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Unidade 1 - Ensinando a arte de
questionar
Paola Lemes
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Introdução
Vivemos numa sociedade onde a in�uência da tecnologia, como fruto do
desenvolvimento cientí�co, aumenta a cada dia. A existência de cidadãos críticos
depende essencialmente da inclusão do saber cientí�co em sua formação. O ensino
de Ciências Naturais nos anos iniciais do Ensino Fundamental manifesta-se com o
intuito de apresentar a Ciência como conhecimento que colabora na compreensão
do mundo e suas transformações, colocando o ser humano como sujeito que busca
compreender e atua no universo.
Qual é, a�nal, a importância dos conhecimentos cientí�cos na vida dos educandos?
Como introduzir “complexos” conhecimentos cientí�cos para crianças em formação?
São perguntas que não possuem uma resposta imediata. Como veremos, o
conhecimento é uma construção. Nesta unidade serão apresentadas algumas
re�exões que podem auxiliar na construção destas respostas.
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1. Introdução à metodologia
do ensino de ciências naturais
na educação básica
Compreender o processo de ensino-aprendizagem de Ciências Naturais, assim como
em qualquer outra disciplina, é uma tarefa que exige a construção de uma estrutura
que possibilite uma aprendizagem signi�cativa para o aluno. Durante esta etapa da
educação básica serão introduzidos os conhecimentos historicamente acumulados
sobre a área, fundamentando a concepção pelo aluno do que é Ciência e quais são
suas relações com a sociedade na qual está inserido. Assim, é necessário entender
como se organiza a construção do conhecimento do aluno e, também, da própria
ciência. É preciso considerar tanto o arcabouço de conhecimentos adquiridos pela
vivência dos estudantes quanto a estrutura do conhecimento cientí�co e seu
processo histórico de construção.
Inicialmente serão apresentados tópicos importantes sobre a didática do ensino de
Ciências Naturais no ensino fundamental e a importância de uma abordagem
histórica e interdisciplinar, com base na legislação educacional vigente. Em seguida
faremos uma viagem pela revolução cientí�ca dos últimos cinco séculos, analisando a
ciência moderna com base no método cientí�co, sua história e importância na
atualidade. Prosseguiremos fazendo uma re�exão sobre o que é ciência e qual seu
papel na sociedade e encerraremos esta unidade com a apresentação do histórico do
ensino de Ciências Naturais no Brasil.
Ao longo do texto serão apresentadas sugestões de leitura, curiosidades e indicações
de materiais que podem ser trabalhados em sala de aula com seus futuros alunos.
Faça anotações, pense de maneira inovadora e não se limite ao material sugerido,
sempre atentando-se à con�abilidade das fontes utilizadas. É fundamental o
exercício do pensamento plural e crítico para incrementar seus conhecimentos.
Vamos juntos? Bons estudos!
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As diferentes áreas da Ciência moderna (Biologia, Física, Química, Astronomia e
Geociências) são norteadas por rigorosos métodos, muito bem estruturados, e que
fogem à alçada do raciocínio de um aluno em formação inicial. Considerar a mesma
estrutura e complexidade das teorias cientí�cas para direcionar o ensino e
aprendizagem de Ciências Naturais no ensino fundamental é um equívoco. Processo
ensino-aprendizagem é diferente de método cientí�co.
Pesquisas mostram que, muitas vezes, as intuições / percepções dos alunos sobre os
fenômenos do meio ambiente que os circunda se assemelham às concepções antigas
sobre o mundo, anteriores ao surgimento do método cientí�co e da ciência moderna
e que são também aprendidas na escola. Por exemplo, é comum que alunos dos
anos iniciais do ensino fundamental possuam uma percepção geocentrista
semelhante à de �lósofos gregos como Platão (427 – 347 a.C.), ou seja, acreditem que
a Terra encontra-se parada e que os demais corpos celestes movem-se ao seu redor.
Esta percepção é compreensível, uma vez que é o que se deduz com a mera
observação do céu.
Você quer ler?
Indicamos como sugestão de aprofundamento nesta temática o livro
didático Fisicante, a Física atuante, de Guilherme Bondezan, Jean Galvani e
Rafael Mancini. Você poderá acessá-lo no link a seguir: <
https://edisciplinas.usp.br/plugin�le.php/324045/mod_resource/content/1/
Material%20Did%C3%A1tico%20-
%20Guilherme%2C%20Jean%20e%20Rafael.pdf >.
As concepções dos alunos acerca dos fenômenos naturais e dos modos de
transformar o meio são carregadas de elementos de sua vivência e cultura e devem
ser consideradas. Cabe ao professor o papel de auxiliar a ressigni�car estas
concepções, construindo um repertório de imagens, evidências e conceitos com os
quais as ideias prévias dos alunos devem ser comparadas e articuladas. Os alunos
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são convidados a confrontar suas ideias com outras explicações, percebendo seus
limites e a necessidade de extrapolar seu senso comum.
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Figura 1- Cometographia de Heveliu, 1668. Um encontro mítico de mentes -  Aristóteles, Hevelius e Kepler
discutindo sobre órbitas de cometas. Fonte: MAA.
Portanto, a apresentação de teorias cientí�cas simpli�cadas aos alunos, como
aquelas relacionadas à descrição e entendimento do universo (movimento dos
corpos celestes, estações do ano, etc), claramente salvaguardando a adaptação na
linguagem a ser usada, é extremamente importante, pois estas teorias apresentam
modelos lógicos e de raciocínio que funcionam como objetos de estudo.
Considerando o seu próprio mundo comparado com as teorias de outrora, os alunos
se apropriam do conhecimento cientí�co e do seu caráter interdisciplinar, tornando-
se sujeitos de sua aprendizagem.
Outra abordagem extremamente importante e que deve direcionar o ensino é a
História da Ciência. Uma análise historiográ�ca adequada auxilia no entendimento da
Ciência como uma construção humana, contextualizando a história e a descoberta
das relações entre o ser humano e o seu próprio corpo, o meio ambiente e o os
recursos naturais. É importante que o professor internalize e reforce sempre que
possível o caráter interdisciplinar do processo ensino-aprendizagem, uma vez que é
comum o questionamento pelos alunos sobre a “utilidade” de determinadas
disciplinas (como, por exemplo, a importância da História em uma aula de Ciências).
Nos anos iniciais do ensino fundamental podem ser utilizadas, como estratégias de
introdução da dimensão histórica, a apresentação de relatos sobre o surgimento de
teorias, leis e invenções. A história da revolução trazida pela introdução do método
cientí�co é abordada com maior profundidade nas séries �nais do ensino
fundamental.
Você quer ler?
Alfabetização cientí�ca, literatura para crianças com introdução de
conhecimentos cientí�cos. Sugestão: Livro “Isaac Newton e sua Maçã”,
autoria de Kjartan Poskitt, da série “Mortosde Fama”. Trechos disponíveis
em: < https://www.companhiadasletras.com.br/trechos/11370.pdf >.
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https://www.companhiadasletras.com.br/trechos/11370.pdf
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Figura 2 - Isaac Newton e sua maçã. Livro Infantil. Fonte: Não Informada.
A abordagem histórica é essencial para o estabelecimento de relações entre o que
era senso comum ou de conhecimento popular até um determinado momento, e o
impacto de novas descobertas e conceitos. A de�nição e a identi�cação de
contrapontos entre os diferentes universos de conhecimento fundamentam a
estruturação do pensamento, em especial do pensamento cientí�co.
1.1. Ciência e interdisciplinaridade
A �uidez da sociedade atual, onde uma inovação tecnológica surge a cada minuto,
exige de nós, cidadãos, um conhecimento plural e mutável. Uma das habilidades do
futuro mais discutidas atualmente entre os estudiosos, além das tradicionais como
criatividade, capacidade de negociação e inteligência emocional, é a �exibilidade
cognitiva, ou seja, a capacidade de aprender, desconstruir e reaprender. Necessidade
que colide com o fragmentado ensino tradicional, no qual as disciplinas são
ensinadas de maneira isolada, sem estabelecer relações entre si mesmas e, muitas
vezes, sem relações entre si e o mundo real fora dos muros da escola. Esta
desconexão torna o ensino maçante e provoca o desinteresse dos estudantes,
di�cultando o andamento do processo ensino-aprendizagem.
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Neste contexto, a interdisciplinaridade surge como alternativa promissora, sendo
discutida no contexto educacional do Brasil desde a década de 70 (Japiassu, 1976) e
intensi�cando seus debates na década de 90, com a publicação de documentos
direcionadores pelo Ministério da Educação, como a Lei das Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (Brasil, 1996) e os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino
Fundamental da Área de Ciências Naturais (Brasil, 1998).
A interdisciplinaridade é considerada, na literatura, um conceito com muitos
signi�cados, porém há um consenso entre os estudiosos quanto à sua característica
de desfragmentar o conhecimento, fazer com que as diferentes disciplinas
conversem entre si e que haja contextualização dos conteúdos. Facilita que os
conteúdos sejam relacionados e aplicados a problemas reais, tornando o
aprendizado mais signi�cativo.
Existe a demanda pela legislação, os debates sobre o tema são acalorados há anos. O
que impede a sua implantação / popularização? Em primeiro lugar é necessária a
mudança de um paradigma, a superação de uma prática de ensino conteudista já
instaurada, em que se valoriza a quantidade em detrimento da qualidade. O
professor é um mero transmissor e o aluno um receptor de informações. O modelo
de ensino tradicional é baseado na repetição e memorização de conteúdos que não
se articulam. Nossos alunos mudaram, assim como o mercado de trabalho para o
qual estão sendo preparados. É papel do professor em conjunto com as instituições
de ensino e as famílias, capacitar os alunos para as novas demandas do futuro. A
interdisciplinaridade é uma das ferramentas para romper as barreiras do ensino
tradicional.
Você quer ver?
Sugestão de �lme / documentário: “Quando sinto que já sei”. Documentário
explora dez iniciativas alternativas ao sistema de ensino convencional.
Direção de Anderson Limas, Antonio Lovato e Raul Perez; 2014.
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Porém, modernizar o sistema de ensino e adequá-lo às novas demandas não é uma
tarefa fácil. Cursos de formação dos professores ainda estão se adaptando, a
interdisciplinaridade está sendo inserida aos poucos também no sistema de ensino
superior, consequentemente muitos educadores ainda carregam antigos paradigmas
para a sala de aula. É importante ressaltar também que ainda há uma enorme
cobrança por grande parte da população em manter o sistema tradicional de ensino,
muitas vezes, partindo dos pais e dos próprios alunos. Especialmente nos ciclos �nais
da educação básica, quando já estão habituados ao modo de pensar tradicional, e
suas preocupações se limitam a notas, provas e concursos vestibulares, os quais
ironicamente cobram conteúdos interdisciplinares. Neste contexto �ca clara a
necessidade de abordar as disciplinas de maneira interdisciplinar desde os anos
iniciais do ensino fundamental.
Mas como fazer isso? Algumas alternativas são o uso de metodologias ativas (leia
mais sobre o assunto no link sugerido abaixo!), como o desenvolvimento de projetos
em conjunto com os professores de outras áreas. Para tanto, é necessário que a
equipe de professores da instituição seja unida e esteja sincronizada a respeito dos
conteúdos trabalhados. É perfeitamente possível que conteúdos da disciplina de
Ciências Naturais, como por exemplo, ser humano e saúde, sejam trabalhados em
conjunto com as disciplinas de História, Geogra�a e até mesmo Português ou
Literatura. Neste aspecto destaca-se a importância do papel dos gestores
(coordenadores pedagógicos, diretores, etc.) no direcionamento do trabalho da
equipe.
Você quer ler?
A seguir você poderá acessar um material a respeito de novas tendências
na área educacional: Metodologias Ativas de Aprendizagem. Disponível em:
< https://sambatech.com/blog/cat-ead/metodologias-ativas-de-
aprendizagem/ >.
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https://sambatech.com/blog/cat-ead/metodologias-ativas-de-aprendizagem/
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2. Revolução científica
Durante os últimos quinhentos anos, a humanidade presenciou um crescimento e
um aumento de poder fenomenais. Desde o ano 1500, a população humana
aumentou 14 vezes (de 500 milhões de Homo sapiens para cerca de 7 bilhões nos dias
atuais), o valor total dos bens e serviços produzidos pela humanidade aumentou 240
vezes e o consumo de calorias consumidas diariamente aumentou 115 vezes. Estes
números representam um crescimento sem precedentes na história da humanidade.
Ao longo deste período tomamos a superfície terrestre com veículos cada vez mais
velozes. Conquistamos o céu com aviões e jatos, podendo circum-navegar a Terra
com segurança em cerca de 48 horas. Chegamos até a Lua. O processo histórico que
levou a humanidade a adquirir tais capacidades é conhecido como Revolução
Cientí�ca.
A Revolução Cientí�ca representou a transformação do pensamento baseado nas
tradições de conhecimento pré-modernas (islamismo, cristianismo, budismo,
confucionismo; as quais asseguravam que todo o conhecimento sobre o mundo já
estava revelado nos textos sagrados antigos) para a ciência moderna, devido a um
aspecto crucial: o método cientí�co. Embora a complexidade da Ciência não permita
a utilização de um método único, a estruturação do conhecimento cientí�co atende a
algumas premissas cruciais: em primeiro lugar a capacidade de admitir que não há
verdade absoluta , nenhum conceito, ideia ou teoria é sagrado e inquestionável; em
segundo lugar, a importância de fazer observações e então usar de ferramentas
matemáticas para relacioná-las em teorias ; e em terceiro lugar, a usar as teorias
para a aquisição de novas capacidades e geração de recursos (HARARI, 2016).
2.1. Metodologiacientífica e método
científico
Faz parte do senso comum crer que o conhecimento fornecido pela Ciência é
superior, ou mais con�ável que os demais tipos de conhecimento, como alguns
saberes tradicionais, por exemplo. Dessa a�rmação podemos extrair algumas
indagações: Para você, o que é conhecimento con�ável? Como obter conhecimento
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con�ável? O método cientí�co é garantia su�ciente? São questionamentos bastante
complexos. Sabemos que o conhecimento cientí�co, como construção humana, não é
neutro e está sujeito às suas subjetividades. O estabelecimento do método é uma
forma de retirar a subjetividade das teorias cientí�cas e conferi-las certo grau de
con�abilidade (Vicente, 2008).
Como veremos mais adiante, considera-se o nascimento do pensamento cientí�co na
Grécia Antiga, mesmo que o nome “Ciência” ainda não fosse utilizado. Entretanto,
apenas após mais de um milênio, por volta do século XVII, os �lósofos começaram a
se preocupar em aplicar um método à Ciência, em um novo ramo da �loso�a
denominado Filoso�a da Ciência. Podemos dizer que os �lósofos somente chegaram
a conclusões minimamente satisfatórias sobre o método cientí�co no século XX.
Aristóteles (384 a.C. a 322 a.C.) pode ser considerado um dos primeiros �lósofos
naturais, organizando o conhecimento em três categorias (para saber mais, pesquise
sobre a tripartição aristotélica do conhecimento ), que podem ser representadas
simpli�cadamente e com adaptações da seguinte maneira: (i) o conhecimento pela
experiência sensorial direta, informa apenas acerca do que é; (ii) o conhecimento
técnico dos objetos e fenômenos, engloba a questão do como é; e (iii) o
conhecimento teórico, busca responder a questão do por que é, investigando as
causas dos fenômenos.
Desde então, a Ciência passou por muitas revoluções, as quais não fazem parte do
escopo da nossa discussão neste momento. Em meados do século XVII, preocupados
com a fundamentação das teorias cientí�cas alguns �lósofos como René Descartes
(1596 – 1650), Gottfried Wilhelm Leibniz (1646 – 1716) e Immanuel Kant (1724 – 1804)
dedicaram-se ao que hoje conhecemos como Filoso�a Racionalista, a qual buscava
uma fundamentação da Ciência exclusivamente no âmbito do pensamento.
Contrapondo-se a um outro movimento bastante importante, o empirismo que teve
defensores �lósofos como John Locke (1632 – 1704), George Berkeley (1685 – 1753) e
David Hume (1711 – 1776).
2.2. Método científico na modernidade
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Na concepção aristotélica, somente o terceiro tipo de conhecimento era considerado
cientí�co. Atualmente, o segundo tipo de conhecimento também integra parte da
Ciência, o que �ca bastante claro na explanação de dois tipos de teorias cientí�cas. As
teorias que têm por objetivo exclusivamente a descrição de um fenômeno que pode
ser observado empiricamente, ou seja, através de algum dos nossos sentidos, são
chamadas de teorias fenomenológicas . Teorias fenomenológicas permitem fazer a
predição de um fenômeno baseada na observação de outros. Por outro lado, as
teorias que buscam explicações para os fenômenos, apontando suas causas, são
chamadas de teorias explicativas ou construtivas . As teorias explicativas fazem
proposições acerca de fenômenos que não podem ser observados diretamente por
meio dos nossos sentidos (Chibeni, 2006).
Estes dois tipos de teorias enfrentam um problema cientí�co clássico, conhecido
como o problema da indução. Como as teorias cientí�cas podem ser fundamentadas
e justi�cadas, uma vez que fazem proposições universais (às vezes até classi�cando-
se como leis, que se referem a um universo inteiro de objetos), baseadas na
experiência particular de um objeto individual? Em outras palavras, como generalizar
uma suposição a partir de determinada observação particular? Que tipo de evidência
pode assegurar a veracidade de tal suposição / a�rmação?
Figura 3 - Método cientí�co indutivo - dedutivo. Fonte: Chalmers, 1993.
A resposta, caro leitor, pode parecer decepcionante a princípio: simplesmente não há
meios racionais ou empíricos de assegurar, com certeza absoluta, a verdade do
conhecimento cientí�co a partir de experimentos ou do raciocínio lógico. Aí está a
grande magia da Ciência: a capacidade de admitir que “nós não sabemos”, e que
todas as a�rmações universais a respeito da natureza são falíveis. Portanto, as
teorias cientí�cas explicativas, como falado anteriormente, não podem ser
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observadas diretamente sendo então denominadas hipóteses , um conceito
bastante importante na Ciência. Outro ponto relevante é que não há, por meio da
investigação, maneiras de transformar uma hipótese cientí�ca em algo provado. Pois
uma vez que fosse provada, deixaria de ser uma hipótese. Esta re�exão é
extremamente importante, uma vez que juntamente com o problema da indução,
fortalece a premissa de que conhecimento cientí�co não é conhecimento
provado , mas sim provável .
Ora, se não pode ser provado, no que então o conhecimento cientí�co difere dos
demais? Por que o método cientí�co é considerado mais con�ável? Apesar de não
poder ser empiricamente provadas, todas as hipóteses precisam ser submetidas a
um teste, o teste de hipótese. O teste de hipótese tem por �nalidade veri�car a sua
falseabilidade. Isso signi�ca que se as proposições da hipótese forem veri�cadas
falsas por meio da experimentação, esta hipótese será obrigatoriamente descartada.
Por outro lado, conjuntos de hipóteses ou teorias que possuam uma conexão lógica
entre si, que possam ser comparados, e que têm suas proposições demonstradas
prováveis por meios empíricos, tendem a ser consideradas aproximadamente
verdadeiras, apesar de não poderem ser comprovadas.
Você quer ler?
No portal que te sugerimos a seguir você poderá ler a respeito de Karl
Popper e Thomas Kuhn. Ler Reportagens da Revista Questão de Ciência,
disponíveis em: < http://revistaquestaodeciencia.com.br/ >.
Por �m, alguns elementos do método cientí�co que precisam ser atendidos para que
uma teoria cientí�ca moderna seja considerada robusta incluem (i) a integração
teórica, a qual diz respeito à conexão lógica entre as hipóteses envolvidas; (ii) a
capacidade de predição de novos fenômenos; e (iii) a quantidade, a variedade e a
precisão de evidências experimentais. Deste modo, ainda que não possa ser
considerada verdade absoluta, pode ser considerada altamente provável, o que nos
basta até o surgimento da próxima teoria.
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http://revistaquestaodeciencia.com.br/
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3. O que é a ciência?
O ser humano busca compreender e explicar o universo e os objetos ao seu redor
pelo menos desde a Revolução Cognitiva (surgimento de novas formas de pensar e se
comunicar dos Homo sapiens, entre 70 mil e 30 mil anos atrás). Podemos dizer que,
inicialmente, este conhecimento primitivo foi motivado pela necessidade de controle
dos fenômenos naturais visando apenas a sobrevivência biológica da espécie.
Você quer ver?
Para saber mais a respeito da Revolução Cognitiva, sugerimos o seguinte
�lme documentário: A Caverna dos Sonhos Esquecidos (Cave of Forgotten
Dreams) , de direção de Werner Herzog (2010). Outra fonte que lhepoderá
ser muito útil é o livro de Richard Dawkins, A grande história da evolução .
Porém, na Grécia Antiga (aproximadamente entre 400 a.C. e 300 a.C.), surgiu uma
perspectiva cognitiva nova: a busca do conhecimento pelo conhecimento, não
visando uma aplicação ou causa evidente e imediata, mas sim a mera curiosidade
intelectual. Os adeptos a essa busca do saber puramente pelo saber foram
chamados de �lósofos . O que hoje conhecemos como “Ciência”, até o século XIX era
conhecido como “Filoso�a Natural”. No signi�cado original, o termo “Ciência” indica o
modelo de excelência máxima do conhecimento humano, o entendimento completo
da realidade de um determinado assunto ou objeto, que é, diga-se de passagem, um
ideal tremendamente desa�ador.
Saiba mais
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A etimologia das palavras Filoso�a / Philosophia vem do grego, em que:
philos ou philia , que signi�ca amor; e sophia , que signi�ca conhecimento ou
sabedoria, ou seja, amor ao conhecimento. Já as palavras Ciência / Scientia
vem do latim, derivada do verbo scire , que signi�ca saber, conhecimento.
Entretanto, este ideal de entendimento pleno sobre os objetos que foi aceito pelos
�lósofos por centenas de anos, somente começou a ser questionado e considerado
alto demais em meados do século XVII, em parte devido às discussões sobre o
método cientí�co, conforme falado no capítulo anterior. Nesta época, os avanços no
conhecimento levaram a uma grande especialização e a uma consequente
fragmentação do tronco comum da �loso�a (que englobava praticamente todas as
áreas do saber) no aglomerado de campos que hoje conhecemos como Ciência
(Física, Química, Biologia, Astronomia e Geociências).
3.1. Impactos da fragmentação da ciência
na sociedade moderna
A fragmentação da Ciência sofreu in�uência da �loso�a racionalista e mecanicista de
Descartes, que, ao propor o problema do conhecimento, determinou dois campos de
conhecimento separados: o sujeito e o objeto. Descartes também baseou sua
concepção da natureza na divisão de dois domínios distintos, o da mente e o da
matéria. Esta separação teve consequências diretas nos processos de aquisição,
construção e disseminação do conhecimento.
Segundo Maria Cândida Moraes (2000, s/p):
A fantasia da separatividade corpo-mente teve profundas in�uências na educação e no
desenvolvimento das disciplinas curriculares, e a estruturação do currículo escolar em
disciplinas decorre da in�uência que o pensamento cartesiano teve no desenvolvimento do
conhecimento cientí�co. A formação de um currículo separado em disciplinas foi impulsionada
também pela política de fragmentação do processo de produção industrial ocorrida no �nal
do século XIX.
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A industrialização ocorrida nos países europeus no século XIX, como um dos
resultados dos avanços cientí�cos, gerou a necessidade de especialização dos
saberes atrelados à separação do processo de produção, o que também in�uenciou a
fragmentação do conhecimento escolar. Manifestando-se na separação das
disciplinas, um modelo de currículo que frequentemente gera di�culdades de
aprendizagem.
4. Metodologia de ciências
naturais
Como já foi discutido nos capítulos anteriores, o percurso das Ciências Naturais tem
rupturas e revoluções e delas depende. Estas revoluções permitem que concepções e
teorias obsoletas ou incorretas sejam abandonadas em favor de novas convicções.
São traços gerais da metodologia das Ciências Naturais buscar compreender a
natureza, gerar representações do mundo — como se entende o universo, o espaço,
o tempo, a matéria, o ser humano, a vida —, descobrir e explicar novos fenômenos
naturais, organizar e sintetizar o conhecimento em teorias, trabalhadas e debatidas
pela comunidade cientí�ca, que também se ocupa da difusão social do conhecimento
produzido.
4.1. Histórico do ensino de ciências
naturais
O histórico do ensino de Ciências Naturais no Brasil, ainda que curto, pode ser
dividido em duas etapas. A primeira etapa vai até o ano de 1961, com a promulgação
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 4.024/61). Até então, as aulas
de Ciências Naturais eram ministradas apenas para as duas últimas séries do extinto
curso ginasial. A promulgação da LDBN estendeu a obrigatoriedade do ensino da
disciplina a todas as séries ginasiais e somente dez anos depois, em 1971, com a
promulgação de uma nova lei que �xava as diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º
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graus o ensino de Ciências Naturais passou a ter caráter obrigatório nas oito séries
do primeiro grau.
A partir da promulgação da LDBN houve uma preocupação na adequação do
currículo para atendimento das demandas geradas pelo avanço do conhecimento
cientí�co, que até então ainda era considerado neutro e inquestionável. Esta
tendência iniciou uma mudança de eixo, valorizando a participação ativa do aluno no
processo ensino aprendizagem. A partir dos anos 70 questionou-se tanto a
abordagem quanto a organização dos conteúdos.
Começou-se a valorizar o papel das atividades práticas na compreensão dos
conceitos, as quais chegaram a ser consideradas como elemento potencialmente
solucionador do ensino de Ciências.
Era clara a ênfase na redescoberta, pelos alunos, do método cientí�co. Isto levou a
confusão de de�nições entre metodologia cientí�ca e metodologia do ensino de
Ciências. Somente na década de 80 pesquisadores começaram a fazer
questionamentos sobre a e�cácia deste modelo empiricista de ensino, mudança de
paradigma que foi, de certa forma, auxiliada pela crise econômica mundial que
ocorreu nos 70. Apareceram então nos currículos pela primeira vez a preocupação
com a saúde e com o meio ambiente.
Também na década de 80 surgiu o movimento Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS),
que é importante até os dias atuais.
A produção de programas pela justaposição de conteúdos de Biologia, Física, Química
e Geociências começou a dar lugar a um ensino que integrasse os diferentes
conteúdos, buscando-se um caráter interdisciplinar, o que tem representado
importante desa�o para a didática da área.
Nos anos 90, iniciaram-se as discussões sobre a implantação da Base Nacional
Curricular Comum (BNCC) e intensi�caram-se as discussões sobre
interdisciplinaridade com a publicação da Nova Lei das Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996) e os Parâmetros Curriculares Nacionais
do Ensino Fundamental da Área de Ciências Naturais (1998). Conforme de�nido na
nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a BNCC deve nortear os
currículos dos sistemas e redes de ensino das Unidades Federativas, como também
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as propostas pedagógicas de todas as escolas públicas e privadas de Educação
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, em todo o Brasil.
A Base estabelece conhecimentos, competências e habilidades que se espera que
todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica. Orientada pelos
princípios éticos, políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais
da Educação Básica, a Base soma-se aos propósitos que direcionam a educação
brasileira para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade
justa, democrática e inclusiva.
4.2. Prática de ensino de ciências naturaisO tema da Prática de Ensino e da experimentação em Ciências Naturais é discutido
há bastante tempo. Há vantagens e críticas sendo apontadas. Vantagens que
enfatizam o papel crucial da experiência na aprendizagem de ciências e críticas a
ênfase empírica que dominou a concepção do ensino de Ciências no Brasil desde os
anos 70.
Pontos como o confronto de hipóteses dos alunos com as evidências experimentais
bem como a presença ou ausência de laboratório nos estabelecimentos de ensino
têm sido levantados pelos estudiosos. Porém é necessário ressaltar a importância da
inclusão de elementos da vivência cotidiana dos alunos também nas práticas de
ensino. Envolver os alunos em projetos ligados à sua realidade auxilia na resolução
de problemas concretos, trazendo propósito a aula prática.
Você quer ler?
Sugerimos para o aprofundamento nestes conhecimentos a leitura do
seguinte artigo: A prática de ensino nas licenciaturas e a pesquisa em
ensino de ciências: questões atuais. Martha Marandino, 2003. Disponível
em: <
https://periodicos.ufsc.br/index.php/�sica/article/download/6544/6034 >.
20/05/2024, 10:13 SU-BL2-EDU_MEPCIN_19_E_1
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HsHEERbzPkdOqEhQKIugGg%3d%3d&l=xJRJAsW8JqTH2u8JRrmDLg%3d%3d&cd=3D… 17/19
https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/download/6544/6034
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Síntese
Nesta unidade foram apresentados os conceitos básicos que direcionam o ensino de
Ciências Naturais nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Ademais, trouxe
conteúdos que possibilitam uma introdução ao conhecimento de questões
importantes da Natureza e Filoso�a da Ciência.
Ao �nal desta unidade você deverá ser capaz de:
● Entender a importância de uma visão sistêmica e holística da Ciência baseada na
interdisciplinaridade;
● Conhecer o nascimento do pensamento cientí�co;
● Discutir as consequências do pensamento cientí�co fragmentado para a sociedade;
● Discutir o signi�cado da ciência e do pensamento cientí�co;
● Analisar o método cientí�co;
● Compreender as mudanças do ensino de ciências conforme o contexto social;
● Discutir a importância de ensino de ciências para a construção da sociedade.
Na próxima unidade trabalharemos aspectos referentes ao ensino da Natureza e
Sociedade na Educação Infantil e Ensino Fundamental. Até lá!
Download do PDF da unidade
Bibliografia
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
ciências naturais . Secretaria de Educação Fundamental. Brasília : MEC/SEF, 1997.
Disponível em < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro04.pdf >.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.
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http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro04.pdf
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil . Brasília. MEC/SEF, 1998.
v.3. p.163-204. Disponível em <
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf >.
CHALMERS, A. F. O que é Ciência a�nal? .  Editora Brasiliense, 1993. p.23-187.
Disponível em: < http://www.nelsonreyes.com.br/A.F.Chalmers_-
_O_que_e_ciencia_a�nal.pdf >.
PHILLIPI JUNIOR, Arlindo. Educação ambiental e sustentabilidade . Barueri, SP:
Manole, 2014.
MARANDINO, Martha. A prática de ensino nas licenciaturas e a pesquisa em
ensino de ciências: questões atuais . Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 20,
n. 2, p. 168-193, 2003.
MORAES, M. C. O paradigma educacional emergente . 5. ed. Campinas: Papirus,
2000.
Referências imagéticas:
Figura 1 - MAA. Mathematical Treasure: Astronomy of Hevelius. Disponível em: <
https://www.maa.org/press/periodicals/convergence/mathematical-treasure-
astronomy-of-hevelius-and-hevelius >. Acesso em: 10 jul. 2019.
Figura 2 - AMAZON. Isaac Newton e sua maçã - Mortos de Fama. Disponível em: <
https://images-na.ssl-images-amazon.com/images/I/51YW-
KMZhhL._SX323_BO1,204,203,200_.jpg >. Acesso em: 10 jul. 2019.
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http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf
http://www.nelsonreyes.com.br/A.F.Chalmers_-_O_que_e_ciencia_afinal.pdf
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https://www.maa.org/press/periodicals/convergence/mathematical-treasure-astronomy-of-hevelius-and-hevelius
https://www.maa.org/press/periodicals/convergence/mathematical-treasure-astronomy-of-hevelius-and-hevelius
https://images-na.ssl-images-amazon.com/images/I/51YW-KMZhhL._SX323_BO1,204,203,200_.jpg
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