Buscar

Digestão dos Carboidratos

Prévia do material em texto

Digestão dos 
Lígia Lins Souza 
Polihidroxialdeídos ou cetonas ou 
substâncias que produzem um destes 
compostos após hidrólise. 
(Teles, 1981) 
Biomoléculas mais abundantes na natureza 
Principal fonte de energia para a maioria dos animais 
Responsável por funções vitais no organismo 
< 1% do peso 
do organismo 
75% da MS 
das forragens 
Substratos 
CELULOSE 
Classificação dos 
Monossacarídeos Oligossacarídeos Polissacarídeos 
Não podem ser 
hidrolisados a 
moléculas menores 
Após hidrólise, 
geram de 2 a 10 
moléculas de 
monossacarídeos 
Após hidrólise, 
geram mais de 10 
moléculas de 
monossacarídeos 
Maltose 
Sacarose 
Lactose 
Celobiose 
Amido 
Amilopectina 
Celulose 
Glicogênio 
Hemicelulose 
ALFA 
BETA () 
Parede celular Conteúdo celular 
dietéticos 
Parede celular Conteúdo celular 
Hemicelulose 
Celulose 
Lignina 
Não é carboidrato! 
CHOT’s solúveis 
Amido 
Pectina 
Digestibilidade depende do animal! 
dietéticos 
Macromolécula tridimensional amorfa encontrada nas plantas terrestres, associada à celulose na parede 
celular cuja função é de conferir rigidez, impermeabilidade e resistência a ataques 
microbiológicos e mecânicos aos tecidos vegetais. 
Lignina 
Estrutura de célula vegetal 
Planta 
‘NOVA’ 
Planta 
‘VELHA’ Parede celular: Lignina; Celulose; 
Hemicelulose; Pectina 
Conteúdo celular: Proteínas; Lipídeos; 
Carboidratos solúveis; Vitaminas 
70
72
74
76
78
80
82
84
86
88
90
0
2
4
6
8
10
12
14
16
30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360
FD
N
 (%
 M
S)
 
P
B
 (
%
 M
S)
 
Dias após plantio 
PB FDN
Capim colonião 
Conteúdo celular
Parede celular
Ralph, J. 1996
Celulose - Hemicelulose
Açucares, Amido, Pectina
Ligação α 1,4 
Amido 
Ligação β 1,4 
Celulose 
Digestão e Absorção 
Carboidratos nos alimentos 
Enzimas digestivas 
Fermentação microbiana 
Glicose no 
intestino delgado 
Ácidos graxos 
voláteis no rúmen 
Trato digestivo 
Digestão 
Absorção 
Amido 
(polissacarídeo) 
Processos digestivos 
 Local de digestão; 
 Ação enzimática; 
 Produção de hormônios; 
 Condição ambiental (pH, 
co-fatores, etc) 
Digestão na boca 
Ação mecânica 
Dentes: 
Enzima α-amilase (ptialina) 
Saliva: 
Digestão na boca 
Ação mecânica 
Dentes: 
Enzima α-amilase (ptialina) 
Saliva: 
Secretada por três pares de glândulas: 
 Parótida; 
 Submandibular; 
 Sublingual. 
Contém mucina (lubrificante da cavidade 
bucal – deglutição) 
Digestão na boca 
Ação mecânica 
Dentes: 
Enzima α-amilase (ptialina) 
Saliva: 
pH: varia de 6,5 a 7,3 
Contém mucina (lubrificante da cavidade 
bucal – deglutição) 
Digestão na boca 
Ação mecânica 
Dentes: 
Enzima α-amilase (ptialina) 
Saliva: 
pH: varia de 6,5 a 7,3 
Subst. tamponantes, 
NNP, P e Na 
α-amilase salivar 
Dependente de : 
pH ótimo 6,9; 
íon cloro (co-fator da reação hidrolítica); 
tempo de permanência na boca – curto. 
Parede 
celular 
Tri e dissac, 
Maltose e 
Maltotriose 
Oligossacarídeos 
ramificados com 
ligação α 1,4 e α 
1,6 
Pequenos 
polímeros de 
glicose (3 a 9 
GLI) 
Hidrolisa apenas 
as ligações α 1,4 
3 a 5% dos amidos são 
hidrolisados 
ISOMALTOSE 
MALTOTRIOSE 
Digestão no esôfago 
Ação prolongada da α-amilase salivar 
Ingluvio (papo) Funções: 
 Compartimento de armazenagem e 
umedecimento dos alimentos (grãos); 
 
 Câmara de fermentação p/ os 
microrganismos (Lactobacilos); 
 
 Produção de ácido lático e acético 
(contribui com 3% das exigências 
energéticas de mantença – ave caipira). 
Papo 
Moela 
Intestino 
Digestão no estômago (não ruminantes) 
Ação da α-amilase salivar continua no interior do bolo alimentar 
Transforma de 30 a 40% o amido em maltose e isomaltose 
pH < 4,0 (HCl): bloqueia a atividade enzimática 
Peptídeos 
Aminoácidos 
Estímulos 
psíquicos 
pH ≈ 2,0 
Hidrogênios iônicos 
(HCl) 
 Hidrolisa lig. entre as unidades de 
sacarídeos; 
 
 Agem em posições ao acaso dentro 
da molécula de amido; 
 
 Produz uma mistura de mono, di, tri 
e polissacarídeos. 
PROVENTRÍCULO ou 
estômago glandular e 
VENTRÍCULO, MOELA 
ou estômago muscular 
Digestão no estômago (ruminantes) 
Estômago verdadeiro ou 
glandular 
* O estômago de bovinos é 
aparente aos 28 dias de 
desenvolvimento embrionário e 
aos 56 dias os compartimentos 
estão diferenciados. 
Características do rúmen como câmara de 
fermentação 
 Temperatura entre 38-42oC (média de 39oC); 
 Anaerobiose; 
 pH entre 5,5 - 7,0; 
 Presença de bactérias, protozoários (utilizam pouco carboidratos solúveis; 
engolfam amido e partículas alimentares; utilizam celulose, engolfam bactérias e 
possuem enzimas proteolíticas), fungos (colonizam a fração celulose-lignina 
inicialmente, facilitando o acesso das bactérias a esta fração) e Archaeas; 
 Suprimento de nutrientes e remoção dos produtos de fermentação. 
Fermentação microbiana no rúmen 
Celulose Hemicelulose Pectina Amido Sacarose 
Glicose 
Piruvato 
Propionato Acetato 
Butirato 
Fermentação 
Lactato 
CO2 
Metano 
Diminui pH 
Glicólise 
AGV (maior fonte energética dos ruminantes) 
Hidrólise (digestão) 
Microbiologia do rúmen 
 Aproximadamente 70-85% da matéria seca digestível da ração é 
fermentada no rúmen, com produção de AGV, CO2, CH4, NH3 e células 
microbianas. 
Bactérias 
A classificação é feita parcialmente em função dos substratos que as bactérias utilizam 
e parcialmente considerando o que elas produzem: 
 
a) Digestoras de celulose ou celulolíticas: Bacterioides succinogenes; 
b) Digestoras de amido ou amilolíticas; 
c) Digestoras de hemicelulose; 
d) bactérias fermentadoras de açúcares (glicolíticas); 
e) Bactérias que utilizam ácidos; 
f) Bactérias metanogênicas; 
g) Bactérias digestoras de proteína ou proteolíticas; 
h) Bactérias digestoras de gordura ou lipolíticas; 
i) Bactérias que hidrolisam a ureia; 
j) Bactérias produtoras de amônia a partir de compostos nitrogenados. 
Bactérias celulolíticas 
 Produz celulases e hidrolisa ligações β 1,4 Gli; 
 Prefere pH 6-7; 
 Utiliza N na forma de NH3; 
 Requer S para síntese de AA sulfurados (cistina e metionina); 
 Produz ACETATO, propionato, pouco butirato, CO2; 
 Predominante em animais recebendo dietas com forragens. 
Bactérias amilolíticas 
 Produz amilases e digere amido; 
 Prefere pH 5-6; 
 Usa N na forma de NH3 ou peptídeos; 
 Produz PROPIONATO, butirato e algumas vezes lactato; 
 Predomina em animais recebendo dietas com grãos; 
 Mudança rápida da dieta para grãos pode causar acidose lática (pH decresce 
rapidamente). 
Protozoários 
 Papel fundamental: 
 Engolfamento de partículas de amido; 
 Fermentação à AGV de forma mais lenta do que as bactérias (evitando acidose 
lática). 
Produção de AGV – Relação molar 
Forragem:Concentrado Acetato Propionato Butirato 
100:0 71,4 16,0 7,9 
75:25 68,2 18,1 8,0 
50:50 65,3 18,4 10,4 
40:60 59,8 25,9 10,2 
20:80 53,6 30,6 10,7 
Perfil dos AGV no rúmen 
Ácido acético 
Ácido propiônico 
Ácido lático 
pH ruminal 
M
o
l /
 1
0
0
 M
o
le
s 
Atividade da 
microbiota celulolítica 
Atividade da 
microbiota amilolítica 
a 
Velocidade de fermentação dos carboidratos no 
rúmen 
Digestão no intestino delgado 
 Porção mais longa do tubo digestivo; 
 Ação mais demorada das enzimasdigestivas; 
 Ocorrem os processos “finais” da digestão e absorção. 
 
 Entrada do alimento (quimo) no duodeno: 
 mudanças no pH, produção de hormônios, subst. alcalinizantes e enzimas 
 base (bicarbonato) 
 pH neutro 
 ácido (HCl) 
 
Pâncreas 
Estômago 
Intestino delgado 
Digestão dos CHO’s pela amilase pancreática – 
FASE DE LÚMEN 
 Enzima α-AMILASE PANCREÁTICA: 
Ação semelhante à α-amilase salivar; 
Hidrolisa as lig. α-1,4 glicosídicas; 
 Incapaz de hidrolisar lig. ß-1,4; 
pH de atuação de 4,5 até 11 (pH ótimo 6,9); 
Resistente á ação proteolítica das enzimas pancreáticas; 
Produtos finais (não podem ser absorvidos pela mucosa): 
Oligossacarídeos de cadeia ramificada (dextrinas limite lig. α-1,4 e 1,6); 
Di e trissacarídeos com lig. α-1,6 (maltose, maltotriose e isomaltose) 
 
***NENHUMA GLI LIVRE É FORMADA PELA HIDRÓLISE DA α-AMILASE PANCREÁTICA 
 
Digestão dos di, tri e oligossacarídeos na borda-em-escova 
da mucosa duodenal – FASE DE MUCOSA 
 Principal diferença entre a fase luminal: 
 As enzimas estão quimicamente ligadas à membrana superficial (substrato deve entrar 
em contato com o epitélio); 
 4 ENZIMAS dissacaridases e 1 ENZIMA oligossacaridase 
 
 DISSACARIDASES: 
 LACTASE 
 Hidrolisa a ligação GAL ß1,4-GLI da lactose (em lactantes); 
 LACTOSE → GALACTOSE + GLICOSE; 
 Em leitão – adequação de dietas pós desmame (28 dias); 
 Escolher ingredientes que sejam compatíveis com o padrão de secreção enzimático 
Dissacaridase e Oligossacaridade 
 SACARASE: 
 Hidrolisa a lig. GLI α-1,2-ß-FRU; 
 SACAROSE → GLICOSE + FRUTOSE 
 
 MALTASE E ISOMALTASE: 
 Hidrolisa a lig α-1,4; 
 MALTOSE E ISOMALTOSE → GLICOSE + GLICOSE 
 
OLIGOSSACARIDASE 
 α-DEXTRINASE: 
 Hidrolisa as lig. α-1,6; 
 Resíduos produzidos com lig α-1,4 (atacados pela α-amilase ou pelas maltases, 
dependendo do tamanho) 
Produtos finais da digestão dos CHOT’s no ID 
80% GLICOSE 
10% GALACTOSE 
10% FRUTOSE 
No intestino grosso (“semelhante” ao rúmen) 
 Importante p/ os eqüinos (ceco e cólon funcionais); 
 Coelho aproveita os cecotróficos; 
 Digestão realizada pela ação de enzimas produzidas por microrganismos; 
 Celulose e hemicelulose (polímeros com lig. ß 1,4) são hidrolisados; 
 CHO’s solúveis são fermentados rapidamente; 
 Produtos finais: AGV (acético, propiônico e butirico),e gases (CO2 e CH4) e NH3. 
E a absorção e o metabolismo?!

Continue navegando