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Profª. Msc. Juliana Munduruca Disciplina: Microbiologia dos Alimentos Como os microrganismos chegam ao alimento; Fatores responsáveis por doenças microbianas de origem alimentar. • Boca – esôfago – estômago – intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo) – intestino grosso (microbiota intestinal – microrganismos anaeróbios estritos ou facultativos); • Modo de ação dos microrganismos: - Interfem nas microvilosidades das células epiteliais do intestino; - Produzem enterotoxinas que alteram a fisiologia das células epiteliais; - Colonizam o intestino (adesão a mucosa) para não serem eliminados pelas defesas intestinais naturais; - Usam o trato gastrintestinal apenas como porta de entrada para infectar outros órgãos. • Atuam principalmente no duodeno e jejuno ou íleo; • Podem: ser pouco invasivos (camada epitelial superficial), ou serem mais invasivos (alcançar a lâmina própria e as correntes linfática e circulatória). pH estomacal; Enzimas digestivas; Mucosa intestinal – barreira mecânica (Células calciformes secretam muco, que dificulta a fixação no epitélio. Alguns patógenos produzem enzimas que degradam o muco (mucinas), permitindo sua passagem e a de outros microrganismos); Flagelos – permitem a locomoção através da camada mucosa; Ácidos biliares - inibitório; Motilidade intestinal – fibras; Microbiota normal; Imunologia – humoral (anticorpos circulantes nas correntes circulatória e linfática) e celular (linfócitos – células de defesa). D.T.A* Parasitas Vírus Fungos Bactérias Agrotóxicos, Fungicidas, antibióticos e medicamentos Sustâncias radioativas Metais pesados *Doença transmitida por alimentos. ACOMETIDO POR DTA Perda da Qualidade Nutricional, Toxicoinfecções Alimentares Agudas, Crônicas e Óbitos Matéria-Prima e Insumos Alimentares Transporte Processamento Transporte de alimentos Armazenagem de alimentos Transporte Comercialização Transporte Consumo Treinamento para manipuladores de alimentos - Educação sanitária PERIGOS Químicos, Físicos, Biológicos Doenças de origem alimentar: o alimento contaminado se constitui no mais importante veículo do agente patogênico via oral (via de penetração do patógeno no organismo humano). As doenças de origem alimentar podem ser divididas em duas grandes categorias: Intoxicações e Infecções. Intoxicações alimentares – causadas pela ingestão de alimentos contendo toxinas microbianas pré-formadas. Produzidas durante o desenvolvimento dos microrganismos ainda no alimento. Clostridium botulinum, C. perfringens, Bacillus cereus, Staphylococcus aureus, micotoxinas; Infecções alimentares – causada pela ingestão de alimentos contendo células viáveis de microrganismos patogênicos. Possuem mecanismos de invasão da mucosa intestinal para colonização. Pode ocorrer a invasão da mucosa, seguida de penetração nos tecidos e produção de toxinas, alterando o funcionamento do trato gastrintestinal. Listeria monocytogenes, Escherichia coli, Shigella, Salmonella, Campylobacter jejuni, C. coli, C. lari, Yersinia enterocolitica, Vibrio cholerae. Surto alimentar: Doença de origem alimentar com ocorrência de dois ou mais casos associados ao mesmo alimento. Exceto para Clostridium botulinum, onde apenas um caso é considerado surto (CDC – USA); Determinação: inquérito epidemiológico, em consumidores ou não, com ou sem sintomas, com exames clínicos e análises nas amostras de alimentos; Observação: nem todos os indivíduos que consomem o mesmo alimento contendo um agente patogênico apresentam a mesma sintomatologia. O período de incubação, a gravidade e a duração da doença podem ser diferentes, em função da idade, do estado nutricional, da sensibilidade individual e da quantidade de alimento ingerido. A identificação ocorre principalmente por inquérito epidemiológico. Em poucos casos a identificação do microrganismo patogênico é feita com material clínico e nas amostras de alimentos, devido: - Alimento suspeito não está disponível para análise e caracterização; - Análise laboratorial limitada e cara; - Metodologia para isolamento e identificação não são eficientes. Investigação envolve um trabalho de colaboração entre: Vigilância epidemiológica Vigilância sanitária Vigilância ambiental Laboratório de Saúde Pública Assistência Saneamento Educação em saúde Outras áreas BRASIL Durante 1999 a 2007* foram notificados: 5.699 surtos de DTA Envolvendo 114.302 pessoas doentes e 61 óbitos Informações ignoradas Agente etiológico: 50% dos surtos Veículo (alimento): 32% Local de ocorrência: 23% Fonte: COVEH/CGDT/DEVEP/SVS/MS *Dados sujeitos a alterações. Atualizado em 16.10.2007 369 545 897 823 620 645 923 577 300 4.699 15.706 17.981 21.723 4.485 17.279 9.613 12.402 10.356 0 200 400 600 800 1000 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano Nº S ur to s DT A 0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 Nº D oe nt es Nº Surtos Nº Doentes Fonte: COVEH/CGDT/DEVEP/SVS/MS *Dados sujeitos a alterações. Atualizado em 16.10.2007 5731 14526 9298 15242 36141 7221 178 110 56 43 48 27 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 < 1 1 a 4 5 a 9 10 a 19 20 a 49 > 50 Faixa etária (anos) Nº D oe nt es 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 In ci dê nc ia /1 00 .0 00 Nº Doentes Incidência Fonte: COVEH/CGDT/DEVEP/SVS/MS *Dados sujeitos a alterações. Atualizado em 16.10.2007 1195 572 222193166130115 82 37 16 14 12 12 9 7 6 6 5 5 5 4 4 3 3 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2865 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 Ign or ad o Sa lm on ell a s pp St ap hy loc oc cu s s p He pa tite A Ba cil lus ce reu s Ro tav iru s Cl os tri diu m pe rfr ing en s Sa lm on ell a e nt eri tid is Sh ige lla sp p Int ox ica ca o E xo ge na Cl os tri diu m bo tul inu m Sa lm on ell a T yp hi Cr yp to sp or idi um Gi ard ia lam bli a No ro vir us Ps eu do mo na s E. co li E nte ro inv as iva Vib rio ch ole rae O 1 Ae ro mo na s s pp En ter ob ac ter sp Sa lm on ell a p ara typ hi Ca mp ylo ba cte r s pp To xo pla sm a g on dii En ter ov iru s Vib rio pa ra ha em oly tic us St ro ng ylo ide st er co ral is E. co li E nte ro pa to ge nic a E. co li E nte ro to xig en ica En tam oe ba hi sto lyt ica Sa lm on ell a G ru po D Sa lm on ell a h ad ar Se rra tia ad or ife ra St rep to co cc us sp Tr yp an os om a c ru zi Vib rio m ets ch nik ov ii Nº S ur to s D TA Fonte: COVEH/CGDT/DEVEP/SVS/MS *Dados sujeitos a alterações. Atualizado em 16.10.2007 1 19 44 64 105 141 193 276 259 333 422 450 666 874 1829 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 Produtos químicos Frutas Bebidas Pescados Legumes e verduras Farináceos Carne de aves Leite e derivados Alimentos compostos Água Sobremesas Carnes vermelhas Alimentos mistos Com ovos crus/mal cozidos Ignorado Nº Su rto s D TA Tipo de alimento Fonte: COVEH/CGDT/DEVEP/SVS/MS *Dados sujeitos a alterações. Atualizado em 16.10.2007 1395 807 530 343 250 211 140 86 77 68 44 38 24 22 28 25 31 10 6 4 3 3 3 0 0 0 1551 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 RS SP PR SC PE RJ MG M S MT DF AM BA GO PB A L RN SE CE ES MA RO TO AC RR PA P I AP Unidade Federada Nº S ur to s D TA Fonte: COVEH/CGDT/DEVEP/SVS/MS *Dados sujeitos a alterações. Atualizado em 16.10.2007 QUEM É RESPONSÁVEL PELA GARANTIA DA INOCUIDADE DOS ALIMENTOS? GOVERNO Determinação fiscal, legal e técnica para a indústria de alimentos INDÚSTRIAS Complementar condições governamentais exigidas. Aplicar medidas preventivas CONSUMIDORES Adotar práticas higiênicas Cozimento ou tratamento inadequado dos alimentos; Resfriamento inadequado dos alimentos cozidos; Reaquecimento doméstico não adequado dos alimentos cozidos ou refrigerados; Contaminação cruzada de alimentos cozidos a partir de produtos crus; Contato de pessoas doentes (manipuladores) com alimentos preparados; Pobreza, tradições, ignorância e a falta de alimentos.
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