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A simples contaminação dos alimentos por microrganismos desencadeia alterações (deteriorações) em suas propriedades organolépticas, como cor, odor, sabor e aparência, tornando-os impróprios para o consumo. Em outros casos, os microrganismos probióticos representam um papel importante na ciência dos alimentos. Muitos produtos alimentícios são produzidos por meio da ação do metabolismo microbiano, tais como queijo, iogurte, coalhada, picles, pão, cerveja, vinho, etc. Os microrganismos dependem de nutrientes como as proteínas e carboidratos que, em conjunto com as gorduras, compõem os principais produtos alimentícios. Esses nutrientes, muitas vezes provenientes da nossa dieta diária, são utilizados para benefício das bactérias ou fungos favorecendo sua multiplicação. Os microrganismos, como as bactérias, os fungos, os vírus e os parasitas, são as principais causas de contaminação de alimentos que comumente originam as infecções gastrointestinais e as intoxicações alimentares. DTA’s - Bactérias e vírus - Fungos e parasitas - Intoxicações químicas (metais, agrotóxicos, raticidas e micotoxinas) - Intoxicações naturais (plantas, cogumelos, peixes e moluscos) - HIGIENE: ambiental, alimentos, mãos, utensílios, equipamentos. - TÉCNICA: adequação de cardápio, pré-preparo e preparo final. - TEMPERATURA: refrigeração, manipulação, cocção e distribuição. - TEMPO: armazenamento, manipulação e distribuição. Doenças transmitidas por alimentos (DTA) são aquelas causadas pela ingestão de alimentos e/ou água contaminados por um microrganismo ou pela toxina produzida por ele. Existem mais de 250 tipos de DTA no mundo, sendo que a maioria delas são infecções causadas por bactérias e suas toxinas, vírus e outros parasitas. A ocorrência de DTA relaciona-se com diversos fatores, como: condições de saneamento e qualidade da água para consumo humano impróprios; práticas inadequadas de higiene pessoal e consumo de alimentos contaminados. No Brasil, a maioria das doenças transmitidas por alimentos são causadas por bactérias (principalmente por Salmonella, Escherichia coli e Staphylococcus). No entanto, há também surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTA) causados por vírus (rotavírus e norovírus) e, em menor proporção, por substâncias químicas. Muitas intoxicações alimentares ocorrem pela presença de toxinas produzidas pelos microrganismos, como aquelas produzidas por Clostridium botulinum, Clostridium perfringens, Staphylococcus aureus, Bacillus cereus e Aspergillus flavus, que, quando ingeridas junto com o alimento, desencadeiam os sintomas. Já as infecções alimentares são decorrentes de toxinas elaboradas por certos microrganismos depois que o alimento foi ingerido. Há, portanto, necessidade da ingestão de certa quantidade de microrganismos para que a infecção aconteça. Como exemplos de bactérias comumente envolvidas em quadros de infecções alimentares temos a Salmonella spp., a Shigella spp., o Enterococcus faecalis, o Vibrio cholerae, o Proteus spp. E a Pasteurella spp. As DTA podem ser causadas por: Toxinas: produzidas pelas bactérias Staphylococcus aureus, Clostridium spp, Bacillus cereus, Escherichia coli, Vibrio spp etc. Bactérias: Salmonella spp, Shigella spp, Escherichia coli etc. Vírus: Rotavirus, Norwalk etc. Parasitas: Entamoeba spp, Giardia lamblia, Cryptosporidium parvum etc. Substâncias tóxicas: Metais pesados, agrotóxicos etc. O quadro clínico depende do agente etiológico envolvido e varia desde leve desconforto intestinal até quadros extremamente sérios, podendo levar a desidratação grave, diarreia sanguinolenta e insuficiência renal aguda. MULTIPLICAÇÃO NO ALIMENTO →TOXINA → VÔMITO MULTIPLICAÇÃO NO INTESTINO → TOXINA → DIARREIA Modo de transmissão - pela ingestão de alimentos e/ou água contaminados. Modo de contaminação - a contaminação pode ocorrer em toda a cadeia alimentar, desde a produção primária até o consumo (plantio, manuseio, transporte, cozimento, acondicionamento, etc). Destacam-se como os maiores responsáveis por surtos os alimentos de origem animal e os preparados para consumo coletivo. Período de incubação - varia conforme o agente etiológico, podendo ser de frações de hora a meses. Suscetibilidade e resistência - a suscetibilidade é geral. Certos grupos como crianças, idosos, imunodeprimidos (indivíduos com AIDS, neoplasias, transplantados), pessoas com acloridria gástrica, têm suscetibilidade aumentada. Agentes etiológicos mais comuns - dados disponíveis de surtos apontam como agentes mais frequentes os de origem bacteriana e dentre eles, Salmonella spp, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Shigella spp, Bacillus cereus e Clostridium perfringens. A sobrevivência e multiplicação de um agente etiológico nos alimentos dependem de seus mecanismos de defesa e das condições do meio, expressas principalmente pelos níveis de oxigenação, pH e temperatura, variável de acordo com cada alimento. Infecções – são causadas pela ingestão de microorganismos patogênicos, denominados invasivos, com capacidade de penetrar e invadir tecidos, originando quadro clínico característico como as infecções por Salmonella spp, Shigella spp, Yersinia enterocolitica e Campylobacter jejuni. Estes quadros geralmente são associados a diarreias frequentes, mas não volumosas, contendo sangue e pus, dores abdominais intensas, febre e desidratação leve, sugerindo infecção do intestino grosso por bactérias invasivas. Agentes virais, protozoários e helmintos também estão envolvidos com DTA, cujo mecanismo de ação é a invasão tecidual, embora o quadro clínico geralmente não tenha as mesmas características discutidas anteriormente. Toxinfecções - são causadas por microrganismos toxigênicos, cujo quadro clínico é provocado por toxinas liberadas quando estes se multiplicam, esporulam ou sofrem lise na luz intestinal. Essas toxinas atuam nos mecanismos de secreção/absorção da mucosa do intestino. As infecções por Escherichia coli enterotoxigênica, Vibrio cholerae, Vibrio parahaemolyticus, Clostridium perfringens e Bacillus cereus (cepa diarréica) são exemplos clássicos. Normalmente a diarreia, nestes casos, é intensa, sem sangue ou leucócitos, febre discreta ou ausente, sendo comum a desidratação. Intoxicações - são provocadas pela ingestão de toxinas formadas em decorrência da intensa proliferação do microorganismo patogênico no alimento. Os mecanismos de ação dessas toxinas em humanos não estão bem esclarecidos, observações em animais sugerem alterações na permeabilidade vascular e inibição da absorção de água e sódio levando às diarréias. Os vômitos possivelmente estão associados a uma ação das toxinas sobre o sistema nervoso central. Exemplos clássicos deste processo são as intoxicações causadas por Staphylococcus aureus, Bacillus cereus (cepa emética) e Clostridium botulinum. Intoxicações não bacterianas - quando outros agentes não bacterianos estão envolvidos com DTA, como nas intoxicações por metais pesados, agrotóxicos, fungos silvestres, plantas e animais tóxicos (Ex: moluscos, peixes). Os mecanismos fisiopatológicos são variáveis, envolvendo ação química direta do próprio agente sobre tecidos ou órgãos específicos ou a ação de aminas biogênicas presentes no alimento tóxico. A ação mecânica da Giardia sp deve-se à aderência do parasita à mucosa intestinal, impedindo a absorção das gorduras, levando a diarreias persistentes. A irritação superficial da mucosa também agrava condições patológicas coexistentes. BACTÉRIAS: possuem vida própria, preferem ambientes úmidos, ou seja, alimentos que tenham algum teor de água, embora algumas espécies possam se desenvolver em alimentos mais secos (mas não em alimentos desidratados). Sobrevivem na presença (aeróbios) ou na ausência (anaeróbios) de oxigênio, ou em ambos (anaeróbios facultativos ou aerotolerantes). Preferem alimentos ricos em proteínas (carne,leite, ovos, queijo). São altamente competitivos com outros grupos microbianos. Podem produzir toxinas gastrentéricas ou alergênicas. Desenvolvem-se melhor em alimentos úmidos, ricos em proteínas e pouco ácidos (ph 4,5-8,5). FUNGOS: Possuem vida própria. São divididos em bolores e leveduras. São encontrados no meio-ambiente e na microbiota humana (assim como as bactérias). Multiplica-se em alimentos secos, frescos e com maior quantidade de açúcar. BACTÉRIAS FUNGOS REPRODUÇÃO A cada 15min A cada 20min. PH 4,5-8,5 (neutro) 2,5-9,5 (acido) TEMPERATURA 28 a 45 graus 10 a 26 graus ALIMENTOS proteicos Ricos em açúcar VIRUS: Não possuem vida própria e só crescem quando estão dentro da célula do hospedeiro. Não se multiplica em alimentos. A contaminação se dá pela ingestão de água ou alimento contaminado; pelo ar ou junto a pessoas doentes, através de contato direto ou da manipulação de alimentos. Para determinar a qualidade microbiológica dos alimentos pode-se utilizar como parâmetros microrganismos indicadores de contaminação. O termo microrganismo indicador pode ser aplicado a qualquer grupo taxonômico, fisiológico ou ecológico de microrganismos, cuja presença ou ausência proporciona uma evidência indireta referente a uma característica particular do histórico da amostra Os microrganismos indicadores são grupos ou espécies que, quando presentes em um alimento, podem fornecer informações sobre a ocorrência de contaminação de origem fecal, sobre a provável presença de patógenos ou sobre a deterioração potencial do alimento, além de poderem indicar condições sanitárias inadequadas durante o processamento, produção ou armazenamento. Os coliformes são indicadores das condições de higiene dos processos de fabricação, porque são facilmente inativados pelos sanitizantes e capazes de colonizar vários nichos das plantas de processamento, quando a sanitização é falha. Também podem ser indicadores de falha pós- processo em alimentos pasteurizados, porque são facilmente destruídos pelo calor e não devem sobreviver ao tratamento térmico. Já a E.coli é um indicador de contaminação fecal em alimentos “in natura”. INOCUIDADE DOS ALIMENTOS – INDICADORES (verificada pelos microrganismos patógenos) GRAM-POSITIVOS (intoxicação) Listeria monocytogenes S. aureus, C. perfringens Bacillus cereus GRAM-NEGATIVOS (infecção) Salmonella E coli Campylobactyer E.sakazakii Shigella MÉTODOS DE DETECÇÃO: tradicionais e rápidos TRADICIONAIS: Vantagens: Reconhecidos por órgãos oficiais Pouco sensíveis Econômicos Não necessitam de equipamentos caros Necessitam de maior tempo para treinamento Desvantagens: Requerem maior tempo para preparo Períodos longos de incubação Maior utilização de meios de cultura Maior tempo do analista Sujeito a falhas humanas RÁPIDOS: Vantagens: • Preparação rápida • Menor tempo para obtenção do resultado • Maior precisão na interpretação do resultado • Redução de custos por reduzir espera no processo • Aumenta a capacidade analítica Desvantagens: • Nem todos têm aprovação de órgãos oficiais • Alto investimento inicial CONTAGEM DE PLACAS: O método de contagem de microrganismos em placas é um método geral, que pode ser utilizado para contagem de grandes grupos microbianos, como aeróbios mesófilos, aeróbios psicrotroficos, termófilos, bolores e leveduras, variando-se o tipo de meio, a temperatura e o tempo de incubação. CONTAGEM DE MICRORGANISMOS MESÓFILOS AERÓBIOS: Detecta em um alimento o número de bactérias aeróbias ou facultativas e mesófilas (35-37 graus) presentes tanto sob a forma vegetativa quanto esporulada. Esse método indica se a limpeza, a desinfecção e o controle da temperatura durante os processos de tratamento industrial, transporte e armazenamento foram realizados de forma adequada. Esta determinação permite também obter informação sobre a alteração incipiente dos alimentos, sua provável vida útil, a falta de controle no descongelamento dos alimentos ou desvios na temperatura de refrigeração estabelecida. CONTAGEM DE BOLORES E LEVEDURAS: Bolores são os fungos filamentosos, multicelulares, podendo estar presentes no solo, no ar, na água e em matéria-orgânica em decomposição. Leveduras são os fungos não filamentosos, normalmente disseminados por insetos vetores, pelo vento e pelas correntes aéreas. A presença de bolores e leveduras viáveis e em índice elevado nos alimentos pode fornecer várias informações, tais como, condições higiênicas deficientes de equipamentos, multiplicação no produto em decorrência de falhas no processamento e/ou estocagem e matéria-prima com contaminação excessiva. A contagem de bolores e leveduras é aplicável principalmente na análise de alimentos ácidos, com ph menor que 4,5; alimentos desidratados e farinhas. COLIFORMES TOTAIS: Pertencem a estre grupo os gêneros bacterianos Echerichia, Enterobacter, Klebsiella e Citrobacter, incluindo cerca de 20 espécies, dentre as quais encontram-se tanto bactérias originárias do trato gastrointestinal de humanos e outros animais, como também diversos gêneros e espécies de bactérias não entéricas. COLIFORMES FECAIS: A definição é a mesma para coliformes totais, porém restringindo-se aos membros capazes de fermentar lactose com produção de gás em 24-48hs a 44,5-45,5 graus. Quando esta análise é efetuada, busca-se a determinação de coliformes de origem gastrointestinal, porém sabe-se que cepas de Enterobacter e Klebsiella incluídas neste grupo podem apresentar origem não fecal (água, solo e vegetais). Escherichia coli: Dentre as bactérias de habitat reconhecidamente fecal, dentro do grupo dos coliformes fecais, a E. coli é a mais conhecida e a mais facilmente diferenciada dos membros não fecais. Sua presença em alimentos crus é considerada um indicador de contaminação fecal direta ou indireta. A contaminação fecal direta ocorre durante o processamento de matérias-primas de origem animal e devia à falta de higiene pessoal dos manipuladores. A contaminação indireta pode ocorrer através de águas poluídas e de esgoto. Em alimentos processados pelo calor sua presença é vista com grande preocupação. Staphylococcus aureus: microrganismos facultativamente anaeróbio, com maior crescimento em condições aeróbias. Produz enterotoxina termorresistente no alimento. Possui características de halofilia (organismos que podem desenvolver-se em ambiente com altas concentrações de sal) e osmofilia (organismos que podem desenvolver-se em ambiente com altas concentrações de açúcar). Os principais alimentos são as carnes e frangos cozidos, atum, presunto, batatas, leite, queijos, cremes, chantillys, confeitos frescos com recheio e tortas. Quadro clínico predominando vomito e náuseas, raras diarreias, sem febre. Multiplica-se entre 7 e 48 graus. Bacillus cereus: Microrganismo facultativamente aeróbico, gram-positivo, formador de esporos, produtor de dois tipos de toxina, a diarréica e emética. Fonte é solo (terra, água), cereais, grãos, hortaliças. A cocção e reaquecimento não destroem os esporos. Clostridium botulinum: Microrganismo aeróbio estrito, formador de esporos. O botulismo clássico se dá com a ingestão do alimento contendo a neurotoxina (toxina pré-formada). Período de incubação é de 12-36 horas. A concentração salina é um dos fatores mais importantes no controle do botulismo. A cocção promove a anaerobiose, auxiliando a multiplicação. A cocção e reaquecimento não destroem os esporos. Contaminação se dá em alimentos enlatados recontaminados ou com processamento térmico inadequado; e embutidos fora da refrigeração. Alimentos que mais apresentam contaminação são os produtos cárneos, conservas vegetais de preparação caseira e mel. MICRORGANISMO IMPORTANCIA ALIMENTOS ENVOLVIDOS Salmonella sp Causa infecções devido à falta de higieneou processamento incorreto de alimentos, permitindo a multiplicação desta bactéria. Manipuladores portadores de Salmonella. Leite cru, produtos de laticínios, carnes de aves, suínos, e bovinos, ovos, água e moluscos. Shiguella sp Indicadoras de higienização. Causam diarreia. Hortaliças, frutas, saladas e leite. Escherichia coli Indicador de uma higiene deficiente ou de uma deficiência no processo. Várias cepas são toxigênicas. Leite cru, produtos lácteos contaminados ou elaborados incorretamente, carne crua, vegetais Escherichia coli O157:H7 Provoca colite hemorrágica, síndrome urêmica hemolítica. Hambúrguer, leite cru, cidra de maçã Listeria monocytogenes Pode multiplicar lentamente sob refrigeração. Queijos, produtos cárneos, pescados e vegetais. Taxa de mortalidade de 30% nos infectados. Clostridium botulinum (toxina botulínica) Os esporos podem sobreviver ao tratamento térmico, químico e secagem. Toxina termolábel, veneno biológico potente. Conservas industriais e principalmente conservas caseiras. Clostridium perfringens Esporos termorresistentes. Produz enterotoxina durante esporulação no intestino. Carnes, frangos, sopas desidratadas e molhos à base de carnes. Bacillus cereus Esporos termorresistentes. Pode produzir toxinas. Arroz, leite, vegetais cozidos, cereais, condimentos, carnes, pescado. Bacillus subtilis Esporos termorresistentes, Contaminante importante de tortas, produtos de confeitaria, produtos de panificação. Carne cozida, vegetais, salsichas cozidas, doces a base de ovos e leite, pão. Staphylococcus aureus (toxina estafilocócica Contamina os alimentos por manipulações incorretas. Produz toxina termorresistente Pescado, leite cru, produtos lácteos, principalmente queijos, produtos cárneos, massas, produtos de confeitaria, preparações à base de frango, ovos e outros. Bolores micotoxigênicos (micotoxinas) Cresce em alimentos muito ácidos e com baixa Aw. Em meio ácido, a produção de toxina é baixa ou nula. Produção de micotoxinas. Por exemplo Aflatoxinas. Cereais e oleaginosas, suco de maçã, leite. Vírus (enterovírus) Gastroenterite viral. Não se multiplicam nos alimentos. Moluscos, leite, creme, sucos de frutas, carnes frias, águas, verduras. Giardia intestinalis (lamblia) Água, águas residuais, intestino delgado do homem, porco. Água e vegetais crus. Taenia saginata Trato intestinal de homens e bovino. Larvas em carne. PRINCIPAIS MICRORGANISMOS DE IMPORTANCIA NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS Não patogênicos - Deteriorantes Exemplos: Clostridium spp, Bacillus spp, Bactérias láticas, Pseudomonas spp, Flavobacterium spp, Leveduras Principais alterações causadas por deteriorantes nos alimentos Acidificação Degradação de proteínas Viscosidade Amolecimento Manchas e pigmentos Turvação Crescimento de bolores Estufamento Fermentação Alteração sensorial de odor e sabor Não patogênicos – úteis industrialmente Bactérias láticas Leveduras São benéficos na produção de: Produtos de panificação Bebidas lácteas (iogurtes, leites fermentados, etc) Bebidas (cerveja, vinho, rum, etc) Queijos (Roquefort, Camembert, etc) Vegetais fermentados (azeitonas, picles, chucrutes) Antibióticos (penicilina) Patogênicos Enterobacteriaceae (Escherichia coli, Salmonella spp, Shigella spp ) Vibrionaceae Campylobacteriaceae Staphylococcus aureus Bacillus spp Clostridium spp Listéria spp Fungos micotoxigênicos Vírus ENTREVISTA: 1- Se ele sabe que são as DTA’s? (doenças transmitidas por alimentos) O que isso significa para você? OBS: É importante que as pessoas reconheçam a possibilidade de transmissão e patógenos por alimentos, mas que possuam, sobretudo informações concretas sobre as DTA e sobre sua transmissão. Assim, é provável que passem a observar as boas práticas praticadas por estabelecimentos comerciantes de alimentos e contribuam para a diminuição dos casos de contaminações e surtos. R: Meu entrevistado respondeu que não sabe o que é DTA. Quando eu disse que são doenças transmitidas por alimentos, ele disse que sabe então o que é, e que para ele significa comer algum alimento contaminado e ficar doente por isso. 2- Se sabe que segundo dados estatísticos o maior número de DTA’s acontecem em residências, seguidos por restaurantes e padarias. R: Meu entrevistado não sabia. Ele acreditava que os maiores problemas estavam concentrados em restaurantes. 3- Você acha que a maneira de preparar os alimentos pode contribuir para a contaminação dos mesmos? OBS: Com a grande demanda dos alimentos nos estabelecimentos, a sua manipulação e distribuição se faz por meio de procedimentos incorretos, gerando possibilidades de contaminação por microrganismos que podem acarretar danos aos consumidores. Assim, os alimentos oferecidos para os consumidores devem ser seguros pela perspectiva microbiológica. Nessa perspectiva, a adesão e aplicação das boas práticas durante a manipulação na produção de alimentos são determinantes para evitar a contaminação de alimentos. Além dos aspectos de higiene, a cocção correta, chegando a 70 ºC no centro do alimento, é imprescindível para evitar patógenos indesejados. R: Ele disse que sim e que não. Sim, pois acredita que a falta de higiene pode contaminar os alimentos. Mas também disse que não, pois acredita que nosso organismo possui defesas contra essas contaminações. 4- Você achar que o hábito de lavar as mãos antes das refeições diminui os riscos de uma DTA? R: Sim. Se ouve isso desde criança. 5- Você comeria num lugar se visse o manipulador/cozinheiro com anéis, pulseiras e brincos? R: Normalmente nem vemos que está cozinhando. É uma loteria. 6- Você sabe que o frio serve para conservar os alimentos, mas não há destruição de grande parte dos patógenos nessa temperatura? R: Não sabia. 7- Como você descongela o alimento? R: Eu tiro do congelador e coloco dentro da pia. 8- Você acredita que dessa forma que descongela o alimento você evita contaminação? R: nunca pensei nisso. Sempre fiz assim. Aprendi assim. 9- Você congela o alimento depois de descongelá-lo? R: eu não, mas minha mãe faz isso sempre. Ela descongela a carne, usa o que ela precisa e congela depois.
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