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Ovos TÉCNICA DIETÉTICA E GASTRONOMIA Profª Maria Lúcia Lima Ovo É um corpo unicelular que concentra nutrientes essenciais para o desenvolvimento da espécie. É um ingrediente importante na gastronomia,utilizado mundialmente,em todas as épocas, em pratos doces e salgados em qualquer refeição. OVO AVESTRUZ Composição Aproximadamente: 76% de água; 13% de proteínas 10% de lipídeos; 1% de sais e pequena quantidade de carboidratos. Componentes Rico em proteínas de alto valor biológico, vitaminas do complexo B,D, A, E, K, minerais como ferro, fósforo, selênio e zinco, carotenóides como a luteína e xantina, fonte importante de colina,lecitina. São considerados uma importante fonte protéica, por possuir todos os aminoácidos essenciais e em quantidade superiores ao exigido na dieta diária. Composição Nutricional Clara: ou albúmen, constitui 57% do peso do ovo, solução aquosa de diversas proteínas. Gema: 34% de gorduras, 50% de água,16% de proteínas, lipoproteínas e carotenóides Casca: 11% do peso total do ovo, proteínas fibrosas (escleroproteínas) e carbonato de cálcio. TOLERÂNCIA DIGESTIVA Tempo de evacuação do estômago: ovo quente - 2 - 2h e 45’ ovo duro - 2 - 3h e 20’ ovo frito - 2 - 3h e 15’ Legenda 1. Casca 2. Membrana externa 3. Membrana interna 4. Chálaza 5. Clara fluida 6. Clara espessa 7. Membrana vitelina 8. Gema 9. Disco germinativo 10.Gema 11.Gema 12.Clara espessa 13.Chálaza 14.Câmara de ar 15.Cutícula Casca • 11% do peso total do ovo •1ª defesa contra contaminação = escleroproteína e colágeno •Basicamente composta por carbonato de cálcio •A firmeza é determinada pela dieta do animal (cálcio) e a densidade pela idade. •Não se deve lavar os ovos com muita antecedência antes do uso. •Devido a porosidade da casca os ovos adquirem cor e absorvem odores. •A cor da casca não influencia no valor nutritivo dos ovos Membranas e câmara de ar Externa Interna • Protegem contra contaminação bacteriana • A câmara de ar se forma entre elas. A câmara de ar é o espaço entre a clara e a casca Aumenta com o tempo O seu tamanho determina a qualidade dos ovos. A membrana vitelina possui sabor amargo! Clara -Possui mais da metade das proteínas do ovo -Tendência a fluidificar com o tempo. -Tem a função de manter a gema centralizada -Representa cerca de 57% do peso total. Proteínas Propriedades Avidina 0,05% Forma o complexo avidina biotina, quando crua. Inativada pelo calor Lisozima 3,5% Inibe o crescimento bacteriano nos ovos crus. Inativada pelo calor Ovomucina 3,5% glicossulfoproteína. Principal responsável pelo espessamento da clara e estabilidade da espuma. Resistente ao calor. Conalbumina 12%. Ovotransferrina – Une-se ao Fe inibindo crescimento bacteriano. Ovoalbumina 54% - fosfoglicoproteína. Desnatura-se por agitação ou batimento em solução aquosa. Estável ao calor. Enxofre reativo – cor, sabor e textura de ovos cozidos. Gelatiniza pela ação do calor. Ovomucóide 11%. Glicoproteína, termorresistente; desnatura-se com pH 9,0 e 80ºC. Inibe a atividade de enzimas proteolíticas (tripsina) Estágios Tipo de Espuma Características 1º estágio espumante Líquido transparente com bolha de ar. 2º estágio Espuma macia Picos arredondados, bolhas menores, mais esbranquiçadas, aparência brilhante e úmida. 3º estágio Espuma dura Picos firmes, bolhas bem menores, muito brancas, não escorrem na tigela. Uso : em bolos, tortas suflês. 4º estágio Espuma seca Sem brilho, muito branca,rígida, quase quebradiça. Clara: a estrutura protéica formada pela batedura aprisiona água e ar na espuma. O volume pode chegar a até 3 vezes o das claras cruas. A formação da espuma está diretamente relacionada à capacidade de distensão da clara e de retenção do ar. Espuma dura A clara e suas proteínas são usadas principalmente na manufatura de produtos de baixa densidade e elevada expansibilidade, em virtude da capacidade que tem essas proteínas de incorporar ar e formar espumas. Interferentes Estabilidade Conseqüências Sal Menor estabilidade Bater por mais tempo Açúcar Maior estabilidade Bater por mais tempo; espuma menos dura e mais elástica Água Menor estabilidade Em pequenas quantidades pode aumentar o volume Óleo Não forma espuma - Ácidos Maior estabilidade Bater por mais tempo Utensílios plásticos Menor estabilidade Menor volume Utensílios de cobre Maior estabilidade Espuma brilhante O que interfere na formação de espumas? Gema -Constitui cerca de 32% do peso total. -Composta por 34% de gordura, 16% de proteínas e 50% de água. (emulsão de gordura em água) -A coloração varia de acordo com conteúdo de carotenóides (carotenos e xantofilas) que a ave foi alimentada . -Rica em lecitina,agente emulsificante natural, é adicionada na fabricação de alguns alimentos:maionese,massas para bolos,sorvetes Características do ovo de acordo com apresentação da gema Fresco: gema centralizada e clara densa, membranas internas e externas aderidas à casca. Menos fresco: gema em direção ao polo contrário a câmara de ar Deteriorado: clara liquidificada e gema dança e/ ou disforme •O ovo permanece no fundo / O ovo está fresco •A parte mais larga do ovo levanta ligeiramente / O ovo tem 3 a 5 dias. •O ovo levanta até atingir a posição vertical / O ovo tem cerca de 3 semanas. •O ovo eleva-se até à superfície como se estivesse vazio / Ovo muito retardado, armazenamento prolongado. Classificação Funções do ovo na culinária Além da contribuição nutricional, o ovo, por suas características físico-químicas, tem propriedades de coagular, de formar espuma, de aglutinar, de emulsificar, servindo também como agente corante de sabor e de aroma. Funcionalidade dos constituintes do ovo Aglutinação- clara e gema unidos, devido à capacidade dos coloides que formam gel e engloba outras substâncias adicionadas. Emulsificante- devido a sua viscosidade e à presença de lecitina, propriedade que permite a preparação de emulsões. Aumento de volume- o poder espumante do ovo é utilizado em confeitarias para elaboração de merengues, bolos e suspiros dentre outros. Efeitos do calor Coagulação: a clara coagula a 62ºC e a gema coagula a 65ºC. A gema leva mais tempo para coagular-se devido a sua alta concentração de gordura. Ovotransferrina: perde enxofre, tendo como produto sulfidril dissulfidro. Não se deve cozinhar o ovo por mais do que 10 minutos de ebulição, pois, caso contrário, ocorre perda de enxofre e o odor torna-se desagradável. Destrói microorganismos: Salmonella, que habita na cloaca da ave. O calor aumenta a retenção de biotina (B1) e riboflavina (B2) para 80%. Características do ovo O ovo velho libera enxofre. O aumento do pH e a liberação dessas substâncias interferem na viscosidade da clara, tornando-a liquefeita. Quando isto ocorre, a gema perde a sua centralização e pode ser afetada quimicamente. A partir daí, a gema libera substâncias sulfuradas e entra em estado de putrefação. Função do ovo como ingrediente nas preparações Preparações Função Cremes, minguau,sopas,molhos Espessar Pães-de-ló, souflés, mousses Crescer, aerar Bife ou frango à milanesa Cobrir, selar Bolos, pudins e flãs Unir Superfícies de pães e tortas Conferir cor,brilho e sabor Maionese, molhos e sorvetes Emulsionar Recheios Conferir liga Pastéis e tortas Vedar Ovo inteiro, picado ou ralado Decorar Ovos industrializados Líquidos ou desidratados: são práticos (facilidade de transporte), econômicos (menor espaço para armazenamento)e seguros(qualidade da matéria prima e evita a contaminação por microorganismos, pois são pasteurizados). O ovo líquido tem duração de 7 dias e, o desidratado de 6 meses. Ovos pasteurizados Ovos Pasteurizados Ovo industrializado Preparações Ovo integral líquido pasteurizado ou desidratado Massas, biscoitos, pães, tortas, empanados Gema líquida pasteurizada ou desidratada Confeitaria, sorvete, panetones, maionese, biscoitos Gema desidratada para maionese Específica para o preparo de maionese, proporciona maior rendimento Clara líquida pasteurizada ou desidratada Massas, suspiros,sorvet,mousses,souflé Ovo integral+gema+sal maionese CONGELAMENTO DE OVOS OVO INTEIRO CRÚ = casca “arrebenta” CLARA COZIDA = clara “borrachenta” CLARA E GEMA CRÚS = batidos levemente (9-12meses) CLARA CRUA = congela-se diretamente (9-12 meses) GEMA CRUA = levemente batida com 1 pitada de sal/açúcar (9-12 meses) Orientações Práticas Utilizar os ovos à temperatura ambiente, pois melhora o rendimento e evita rachaduras durante a cocção; Esfriar rapidamente após a cocção, afim de evitar a camada escura em torno da gema; Utilizar somente a clara em preparações à milanesa, pois a cobertura fica mais crocante e o óleo espirra menos durante a fritura; Não acrescentar ovos a misturas quentes, para não talhar; Incorporar a clara em neve com os outros ingredientes somente no último momento, com movimentos suaves; Verificar os ovos um a um, antes de acrescentar à preparação, pois podem estar alterados e comprometer a receita; Adicionar ácidos ou sal, na água de cocção dos ovos. A parte externa coagula imediatamente e evita vazamentos; Cortar ovos cozidos em rodelas fica mais fácil se a faca for antes mergulhada em água quente;isso impede que o ovo esfarele. Caviar M O U S S E S SUFLÊS SUSPIROS/ MERENGUES CUPCAKE MARSHMALLOW P A N Q U E C A S BISCOITOS MAIONESE MASSAS EMPANADOS B O L O S E T O R T A S OMELETE O V O S Q U E N T E S O V O S Q U E N T E S OVO POCHÊ O V O F R I T O OVOS MEXIDOS OVOS COZIDOS Referências ORNELLAS, Lieselotte – Técnica Dietética seleção e preparo de alimentos. São Paulo: Atheneu Editora, 2001. PHILIPPI, Sonia – Nutrição e Técnica Dietética. São Paulo: Editora Manole, 2003. TAICHMANN, Ione – Tecnologia Culinária. Caixias do Sul: EDUCS, 2000. Revista Saúde/Especial – Prevenção. Editora Abril/2004 GERMANO, Pedro e Maria Isabel – Higiene e Vigilância Sanitária de Alimentos. São Paulo: Varela,2001. LUNA, Niedja – Técnica Dietética, Modelo Experimental p/ graduação. São Paulo: Ametha, 1999. MAPA – Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. ARAÚJO, E COLs- Alquimia dos Alimentos. Editora SENAC, Distito Federal 2007 BARRUETO GONZALES N.B Biodisponibilidade de minerais das fontes leguminosas. Ver. Simbio-Logias. V.1.n1, mai/2008 RIBEIRO, N.D. e cols. Efeito de períodos de semeadura e das condições de armazenamento sobre a qualidade de grãos de feijão para cozimento. Bragantia: revista de ciências agronomicas, Campinas, v.66, n.n,p.157-163,2007
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