSIS curvada
MULTIPLEX múltiplas articulações
CONGENITA presentes ao nascimento
CACHECO et.al., 2019
DAHAN-OLIEL ET AL., 2019.
DEFINIÇÃO - AMC
• ARTROGRIPOSE MÚLTIPLA CONGÊNITA é um termo utilizado para descrever um 
grupo de condições congênitas caracterizadas pela presença de contraturas 
articulares em duas ou mais áreas do corpo.
• Possuem causas variáveis ou até mesmo desconhecidas.
• Cursam com limitação de movimento articular com ou sem fraqueza muscular.
• Contraturas variam em distribuição / severidade e não progridem para articulações 
não afetadas.
• Dependendo do diagnóstico subjacente, outros sistemas afetados: respiratório, 
gastrointestinal, genitourinário, e SNC.
• Cognição pode estar afetada se o SNC envolvido, mas o sist. sensorial está 
geralmente intacto.
• O impacto na mobilidade, atividades de vida diária e participação é variável.
EPIDEMIOLOGIA
• Condição relativamente rara, que afeta 1 a cada 3.000 – 5.000 nascidos vivos.
• Meninos e meninas são igualmente afetados.
• Casos de artrogripose letal já foram reportados.
• As 4 extremidades estão envolvidas em 50-60% dos casos. MMII em 30-40% e 
MMSS em 10-15%.
• Em 20% dos casos, ocorre luxação e subluxação do quadril, patela e joelhos, 
enquanto as articulações vertebrais e temporo-mandibulares raramente são 
envolvidas.
• Valdés-Flores M et al. 2015
ETIOLOGIA
• A AMC pode ser causada por distúrbios extrínsecos
(extra fetais) ou intrínsecos (fetais).
• É um achado clínico, observado em mais de 400
condições de saúde, a maioria de origem genética.
• 1/3 terá envolvimento isolado dos membros, 1/3
terá sistemas adicionais envolvidos, mas terá
intelecto normal, e 1/3 terá atraso no
desenvolvimento e/ou envolvimento neurológico
significativo.
NILES et al., 2019.
Spectrum ETIOLÓGICO DA AMC
NILES et al., 2019.
classificação
Compreendem 50 a 65% dos diagnóst icos de AMC
Duas grandes categorias de AMC :
AMIOPLASIA ARTROGRIPOSE 
DISTAL
• É o tipo mais comum de artrogripose (1 /10.000),
considerada a Artrogripose Clássica.
• Apresenta um padrão bem característico,
geralmente simétrico:
• MMSS: ombros em rotação interna, cotovelos em
completa extensão e fixos, punhos fixos em flexão
e dedos parcialmente fletidos.
• MMII: quadris deslocados em 15% dos indivíduos,
mas podem ser fixados em flexão ou extensão,
aduzidos ou abduzidos, joelhos podem ser fixados
em extensão ou flexão e os pés quase sempre em
posição equino varo severa
Não 
é 
poss
ível 
exibi
r 
esta 
imag
em.
N
ão 
é 
po
ss
ív
el 
ex
ibi
r 
es
ta 
im
ag
e
m.
Não é possível exibir esta imagem.
A M I O P L A S I A
Hall, Kimber and Van Bosse, 2017
• Cerca de 7% dos casos estão gravemente
comprometidos.
• 5% têm envolvimento de 3 membros.
• Cerca de 15% dos casos de indivíduos afetados
têm apenas membros superiores envolvidos.
• Acredita-se que 15% tenham apenas membros
inferiores envolvidos.*
• Habilidades intelectuais normais a acima do
normal na maioria dos casos.
Não 
é 
poss
ível 
exibi
r 
esta 
imag
em.
N
ão 
é 
po
ss
ív
el 
ex
ibi
r 
es
ta 
im
ag
e
m.
Não é possível exibir esta imagem.
A M I O P L A S I A
Hall, Kimber and Van Bosse, 2017
• AD não é uma entidade única, mas 
um grupo de síndromes com 
contraturas articulares 
principalmente distais, ou seja, 
mãos e pés.
• Incidência geral de artrogripose
distal foi estimada em 1/5.100 
nascidos vivos.
Hall, Kimber and Van Bosse, 2017
A R T R O G R I P O S E 
D I S T A L
A R T R O G R I P O S E M Ú LT I P L A C O N G Ê N I TA
RESTRIÇÃO DA ATIVIDADE E 
PARTICIPAÇÃO
Limitação da Mobilidade, 
Dificuldade de realizar 
transferências, Dificuldade nas 
AVDs, Restrição para brincar 
com outras crianças, Restrição 
para atividades esportivas.
FATORES CONTEXTUAIS
Idade, pais positivos e comprometidos, 
motivação da criança, uso de tecnologia 
assistiva.
DEFICIÊNCIAS DA ESTRUTURA E 
FUNÇÃO CORPORAL
Articulações rígidas, múltiplas 
deformidades articulares, rigidez da 
cápsula articular, Limitação da ADM, 
Alterações de pele, Tec celular 
subcutâneo inelástico, Hipotrofia, 
Fibrose músculos, Fraqueza 
muscular.
CIF
Avaliação Fisioterapêutica
• Anamnese (dados pessoais, história clínica)
• Padrões motores e posturais (PRONO, SUPINO, SENTADO, DE PÉ)
• Movimentação espontânea
• Alinhamento
• Força muscular e funcionalidade antigravitacional
• Mensuração do grau de deformidade
• Testes ortopédicos (Thomas, Galeazzi)
• Órteses e outros aditamentos
• Padrão de marcha
Tratamento Fisioterapêutico
1. ESTRUTURA E FUNÇÃO CORPORAL:
• Aumentar ADM articular
• Melhorar postura
• Manter o ganho de ADM
• Adquirir Movimentação ativa
2. ATIVIDADE / PARTICIPAÇÃO
• Adquirir Etapas do DNPM
• Frequentar escola, parques, shoppings, etc
• Orientar a família
FISIOTERAPIA NO 
TORCICOLO MUSCULAR 
CONGÊNITO
P R O F. A N TO N I E T TA C L Á U D I A C A R N E I R O
DEFINIÇÃO
• Torcicolo muscular congênito (TMC) é uma 
deformidade musculoesquelética postural, 
evidente durante ou logo após o 
nascimento. 
• Resulta do encurtamento ou rigidez 
unilateral do ECM e se apresenta como 
flexão lateral da cabeça para o mesmo 
lado (ipsilateral) com rotação para o lado 
oposto (contralateral).
Torus
(torcido)
Collum
(pescoço)
Torticollis
EPIDEMIOLOGIA
O TMC é a terceira anomalia musculoesquelética congênita mais comum depois 
da displasia do quadril e do pé torto congênito.
Incidência varia de 0,4 a 1,3%
Mais comum no lado direito e é raro ser bilateral
Maior frequência no sexo masculino 3:2 e histórico familiar em cerca de 10% dos 
casos.
ETIOLOGIA
Inconclusiva,mas 
parece ser 
multifatorial
Hipóteses:
• Mal posicionamento 
intrauterino
• Fibrose do ECM levando a 
síndrome compartimental
• Trauma durante o parto
• Envolvimento 
neurogênico
• Infecções
• Hipóteses hereditárias
QUADRO CLÍNICO
• Assimetria postural à posição 
da cabeça (inclinada para o 
mesmo lado e rodada para o 
lado oposto).
• Encurtamento do músculo 
ECM
• Presença de Nódulo palpável 
(massa fibrótica que pode 
aparecer de 1 a 4 semanas 
após o nascimento)
• Pode estar associada a outras 
anormalidades: DDQ, 
assimetrias cranianas, paralisia 
braquial perinatal.
RED FLAGS – Sinais de alerta
Alterações Visuais Tônus muscular 
anormal
Anormalidades no 
crânio e na face 
incluindo plagiocefalia
e braquicefalia
Massas 
extramusculares
Outras assimetrias 
inconsistentes com 
TMC
Pouco ou Nenhum 
progresso é notado na 
assimetria do pescoço, 
após 4-6 semanas de 
intervenção.
Iníco tardio do TMC (> 
6 meses)
CLASSIFICAÇÃO 
(apresentação clínica)
De acordo com a apresentação clínica, o TMC pode 
ser classificado em três tipos:
1. TORCICOLO POSTURAL: forma mais leve. 
Apresenta deformidade postural no pescoço, 
porém sem restrição de ADM ou presença de 
nódulo.
2. TORCICOLO MUSCULAR: deformidade cervical 
associada com encurtamento e restrição da 
ADM passiva.
3. TORCICOLO COM MASSA / TUMOR 
ESTERNOMASTÓIDEO: forma mais grave, 
apresentando massa fibrótica palpável no ECM 
e limitação de ADM ativa e passiva.
CLASSIFICAÇÃO
(nível de severidade)
NÍVEL 1 – moderada e detecção precoce
• 0 a 6m com encurtamento < 15 graus de rotação cervical
NÍVEL 2 – moderada e detecção precoce
• 0 a 6m com encurtamento entre 15 e 30 graus de rotação cervical
NÍVEL 3 – grave e detecção precoce
• 0 a 6m com encurtamento > 30 graus de rot. cervical ou massa no ECM.
NÍVEL 4 – moderada e detecção tardia
• 7 a 9m com preferências posturais ou encurtamento < 15 graus de rot. 
cervical.
NÍVEL 5 – moderada e detecção tardia
• 10 a 12m com preferências posturais ou encurtamento < 15 graus de rot. 
cervical.
NÍVEL 6 – grave e detecção tardia
• 7 a 12m com encurtamento > 15 graus de rot. cervical.
NÍVEL 7 – extrema e detecção tardia
• 7 a 12m com massa no ECM ou após 12m com encurtamento > 30 graus de 
rot. cervical.
KAPLAN, 2013
CIF
CONDIÇÃO DE SAÚDE
Torcicolo Muscular 
Congênito D.
LIMITAÇÕES DE 
ATIVIDADE
RESTRIÇÃO DA 
PARTICIPAÇÃO
DEFICIÊNCIA ESTRUTURA 
/ FUNÇÃO CORPORAL
Alterações faciais e cranianas
Presença de massa fibrosa
Encurtamento músculo ECM
↓ ADM ativa e passiva
Redução da força muscular
Atraso no desenvolvimento
Limitação manter cabeça LM
Limitação rolar p/ o lado Dir.
Limitação para atividades com 
o MSD.
Dificuldade para interagir com 
outras crianças
Faltas na escola
Isolamento social por 
vergonha da aparência
FATORES AMBIENTAIS FATORES PESSOAIS
Suporte familiar e escolar, meios de 
transporte, nível socioeconômico
Gênero, idade, educação, estilo de vida, 
atitudes e características de personalidade
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
Estrutura e Função Corporal
• Postura do lactente e tolerância ao posicionamento em decúbito dorsal, prono,
sentado e em pé para simetria corporal, com ou sem apoio, conforme apropriado
para a idade.
• Rotação e flexão lateral cervical bilateral (passiva e ativa).
• ADM passiva e ativa das extremidades superiores e inferiores, incluindo triagem
para possível displasia do quadril ou assimetria da coluna vertebral.
• Dor ou desconforto em repouso e durante o movimento passivo e ativo.
• Integridade da pele, simetria das dobras cutâneas do pescoço e quadril, presença e
localização de uma massa no ECM e tamanho, forma e elasticidade do músculo
ECM e músculos adjacentes.
• Assimetrias craniofaciais e formato da cabeça/crânio. KAPLAN et al, 2013
Hautopp et. al., 2014 
TMC & Plagiocefalia
ASSIMETRIAS POSICIONAIS
FORMATO NORMAL PLAGIOCEFALIA BRAQUICEFALIA
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
Atividade e Desenvolvimento
• Durante os exames iniciais e subsequentes de bebês com suspeita ou
diagnóstico de TMC, os FTs devem documentar os tipos e a tolerância às
mudanças de posição e examinar o desenvolvimento motor quanto à simetria
e aos marcos do motores, usando uma ferramenta padronizada apropriada,
válida e confiável para a idade.
KAPLAN et al, 2013
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
Participação
• O fisioterapeuta deve documentar as respostas dos pais/cuidadores em
relação a:
• Se os pais estão alternando os lados quando amamentam ou alimentam o bebê
com mamadeira.
• Posições do sono.
• Tempo infantil gasto em decúbito ventral.
• Tempo infantil gasto em equipamentos/dispositivos de posicionamento, como
carrinhos de bebê, assentos de carro ou balanços.
KAPLAN et al, 2013
TRATAMENTO
• Posicionamento
• ADM ativa e passiva
• Fortalecimento
• Alongamento
• Orientação à família
FISIOTERAPIA
CIRURGIAS ORTOPÉDICAS
BLOQUEIOS NERVOSOS
INTERVENÇÕES NA FISIOTERAPIA
POSICIONAMENTO 
PARA BRINCAR
POSICIONAMENTO 
PARA CARREGAR ALONGAMENTO PARA ECOM

Mais conteúdos dessa disciplina