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1Introdução:
A Ciência Económica
UNIVERSIDADE DO ALGARVE
ESCOLA SUPERIOR DE GESTÃO HOTELARIA E TURISMO
Docente: Dinis Caetano 1.º Semestre – 2022/2023
Sumário
1. Introdução: A Ciência Económica
- O objeto da Ciência Económica
- Método científico em Economia
- Breve história da evolução do Pensamento Económico
- Princípios da Ciência Económica
- Os problemas de Organização Económica da Sociedade
- A cruz Marshalliana
2
 Elementos de Estudo
• Neves, João Luís César das (2011) - [Cap.1 a 5]
• Samuelson, P. e Nordhaus, W. (2010) - [Cap. 1 a 3]
Adam Smith (1723-1790), no seu livro Ensaio sobre a
Natureza e as Causas da Riqueza das Nações, publicado em
1776, descreveu o que hoje consideramos o sistema económico
e fez com que se tenha iniciado uma investigação que o levou a
ser considerado o pai da Economia. As suas ideias acerca dos
mercados de livre concorrência, comércio livre e divisão do
trabalho, subjazem a toda a moderna ciência económica.
Adam Smith desenvolveu a ciência económica nos mesmos
termos que alguns seus contemporâneos criaram as fundações
da maior parte das ciências modernas:
• Lavoisier a química;
• Newton a física;
• Mendel a biologia.
Origem da Economia
3
A economia é uma ciência humana, social
• Os fenómenos económicos, associados à vida real das pessoas
podem ser tratados de diversas formas, mas vamos aqui tratar
apenas de discutir e analisá-los segundo a abordagem científica.
A Ciência ou a Teoria Económica exigem conhecimento rigoroso
e sistemático dessa realidade.
• A teoria baseia-se em poucos princípios, muito simples e de
aplicação geral, e a aplicação destes princípios a cada caso exige
um estudo detalhado da situação concreta.
• A Economia é uma ciência que tem um objeto claro e utiliza o
método científico. O seu objeto é o próprio ser humano e o
objetivo último é melhorar as condições de vida da sociedade
no seu dia-a-dia.
O que é a Economia?
4
5
. . . A palavra Economia vem da palavra grega “oikonomia”
que designa o modo ou a arte de administrar (gerir) uma casa
(família).
• Tanto uma família como uma economia enfrentam várias 
decisões: 
• Quem trabalha?
• Que recursos devem ser usados na produção de bens e 
serviços? 
• Que bens e serviços devem ser produzidos e em que 
quantidades?
• A que preço devem os bens e serviços ser vendidos? 
O que é a Economia?
6
Razões para se estudar Economia
• Ensina a pensar em termos de alternativas e a tomar
decisões;
• Ensina a avaliar o custo das escolhas individuais e
coletivas;
• Estudar Economia é uma parte essencial do estudo das
sociedades e é essencial para compreender como estão
relacionadas certas questões e acontecimentos:
- desemprego, inflação, crescimento económico, pobreza,
comércio internacional, discriminação, imigração, educação, etc.,
etc., etc.
O estudo da Economia: para quê?
Micro, com origem em mikros, que na etimologia Grega,
significa «pequeno».
• A Microeconomia é o ramo da economia que estuda o
comportamento individual dos agentes económicos,
nomeadamente consumidores (famílias) e produtores
(empresas), bem como a forma como as suas decisões se
inter-relacionam sobre a utilização de recursos escassos para
determinar os preços relativos dos bens e serviços e dos
fatores produtivos, as quantidades compradas e vendidas e os
níveis relativos de produção desses mesmos bens e serviços.
O que é a Microeconomia?

O conceito central da Microeconomia é o conceito de Mercado.
7
Microeconomia baseia-se no estudo de como as famílias e as
empresas tomam as suas decisões e interagem com o mercado.
Macro, com origem do grego makros, significa «grande» e
é o estudo de como a economia como um todo funciona.
• A Macroeconomia consiste no estudo do modo como uma
economia, no seu todo, afecta recursos, produz riqueza e
decide sobre a utilização do rendimento gerado. Ela
considera, em simultâneo, o conjunto das decisões tomadas
por todos os agentes que desempenham um papel no sistema
económico (famílias, empresas, Estado, instituições
financeiras e exterior); o conhecimento da realidade
agregada é, por sua vez, essencial para que cada agente
individual saiba que escolhas fazer e em que sentido decidir.
• Micro para os negócios, macro para os países.
O que é a Macroeconomia?
 8
Ver Programa de Economia II – 2.º semestre
Uma das definições mais usadas de Economia é da autoria de
Paul Samuelson no livro Economics (1948), segundo o qual:
«A Economia é o estudo de como as pessoas e a sociedade
escolhem o emprego de recursos escassos, que podem ter usos
alternativos, de forma a produzir vários bens e a distribuí-los
para consumo, agora e no futuro, entre as várias pessoas e
grupos na sociedade».
O autor, nas últimas edições do seu livro, tem usado uma
versão reduzida desta citação: «A Economia é o estudo de
como as sociedades usam recursos escassos para produzir
diferentes bens com valor e distribuí-los entre diferentes
grupos [permitindo satisfazer necessidades humanas].»
9
Uma definição de Economia
Na anterior definição de Economia desenvolvida por
Samuelson, destacam-se os seguintes elementos constitutivos:
• Estudo do comportamento dos agentes e da sociedade;
• Bens e recursos;
• Escolha e escassez;
• Consumo; 
• Tempo;
• Interdependência.
10
Uma definição de Economia
A Economia é a ciência social que estuda como os
indivíduos e as sociedades decidem usar recursos que são
escassos para satisfazer necessidades que são ilimitadas.
• Cada um de nós tem tempo suficiente para fazer tudo o que
deseja?
• Cada um de nós tem dinheiro suficiente para comprar tudo
o que gostaria de ter?
• As sociedades dispõem de recursos que lhes permitam ter
os cuidados de saúde, a melhor educação, menos pobreza,
etc.?
11
Uma definição de Economia
Se não existem recursos suficientes para satisfazer todas as
necessidades, os bens e serviços produzidos também são escassos
e essa escassez limita as nossas opções impondo que façamos
escolhas e que tomemos decisões.
Escassez
A escassez consiste na impossibilidade de os bens disponíveis
satisfazerem as necessidades presentes. As sociedades
(independentemente do seu nível de desenvolvimento) dispõem
de recursos limitados e, portanto, não podem produzir todos os
bens e serviços que as pessoas desejariam. A escassez baseia-se
no facto de não ser possível produzir tudo o que se deseja, daí a
razão de haver escolha, o que significa que para satisfazer uma
necessidade é preciso sacrificar uma outra, ou seja, existe um
custo.
12
Escassez: conceito económico
Escolha
Só existe problema económico quando temos escassez e
escolha. Se não existem recursos suficientes para
satisfazer todas as necessidades, os bens e serviços
produzidos também são escassos e essa escassez limita as
nossas opções impondo que façamos escolhas e que
tomemos decisões. É preciso escolher, decidir.
Se a questão que se coloca é a da escolha, tem que se
preceder à seleção das necessidades que vão ser
satisfeitas em relação às que vão ser preteridas.
13
Escolha: conceito económico
Se existe escassez e escolha, há um custo de oportunidade. As
escolhas implicam custos. O custo de oportunidade da
utilização de recursos para um determinado fim é o benefício
sacrificado pela não utilização desses recursos no seu melhor
uso alternativo, ou seja, é o valor do que de melhor deixámos
de fazer para fazer o que fizemos. Ou seja, o custo de
oportunidade de um bem ou serviço, será a quantidade de
outros bens e serviços que deixarão de ser produzidos, para
obtê-lo.
Então devido à escassez, um dos princípios fundamentais da
economia é o de que “não há almoços grátis”. Esta frase é a
expressão simples da ideia de que não é possível ter uma coisa
escassa de borla. A própria existência da escassez implica um
custo. 14
Custo de oportunidade: conceito económico
“O custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para
a obter.”
Greg Mankiw, professor de Economia de Harvard
Num mundo de escassez, a escolha de uma coisa significa
prescindir de qualquer outra coisa.O custo de oportunidade
de uma decisão é o valor do bem ou do serviço de que se
prescinde.
Exemplo: Os recursos disponíveis numa determinada 
economia permitem construir 4 hospitais ou, em alternativa, 2 
portos de mar.
- Custo de oportunidade de um porto: 2 hospitais.
- Custo de oportunidade de um hospital: ½ de um porto. 15
Custo de oportunidade: conceito económico
Cada hora do nosso tempo tem um valor. Por cada hora que
trabalhamos no nosso trabalho, poderíamos perfeitamente estar a
fazer outro trabalho, ou a dormir, ou a ver um filme. Cada uma
destas opções tem um custo de oportunidade diferente,
nomeadamente, o que nos custa em termos de oportunidades
perdidas. O conceito do custo de oportunidade é tão importante
para os negócios como para os indivíduos.
Exemplo: Considere o caso de uma fábrica de sapatos. O dono
planeia investir 500.000€ numa nova linha de produção que irá
aumentar significativamente a velocidade a que são produzidos os
sapatos de couro. O dinheiro podia ser igualmente aplicado num
depósito bancário onde poderia ser remunerado à taxa de 5% em
juros anuais. Portanto, o custo de oportunidade do investimento é de
25.000€ ao ano – o montante perdido ao investir em maquinaria.
16
Custo de oportunidade: conceito económico
«Não me digam que um problema é difícil. Se não fosse
difícil, não era problema.»
General F. Foch
Se toda a realidade pode ser encarada de um ponto de vista
económico, nem toda a realidade tem um problema
económico associado. Só existe um problema económico
quando existe a necessidade de tomar uma decisão, e esta só
aparece quando existe escassez e escolha. Estes casos são
aqueles onde a aplicação da análise económica traz algum
resultado interessante.
Quando não há necessidade de tomar decisões, não há
problema económico. 17
O problema económico
A Economia estuda as atividades que envolvem a produção, o
consumo e a distribuição ou troca entre os indivíduos.
Qualquer problema económico se 
resume a uma destas perguntas:
• O quê e quanto produzir?
• Como produzir?
• Para quem produzir?
Tomada de decisões Utilização de recursos escassos 
Satisfação de necessidades
Transformação de recursos 
em produtos pelas empresas.
Acto de usar os bens e 
serviços para satisfazer 
necessidades. Normalmente 
envolve a sua compra.
18
O problema económico
Princípios da racionalidade e do equilíbrio (postulados)
Na decisão de como se fazem escolhas em ambiente de escassez,
e que sistema resulta dessas escolhas, aplicam-se duas hipóteses-
base de toda a Teoria Económica.
- Os agentes são racionais nas suas decisões
- Os sistemas (mercados) equilibram-se
A resolução do problema económico exige a racionalidade dos
agentes, que leva cada um a produzir o que sabe fazer melhor, e a
consumir o que gosta mais. Mas como é isso possível? Aqui temos
o paradoxo central da Economia, mas cuja solução é bem simples, e
baseia-se na segunda hipótese, do equilíbrio dos mercados. O
sistema económico centra-se na troca, em que as duas partes
ganham (descoberta de Adam Smith) o que não é consensual. 19
Postulados da Teoria Económica (axiomas)
Hipótese base em Economia: comportamento racional
• Os indivíduos tomam diferentes decisões porque as suas
preferências, circunstâncias e informação que possuem são
diferentes.
• Os indivíduos tomam decisões racionais no seu próprio
interesse, para alcançar a máxima satisfação, isto é, alcançar
totalmente os seus objetivos (“o que é melhor para si”).
• Os indivíduos comparam benefícios marginais com custos
marginais.
• O princípio da racionalidade implica dois elementos, a
otimização e a coerência: os agentes procuram o que melhor
satisfaz os seus objetivos, e nas mesmas circunstâncias tomam
as mesmas decisões. 20
Princípio da racionalidade
Marginal extra, adicional, alteração em….
Benefício marginal de um bem (ou serviço)
É o acréscimo de satisfação que um indivíduo obtém ao
consumir uma unidade adicional de um dado bem (ou serviço).
Custo marginal de um bem (ou serviço)
É o acréscimo de custo resultante da produção de uma unidade
adicional de um bem (ou serviço) ou o benefício perdido de tudo
o que teve de ser sacrificado com a produção daquela unidade do
bem (ou serviço).
21
Benefícios e custos marginais
Os indivíduos comparam benefícios marginais com custos
marginais.
Princípio do equilíbrio dos mercados
Este postulado identifica que, perante indivíduos que são
racionais, os sistemas económicos equilibram-se por si só,
o que significa que nenhum agente económico quer alterar
as suas escolhas, nenhum agente económico tem incentivo
a alterar o seu comportamento, isto é, os mercados
equilibram. Esta é uma hipótese básica de toda a Teoria
Económica.
22
Princípio do equilíbrio
Princípio da interdependência
O sistema económico, que é forma de resolver o problema
económico, centra-se na troca. A constatação da sua importância
tem como consequência um dos factos mais importantes do
sistema económico: em economia, tudo tem a ver com tudo.
As trocas fazem com que as várias decisões de um agente, como
as de quanto produzir e consumir, vão ter impactes, e sofrem
efeitos das decisões de outros, que por sua vez influenciam
terceiros, e assim por diante. O sistema económico torna-se uma
teia muito fina e intrincada de relações entre todos. A
interdependência é uma realidade essencial do problema
económico.
23
Princípio da interdependência
Recursos (ou fatores de produção ou inputs)
São bens que são usados para produzir outros bens e serviços,
influenciando as possibilidades de produção, sendo geralmente
classificados em três categorias:
Inclui todos os recursos naturais (terra arável,
minérios, água, energia, etc.), isto é, recursos
que existem independentemente da ação
humana e que são fornecidos pela Natureza.
Toda a atividade humana para produção, inclui
serviços físicos e intelectuais fornecidos pelo
Homem para produzir bens e serviços.
Constituído por edifícios, máquinas, fábricas,
estradas, pontes, e equipamento para produção.
24
• Terra
• Trabalho
• Capital
Recursos: conceito económico
Princípios básicos da Ciência Económica 
Os princípios básicos da Economia pretendem dar
resposta a três grupos de questões:
• Como são tomadas as decisões?
• Como é que os indivíduos interagem?
• Como é que a Economia funciona?
25
26
#1. As pessoas enfrentam trade-offs
Não existem “almoços grátis”. Decidir, exige que se
abdique de um objetivo a favor de outro.
Exemplos:
• Decisão sobre como passar o tempo.
• Decisão sobre como gastar o dinheiro.
• Como o Governo decide gastar os impostos.
• Trade-off entre eficiência e equidade.
Como são tomadas as decisões?
Exemplo de trade-off
• Distribuir a receita de impostos pagos pela classe alta
pelos mais desfavorecidos pode melhorar a equidade mas
pode reduzir o rendimento dos que mais trabalham e
portanto desmotivar as pessoas para o trabalho (a
produção diminui).
Isto implica que aumentar a equidade pode ter como custo a
redução da eficiência na utilização dos recursos escassos.
Como são tomadas as decisões?
27
• Eficiência económica: situação em que cada bem é 
produzido com o menor custo, ou em que, cada indivíduo
e empresa obtém o benefício máximo dos recursos
(escassos). 
• Eficiência produtiva: situação em que as empresas
produzem o mais possível dados os fatores utilizados, ou 
obtêm um dado volume de bens ao menor custo. 
• Equidade: distribuição do rendimento considerada justa
entre os membros da sociedade.
Como são tomadas as decisões?
28
#2. O custo de qualquer coisa mede-se por aquilo 
de que abdicamos para a sua obtenção
• A escassez obriga a que se façam escolhas;
• As escolhas geram custos;
• Os economistas usam o termo “custo de oportunidade”:
Como são tomadas as decisões?
• O custo de oportunidade de uma ação é o valor da
melhor alternativa que, em consequência, tem de ser
sacrificada.
• O custo de oportunidade de um bem é a quantidade
dos outros bens que tem de ser sacrificada para se
produzir esse bem.29
Como são tomadas as decisões?
Exemplo de custo de oportunidade de frequentar aulas na ESGHT
• Assuma-se que a alternativa era ter aceite um trabalho (por cada um
dos três anos que está na UAlg, poderia estar a receber um “bom”
ordenado, valorizando o seu CV com experiência professional).
• O custo de oportunidade associado à educação neste caso é
constituído pelo seguinte:
• O custo das propinas, dos livros, e de todo material escolar.
• As despesas adicionais com alojamento, transportes, etc.
• O rendimento perdido, ou seja, o rendimento que teria sido
auferido com o emprego, deduzido de qualquer rendimento que o
estudante aufira.
• Custos físicos (stresse, ansiedade, etc. associados ao estudo, à
preocupação com exames e notas, etc.).
• Por outro lado, os licenciados tendem a receber melhores propostas
de emprego. 30
#3: As pessoas racionais pensam em termos
marginais
• Alterações marginais são ajustamentos incrementais
pequenos a um plano de ação já existente.
Devo continuar na ESGHT neste semestre? Devo fazer mais
uma disciplina este semestre?
Os indivíduos tomam decisões comparando benefícios 
marginais e custos marginais.
Como são tomadas as decisões?
31
#4: As pessoas respondem a incentivos
• As pessoas respondem (reagem) a alterações marginais nos
custos e nos benefícios.
• As pessoas escolhem uma dada alternativa em relação a outra
desde que os seus benefícios marginais sejam superiores aos
seus custos marginais.
Como são tomadas as decisões?
32
#5: O comércio pode favorecer todos os indivíduos
Como é que as pessoas interagem?
• As pessoas beneficiam com a sua capacidade para negociar
umas com as outras.
• O comércio permite que os indivíduos (ou países) se
especializem naquilo que fazem melhor.
33
#6: Os mercados são uma boa forma para organizar
a atividade económica
Uma economia de mercado é uma economia que afeta recursos
através de decisões descentralizadas das empresas e das
famílias que interagem nos mercados de bens e serviços.
• As famílias decidem o que comprar e para quem
trabalhar.
• As empresas decidem quem devem contratar e o que
produzir.
• Os preços de mercado refletem o valor de cada produto
para os consumidores e o custo dos recursos usados na
sua produção.
Como é que as pessoas interagem?
34
• Adam Smith na sua obra-prima de 1776, A Riqueza das Nações,
sugeriu que, embora os indivíduos sejam motivados pelo interesse
próprio e individual, existe uma «mão invisível» (sinónimo da lei
da oferta e da procura) que faz com que o interesse próprio promova
o bem-estar de toda a sociedade. A «mão invisível» explica como a
interação entre oferta e procura serve para beneficiar a sociedade no
seu conjunto; num mercado livre, a força combinada de todos em
busca do seu interesse individual beneficia a sociedade,
enriquecendo toda a gente.
Como é que as pessoas interagem?
Quando as famílias e as empresas decidem o que é melhor para
elas acabam frequentemente por decidir o que é melhor para a
sociedade no seu conjunto.
• Quando o Estado intervém e fixa o preço de um bem/ serviço pode
gerar ineficiência (fixação de preço máximo de forma administrativa).
35
O interesse próprio é bom para a sociedade
“Não é da benevolência do talhante, do cervejeiro ou do
padeiro que devemos esperar o nosso jantar, mas sim do
seu empenhamento em seguirem o seu interesse próprio.
Devemos dirigir-nos não à sua humanidade, mas antes à
sua autoestima, e nunca falarmos com eles sobre as nossas
necessidades, mas sim sobre as suas vantagens”.
Adam Smith
Como é que as pessoas interagem?
36
#7: Por vezes os governos podem melhorar os
resultados dos mercados
• As políticas dos Governos podem ser úteis quando ocorrem
falhas de mercado (o mercado funciona mal, ou seja, não
consegue atingir resultados eficientes).
• Falha de mercado: situação em que o mercado falha na
afetação eficiente dos recursos.
Como é que as pessoas interagem?
Objetivo dos Governos: promover a eficiência e a equidade
37
Uma falha de mercado pode ser causada por:
• Externalidade: é o impacto (não compensado) das ações de
uma pessoa ou de uma empresa no bem-estar de outra(s)
pessoa(s) ou empresa(s). Há externalidades positivas (por
exemplo, construção de parques industriais para instalação de
empresas, construção de vias de comunicação,…) e
externalidades negativas (exemplo: poluição ambiental, …).
• Poder de mercado: é a capacidade de uma única pessoa,
empresa ou um reduzido número de agentes económicos em
influenciar os preços de mercado (por exemplo, um
monopólio,…). O preço, sendo o centro do mercado, é o
elemento mais delicado e sensível do sistema económico.
Como é que as pessoas interagem?
38
#8: O nível de vida de um país depende da sua
produção
Como é que a economia como um todo funciona?
• Existem grandes diferenças nos níveis de vida dos países;
• O nível de vida em cada país altera-se no tempo;
• Comparação dos níveis de vida entre países ou no mesmo
país em dois momentos distintos:
- Comparar os rendimentos pessoais;
- Comparar o valor total de mercado da produção do país.
39
• Normalmente as diferenças nos níveis de vida dos países são
explicadas por diferenças nas suas produtividades.
• Produtividade é a quantidade de bens e serviços que cada
trabalhador produz num determinado período de tempo de
trabalho (por exemplo, número de horas trabalhadas,…).
• Maior produtividade implica melhor nível de vida (um dos
melhores indicadores de nível de vida é o PIB per capita; em
contraste, o PIB em valor absoluto é um indicador da
produção).
• Os governantes devem conhecer o impacto das suas políticas
na capacidade de produção das economias.
Como é que a economia como um todo funciona?
40
#9: Quando o governo emite moeda em excesso os 
preços sobem
• Inflação: é a subida do nível geral de preços na economia
(aumento contínuo e generalizado dos preços).
• Uma causa da inflação é o aumento da quantidade de
moeda a circular na economia (se a Economia e o Estado
têm as mesmas coisas para comprar e mais dinheiro para
gastar, os preços sobem).
• Taxa de inflação: é a variação percentual do nível geral de
preços, de um ano para o seguinte (mede a estabilidade dos
preços e varia substancialmente ao longo do tempo e entre
países).
Como é que a economia como um todo funciona?
41
#10: A sociedade enfrenta um trade-off entre
inflação e desemprego no curto prazo.
• A Curva de Phillips ilustra o trade-off entre a inflação e o 
desemprego (opção conflitiva) que existe no curto prazo:
Inflação desemprego
Como é que a economia como um todo funciona?

Exemplo: o Governo reduz a quantidade de dinheiro na
economia para reduzir a inflação. As pessoas reduzem o
consumo e levam as empresas a produzir menor quantidade de
bens e serviços e a dispensar trabalhadores (sobe o
desemprego). 42
Resumo
43
Aspetos fundamentais sobre o processo de decisão
individual:
• Os indivíduos enfrentam trade-offs entre objetivos
alternativos;
• O custo de qualquer ação é medido em termos das
oportunidades perdidas;
• As pessoas racionais decidem comparando benefícios
marginais e custos marginais;
• As pessoas alteram os seus comportamentos em resposta
aos incentivos que encontram.
Aspetos fundamentais sobre as interações entre os
indivíduos:
• O comércio pode ser mutuamente benéfico;
• Os mercados são uma boa via para coordenar as ações negociais
dos indivíduos;
• O governo pode melhorar os resultados do mercado quando
surgem falhas de mercado ou quando o resultado do mercado não
é equitativo.
Resumo
44
Resumo
45
Aspetos fundamentais sobre a economia como um todo:
• A produtividade é a fonte última da melhoria do nível de vida;
• O aumento da emissão monetária é fonte de inflação;
• A sociedade enfrenta um trade-off entre inflação e desemprego
no curto prazo.
Defina o conceito de Economia, tendo em conta as noções 
de necessidades ilimitadas, recursos escassos e escolha.
A Economia é uma ciência social que estuda os processos de
escolha dos agenteseconómicos, na medida em que as
escolhas implicam custos de oportunidade (que não é mais
do que o valor da melhor alternativa desse processo de
escolha). Só existe escolha porque os recursos são escassos,
isto é, perante a existência de necessidades ilimitadas,
juntando a referida escassez de recursos, os agentes
económicos têm que fazer escolhas, já que os recursos são
passíveis de utilizações alternativas.
Questões de revisão
46
Discuta os postulados da racionalidade e do equilíbrio. 
Ambos os postulados (ou principados) referem-se a
princípios que estão subjacentes à maioria dos modelos
económicos. O postulado da racionalidade indica que os
agentes económicos são racionais nas suas decisões, isto é,
decidem sempre de acordo com o que é melhor para si. Já o
postulado do equilíbrio identifica que, perante indivíduos
que são racionais, os sistemas económicos equilibram por si
só, o que significa que nenhum agente quer alterar as suas
escolhas.
Questões de revisão
47
Um dos conceitos fundamentais na Teoria económica é o
da escassez. Discuta se existe escassez económica dos
seguintes bens, nas seguintes situações e porquê:
a) Escassez de pão em Lisboa. (escasso)
b) Escassez de médicos no Hospital de Santa Maria.(escasso)
c) Escassez de petróleo na Arábia Saudita. (escasso)
d) Escassez de espaço nas ruas, para conduzir em Lisboa às 3
da manhã. (não escasso)
Questão de escolha múltipla
48
Apesar de a água ser abundante em muitos locais, a sua
utilização pode ser alvo do estudo da Economia devida à
sua escassez, uma vez que:
a) Não existe água suficiente para satisfazer todas as
necessidades.
b) É um bem livre.
c) Os bens escassos em regra não são tão baratos.
d) Não tem alternativas à sua utilização.
Questão de escolha múltipla – com solução
49
Há custo de oportunidade:
a) Apenas quando uma decisão errada é tomada.
b) Apenas quando se incorre num custo em termos de tempo.
c) Sempre que qualquer escolha é feita.
d) Apenas quando se incorre num custo monetário.
Resposta
c) Há custo de oportunidade sempre que qualquer escolha é
feita, pois quando é feita uma escolha entre pelo menos duas
alternativas possíveis é necessariamente sacrificada uma
segunda melhor alternativa.
Questão de escolha múltipla – com solução
50
Use o conceito de custo de oportunidade para explicar as
seguintes afirmações:
a) Existem mais jardins em áreas suburbanas do que em
áreas urbanas.
a) Mais pessoas resolvem frequentar cursos universitários
quando o mercado de trabalho está fraco.
a) Pequenos supermercados, com preços mais altos do que
os hipermercados, destinam-se a pessoas muito ocupadas
Questões para justificar respostas verdadeiras
51
O custo de oportunidade define-se como o valor da melhor alternativa
sacrificada.
a) Existem mais jardins em áreas suburbanas do que em áreas urbanas.
O custo de oportunidade de um jardim numa área urbana é maior, já que numa
área urbana o valor da melhor alternativa sacrificada – construção de prédios
para habitação e escritórios – deverá ser superior ao correspondente valor
numa área urbana.
b) Mais pessoas resolvem frequentar cursos universitários quando o
mercado de trabalho está fraco.
O custo de oportunidade de estudar é mais baixo quando o mercado de
trabalho está fraco, já que o valor da melhor alternativa sacrificada – o salário
do trabalho – poderá ser muito baixo, ou mesmo nulo no caso de desemprego.
c) Pequenos supermercados, com preços mais altos do que os
hipermercados, destinam-se a pessoas muito ocupadas.
O custo de oportunidade de uma pessoa muito ocupada ir ao hipermercado é
maior, pois o valor do tempo sacrificado deverá ser maior do que o valor do
mesmo tempo de uma pessoa menos ocupada.
Questões para justificar - solução
52

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