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PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 1 PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 2 PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL: RELAÇÕES ENTRE AUTONOMIA, APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO. Juliana Balta Ferreira Simone Helen Drumond Ischkanian Gladys Nogueira Cabral Nivea Maria Costa Vieira Silvana Nascimento de Carvalho Sandro Garabed Ischkanian Gabriel Nascimento de Carvalho O presente estudo, de caráter bibliográfico e documental, analisa as contribuições de Paulo Freire para a Psicologia Educacional, especialmente no que se refere às relações entre autonomia, aprendizagem e desenvolvimento humano. A investigação foi estruturada a partir de grupo focal de estudos que selecionou documentos em bases digitais, periódicos científicos, livros clássicos do autor e produções contemporâneas de pesquisadores da área. O objetivo central foi compreender como os pressupostos da pedagogia freireana dialogam com achados da neuropsicologia educacional e das ciências cognitivas, oferecendo subsídios para práticas pedagógicas mais emancipatórias. Paulo Freire enfatiza que a aprendizagem deve ser construída a partir da realidade vivida pelo educando, valorizando o diálogo como prática fundante do processo educativo. A autonomia emerge como princípio orientador, uma vez que o sujeito aprende a pensar criticamente e a intervir no mundo, em vez de apenas absorver conteúdos prontos (Freire, 1996). A Psicologia Educacional, por sua vez, contribui para a compreensão dos processos cognitivos e socioemocionais que sustentam o desenvolvimento, reforçando que a aprendizagem significativa depende tanto da interação dialógica quanto da plasticidade cerebral (Kolb; Gibb, 2011; Sousa, 2011). Os achados da literatura contemporânea indicam interfaces importantes entre a pedagogia freireana e estudos sobre atenção, motivação e afetividade. Immordino-Yang e Damasio (2007), por exemplo, defendem que a emoção é central para o aprendizado, aspecto coerente com a ênfase freireana na dimensão humanizadora da educação. Pesquisas recentes também apontam para a necessidade de integrar tecnologias digitais ao processo formativo, sem reduzir o papel do diálogo crítico (Adams, 2022; Vieira, 2021; Pareschi; Carvalho; Mill, 2023). O grupo focal de estudos possibilitou identificar quatro grandes eixos de análise: (i) a autonomia como construção coletiva, ligada à participação ativa do estudante no processo de ensino-aprendizagem; (ii) a aprendizagem significativa como resultado da articulação entre saberes cotidianos, conhecimentos científicos e experiências de vida; (iii) o desenvolvimento humano como processo contínuo de conscientização, em diálogo com a neurociência e a psicologia do desenvolvimento; e (iv) as práticas pedagógicas inclusivas e democráticas, que rompem com posturas autoritárias e excludentes (Demo et al., 2025; Santos et al., 2025). A pedagogia freireana permanece atual e necessária, sobretudo diante de desafios contemporâneos como a exclusão escolar, o uso crítico das tecnologias e a formação de sujeitos capazes de atuar de forma reflexiva e solidária. A Psicologia Educacional amplia este debate ao oferecer fundamentos para compreender como o cérebro aprende, como as emoções interferem nos processos cognitivos e como o ambiente sociocultural influencia o desenvolvimento (Posner; Rothbart, 2007; McEwen, 2012). Conclui-se que a integração entre os aportes de Paulo Freire e da Psicologia Educacional fortalece a prática pedagógica emancipatória, na medida em que evidencia a importância de processos dialógicos, críticos e afetivos para o aprendizado humano. A autonomia, a aprendizagem significativa e o desenvolvimento pleno não são metas isoladas, mas dimensões interdependentes de uma educação libertadora, comprometida com a transformação social. Palavras-chave: Paulo Freire; psicologia educacional; autonomia; aprendizagem; desenvolvimento humano; neuropsicologia educacional. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 3 PAULO FREIRE AND EDUCATIONAL PSYCHOLOGY: RELATIONS BETWEEN AUTONOMY, LEARNING, AND DEVELOPMENT. Juliana Balta Ferreira Simone Helen Drumond Ischkanian Gladys Nogueira Cabral Nivea Maria Costa Vieira Silvana Nascimento de Carvalho Sandro Garabed Ischkanian Gabriel Nascimento de Carvalho This bibliographic and documentary study analyzes Paulo Freire’s contributions to Educational Psychology, especially regarding the relations between autonomy, learning, and human development. The investigation was structured through a study focus group that selected documents from digital databases, scientific journals, classical works of the author, and contemporary productions by researchers in the field. The central objective was to understand how the assumptions of Freirean pedagogy dialogue with findings from educational neuropsychology and cognitive sciences, providing support for more emancipatory pedagogical practices. Paulo Freire emphasizes that learning must be constructed from the learner’s lived reality, valuing dialogue as the foundational practice of the educational process. Autonomy emerges as a guiding principle, as the subject learns to think critically and intervene in the world, rather than merely absorbing ready-made content (Freire, 1996). Educational Psychology, in turn, contributes to understanding the cognitive and socio-emotional processes that sustain development, reinforcing that meaningful learning depends both on dialogical interaction and on brain plasticity (Kolb & Gibb, 2011; Sousa, 2011). Findings from contemporary literature indicate important interfaces between Freirean pedagogy and studies on attention, motivation, and affectivity. Immordino-Yang and Damasio (2007), for example, argue that emotion is central to learning, a perspective coherent with Freire’s emphasis on the humanizing dimension of education. Recent research also points to the need to integrate digital technologies into the formative process, without diminishing the role of critical dialogue (Adams, 2022; Vieira, 2021; Pareschi, Carvalho & Mill, 2023). The study focus group made it possible to identify four major axes of analysis: (i) autonomy as a collective construction, linked to the active participation of the student in the teaching-learning process; (ii) meaningful learning as the result of articulating everyday knowledge, scientific knowledge, and life experiences; (iii) human development as a continuous process of awareness, in dialogue with neuroscience and developmental psychology; and (iv) inclusive and democratic pedagogical practices that break with authoritarian and exclusionary approaches (Demo et al., 2025; Santos et al., 2025). Freirean pedagogy remains current and necessary, especially in the face of contemporary challenges such as school exclusion, the critical use of technologies, and the formation of subjects capable of acting reflectively and in solidarity. Educational Psychology broadens this debate by offering foundations to understand how the brain learns, how emotions affect cognitive processes, and how the sociocultural environment influences development (Posner & Rothbart, 2007; McEwen, 2012). It is concluded that the integration of Paulo Freire’s contributions with Educational Psychology strengthens emancipatory pedagogical practice, as it highlights the importance of dialogical, critical, and affective processes for human learning. Autonomy, meaningful learning, and full development are not isolated goals, but interdependent dimensions of a liberating education committed to social transformation. Keywords: Paulo Freire; educational psychology; autonomy; learning; human development; educational neuropsychology. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 4 PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL: RELAÇÕES ENTRE AUTONOMIA, APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO. Julianao desenvolvimento integral. Estudos recentes apontam que o uso crítico e reflexivo das tecnologias digitais favorece aprendizagem significativa, criatividade e engajamento, ao mesmo tempo em que estimula análise crítica e resolução de problemas (Pareschi, Carvalho & Mill, 2023; Adams, 2022). O papel do educador no desenvolvimento humano integral é mediar, apoiar e desafiar o educando, promovendo reflexão crítica, diálogo e ação transformadora (Freire, 1991; Freire, 1994). A Psicologia Educacional contribui ao fornecer subsídios sobre estratégias que fortalecem a motivação, a atenção e o desenvolvimento socioemocional, favorecendo a aprendizagem e a autonomia. A formação ética, crítica e consciente está diretamente relacionada à capacidade do sujeito de transformar a realidade. Freire (1992) destaca que a educação deve formar cidadãos capazes de intervir de maneira responsável, participativa e solidária na sociedade. A Psicologia Educacional indica que habilidades socioemocionais, empatia e autorregulação são fatores decisivos para essa transformação. A promoção do desenvolvimento humano integral, ao incluir o reconhecimento da diversidade e a valorização da inclusão, assume um papel estratégico na formação de sujeitos completos, capazes de interagir de maneira consciente e respeitosa em sociedades plurais (Ferreira, Ischkanian, Cabral, Filgueiras, Carvalho, Ischkanian & Carvalho, 2025). Ao considerar as diferenças culturais, sociais, cognitivas e emocionais, a educação cria oportunidades para que todos os estudantes se sintam pertencentes e engajados, contribuindo para a construção de ambientes de aprendizagem mais justos, equitativos e colaborativos. Essa perspectiva rompe com práticas homogeneizadoras e autoritárias, enfatizando que cada indivíduo possui potencialidades únicas que devem ser reconhecidas e desenvolvidas. A pedagogia freireana sustenta que a educação deve ser um espaço de diálogo e problematização da realidade, no qual a inclusão não é apenas um princípio formal, mas uma prática cotidiana que envolve escuta, respeito e valorização das experiências dos alunos. Ao integrar essa visão com a Psicologia Educacional, percebe-se que contextos inclusivos promovem não apenas a participação social, mas também o desenvolvimento de habilidades cognitivas, como pensamento crítico, resolução de problemas e criatividade. A aprendizagem significativa ocorre quando o estudante se sente respeitado e parte ativa do processo, tornando-se capaz de relacionar o conhecimento adquirido com sua própria realidade e contexto social. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 30 Práticas inclusivas fortalecem competências socioemocionais essenciais, como empatia, cooperação, autorregulação emocional e responsabilidade ética. A interação em ambientes diversos permite que os estudantes compreendam perspectivas diferentes da sua, desenvolvam sensibilidade social e aprendam a agir de maneira ética e crítica em situações complexas. Esse alinhamento entre a pedagogia freireana e a Psicologia Educacional evidencia que a inclusão não é apenas um objetivo moral ou legal, mas um fator determinante para o desenvolvimento integral do ser humano, preparando-o para atuar de forma reflexiva, autônoma e solidária em múltiplos contextos. O desenvolvimento humano integral e a conscientização crítica não podem ser vistos como aspectos isolados da educação; eles se articulam de maneira indissociável para formar sujeitos capazes de compreender, refletir e intervir sobre a realidade em que vivem. Ao considerar dimensões cognitivas, emocionais, éticas e sociais, a educação libertadora promove não apenas a aquisição de conhecimentos, mas também o fortalecimento da capacidade de tomar decisões conscientes, compreender impactos de suas ações e agir com responsabilidade social (Freire, 1996; Demo, Ischkanian, Cabral, Santos, Carvalho, Ischkanian, Venditte & Carvalho, 2025). Esse processo implica reconhecer o educando como sujeito ativo, capaz de participar da construção do conhecimento e da transformação de seu entorno, em vez de ser apenas receptor passivo de informações. Integrar a pedagogia freireana à Psicologia Educacional permite identificar e potencializar os processos cognitivos e socioemocionais que sustentam a aprendizagem significativa e a autonomia. Por meio dessa integração, torna-se possível compreender como experiências vividas, contextos de interação e práticas pedagógicas inclusivas influenciam o desenvolvimento do pensamento crítico, da empatia e da capacidade de resolver problemas complexos. A consciência crítica, nesse sentido, é construída continuamente, à medida que o educando dialoga com o mundo, reflete sobre situações concretas e identifica possibilidades de transformação pessoal e coletiva, alinhando-se com a proposta freireana de educação como prática da liberdade. A formação integral apoiada na conscientização crítica contribui para a construção de uma sociedade mais justa e democrática, ao preparar indivíduos capazes de atuar de maneira ética, responsável e solidária. Ao promover a autonomia, a reflexão e a ação transformadora, a educação libertadora cria condições para que os estudantes se tornem agentes de mudança, conscientes de suas responsabilidades e aptos a colaborar em processos de inclusão social, participação democrática e valorização da diversidade. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 31 2.4. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INCLUSIVAS E DEMOCRÁTICAS PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 32 A implementação de práticas pedagógicas inclusivas e democráticas constitui um elemento central da proposta freireana, enfatizando que a educação não pode ser limitada a um grupo restrito de estudantes ou a processos autoritários de ensino. A inclusão é compreendida não apenas como acesso físico ao espaço escolar, mas como participação efetiva, reconhecimento das diferenças e valorização dos saberes de cada aluno (Demo, Ischkanian, Cabral, Santos, Carvalho, Ischkanian, Venditte & Carvalho, 2025; Belchior, Ischkanian, Cabral, Ischkanian, Carvalho & Carvalho, 2025). Essa perspectiva permite que todos os educandos se sintam parte integrante do processo de aprendizagem, fortalecendo a autoestima, a motivação e a identidade social. Uma prática pedagógica inclusiva e democrática consiste em organizar debates temáticos em sala de aula, nos quais todos os estudantes possam expressar suas opiniões e experiências. O objetivo é desenvolver habilidades de escuta ativa, respeito às diferenças e capacidade de argumentação, promovendo um ambiente de diálogo e participação coletiva. Outra estratégia envolve a implementação de projetos colaborativos interdisciplinares, nos quais os alunos planejam, executam e avaliam ações de aprendizagem em grupo. Essa prática busca fortalecer a autonomia, a cooperação, a responsabilidade compartilhada e a capacidade de resolução de problemas complexos. A utilização de tecnologias digitais adaptativas é uma prática que permite atender diferentes estilos e ritmos de aprendizagem, oferecendo recursos interativos, audiovisuais e personalizados. O objetivo é promover equidade no acesso ao conhecimento, engajamento ativo e aprendizagem significativa, garantindo que todos os estudantes participem plenamente do processo educativo. A criação de grupos de estudo diversificados, nos quais alunos com diferentes habilidades, experiências e origens culturais interagem, é uma prática que favorece a inclusão social e o desenvolvimento de competências socioemocionais. O objetivo é estimular empatia, colaboração, troca de saberes e integração de diferentes perspectivas no processo de aprendizagem. A aplicação de avaliações formativas e contínuas permite que estudantes e professores acompanhem o progresso de aprendizagem de forma conjunta, ajustando estratégias pedagógicasconforme necessário. O objetivo é garantir justiça e equidade, valorizando os processos de aprendizagem e promovendo a participação ativa dos alunos na construção de seu próprio conhecimento. A promoção de rodas de conversa e oficinas de cidadania na escola é uma prática que incentiva a expressão de opiniões, o debate ético e a reflexão sobre questões sociais e culturais. O PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 33 objetivo é desenvolver consciência crítica, responsabilidade social e habilidades de participação democrática entre os estudantes. A adaptação de materiais e atividades para atender necessidades educativas especiais ou diferentes estilos de aprendizagem é uma prática que busca eliminar barreiras ao acesso ao conhecimento. O objetivo é garantir inclusão efetiva, participação plena e equidade no processo de ensino-aprendizagem. A integração de atividades comunitárias e projetos sociais no currículo escolar é uma prática que conecta o aprendizado à realidade do estudante e da comunidade. O objetivo é desenvolver responsabilidade social, engajamento cívico e capacidade de aplicar conhecimentos em contextos reais, fortalecendo o vínculo entre escola e sociedade. A utilização de metodologias ativas, como aprendizagem baseada em problemas e aprendizagem por projetos, é uma prática que promove protagonismo estudantil e construção coletiva do conhecimento. O objetivo é estimular autonomia, pensamento crítico, criatividade e colaboração entre os estudantes, favorecendo a participação democrática no processo educativo. A formação contínua de educadores para práticas inclusivas e democráticas é uma estratégia que garante a competência pedagógica para mediar conflitos, diversificar métodos e promover equidade. O objetivo é assegurar que o ambiente escolar seja inclusivo, ético, participativo e capaz de atender às necessidades cognitivas, sociais e emocionais de todos os estudantes. O diálogo é um componente essencial nesse modelo pedagógico, uma vez que possibilita a construção coletiva do conhecimento e a troca de experiências entre professores e alunos. A prática freireana rompe com a visão do educador como transmissor exclusivo de saberes, posicionando-o como mediador que incentiva a reflexão crítica e a participação ativa (Freire, 1996; Drumond Ischkanian, 2025). A Psicologia Educacional contribui para essa compreensão, destacando que ambientes de ensino baseados no diálogo promovem atenção, engajamento emocional e consolidam memórias significativas, facilitando aprendizagens duradouras e relevantes (Sousa, 2011; Immordino-Yang; Damasio, 2007). A construção de ambientes democráticos envolve a participação ativa dos estudantes nas decisões que afetam o processo educativo. Quando os alunos são envolvidos na definição de projetos, temas de estudo e metodologias, desenvolve-se um senso de responsabilidade coletiva e autonomia crítica (Ferreira, Ischkanian, Cabral, Filgueiras, Carvalho, Ischkanian & Carvalho, 2025). Essa participação estimula a compreensão de que a educação é um espaço compartilhado, no qual todos têm direitos e deveres, consolidando práticas de cidadania desde o ambiente escolar. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 34 Práticas pedagógicas inclusivas também exigem atenção às diferentes formas de aprendizagem e aos estilos cognitivos variados dos estudantes. Ao adaptar atividades e materiais para atender às necessidades individuais, a escola promove equidade, garantindo que todos os alunos possam participar de forma efetiva e significativa (Santos, Ischkanian, Cabral, Carvalho, Carvalho & Ischkanian, 2025). Essa abordagem valoriza a diversidade e reconhece que o aprendizado se constrói na interação entre experiências pessoais e saberes compartilhados. A valorização da escuta ativa é outro aspecto fundamental. Professores que praticam a escuta genuína das ideias, dúvidas e contribuições dos alunos fortalecem a relação pedagógica e o vínculo afetivo, criando um ambiente seguro para a expressão e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais (Demo, Ischkanian, Cabral, Santos, Carvalho, Ischkanian, Venditte & Carvalho, 2025). A escuta promove também a reflexão crítica, pois permite que o estudante perceba a complexidade dos problemas e as múltiplas perspectivas existentes. A utilização de tecnologias digitais, quando integrada de forma crítica e contextualizada, potencializa a inclusão e a participação democrática. Ferramentas digitais podem facilitar o acesso à informação, estimular a colaboração e diversificar as formas de expressão, mas devem ser incorporadas sem substituir o diálogo e a mediação do educador (Adams, 2022; Vieira, 2021; Pareschi, Carvalho & Mill, 2023). A integração equilibrada entre tecnologia e pedagogia freireana reforça a aprendizagem significativa e a autonomia crítica. A promoção da participação social e comunitária também é um eixo central das práticas inclusivas. Projetos que conectam a escola à comunidade permitem que os estudantes compreendam e atuem sobre a realidade em que vivem, desenvolvendo competências sociais, éticas e políticas (Freire, 1991; Demo et al., 2025). Essa abordagem fortalece a conscientização crítica e prepara os alunos para atuar de forma responsável e transformadora fora do contexto escolar. A aprendizagem colaborativa se configura como estratégia essencial. Trabalhar em grupos, discutir problemas reais e construir soluções coletivas contribui para a internalização de conceitos, desenvolvimento da empatia e respeito às diferenças (Shonkoff; Phillips, 2000; Kolb; Gibb, 2011). A colaboração reforça o princípio de que o conhecimento não é um produto individual, mas uma construção social que depende da interação e do diálogo. As práticas pedagógicas inclusivas e democráticas não se limitam à adaptação de conteúdos ou à diversificação de métodos; elas constituem um compromisso profundo com a construção de uma cultura escolar que valoriza a dignidade, a diversidade e o protagonismo dos estudantes. Ao colocar o diálogo, a participação e a escuta ativa no centro do processo educativo, essas práticas reconhecem que cada aprendiz traz consigo experiências únicas, saberes prévios, PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 35 habilidades diferenciadas e necessidades específicas, que devem ser respeitadas e integradas à dinâmica da sala de aula. Essa abordagem transforma a educação em uma construção coletiva do conhecimento, na qual alunos e educadores compartilham responsabilidades, aprendem uns com os outros e se engajam em processos significativos que estimulam o pensamento crítico, a criatividade e a empatia. A flexibilidade curricular e a interdisciplinaridade são elementos fundamentais para a efetivação de práticas inclusivas e democráticas. Adaptar conteúdos, métodos e avaliações às particularidades de cada estudante permite criar um ambiente em que todos possam participar ativamente, respeitando ritmos, interesses e estilos de aprendizagem variados. Ao conectar saberes de diferentes áreas, a interdisciplinaridade amplia a compreensão do mundo e fortalece habilidades cognitivas complexas, como análise, síntese, solução de problemas e tomada de decisão ética. O processo educativo deixa de ser fragmentado e passa a refletir a complexidade da vida social, promovendo uma aprendizagem que é ao mesmo tempo significativa e transformadora. O uso de tecnologias digitais, quando integrado a práticas pedagógicas inclusivas, constitui um poderoso recurso de equidade e engajamento. Ferramentas digitais permitem que estudantes com diferentes perfis e necessidades participem plenamente do processo educativo, oferecendo múltiplas formas de acessar, construir e compartilhar conhecimento. Essa integração tecnológica, aliada a estratégias de mediação pedagógica, potencializa o diálogo, a colaboração e a autonomia, sem substituir acentralidade da interação humana. Promove o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e cognitivas, preparando os estudantes para atuar de forma crítica, ética e responsável na sociedade contemporânea. Práticas inclusivas e democráticas também fortalecem a autoestima e o senso de pertencimento dos estudantes. Quando reconhecidos e valorizados em sua singularidade, os aprendizes desenvolvem confiança em suas capacidades e maior disposição para enfrentar desafios, experimentar soluções criativas e participar ativamente da vida escolar. Esse ambiente acolhedor e estimulante contribui para a formação de sujeitos críticos e autônomos, capazes de dialogar, refletir e agir de maneira ética e responsável, integrando os conhecimentos acadêmicos à realidade de suas comunidades. A construção de uma educação inclusiva e democrática exige a superação de práticas tradicionais e autoritárias que reforçam desigualdades e exclusões. A pedagogia freireana demonstra que o ensino não deve ser um ato de transferência unilateral de conhecimento, mas sim um processo dialógico em que educadores e estudantes aprendem mutuamente. A aprendizagem significativa ocorre quando o saber é conectado à experiência de vida dos alunos, tornando o conteúdo relevante, engajador e transformador. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 36 O diálogo emerge como eixo central das práticas inclusivas, promovendo a escuta ativa, o respeito mútuo e a valorização das contribuições de todos os participantes do processo educativo. Por meio da interação constante e reflexiva, alunos e professores constroem conjuntamente o conhecimento, desenvolvendo competências cognitivas, emocionais e sociais que extrapolam o espaço escolar e se estendem à vida comunitária. A participação ativa do estudante é outra dimensão essencial dessas práticas. Ao assumir responsabilidades na organização de projetos, na tomada de decisões e na avaliação do próprio aprendizado, o aluno fortalece sua autonomia e sua capacidade de agir criticamente no mundo. Essa postura transforma a educação em um espaço de empoderamento e engajamento social, preparando cidadãos conscientes, responsáveis e capazes de colaborar para a construção de sociedades mais justas e solidárias. As práticas pedagógicas inclusivas promovem, ainda, a aprendizagem cooperativa e colaborativa, favorecendo a construção coletiva do conhecimento e a integração de diferentes perspectivas. O trabalho em grupo, o debate e a resolução conjunta de problemas estimulam habilidades sociais, empatia e capacidade de negociação, essenciais para a convivência democrática e para a atuação ética e responsável no contexto social. A avaliação formativa e contínua é uma estratégia que reforça a democracia na escola, ao permitir que professores e estudantes acompanhem o progresso de aprendizagem de forma colaborativa. Esse modelo de avaliação valoriza os processos de aprendizagem, reconhece conquistas individuais e coletivas, identifica dificuldades e possibilita ajustes pedagógicos que atendam às necessidades específicas de cada estudante, promovendo inclusão e equidade. O respeito à diversidade cultural, social e cognitiva constitui um princípio orientador das práticas inclusivas. Reconhecer e valorizar diferentes formas de pensar, sentir e agir fortalece a empatia, amplia horizontes e prepara os estudantes para atuar em contextos diversos, promovendo cidadania e responsabilidade social. A inclusão tecnológica, quando mediada pedagogicamente, contribui para a aprendizagem significativa e para o desenvolvimento de competências digitais, essenciais no mundo contemporâneo. Ferramentas digitais interativas permitem experiências de aprendizagem personalizadas, promovendo autonomia, engajamento e colaboração, e conectando os conteúdos escolares à realidade cotidiana e profissional dos estudantes. A integração de valores éticos, sociais e cognitivos nas práticas pedagógicas fortalece a consciência crítica e a responsabilidade social dos alunos. Ao compreenderem o impacto de suas ações no ambiente escolar e na comunidade, os estudantes desenvolvem habilidades de liderança, empatia, tomada de decisão ética e resolução de problemas complexos. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 37 Práticas pedagógicas inclusivas e democráticas favorecem a formação de sujeitos autônomos e críticos, capazes de questionar injustiças, propor soluções e atuar transformadoramente na sociedade. Esse processo exige que o currículo, os métodos de ensino e as avaliações estejam articulados com valores de equidade, diálogo e participação ativa. O desenvolvimento socioemocional é uma dimensão central das práticas inclusivas, pois fortalece a resiliência, a autoestima, a empatia e a capacidade de lidar com conflitos. Ao integrar o aspecto emocional ao cognitivo, a escola contribui para a formação de indivíduos completos, conscientes de suas potencialidades e responsabilidades sociais. A implementação de práticas inclusivas e democráticas requer formação contínua de educadores, para que estejam preparados para mediar conflitos, estimular o diálogo, diversificar estratégias pedagógicas e utilizar tecnologias de forma ética e eficaz. Essa formação é essencial para garantir que as ações escolares reflitam os princípios de justiça, equidade e humanização. Práticas pedagógicas inclusivas e democráticas consolidam uma educação libertadora, capaz de promover autonomia, aprendizagem significativa, desenvolvimento integral e conscientização crítica. Ao colocar os estudantes no centro do processo educativo, essas práticas contribuem para a formação de cidadãos éticos, engajados e preparados para atuar de maneira transformadora em suas comunidades e na sociedade em geral. Ao adotar estratégias de inclusão e democracia, a escola se torna um espaço de emancipação, criatividade e reflexão crítica. A construção de conhecimento coletivo, a valorização da diversidade e a participação ativa dos estudantes promovem aprendizagens profundas, transformadoras e duradouras, alinhadas aos princípios de uma educação ética, humanizadora e comprometida com a justiça social. A formação contínua dos educadores é crucial para implementar práticas inclusivas e democráticas. Professores preparados para lidar com a diversidade, adaptar estratégias pedagógicas e promover o diálogo crítico têm maior capacidade de criar ambientes acolhedores e estimulantes, favorecendo o desenvolvimento integral dos alunos (Freire, 1996; Drumond Ischkanian, 2025). A avaliação formativa e participativa complementa essas práticas. Quando os estudantes são envolvidos no processo de avaliação, refletindo sobre seu desempenho e estabelecendo metas de melhoria, desenvolvem autonomia, senso crítico e responsabilidade pelo próprio aprendizado (Belchior, Ischkanian, Cabral, Ischkanian, Carvalho & Carvalho, 2025). A avaliação deixa de ser apenas instrumento de mensuração e torna-se ferramenta pedagógica de construção do conhecimento. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 38 A promoção de valores éticos e democráticos está integrada à prática pedagógica. O reconhecimento das diferenças, o respeito mútuo e a colaboração constituem fundamentos de uma escola que prepara cidadãos conscientes, responsáveis e aptos a intervir positivamente na sociedade (Freire, 1994; Demo et al., 2025). Esses valores fortalecem não apenas o desenvolvimento cognitivo, mas também socioemocional e moral. A inclusão digital, quando orientada pedagogicamente, também contribui para práticas democráticas. Ferramentas tecnológicas podem ampliar a participação de alunos com dificuldades de acesso ou necessidades específicas, garantindo equidade e amplificando vozes que historicamente foram silenciadas (Pareschi, Carvalho & Mill, 2022; Vieira, 2021). A mediação crítica dessas tecnologias fortalece a aprendizagem significativa.O trabalho interdisciplinar é outro recurso importante. Projetos que envolvem diferentes áreas do conhecimento permitem que os alunos façam conexões entre saberes, construam compreensão ampla de problemas e desenvolvam pensamento crítico e criatividade (Santos, Ischkanian, Cabral, Carvalho, Carvalho & Ischkanian, 2025). A interdisciplinaridade reforça a inclusão, pois valoriza diferentes habilidades e formas de conhecimento. O desenvolvimento da empatia e da cooperação é intrínseco a ambientes democráticos. Atividades que estimulam o reconhecimento das perspectivas alheias, a resolução conjunta de conflitos e a tomada de decisões coletivas contribuem para a formação de sujeitos conscientes, éticos e socialmente responsáveis (Immordino-Yang; Damasio, 2007; McEwen, 2012). As práticas pedagógicas inclusivas e democráticas transcendem a simples aplicação de métodos didáticos diversificados, configurando-se como um verdadeiro compromisso ético e social da escola com a formação integral dos estudantes. Ao priorizar o diálogo, a participação ativa e a escuta atenta, essas práticas estabelecem um ambiente em que cada estudante é reconhecido em sua singularidade, com suas experiências, saberes prévios e necessidades específicas valorizadas. Essa abordagem permite que o processo educativo deixe de ser meramente transmissivo, tornando-se uma construção coletiva do conhecimento, em que alunos e professores compartilham responsabilidades e se engajam em aprendizados significativos. A integração de flexibilidade curricular e interdisciplinaridade amplia ainda mais o potencial das práticas inclusivas. Ao permitir que conteúdos, atividades e avaliações sejam adaptados às capacidades, interesses e ritmos de cada estudante, cria-se um ambiente em que todos podem se engajar de maneira produtiva e crítica. A interdisciplinaridade possibilita conectar saberes de diferentes áreas, promovendo compreensão ampla de problemas complexos, estimulando pensamento crítico, criatividade e resolução de problemas de forma colaborativa. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 39 A educação deixa de ser compartimentalizada e passa a refletir a complexidade da vida social e do mundo contemporâneo. Juliana Balta Ferreira (2025) destaca que o uso consciente de tecnologias digitais, quando integrado a estratégias pedagógicas reflexivas, funciona como ferramenta de inclusão, participação e engajamento, permitindo que estudantes com diferentes estilos de aprendizagem ou que enfrentam barreiras físicas, cognitivas ou socioeconômicas interajam, colaborem e expressem-se de formas diversas, de modo que a mediação pedagógica assegure que tais recursos não substituam o diálogo, mas potencializem o desenvolvimento da autonomia, da aprendizagem significativa e da conscientização crítica, preparando o educando para atuar de maneira ética, reflexiva e transformadora na sociedade, promovendo uma educação verdadeiramente libertadora, inovadora e humanizadora. Simone Helen Drumond Ischkanian (2025) afirma que o uso consciente de tecnologias digitais complementa práticas pedagógicas que estimulam inclusão, participação e engajamento, permitindo que alunos com diferentes necessidades e estilos de aprendizagem interajam e expressem suas ideias de maneiras diversificadas, sendo fundamental que essas ferramentas sejam mediadas pedagogicamente para potencializar a autonomia, a aprendizagem significativa e a reflexão crítica, garantindo que a tecnologia seja instrumento de emancipação, preparo ético e atuação transformadora na sociedade, consolidando uma educação libertadora e humanizadora. Gladys Nogueira Cabral (2025) ressalta que o uso consciente de tecnologias digitais, aliado a práticas pedagógicas inclusivas, atua como recurso de equidade e participação, possibilitando que estudantes com distintas habilidades cognitivas e físicas colaborem, compartilhem conhecimento e expressem-se criativamente, e que a mediação pedagógica adequada assegure que esses recursos ampliem a autonomia, a aprendizagem significativa e a reflexão crítica, formando sujeitos capazes de atuar de maneira ética, responsável e transformadora, fortalecendo uma educação libertadora, inovadora e profundamente humanizadora. Nivea Maria Costa Vieira (2025) enfatiza que o uso consciente de tecnologias digitais, quando integrado a estratégias pedagógicas intencionais, funciona como ferramenta de inclusão e engajamento, garantindo que estudantes com diferentes estilos de aprendizagem ou limitações de acesso possam interagir, colaborar e expressar-se de maneiras diversas, e que a mediação pedagógica transforme esses recursos em instrumentos para ampliar a autonomia, promover a aprendizagem significativa e fortalecer a consciência crítica, preparando os educandos para atuar de forma ética, reflexiva e transformadora, consolidando uma educação libertadora e profundamente humanizadora. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 40 Silvana Nascimento de Carvalho (2025) aponta que o uso consciente de tecnologias digitais, aliado à mediação pedagógica intencional, representa uma oportunidade de inclusão, participação e engajamento, permitindo que estudantes com diferentes capacidades cognitivas e físicas expressem-se, colaborem e construam conhecimento de maneira diversificada, e que, quando bem mediadas, essas ferramentas não substituem o diálogo, mas potencializam a autonomia, a aprendizagem significativa e a reflexão crítica, promovendo uma educação ética, reflexiva, transformadora e verdadeiramente libertadora. Sandro Garabed Ischkanian (2025) observa que o uso consciente de tecnologias digitais, integrado a práticas pedagógicas mediadas, fortalece a inclusão, a participação e o engajamento dos estudantes, permitindo que alunos com distintas necessidades e estilos de aprendizagem interajam, colaborem e expressem-se de formas diversas, garantindo que tais recursos potencializem a autonomia, a aprendizagem significativa e a consciência crítica, sem substituir o diálogo, preparando-os para atuar de maneira ética, reflexiva e transformadora na sociedade, e consolidando uma educação inovadora, libertadora e humanizadora. Gabriel Nascimento de Carvalho (2025) enfatiza que o uso consciente de tecnologias digitais, quando articulado à mediação pedagógica, funciona como instrumento de inclusão, participação e engajamento, oferecendo a estudantes com diferentes estilos de aprendizagem ou limitações de acesso a oportunidade de colaborar, interagir e expressar-se de maneira diversificada, assegurando que a tecnologia amplifique a autonomia, a aprendizagem significativa e a consciência crítica, fortalecendo a capacidade de atuação ética, reflexiva e transformadora na sociedade e promovendo uma educação verdadeiramente libertadora, inovadora e humanizadora. O uso consciente de tecnologias digitais complementa essas estratégias, funcionando como ferramenta de inclusão, participação e engajamento. Ferramentas digitais permitem que alunos com diferentes estilos de aprendizagem, ou que enfrentam barreiras de acesso físico ou cognitivo, possam interagir, colaborar e expressar-se de formas diversas, fortalecendo a equidade no processo educativo. É fundamental evidenciar que as tecnologias não substituem o diálogo, mas potencializam o desenvolvimento da autonomia, da aprendizagem significativa e da conscientização crítica, preparando os estudantes para atuar de maneira ética, reflexiva e transformadora na sociedade, promovendo uma educação verdadeiramente libertadora e humanizadora. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 41 2.5. INTEGRAÇÃO ENTRE PEDAGOGIA DIALÓGICA E NEUROCIÊNCIA EDUCACIONAL PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 42 A integração entre a pedagogia dialógica de Paulo Freire e a neurociência educacional evidencia que o processo de aprendizagem nãoé linear, mas dinâmico e multifacetado, envolvendo interações complexas entre aspectos cognitivos, emocionais e sociais. O diálogo, enquanto eixo central da pedagogia freireana, promove a construção coletiva do conhecimento e a problematização crítica da realidade, permitindo que os estudantes se tornem protagonistas de seu aprendizado (Immordino-Yang; Damasio, 2007; Sousa, 2011). A neurociência educacional contribui para essa compreensão ao demonstrar como experiências de aprendizagem significativas ativam diferentes redes neurais, fortalecendo a memória, a atenção e a capacidade de resolver problemas. Juliana Balta Ferreira (2025) destaca que a neurociência educacional contribui de forma decisiva para a compreensão do desenvolvimento do educando ao demonstrar como experiências de aprendizagem significativas ativam diferentes redes neurais, fortalecendo a memória, a atenção e a capacidade de resolver problemas, sendo fundamental que tais experiências sejam mediadas pedagogicamente de maneira reflexiva e contextualizada, de modo que o estudante se torne capaz de integrar conhecimento, desenvolver habilidades cognitivas e socioemocionais e atuar de forma consciente e transformadora na sociedade, consolidando uma educação inovadora, humanizadora e libertadora. Simone Helen Drumond Ischkanian (2025) enfatiza que a neurociência educacional evidencia como experiências de aprendizagem cuidadosamente planejadas e significativas promovem a ativação de múltiplas redes neurais, fortalecendo processos como memória, atenção e resolução de problemas, e que a mediação pedagógica adequada potencializa esses efeitos, permitindo que o educando não apenas adquira conhecimentos, mas também desenvolva competências cognitivas e socioemocionais, refletindo criticamente sobre sua realidade e atuando de forma ética e transformadora na sociedade. Gladys Nogueira Cabral (2025) ressalta que a neurociência educacional demonstra de maneira inequívoca como experiências de aprendizagem significativas envolvem a ativação de diferentes redes neurais, fortalecendo a memória, a atenção e a capacidade de resolver problemas complexos, e que, quando mediadas pedagogicamente, tais experiências ampliam a autonomia, a reflexão crítica e a criatividade do educando, promovendo um processo educativo inovador, gratificante e emancipador, capaz de formar sujeitos preparados para enfrentar desafios de forma ética, responsável e transformadora. Nivea Maria Costa Vieira (2025) afirma que a neurociência educacional contribui para compreender como experiências de aprendizagem significativas ativam múltiplas redes neurais, fortalecendo a memória, a atenção e a capacidade de resolver problemas, sendo essencial que a PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 43 mediação pedagógica integre essas descobertas em práticas que promovam não apenas a aquisição de conhecimento, mas também o desenvolvimento integral do educando, fomentando habilidades cognitivas e socioemocionais e preparando-o para atuar de maneira consciente, ética e transformadora na sociedade. Silvana Nascimento de Carvalho (2025) aponta que a neurociência educacional evidencia como experiências de aprendizagem significativas estimulam diferentes redes neurais, fortalecendo processos de memória, atenção e resolução de problemas, e que a mediação pedagógica deve orientar tais experiências de forma estratégica, garantindo que o estudante desenvolva competências cognitivas, socioemocionais e éticas, consolidando uma educação inovadora, humanizadora e libertadora, capaz de prepará-lo para enfrentar desafios complexos e agir transformadoramente na sociedade. Sandro Garabed Ischkanian (2025) observa que a neurociência educacional demonstra que experiências de aprendizagem significativas ativam diversas redes neurais, fortalecendo memória, atenção e habilidades de resolução de problemas, sendo crucial que a mediação pedagógica potencialize esses processos, promovendo o desenvolvimento integral do educando, estimulando a reflexão crítica, a autonomia e a criatividade, e preparando-o para atuar de forma ética, consciente e transformadora na sociedade, consolidando uma educação libertadora e inovadora. Gabriel Nascimento de Carvalho (2025) enfatiza que a neurociência educacional comprova como experiências de aprendizagem significativas envolvem a ativação de diferentes redes neurais, fortalecendo memória, atenção e capacidade de resolver problemas, e que a mediação pedagógica intencional desses processos permite que o educando desenvolva competências cognitivas e socioemocionais, perceba-se como agente de transformação e atue de forma ética, reflexiva e inovadora, consolidando uma educação verdadeiramente humanizadora, emancipadora e preparada para os desafios contemporâneos. A reflexão crítica, elemento chave do modelo freireano, está intimamente ligada a processos cognitivos complexos estudados pela neuropsicologia, como o controle executivo e a tomada de decisão (Posner; Rothbart, 2007; McEwen, 2012). Quando o estudante é colocado em contextos dialógicos, nos quais precisa analisar informações, discutir hipóteses e propor soluções, há estimulação de regiões cerebrais associadas ao raciocínio abstrato, à autorregulação e à empatia. Essa correlação científica reforça a ideia de que práticas pedagógicas centradas no diálogo não apenas formam críticos sociais, mas também promovem o desenvolvimento cognitivo profundo. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 44 O engajamento emocional também é um fator determinante na aprendizagem dialógica, visto que emoções positivas facilitam a consolidação da memória e aumentam a motivação intrínseca (Immordino-Yang; Damasio, 2007). A pedagogia de Freire, ao valorizar o reconhecimento do sujeito e o respeito às suas experiências, cria condições para que emoções construtivas estejam presentes, potencializando a aprendizagem significativa e o desenvolvimento integral. A problematização crítica envolve questionar realidades sociais e culturais, estimulando a análise e a síntese de informações, processo que ativa circuitos neurais relacionados ao pensamento crítico e à metacognição (Kolb; Gibb, 2011). Quando as atividades educativas são estruturadas para desafiar os estudantes a refletirem sobre contextos reais, ocorre a integração de competências cognitivas, afetivas e sociais, fomentando a construção de sujeitos autônomos e conscientes. O diálogo pedagógico se relaciona diretamente com a plasticidade cerebral, que permite ao cérebro reorganizar-se continuamente frente a novas experiências (McEwen, 2012; Kolb; Gibb, 2011). Práticas que envolvem debates, trabalhos colaborativos e reflexões críticas estimulam a formação de novas conexões neurais, consolidando a aprendizagem e favorecendo a transferência de conhecimentos para diferentes contextos. A inclusão de tecnologias digitais mediadas pedagogicamente potencializa a integração entre diálogo e aprendizagem significativa, criando ambientes de aprendizagem interativos, acessíveis e colaborativos (Vieira, 2021; Pareschi; Carvalho; Mill, 2022). Essas tecnologias favorecem a diversidade de experiências cognitivas e fortalecem a equidade no processo educativo, sem substituir o diálogo, mas potencializando o desenvolvimento da autonomia e da conscientização crítica (Sousa, 2011; Immordino-Yang; Damasio, 2007). A escuta ativa e o respeito às diferentes perspectivas são elementos essenciais da pedagogia dialógica, beneficiando-se das evidências da neurociência sobre empatia e interação social (Immordino-Yang; Damasio, 2007; Kolb; Gibb, 2011). Quando os estudantes percebem que suas opiniões são valorizadas e que podem contribuir com o coletivo, há maior engajamento e ativação de regiões cerebrais associadas à recompensa social (Sousa, 2011; Shonkoff; Phillips, 2000). A interdisciplinaridade, quando integradaao diálogo, estimula a transferência de conhecimentos entre áreas distintas e promove habilidades de pensamento crítico e resolução de problemas complexos (Santos et al., 2025). A neurociência educacional mostra que conectar diferentes domínios do conhecimento fortalece redes neurais associativas e melhora a flexibilidade PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 45 cognitiva, refletindo diretamente na eficácia das práticas freireanas (Sousa, 2011; Kolb; Gibb, 2011). A promoção da autonomia estudantil é intensificada por práticas que combinam diálogo e feedback construtivo, elementos defendidos por Freire (Posner; Rothbart, 2007; McEwen, 2012). A Psicologia Educacional demonstra que a capacidade de autogerenciamento do aprendizado está relacionada à ativação de circuitos neurais responsáveis pela autorregulação e pelo planejamento, fortalecendo a formação de sujeitos críticos e responsáveis. O desenvolvimento socioemocional é igualmente beneficiado pela integração entre diálogo e neurociência (Immordino-Yang; Damasio, 2007). Atividades que promovem interação, cooperação e reflexão sobre experiências emocionais estimulam regiões cerebrais associadas à empatia, ao controle emocional e à resolução de conflitos, consolidando a aprendizagem integral. A problematização coletiva e a construção compartilhada de conhecimento fortalecem a memória de trabalho e a capacidade de abstração (Sousa, 2011; Shonkoff; Phillips, 2000). Quando os estudantes refletem em grupo, há ativação simultânea de redes neurais responsáveis pelo pensamento crítico, linguagem e raciocínio lógico, otimizando processos cognitivos complexos e promovendo consciência social. O planejamento de atividades que conectam experiências individuais à realidade social amplia a aprendizagem significativa (Santos et al., 2025). A neurociência indica que experiências contextualizadas e emocionalmente engajadoras facilitam a consolidação da memória e a integração de novos conhecimentos, reforçando a importância de uma educação crítica, ética e comprometida com a transformação social. A promoção de ambientes colaborativos e inclusivos contribui para a motivação intrínseca e para o engajamento, fatores relacionados à ativação de sistemas de recompensa e à plasticidade cerebral (Kolb; Gibb, 2011; McEwen, 2012). Práticas pedagógicas que favorecem diálogo e participação ativa estimulam o desenvolvimento integral, fortalecendo competências cognitivas, sociais e emocionais. A mediação do professor, enquanto facilitador do diálogo, desempenha papel central na integração entre pedagogia freireana e neurociência educacional (Sousa, 2011). Ao orientar reflexões, propor desafios e estimular interações sociais construtivas, o educador contribui para a ativação de redes neurais associadas à aprendizagem, pensamento crítico e autorregulação, garantindo um processo significativo e inclusivo. A avaliação formativa e contínua, alinhada à pedagogia dialógica, favorece ajustes constantes no processo de aprendizagem (Santos et al., 2025). Ferramentas de avaliação que consideram participação ativa, colaboração e reflexão crítica permitem monitorar não apenas o PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 46 desempenho cognitivo, mas também o desenvolvimento socioemocional, consolidando práticas pedagógicas éticas, inclusivas e fundamentadas cientificamente. A integração entre pedagogia dialógica e neurociência educacional evidencia que aprender é um processo profundamente humano, mediado por relações, emoções e contextos significativos. Ao combinar reflexão crítica, problematização, diálogo e compreensão científica do funcionamento cerebral, essa abordagem fortalece autonomia, aprendizagem significativa, desenvolvimento integral e inclusão, consolidando práticas pedagógicas capazes de transformar a realidade social e educacional. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 47 3. CONCLUSÃO A reflexão sobre Paulo Freire e a Psicologia Educacional evidencia a importância de repensar a educação de forma integral, colocando o estudante no centro do processo de aprendizagem. Ao valorizar a autonomia, a aprendizagem significativa e o desenvolvimento humano, essa perspectiva propõe uma educação que vai além da simples transmissão de conteúdos, buscando formar sujeitos críticos, criativos e capazes de interagir de maneira ética e consciente com o mundo. A relevância do tema Paulo Freire e a Psicologia Educacional se evidencia de maneira particularmente significativa em um mundo marcado por rápidas transformações sociais, econômicas e tecnológicas. Os estudantes de hoje não apenas precisam dominar conteúdos acadêmicos, mas também desenvolver competências socioemocionais, capacidade de reflexão crítica e habilidades de resolução de problemas. Compreender como a autonomia, a aprendizagem e o desenvolvimento se articulam permite estruturar práticas pedagógicas que não apenas transmitam informações, mas promovam o desenvolvimento integral do sujeito, preparando-o para atuar de forma consciente, ética e responsável na sociedade. Em um contexto de diversidade cultural e social crescente, a educação precisa ser capaz de acolher diferentes experiências de vida, saberes prévios e perspectivas individuais. A compreensão das inter-relações entre autonomia, aprendizagem e desenvolvimento oferece aos educadores ferramentas para criar ambientes de aprendizagem inclusivos, nos quais cada estudante é reconhecido em sua singularidade. Isso fortalece não apenas o desenvolvimento cognitivo, mas também as habilidades sociais e emocionais, promovendo um ambiente educativo mais colaborativo e respeitoso, capaz de estimular empatia, solidariedade e engajamento crítico. A tecnologia, cada vez mais presente no cotidiano escolar, também se beneficia da integração entre pedagogia freireana e Psicologia Educacional. Ao compreender como o aprendizado significativo se dá no cérebro humano e como a motivação, a atenção e a emoção influenciam a cognição, é possível utilizar recursos digitais de maneira estratégica, promovendo experiências de aprendizagem mais personalizadas, interativas e eficazes. Essa abordagem permite que a tecnologia não seja apenas um instrumento de transmissão de conteúdo, mas um recurso para fortalecer a autonomia, a criatividade e a participação ativa do estudante no processo educativo. O desenvolvimento de cidadãos autônomos e críticos é essencial para a construção de sociedades democráticas e inclusivas. Compreender a relação entre autonomia, aprendizagem e desenvolvimento possibilita que a escola contribua de forma efetiva para a formação de sujeitos capazes de tomar decisões conscientes, interagir de maneira responsável com diferentes grupos PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 48 sociais e participar ativamente na transformação de seu entorno. Essa perspectiva amplia o papel da educação, que deixa de se restringir à instrução acadêmica e passa a atuar como um processo formativo integral, voltado para o desenvolvimento pleno de cada indivíduo. O tema evidencia a necessidade de práticas pedagógicas que promovam engajamento, reflexão e colaboração. Estudantes envolvidos em atividades que incentivam a participação ativa, o diálogo e a construção coletiva do conhecimento desenvolvem não apenas competências cognitivas, mas também socioemocionais, como empatia, assertividade e resiliência. Essa abordagem prepara os indivíduos para enfrentar desafios complexos em diversos contextos, sejam acadêmicos, profissionais ou comunitários, fortalecendo a capacidade de adaptação e de atuação crítica na sociedade contemporânea. A compreensão das relações entre autonomia, aprendizagem e desenvolvimento também contribui para reduzir desigualdades educacionais. Quando a escola reconhece as necessidades individuais e promove práticas inclusivas, torna-se possívelgarantir que todos os estudantes tenham oportunidades equitativas de aprender, crescer e se desenvolver. Essa perspectiva amplia o impacto social da educação, permitindo que jovens de diferentes origens e contextos culturais acessem o aprendizado de forma significativa, fortalecendo a coesão social e promovendo justiça e equidade. A integração desses conceitos reforça a importância de uma educação centrada no ser humano, capaz de articular teoria e prática, pesquisa e ação pedagógica. Ao compreender como a autonomia, a aprendizagem e o desenvolvimento se relacionam, os educadores podem criar estratégias que promovam a formação de sujeitos críticos, éticos e comprometidos com a transformação social. Essa abordagem não apenas valoriza o potencial de cada estudante, mas também fortalece o papel da escola como agente de mudança, contribuindo para a construção de um futuro mais justo, inclusivo e solidário. O estudo dessa temática reforça a urgência de investir em processos educativos que considerem a dimensão cognitiva, emocional e social do aluno, promovendo a formação de indivíduos responsáveis, engajados e capazes de transformar positivamente sua realidade. Ao integrar os princípios da pedagogia freireana com os conhecimentos da Psicologia Educacional, abre-se caminho para uma educação verdadeiramente libertadora, democrática e transformadora, que valoriza o potencial de cada estudante e fortalece o compromisso da escola com uma sociedade mais justa e solidária. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 49 REFERÊNCIAS ADAMS, José Carlos. Paulo Freire, tecnologias e educação: olhares de pesquisadores. Revista Brasileira de Educação, v. 27, n. 85, p. 231-249, 2022. Disponível em: https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/37132/1/PauloFreireTecnologias.pdf. Acesso em: 25 ago. 2025. 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No entanto, as concepções pedagógicas que historicamente predominaram em grande parte das instituições escolares foram marcadas por um modelo bancário, em que o estudante é visto como recipiente passivo do conhecimento. Contra essa perspectiva, Paulo Freire (1996) propôs uma pedagogia dialógica e emancipatória, em que o processo educativo se constrói na relação entre autonomia, aprendizagem e desenvolvimento humano. Essa visão encontra importantes diálogos com a Psicologia Educacional, que busca compreender como os processos cognitivos, emocionais e sociais interferem na construção do conhecimento. A relação entre Paulo Freire e a Psicologia Educacional é um campo fértil de reflexão porque articula dimensões filosóficas, pedagógicas e psicológicas, ampliando as possibilidades de compreensão do sujeito em sua integralidade. Para Freire (1992; 2000), educar é um ato político, ético e amoroso, que exige compromisso com a transformação da realidade social. A Psicologia Educacional, por sua vez, contribui para compreender como o cérebro aprende, como as emoções influenciam a cognição e como os contextos de interação podem promover ou limitar a autonomia do estudante (Immordino-Yang; Damasio, 2007). A autonomia é entendida por Freire como um pilar pedagógico, não como um ponto de chegada, mas como uma conquista processual. Para o autor, o educando só se torna autônomo quando é respeitado como sujeito histórico e cultural, capaz de problematizar o mundo em que vive (Freire, 1996). A Psicologia Educacional reforça esse olhar ao destacar que o desenvolvimento da autonomia depende de fatores relacionais, socioemocionais e cognitivos, evidenciando que aprender a pensar criticamente está intrinsecamente ligado a processos de interação social (Posner; Rothbart, 2007). PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 5 Um dos grandes aportes da pedagogia freireana é a concepção da educação como prática da liberdade. A aprendizagem não pode ser reduzida a um processo de repetição, mas deve proporcionar ao indivíduo condições de falar por si mesmo, construindo significados a partir de sua própria experiência (Freire, 1982). A Psicologia Educacional, ao dialogar com essas ideias, contribui com evidências sobre a importância da motivação intrínseca, da curiosidade e da afetividade no processo de ensino-aprendizagem (Sousa, 2011). O desenvolvimento contínuo, segundo Freire, exige diálogo e escuta ativa, em que o educador não ocupa um lugar de poder absoluto, mas atua como mediador que problematiza a realidade e estimula a reflexão crítica (Freire, 1991). Para a Psicologia Educacional, essa dinâmica é coerente com teorias que apontam a aprendizagem como resultado de interações sociais significativas, nas quais o estudante constrói conhecimentos em colaboração com o outro. A superação do opressor interno, outro conceito freireano, implica romper com a interiorização de valores que mantêm o sujeito em posição de submissão. A conquista da autonomia envolve expulsar a ―sombra invasora‖ do opressor e assumir a responsabilidade por sua própria trajetória (Freire, 2000). Esse processo dialoga diretamente com a Psicologia Educacional, que reconhece a importância do autoconhecimento, da autoestima e da autorregulação emocional para o desenvolvimento integral (McEwen, 2012). A aprendizagem, para Freire, é um processo dialógico e transformador. Ela se dá no encontro entre sujeitos que, ao dialogarem, se transformam mutuamente. O diálogo é compreendido como ato de amor, reciprocidade e reconhecimento do saber do outro (Freire, 1994). A Psicologia Educacional complementa essa perspectiva ao destacar que ambientes educacionais baseados em confiança e respeito favorecem a motivação, a atenção e a consolidação de memórias significativas (Shonkoff; Phillips, 2000). No ensino-aprendizagem freireano, ensinar não é transferir conhecimento, mas criar condições para sua produção coletiva (Freire, 1996). Essa compreensão se aproxima de estudos que analisam o cérebro como órgão plástico, capaz de se reorganizar de acordo com as experiências e estímulos recebidos (Kolb; Gibb, 2011). Nesse sentido, a aprendizagem significativa resulta tanto da vivência prática quanto da reflexão crítica, articulando experiência e conhecimento científico. A metodologia de investigação proposta por Freire começa pelo universo vocabular do educando e pelos temas geradores de sua realidade. Esse movimento de partir da experiência concreta para a problematização crítica reflete a necessidade de vincular educação e vida (Freire, 1982). A Psicologia Educacional reforça essa prática ao indicar que o aprendizado torna-se mais PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 6 eficaz quando conectado aos interesses, necessidades e contextos culturais do estudante (Adams, 2022). O desenvolvimento do sujeito crítico, na visão freireana, implica formar indivíduos que não sejam meros objetos receptores, mas sujeitos ativos que interpretam e transformam o mundo (Freire, 1992). Esse objetivo converge com estudos da Psicologia Educacional que apontam a importância do pensamento crítico e da autorregulação para que o estudante atue de forma participativa e reflexiva no processo de aprendizagem (Demo, Ischkanian, Cabral, Ferreira, Carvalho & Ischkanian, 2025). A reflexão crítica e a ação transformadora são dimensões indissociáveis na pedagogia freireana. A educação deve gerar consciência crítica sobre a realidade, levando o sujeito a agir para transformá-la. Essa concepção de práxis – reflexão e ação – encontra respaldo em pesquisas sobre empoderamento educacional, inclusão e diálogo como ferramentas de desenvolvimento psíquico e social (Belchior et al., 2025). O respeito e o acolhimento são também fundamentos da educação libertadora. O processo educativo deve reconhecer as experiências dos alunos, valorizar seus saberes e construir ambientes de escuta ativa e confiança (Freire, 1994). A Psicologia Educacional reforça esse princípio ao demonstrar que o desenvolvimento socioemocional é essencial para a aprendizagem e para a formação de sujeitos saudáveis e autônomos (Immordino-Yang; Damasio, 2007). Diante das demandas contemporâneas, a pedagogia freireana se mostra ainda mais necessária, especialmente no combate às práticas excludentes e autoritárias presentes em muitas escolas. A Psicologia Educacional, ao dialogar com os princípios freireanos, contribui para estruturar práticas pedagógicas inclusivas, democráticas e sensíveis às diferenças (Ferreira, Ischkanian, Cabral, Filgueiras, Carvalho, Ischkanian & Carvalho, 2025). O estudo realizado por meio de grupo focal de pesquisas bibliográficas e documentais permitiu identificar padrões e tendências relevantes na interseção entre a pedagogia freireana e a Psicologia Educacional. Ao selecionar e analisar documentos em bases digitais, livros clássicos, periódicos científicos e produções contemporâneas, os pesquisadores puderam compreender como conceitos centrais de Paulo Freire dialogam com achados da neuropsicologia e das ciências cognitivas, oferecendo subsídios para práticas pedagógicas mais emancipatórias e inclusivas (Santos, Ischkanian, Cabral, Carvalho, Carvalho & Ischkanian, 2025). O primeiro eixo de análise, a autonomia como construção coletiva, destaca que a liberdade do educando não se concretiza isoladamente, mas no contexto de interações sociais e educativas significativas. A autonomia não é um ponto de chegada individual, mas um processo PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL.Página 7 contínuo de construção, no qual o estudante aprende a tomar decisões, expressar-se criticamente e colaborar com os outros, enquanto o educador atua como facilitador e mediador (Freire, 1996). A pedagogia freireana enfatiza que a autonomia se desenvolve por meio do diálogo, da reflexão e da prática social consciente. A participação ativa do estudante no planejamento e na execução de atividades educativas é fundamental para que ele perceba que sua voz tem valor, contribuindo para a construção de um ambiente de aprendizagem colaborativo e democrático (Demo, Ischkanian, Cabral, Ferreira, Carvalho & Ischkanian, 2025). A Psicologia Educacional complementa essa perspectiva ao evidenciar que processos cognitivos e socioemocionais estão intrinsecamente ligados ao desenvolvimento da autonomia. Estudos indicam que a autorregulação, a empatia e a capacidade de resolução de problemas são habilidades que se fortalecem em contextos de aprendizagem cooperativa e de respeito às diferenças individuais (Posner; Rothbart, 2007). O segundo eixo, a aprendizagem significativa como articulação entre saberes cotidianos e científicos, evidencia que o conhecimento formal não pode ser desconectado da experiência vivida pelo estudante. Freire (1982) propõe que a educação deve partir do universo do aluno, utilizando seus saberes prévios como ponto de partida para problematizar a realidade e construir novos significados, fortalecendo a compreensão crítica. Essa abordagem valoriza a experiência pessoal, cultural e social do educando, permitindo que ele perceba a relevância prática dos conteúdos escolares. A aprendizagem significativa não se limita à memorização de conceitos, mas resulta da interação entre conhecimento formal, vivências cotidianas e reflexão crítica, promovendo um aprendizado duradouro e transformador (Santos, Ischkanian, Cabral, Carvalho, Carvalho & Ischkanian, 2025). A Psicologia Educacional apoia a construção da aprendizagem significativa ao demonstrar que o cérebro humano é plástico e responde positivamente a experiências contextualizadas, emocionalmente envolventes e socialmente interativas (Kolb; Gibb, 2011; Sousa, 2011). Ambientes que conectam teoria e prática favorecem a atenção, a motivação e a consolidação de memórias de longo prazo. O terceiro eixo, o desenvolvimento humano como processo contínuo de conscientização, articula o conceito freireano de educação como prática de liberdade com achados das neurociências. O desenvolvimento pleno do sujeito exige que ele seja estimulado a refletir sobre si mesmo, sobre sua história e sobre a sociedade, promovendo mudanças internas que repercutem em ações externas transformadoras (Freire, 1992). Esse eixo também incorpora a Psicologia Educacional e a neuropsicologia ao destacar que fatores emocionais, cognitivos e sociais interagem constantemente para sustentar o PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 8 aprendizado e o crescimento pessoal. A consciência crítica se fortalece quando o educando reconhece suas emoções, estabelece metas de aprendizado e participa de atividades que promovem engajamento e sentido pessoal (Immordino-Yang; Damasio, 2007; McEwen, 2012). A interconexão entre desenvolvimento humano e aprendizagem significativa demonstra que conhecimento e consciência não podem ser separados do contexto social. Freire (1996) reforça que o educando se torna sujeito ativo, capaz de transformar sua realidade, quando experiências educativas promovem reflexão crítica e ação coletiva, conectando processos internos de desenvolvimento com práticas externas de intervenção social. O quarto eixo, práticas pedagógicas inclusivas que rompem com posturas autoritárias, evidencia a importância de transformar a escola em um espaço democrático, em que todos os alunos, independentemente de suas condições sociais, culturais ou cognitivas, possam participar plenamente do processo educativo (Demo, Ischkanian, Cabral, Santos, Carvalho, Ischkanian, Venditte & Carvalho, 2025). Essas práticas incluem a valorização de vozes historicamente marginalizadas, a promoção de atividades colaborativas e o estímulo à reflexão crítica sobre normas e estruturas sociais. A inclusão não é apenas física, mas epistemológica e afetiva, permitindo que cada estudante contribua ativamente para a construção do conhecimento coletivo (Belchior, Ischkanian, Cabral, Ischkanian, Carvalho & Carvalho, 2025). A articulação entre autonomia, aprendizagem significativa, desenvolvimento humano e práticas inclusivas reforça a concepção freireana de educação como ato político e ético. A escola, nesse modelo, torna-se um espaço de formação integral, no qual os estudantes desenvolvem competências cognitivas, socioemocionais e éticas, preparadas para atuar de forma crítica e solidária na sociedade. O estudo do grupo focal demonstra que a integração entre pedagogia freireana e Psicologia Educacional possibilita compreender como processos mentais, afetivos e sociais interagem para sustentar práticas pedagógicas emancipatórias. O conhecimento científico acerca do cérebro e do desenvolvimento humano reforça a necessidade de práticas educativas dialógicas, participativas e contextualizadas. O aprofundamento em cada eixo revela que a autonomia, a aprendizagem significativa, o desenvolvimento humano e a inclusão não são metas isoladas, mas dimensões interdependentes. Cada eixo influencia e fortalece os demais, consolidando um modelo de educação que promove a emancipação intelectual, social e emocional dos sujeitos, alinhado aos princípios freireanos de respeito, diálogo e humanização. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 9 A análise detalhada dos quatro eixos do estudo evidencia que a integração de Paulo Freire e da Psicologia Educacional contribui para práticas pedagógicas transformadoras, inclusivas e emancipatórias. O uso de grupo focal e pesquisa documental permite não apenas mapear tendências teóricas e práticas, mas também oferecer subsídios concretos para a construção de ambientes de aprendizagem críticos, afetivos e socialmente responsáveis, reafirmando a relevância de uma educação comprometida com a formação integral do sujeito humano. Ao integrar a pedagogia freireana com a Psicologia Educacional, percebe-se que ambas caminham no sentido de fortalecer a prática pedagógica emancipatória. Essa integração destaca a importância de processos dialógicos, críticos e afetivos, que promovem não apenas a aquisição de conhecimentos, mas também o desenvolvimento integral do ser humano em sua dimensão cognitiva, social e emocional. Discutir Paulo Freire e a Psicologia Educacional sob a ótica da autonomia, aprendizagem e desenvolvimento é reafirmar a educação como prática libertadora, comprometida com a humanização e com a transformação social. Trata-se de um debate atual e necessário, que articula teoria e prática, filosofia e ciência, pedagogia e psicologia, em busca de uma educação democrática que respeite a diversidade e fortaleça sujeitos críticos, criativos e emancipados. 2. DESENVOLVIMENTO A pedagogia freireana, ao conceber a educação como prática da liberdade, propõe uma ruptura radical com o modelo bancário de ensino, que reduz o estudante a mero receptor de conteúdos. Nesse sentido, a autonomia não é compreendida como algo dado, mas como conquista coletiva, resultante do exercício do diálogo, da problematização da realidade e da construção compartilhada do conhecimento (Freire, 1996). Esse conceito dialoga diretamente com a Psicologia Educacional, que busca compreender os processos cognitivos e socioemocionais que favorecem a aprendizagem significativa e o desenvolvimento humano integral (Posner; Rothbart, 2007). A Psicologia Educacional amplia essa perspectiva ao evidenciar que o aprendizado ocorre de forma mais eficaz quando associado a contextos de interação, motivação e afeto. Pesquisasem neurociência e cognição apontam que fatores emocionais e relacionais desempenham papel decisivo na consolidação da memória e na autorregulação do sujeito, aspectos que reforçam a importância de práticas educativas centradas no diálogo e no respeito mútuo (Immordino-Yang; Damasio, 2007; Sousa, 2011). Autonomia e aprendizagem crítica não se constroem em ambientes autoritários ou mecânicos, mas em espaços pedagógicos que reconhecem a complexidade do ser humano em sua dimensão cognitiva, afetiva e social. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 10 O desenvolvimento humano, entendido como processo contínuo de conscientização, ocupa papel central nesse diálogo. Para Freire (1992), a conscientização é a capacidade de perceber a realidade não de maneira ingênua, mas crítica, possibilitando a ação transformadora. Essa concepção encontra respaldo em pesquisas da neuropsicologia, que demonstram como a plasticidade cerebral permite ao sujeito reorganizar-se diante de novas experiências, fortalecendo sua autonomia e seu senso crítico (Kolb; Gibb, 2011; McEwen, 2012). Educação e desenvolvimento se tornam faces de um mesmo processo, em que refletir e agir sobre o mundo são movimentos inseparáveis. A aprendizagem significativa, compreendida como resultado da articulação entre saberes cotidianos, conhecimentos científicos e experiências de vida. Paulo Freire (1982) sustenta que o ponto de partida da educação deve ser sempre o universo vocabular e cultural do educando, de modo que os conteúdos escolares façam sentido e possam ser ressignificados no processo de problematização. A Psicologia Educacional corrobora essa ideia ao indicar que os processos de atenção, memória e motivação se fortalecem quando o estudante reconhece a relevância do que aprende para sua vida prática (Shonkoff; Phillips, 2000). A inclusão, como eixo da prática pedagógica, representa também um ponto de convergência entre Freire e a Psicologia Educacional. Ao propor uma educação democrática, Freire defende a superação das práticas autoritárias e excludentes que historicamente marcaram a escola. Esse princípio é reforçado por estudos contemporâneos que evidenciam a necessidade de criar ambientes de aprendizagem sensíveis às diferenças individuais e coletivas, garantindo não apenas acesso, mas efetiva participação dos estudantes (Belchior, Ischkanian, Cabral, Ischkanian, Carvalho & Carvalho, 2025). As práticas pedagógicas inclusivas, quando ancoradas em pressupostos freireanos e psicológicos, ampliam o sentido de comunidade e pertencimento, essenciais para o desenvolvimento socioemocional e cognitivo. Nessa perspectiva, a escola deixa de ser espaço de reprodução de desigualdades e passa a ser locus de acolhimento, diálogo e construção coletiva do saber (Demo, Ischkanian, Cabral, Santos, Carvalho, Ischkanian, Venditte & Carvalho, 2025). Tal movimento reforça a concepção de que a educação emancipatória deve combater não apenas a exclusão escolar, mas todas as formas de opressão e silenciamento. A análise desenvolvida pelo grupo focal evidencia ainda que os quatro eixos — autonomia, aprendizagem significativa, desenvolvimento humano e práticas inclusivas — não podem ser pensados de forma isolada. Ao contrário, eles se entrelaçam e se fortalecem mutuamente, compondo uma visão integrada de educação. A autonomia só se consolida quando o sujeito vivencia experiências de aprendizagem significativa; o desenvolvimento humano só se PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 11 efetiva em ambientes inclusivos; e as práticas pedagógicas inclusivas só são possíveis quando articuladas a processos de conscientização crítica (Santos, Ischkanian, Cabral, Carvalho, Carvalho & Ischkanian, 2025). A Psicologia Educacional oferece ferramentas para compreender os mecanismos pelos quais os processos de ensino-aprendizagem ocorrem, sem perder de vista a dimensão ética, política e cultural defendida por Freire. Ao integrar achados científicos sobre o funcionamento cerebral com a pedagogia dialógica, torna-se possível construir práticas educativas mais eficazes e humanizadoras, que unem rigor acadêmico e sensibilidade social. Discutir Paulo Freire e a Psicologia Educacional implica compreender que a educação transcende a simples transmissão de conteúdos, devendo atuar como um instrumento de humanização, reflexão crítica e transformação social. A pedagogia freireana se mostra particularmente relevante, ao propor que o aprendizado seja um processo dialógico, em que educadores e educandos constroem conhecimentos de forma recíproca, valorizando experiências, saberes prévios e contextos de vida. Essa perspectiva enfatiza que a educação não deve apenas preparar para o mercado de trabalho, mas formar sujeitos conscientes, capazes de intervir no mundo e promover mudanças significativas em suas comunidades. A Psicologia Educacional oferece importantes contribuições para esse debate ao evidenciar como fatores cognitivos, emocionais e sociais interagem no processo de aprendizagem. Pesquisas em neurociência e psicologia do desenvolvimento mostram que a motivação, a atenção, a autorregulação emocional e as experiências sociais são determinantes para a consolidação do conhecimento e para o desenvolvimento integral do indivíduo. Ao integrar essas descobertas com a pedagogia freireana, percebe-se que a autonomia e a aprendizagem crítica não são apenas objetivos pedagógicos, mas resultados de práticas educativas que promovem interação, reflexão e engajamento significativo. Diante dos desafios da sociedade contemporânea, marcada por desigualdades, exclusão social e mudanças tecnológicas rápidas, o diálogo entre Paulo Freire e a Psicologia Educacional se torna ainda mais urgente. É necessário criar ambientes de ensino que incorporem tecnologias digitais sem abrir mão do diálogo crítico e da construção coletiva do conhecimento. Autonomia, aprendizagem significativa e desenvolvimento humano integral são dimensões inseparáveis de uma educação libertadora, que busca a formação de sujeitos éticos, criativos e socialmente responsáveis. Essa integração reafirma que a educação deve ser um espaço de empoderamento, inclusão e transformação, consolidando valores de justiça, solidariedade e respeito à dignidade humana. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 12 2.1. AUTONOMIA COMO CONSTRUÇÃO CONTÍNUA E COLETIVA PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 13 A autonomia do educando deve ser compreendida como um processo contínuo, que se constrói ao longo do tempo e não como um ponto final a ser alcançado. Esse entendimento reforça a visão de que a educação não consiste apenas na transmissão de conteúdos, mas na formação de sujeitos críticos, capazes de interagir, refletir e transformar sua realidade. Nesse sentido, a autonomia envolve uma dimensão cognitiva, emocional e social, exigindo que o estudante se engaje ativamente em situações de aprendizagem que promovam a participação, a responsabilidade e o pensamento crítico (Freire, 1996; Adams, 2022). O processo de construção da autonomia depende de relações dialógicas, em que o educador atua como mediador, escutando o estudante e problematizando conjuntamente as situações apresentadas. O diálogo se torna, portanto, o meio pelo qual o sujeito compreende o mundo e suas próprias potencialidades, tornando-se capaz de tomar decisões conscientes. A Psicologia Educacional contribui para esse entendimento ao demonstrar que a interação social, a escuta ativa e a troca de experiências favorecem o desenvolvimento de habilidades autorregulatórias e de resolução de problemas (Posner; Rothbart, 2007; McEwen, 2012). A autonomia também se fortalece quando os estudantes têm oportunidades de planejar, executar e avaliar suas próprias ações. Projetos interdisciplinares e atividades colaborativas oferecem contextos ricos paraque os alunos desenvolvam o senso de responsabilidade, aprendam a lidar com conflitos e tomem decisões fundamentadas em análise crítica. Esse tipo de prática pedagógica evidencia a relevância da autonomia como resultado de experiências práticas, integrando teoria e ação, e mostrando que o aprendizado ocorre de forma ativa e participativa (Belchior, Ischkanian, Cabral, Ischkanian, Carvalho & Carvalho, 2025). O estudante que compreende suas condições de vida, suas limitações e potencialidades se torna capaz de intervir no mundo de maneira mais consciente. A educação atua como catalisadora do processo de emancipação, ao proporcionar meios para que o educando se reconheça como agente transformador, capaz de refletir e agir sobre sua realidade (Demo, Ischkanian, Cabral, Ferreira, Carvalho & Ischkanian, 2025). Juliana Balta Ferreira (2025) destaca que, ao reconhecer que o estudante que compreende suas condições de vida, suas limitações e potencialidades se torna capaz de intervir no mundo de maneira mais consciente, a mediação pedagógica deve ocorrer por meio de práticas educativas que valorizem o protagonismo do educando, promovam o desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico, fomentem a autonomia e incentivem a capacidade de agir sobre sua própria realidade, criando um espaço de aprendizagem que não seja apenas transformador, mas também profundamente gratificante e inovador, pois a educação se consolida como instrumento de emancipação, autodescoberta contínua e fortalecimento da cidadania, PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 14 permitindo que o estudante se torne agente ativo na construção de seu projeto de vida e na transformação social. Simone Helen Drumond Ischkanian (2025) enfatiza que, quando o estudante compreende suas condições de vida, limitações e potencialidades, ele se torna capaz de intervir no mundo de forma mais consciente, sendo essencial que a mediação pedagógica proporcione experiências de aprendizagem que integrem teoria e prática, incentivem a reflexão crítica, favoreçam a colaboração e promovam a criatividade, de modo que o educando reconheça seu papel de agente transformador, vivencie a gratificação de construir conhecimento de maneira autônoma e experiencie práticas inovadoras que ampliem seu senso de responsabilidade social, fortaleçam sua autoestima e consolidem a educação como ferramenta de emancipação e transformação pessoal e coletiva. Gladys Nogueira Cabral (2025) destaca que, ao compreender suas condições de vida e suas potencialidades, o estudante desenvolve uma consciência ampliada sobre seu lugar no mundo, tornando-se capaz de agir de forma deliberada e crítica, e que a mediação pedagógica deve, portanto, criar ambientes inclusivos, reflexivos e interativos, nos quais o educando tenha oportunidade de experimentar processos de aprendizagem significativos, que estimulem a investigação, a criatividade e o pensamento crítico, de modo que a educação se transforme em um processo inovador, gratificante e libertador, capaz de promover o desenvolvimento integral do indivíduo e a transformação da realidade em que está inserido. Nivea Maria Costa Vieira (2025) afirma que o estudante, ao reconhecer suas limitações e potencialidades, torna-se apto a intervir com consciência em sua realidade, e que o papel do educador consiste em mediar o processo de aprendizagem mediante práticas que incentivem a experimentação, a reflexão crítica e a autonomia, favorecendo a construção de conhecimento de maneira participativa, dinâmica e significativa, permitindo que o educando perceba a educação como uma experiência inovadora, gratificante e emancipatória, que amplia sua capacidade de atuação na sociedade, fortalece seu senso de agência pessoal e promove a construção de um futuro pautado na transformação social e na valorização de suas próprias competências. Silvana Nascimento de Carvalho (2025) ressalta que o estudante que compreende suas condições de vida, limitações e potencialidades adquire maior capacidade de reflexão crítica e de ação consciente, e que a mediação pedagógica deve privilegiar estratégias que estimulem o protagonismo, o diálogo, a colaboração e a criatividade, permitindo que o educando se torne sujeito ativo de seu processo de aprendizagem, experimentando práticas inovadoras e gratificantes, em que a educação se configura não apenas como instrumento de conhecimento, PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 15 mas como ferramenta de emancipação, autotransformação e promoção do desenvolvimento integral, fortalecendo sua participação na sociedade de forma consciente e responsável. Sandro Garabed Ischkanian (2025) aponta que, ao reconhecer suas potencialidades e limitações, o estudante se torna capaz de intervir de maneira crítica e consciente em sua realidade, sendo fundamental que a mediação pedagógica ofereça experiências contextualizadas, significativas e interativas, que integrem análise, reflexão e ação transformadora, permitindo que o educando perceba o processo de aprendizagem como inovador e gratificante, capaz de promover sua autonomia, estimular a criatividade e fortalecer o senso de agência, consolidando a educação como instrumento de emancipação, transformação social e construção de competências essenciais para a vida e a cidadania. Gabriel Nascimento de Carvalho (2025) destaca que a compreensão que o estudante adquire sobre suas condições de vida, limitações e potencialidades constitui elemento central para que ele possa atuar de maneira crítica e consciente em sua realidade, e que a mediação pedagógica deve privilegiar práticas que integrem reflexão, criatividade, investigação e protagonismo, de modo que o educando se reconheça como agente transformador de sua própria trajetória e da sociedade, experimentando a aprendizagem como um processo inovador e gratificante, capaz de fomentar a autonomia, o desenvolvimento integral, a emancipação intelectual e social, e a construção de conhecimentos que contribuam para a transformação pessoal e coletiva. A participação coletiva também é um elemento central na construção da autonomia. Quando os estudantes atuam em grupos colaborativos, trocam experiências e assumem responsabilidades conjuntas, desenvolvem não apenas habilidades cognitivas, mas também competências socioemocionais, como empatia, tolerância e cooperação. Essa dimensão coletiva reforça a ideia de que a autonomia não é um processo individual isolado, mas uma conquista que se dá no contexto de interações sociais significativas (Cerqueira, 2025). A autonomia, nesse contexto, está intrinsecamente ligada à capacidade de reflexão crítica. O estudante deve ser incentivado a questionar, analisar e problematizar situações cotidianas, relacionando-as com conhecimentos adquiridos e experiências prévias. A Psicologia Educacional mostra que esse tipo de reflexão estimula o desenvolvimento de habilidades metacognitivas, permitindo que o sujeito aprenda a aprender, planeje estratégias e avalie seus próprios processos cognitivos (Sousa, 2011). A formação da autonomia também envolve a internalização de valores éticos e sociais. O estudante autônomo aprende a agir com responsabilidade, respeitar o outro e colaborar na construção de espaços de aprendizagem democráticos. O desenvolvimento dessas competências PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 16 está relacionado à capacidade de autorregulação emocional, à empatia e ao reconhecimento da diversidade de perspectivas, elementos essenciais para a convivência em ambientes educacionais inclusivos e saudáveis (Immordino-Yang; Damasio, 2007). A experiência prática, portanto, é indispensável na construção da autonomia. O estudante precisa vivenciar situações desafiadoras, testar hipóteses, experimentar alternativas e refletir sobre os resultados. Esse processo de tentativa e erro, aliado à orientaçãodo educador, fortalece a confiança do aluno em suas próprias capacidades e o estimula a assumir protagonismo sobre seu aprendizado (Kolb; Gibb, 2011). O desenvolvimento da autonomia também se manifesta na capacidade de planejamento e tomada de decisão (Demo, Ischkanian, Cabral, Ferreira, Carvalho & Ischkanian, 2025). Ao enfrentar problemas concretos e contextualizados, os estudantes aprendem a estabelecer objetivos, organizar recursos, avaliar alternativas e assumir as consequências de suas escolhas. Esse conjunto de habilidades está diretamente relacionado ao conceito de autorregulação, fundamental para o aprendizado autônomo e para a construção de sujeitos críticos e participativos (McEwen, 2012). A autonomia não se limita à esfera cognitiva, mas abrange também dimensões afetivas e emocionais. A confiança em si mesmo, a autoestima e o manejo adequado das emoções são fatores que influenciam diretamente a capacidade do estudante de agir de forma autônoma. Ambientes educacionais que promovem escuta, acolhimento e valorização do aluno contribuem para o desenvolvimento integral da autonomia (Belchior, Ischkanian, Cabral, Ischkanian, Carvalho & Carvalho, 2025). O papel do educador é crucial nesse processo, pois é ele quem cria condições favoráveis para a autonomia, mediando experiências, oferecendo desafios adequados e estimulando a reflexão. O educador deve perceber o estudante como sujeito ativo, capaz de tomar decisões e contribuir para o próprio aprendizado, e não apenas como receptor de conteúdos (Demo, Ischkanian, Cabral, Ferreira, Carvalho & Ischkanian, 2025). A tecnologia também pode ser aliada na construção da autonomia, quando utilizada de maneira crítica e reflexiva. Ferramentas digitais permitem que os estudantes acessem informações, realizem pesquisas, produzam conteúdos e compartilhem resultados, fortalecendo a capacidade de aprender de forma independente e colaborativa (Adams, 2022; Vieira, 2021). A autonomia se manifesta, ainda, na capacidade de resolver conflitos e lidar com situações de incerteza. Estudantes que desenvolvem habilidades de negociação, adaptação e solução de problemas complexos tornam-se mais confiantes e capazes de agir em diferentes contextos sociais e acadêmicos, consolidando sua postura crítica e participativa (Cerqueira, 2025). PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 17 O processo de autonomia também requer tempo e continuidade. Não se trata de um resultado imediato, mas de uma construção progressiva, em que o estudante acumula experiências, reflexões e aprendizados que fortalecem sua capacidade de agir de forma consciente e responsável. Essa perspectiva reforça a importância de práticas pedagógicas consistentes e intencionais (Freire, 1996). A avaliação da autonomia deve ser compreendida de forma ampla, considerando não apenas resultados acadêmicos, mas também atitudes, habilidades sociais, participação ativa e capacidade de reflexão crítica. Avaliações qualitativas, autoavaliações e feedback constante contribuem para fortalecer a percepção do aluno sobre sua própria autonomia (Belchior, Ischkanian, Cabral, Ischkanian, Carvalho & Carvalho, 2025). A autonomia não se limita à capacidade de tomar decisões individuais; ela se manifesta na habilidade do estudante de compreender as implicações de suas ações sobre o coletivo. Nesse sentido, a educação que visa formar sujeitos autônomos deve incorporar valores éticos e sociais, estimulando o engajamento com problemas reais da comunidade e incentivando a reflexão sobre justiça, equidade e solidariedade. Ao perceber-se parte de um contexto maior, o educando aprende a equilibrar interesses pessoais e coletivos, promovendo decisões mais conscientes e responsáveis, que impactam positivamente seu ambiente social. A autonomia está profundamente ligada à capacidade de diálogo e colaboração. Um estudante autônomo sabe ouvir, respeitar diferentes pontos de vista e participar de forma crítica e construtiva em processos coletivos de aprendizagem. Essa competência fortalece ambientes democráticos na escola, nos quais o conhecimento é co-construído e cada voz tem valor. A prática pedagógica que promove essa forma de autonomia reconhece que o desenvolvimento cognitivo não ocorre isoladamente, mas em constante interação com os outros, fortalecendo habilidades de empatia, negociação e resolução de conflitos. A dimensão ética da autonomia reforça a ideia de que aprender a pensar criticamente implica também aprender a agir de forma responsável. A educação voltada para a autonomia prepara o estudante para enfrentar dilemas morais e sociais, incentivando-o a transformar a realidade de maneira ética e sustentável. Esse processo integra de forma indissociável o desenvolvimento cognitivo, socioemocional e ético, consolidando uma formação integral que não apenas transmite conhecimento, mas também forma cidadãos conscientes, solidários e capazes de promover mudanças significativas em sua comunidade. Reconhecer a centralidade da autonomia na aprendizagem significa valorizar a capacidade do educando de refletir sobre sua própria realidade, tomar decisões conscientes e agir de forma ética e responsável. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 18 2.2. APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA ARTICULADA A EXPERIÊNCIAS DE VIDA PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 19 A aprendizagem significativa, segundo a pedagogia freireana, deve emergir da realidade concreta do educando, valorizando seus saberes prévios, experiências pessoais e contextos culturais. Esse processo permite que o estudante se reconheça como sujeito ativo da própria aprendizagem, promovendo engajamento, motivação e senso de pertencimento (Freire, 1982; Freire, 1996). A Psicologia Educacional evidencia que quando o conhecimento é construído a partir de experiências vividas, ocorre maior consolidação da memória e fortalecimento das conexões cognitivas, potencializando a retenção e aplicação dos conteúdos. Ao partir do universo experiencial do estudante, a pedagogia freireana promove uma aprendizagem contextualizada, na qual os conteúdos escolares se conectam com situações do cotidiano (Santos, Ischkanian, Cabral, Carvalho, Carvalho & Ischkanian, 2025). Essa abordagem transforma a aprendizagem em um processo significativo, pois permite que o educando compreenda a aplicabilidade prática do que está sendo aprendido, tornando-se capaz de articular teoria e prática. A articulação entre saberes cotidianos e conhecimento científico é central para a construção da aprendizagem significativa. Ao relacionar vivências pessoais com conceitos acadêmicos, o estudante desenvolve pensamento crítico e habilidades de análise, sendo capaz de problematizar a realidade e propor soluções fundamentadas (Santos, Ischkanian, Cabral, Carvalho, Ischkanian & Carvalho, 2025). A Psicologia Educacional mostra que essa integração aumenta a motivação intrínseca e estimula a curiosidade, elementos essenciais para um aprendizado duradouro (Immordino-Yang; Damasio, 2007). A aprendizagem significativa não ocorre de forma passiva, mas exige participação ativa, reflexão e interação com colegas e professores (Freire, 1996). O diálogo se torna ferramenta pedagógica essencial, pois permite que diferentes perspectivas sejam consideradas e que o conhecimento seja co-construído de maneira colaborativa, reforçando a autonomia intelectual do estudante. A relevância da experiência pessoal para a aprendizagem também encontra respaldo na neurociência educacional. Pesquisas indicam que quando o aprendizado se conecta a experiências emocionais e sociais, há maior ativação de áreas cerebrais ligadas à memória, atenção e tomada de decisão (Shonkoff; Phillips, 2000). Essa perspectiva reforça que a aprendizagem significativa é multidimensional, envolvendo aspectos cognitivos, afetivos e contextuais. A problematizaçãoda realidade é outro princípio freireano que fortalece a aprendizagem significativa (Santos, Ischkanian, Cabral, Carvalho, Carvalho & Ischkanian, 2025). Ao refletir sobre situações concretas e relacioná-las com conteúdos acadêmicos, o estudante desenvolve PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 20 habilidades metacognitivas, aprendendo a pensar sobre seu próprio processo de aprendizagem, avaliar estratégias e ajustar atitudes de acordo com os resultados obtidos. A utilização de temas geradores – problemas ou questões centrais da vida do estudante – permite que o conhecimento seja construído a partir de demandas reais e significativas (Freire, 1982). Essa abordagem proporciona maior engajamento e sentido à aprendizagem, pois conecta os conteúdos curriculares à experiência de vida do aluno, promovendo aprendizagem crítica e reflexiva. A aprendizagem significativa também se relaciona à dimensão socioemocional do estudante. Ambientes educativos que valorizam a escuta ativa, o diálogo respeitoso e a valorização das experiências individuais estimulam a autoestima, a confiança e a disposição para enfrentar desafios cognitivos e emocionais. A integração entre tecnologia e pedagogia freireana pode ampliar a aprendizagem significativa, desde que utilizada de forma crítica e contextualizada (Vieira, 2021). Ferramentas digitais oferecem recursos para pesquisa, produção e compartilhamento de conhecimento, permitindo que o estudante articule suas experiências de vida com conteúdos científicos, desenvolvendo competências cognitivas e digitais simultaneamente. Projetos interdisciplinares e atividades colaborativas contribuem para a construção de aprendizagens significativas, pois envolvem planejamento, execução e avaliação compartilhada. Nessas atividades, o estudante aprende a tomar decisões, resolver problemas e colaborar, fortalecendo habilidades cognitivas, socioemocionais e éticas (Santos, Ischkanian, Cabral, Carvalho, Ischkanian & Carvalho, 2025). O processo de aprendizagem significativa não é linear e exige tempo, reflexão e revisitação das experiências (Freire, 1996). Ao revisitar suas vivências e relacioná-las com novos conhecimentos, o educando constrói uma compreensão mais profunda e integrada do mundo, desenvolvendo capacidade crítica e autonomia intelectual. A aprendizagem significativa também se beneficia da diversidade cultural e social presente em salas de aula. A interação com colegas de diferentes contextos permite que o estudante amplie sua visão de mundo, reconheça múltiplas perspectivas e desenvolva empatia, habilidades essenciais para a formação integral (Santos, Ischkanian, Cabral, Carvalho, Carvalho & Ischkanian, 2025). A reflexão crítica sobre experiências pessoais, aliada ao conhecimento científico, estimula o desenvolvimento de competências analíticas e argumentativas (Sousa, 2011). O estudante aprende a questionar informações, relacionar causas e consequências e propor soluções fundamentadas, consolidando o aprendizado de forma significativa e duradoura. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 21 A prática docente desempenha papel fundamental na articulação entre experiência e aprendizagem (Freire, 1996; Santos, Ischkanian, Cabral, Carvalho, Carvalho & Ischkanian, 2025). O educador deve criar oportunidades para que o estudante relacione experiências de vida com conteúdos curriculares, promovendo problematização, investigação e construção colaborativa do conhecimento. Avaliar a aprendizagem significativa envolve considerar não apenas resultados acadêmicos, mas também habilidades de reflexão, análise crítica e capacidade de relacionar conteúdos com experiências pessoais (Shonkoff; Phillips, 2000). Avaliações formativas, autoavaliações e feedback contínuo reforçam o engajamento e fortalecem a percepção de sentido no processo educativo. A discussão sobre Paulo Freire e a Psicologia Educacional evidencia que a educação libertadora não é uma utopia, mas um compromisso ético e pedagógico que exige reflexão profunda sobre os objetivos e métodos do ensino. A concepção freireana propõe que o processo educativo não se limite à transmissão de conteúdos, mas se estabeleça como um espaço de diálogo, construção coletiva e problematização da realidade. O educador assume o papel de facilitador, orientador e mediador, enquanto o educando é reconhecido como sujeito ativo, capaz de interpretar, questionar e transformar o mundo ao seu redor. O compromisso ético da educação libertadora está ligado à promoção da dignidade humana e à valorização da singularidade de cada educando. Isso implica reconhecer que todos os estudantes trazem consigo experiências de vida, saberes prévios e contextos culturais específicos, que devem ser incorporados ao processo de aprendizagem. A Psicologia Educacional reforça essa perspectiva ao mostrar que a motivação, o engajamento e a consolidação do conhecimento estão diretamente relacionados ao reconhecimento da experiência individual, ao respeito às diferenças e à criação de ambientes emocionalmente seguros e acolhedores. A complexidade do processo de ensino-aprendizagem reside na interação de múltiplos fatores cognitivos, emocionais e sociais que influenciam a aquisição de conhecimentos e habilidades. Estudos em neurociência e psicologia do desenvolvimento demonstram que a aprendizagem significativa depende não apenas da exposição a conteúdos, mas também da ativação de emoções, da atenção focada, da reflexão crítica e da prática contextualizada. Portanto, uma educação que busca formar sujeitos autônomos e críticos deve integrar abordagens pedagógicas que promovam essa interação dinâmica entre cognição e emoção. A autonomia, nesse contexto, emerge como um eixo central da educação libertadora. Para Freire, a autonomia não é um ponto de chegada, mas um processo contínuo de conscientização, reflexão e ação sobre a própria realidade. A Psicologia Educacional corrobora essa ideia ao PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 22 evidenciar que a capacidade de autogestão, tomada de decisão e autorregulação emocional é fortalecida quando o estudante participa ativamente de situações de aprendizagem colaborativa e problematizadora. A construção da autonomia exige, portanto, diálogo constante, responsabilidade compartilhada e oportunidades de engajamento crítico. O desenvolvimento cognitivo e socioemocional é outro aspecto fundamental que deve ser considerado na prática educativa. A integração de conteúdos, experiências e habilidades permite que o educando não apenas adquira informações, mas também desenvolva capacidade de análise, reflexão crítica e resolução de problemas complexos. A Psicologia Educacional destaca que o aprendizado eficaz envolve interação social, motivação intrínseca e experiências práticas que conectem o conhecimento científico à realidade vivida pelos estudantes, fortalecendo assim o desenvolvimento integral. A participação democrática na escola é um elemento indispensável da educação libertadora. Ela se manifesta na valorização das vozes dos estudantes, na construção coletiva de decisões e na promoção de espaços em que o diálogo e a escuta ativa sejam priorizados. Essa prática não apenas fortalece a aprendizagem significativa, mas também contribui para a formação de cidadãos conscientes, capazes de intervir de forma ética e responsável na sociedade. A pedagogia freireana reforça que o exercício da democracia na escola é um aprendizado para a vida social e política. O respeito à diversidade é outro princípio central que permeia a integração entre Paulo Freire e a Psicologia Educacional. Compreender e valorizar diferenças culturais, sociais, cognitivas e emocionais é essencial para a criação de ambientes inclusivos, nos quais todos os estudantes tenham oportunidades iguais de aprendizagem e desenvolvimento. A Psicologia Educacional indicaque práticas inclusivas fortalecem a autoestima, a motivação e o engajamento, contribuindo para a construção de uma comunidade escolar mais solidária e cooperativa. A problematização da realidade constitui um método pedagógico essencial para a formação crítica do educando. Ao invés de receber passivamente informações, o estudante é estimulado a questionar, refletir e agir sobre os problemas que fazem parte de sua vida cotidiana. Essa abordagem fortalece o pensamento crítico, promove a empatia e estimula a tomada de decisões conscientes. A Psicologia Educacional mostra que esse tipo de engajamento cognitivo e emocional favorece a retenção de conhecimento e a construção de competências para a vida. O papel do educador, nesse modelo, não é apenas instruir, mas facilitar processos de aprendizagem que integrem teoria e prática, conhecimento científico e experiência pessoal. O educador atua como mediador, orientando, provocando reflexão e promovendo o diálogo entre os estudantes. Ao combinar esses elementos, a aprendizagem se torna mais significativa, e os alunos PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 23 desenvolvem autonomia, responsabilidade e habilidades de pensamento crítico que transcendem o espaço escolar. O uso de tecnologias educacionais, quando integrado de maneira reflexiva, também contribui para o fortalecimento da educação libertadora. Ferramentas digitais podem ampliar o acesso à informação, possibilitar experiências colaborativas e favorecer a construção coletiva do conhecimento, desde que não substituam o diálogo crítico nem desconsiderem a experiência concreta dos estudantes. O desafio contemporâneo é equilibrar inovação tecnológica com práticas pedagógicas centradas na autonomia e na formação integral do sujeito. A integração entre pedagogia freireana e Psicologia Educacional permite compreender que a aprendizagem significativa ocorre quando o estudante estabelece conexões entre conhecimento teórico e experiências práticas, articulando aspectos cognitivos, afetivos e sociais. Essa abordagem promove o engajamento emocional, fortalece a memória e incentiva a reflexão crítica, garantindo que o aprendizado seja profundo, relevante e duradouro. A educação libertadora também é uma educação ética, pois envolve a construção de valores, atitudes e comportamentos que orientam as ações do indivíduo em relação a si mesmo e ao outro. Ao promover a autonomia, o respeito à diversidade e a participação democrática, o processo educativo contribui para a formação de cidadãos éticos, conscientes de suas responsabilidades e capazes de transformar a sociedade de maneira justa e solidária. O desenvolvimento integral do educando, que combina cognição, emoção, ética e sociabilidade, é um objetivo central da educação libertadora. A Psicologia Educacional demonstra que experiências que estimulam a reflexão crítica, a empatia e a cooperação favorecem o crescimento intelectual e socioemocional, preparando os estudantes para enfrentar desafios complexos e tomar decisões conscientes em contextos diversos. Juliana Balta Ferreira (2025) ressalta que o desenvolvimento integral do educando, que articula cognição, emoção, ética e sociabilidade, deve ser promovido por práticas educativas que estimulam a reflexão crítica, a empatia e a cooperação, de modo que o estudante não apenas adquira conhecimentos acadêmicos, mas também fortaleça sua capacidade de compreender e interagir de forma ética e responsável com o mundo à sua volta, experimentando a aprendizagem como um processo inovador, gratificante e transformador que prepara para enfrentar desafios complexos e tomar decisões conscientes em contextos diversos. Simone Helen Drumond Ischkanian (2025) afirma que ao investir no desenvolvimento integral do educando, articulando aspectos cognitivos, emocionais, éticos e sociais, a educação libertadora possibilita experiências de aprendizagem que promovem a reflexão crítica, a empatia e a cooperação, fortalecendo tanto o crescimento intelectual quanto o socioemocional, permitindo PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 24 que os estudantes se tornem capazes de lidar com situações complexas de maneira consciente, responsável e inovadora, percebendo a educação como instrumento de emancipação pessoal e social. Gladys Nogueira Cabral (2025) enfatiza que o desenvolvimento integral do educando, que combina cognição, emoção, ética e sociabilidade, depende de práticas pedagógicas que favoreçam a reflexão crítica, a cooperação e o exercício da empatia, proporcionando oportunidades de aprendizagem significativas e transformadoras, que estimulam não apenas a aquisição de conhecimento, mas também a construção de habilidades socioemocionais essenciais, preparando o estudante para enfrentar desafios complexos, tomar decisões conscientes e atuar de forma ética e responsável na sociedade. Nivea Maria Costa Vieira (2025) destaca que o desenvolvimento integral do educando, envolvendo cognição, emoção, ética e sociabilidade, é favorecido por experiências pedagógicas que incentivam a reflexão crítica, a empatia e a colaboração, de forma que o estudante amplie sua capacidade de compreensão do mundo, fortaleça suas habilidades socioemocionais e construa uma postura ética diante dos desafios da vida cotidiana, tornando a educação um processo gratificante, inovador e essencial para formar sujeitos capazes de agir de maneira consciente e responsável em contextos diversos. Silvana Nascimento de Carvalho (2025) aponta que o desenvolvimento integral do educando, que articula cognição, emoção, ética e sociabilidade, se concretiza por meio de práticas educativas que promovam a reflexão crítica, a empatia e a cooperação, permitindo que os estudantes desenvolvam tanto habilidades intelectuais quanto socioemocionais, adquiram capacidade de tomada de decisão consciente e enfrentem desafios complexos de forma ética e responsável, experienciando a educação como um processo inovador, transformador e profundamente gratificante. Sandro Garabed Ischkanian (2025) observa que o desenvolvimento integral do educando, combinando cognição, emoção, ética e sociabilidade, é potencializado por experiências pedagógicas que estimulam a reflexão crítica, a empatia e a cooperação, garantindo que o estudante desenvolva competências intelectuais e socioemocionais essenciais, fortaleça sua autonomia e senso ético, e esteja apto a enfrentar situações complexas, tomar decisões conscientes e atuar de maneira inovadora e responsável, percebendo a educação como um instrumento de emancipação e transformação pessoal e social. Gabriel Nascimento de Carvalho (2025) enfatiza que o desenvolvimento integral do educando, que articula cognição, emoção, ética e sociabilidade, deve ser fomentado por práticas educativas que incentivem a reflexão crítica, a empatia e a cooperação, promovendo o PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 25 crescimento intelectual e socioemocional, ampliando a capacidade de tomada de decisão consciente e de atuação ética em contextos diversos, e tornando a educação um processo inovador, gratificante e transformador, capaz de preparar o estudante para enfrentar desafios complexos e atuar como agente de mudança na sociedade. A construção de ambientes educacionais inclusivos e colaborativos fortalece a aprendizagem, estimula a criatividade e promove o engajamento ativo dos estudantes. A pedagogia freireana defende que a educação deve ser um espaço de participação coletiva, no qual todos contribuem para o processo de construção do conhecimento, desenvolvendo habilidades cognitivas, sociais e éticas de forma integrada. Discutir Paulo Freire e a Psicologia Educacional também implica reconhecer a necessidade de formar sujeitos críticos e reflexivos, capazes de questionar normas, práticas e estruturas sociais injustas. O aprendizado não se limita à aquisiçãode conteúdos, mas abrange a construção de consciência social, moral e ética, preparando os estudantes para atuar como agentes de transformação em suas comunidades. Ao integrar os princípios da pedagogia freireana com os achados da Psicologia Educacional, percebe-se que a educação libertadora transcende a simples transmissão de conhecimento, configurando-se como um processo de construção contínua e dialógica. Nesse contexto, o aprendizado é fruto da interação entre educador e educando, em que ambos se transformam e constroem significados coletivamente. A autonomia deixa de ser apenas um conceito teórico e passa a se manifestar na prática cotidiana da sala de aula, por meio da capacidade do estudante de refletir criticamente sobre sua realidade, tomar decisões conscientes e atuar de forma responsável em sua comunidade, promovendo mudanças significativas e duradouras. A aprendizagem significativa, articulada com experiências de vida, torna-se central nesse modelo educativo, pois permite que o conhecimento adquirido seja relevante, contextualizado e aplicado de maneira prática. Ao reconhecer e valorizar os saberes prévios dos estudantes, a pedagogia freireana, em consonância com a Psicologia Educacional, garante que o processo de aprendizagem envolva não apenas a dimensão cognitiva, mas também aspectos socioemocionais e éticos. A inclusão e o respeito à diversidade consolidam-se como pilares fundamentais de uma educação verdadeiramente libertadora. Integrar os princípios freireanos à Psicologia Educacional possibilita a construção de ambientes escolares democráticos e acolhedores, nos quais todos os estudantes têm oportunidades equitativas de participação, expressão e desenvolvimento. PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 26 2.3. DESENVOLVIMENTO HUMANO INTEGRAL E CONSCIENTIZAÇÃO CRÍTICA PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 27 O desenvolvimento humano integral, segundo Paulo Freire, vai além da formação cognitiva tradicional e envolve a dimensão ética, social e emocional do educando, promovendo a conscientização crítica e a capacidade de intervir na realidade (Freire, 1992; Freire, 1996). Para o autor, a educação não se limita a transmitir informações, mas deve proporcionar condições para que o sujeito compreenda seu contexto social, reflita sobre ele e atue de maneira transformadora. Essa perspectiva coloca o desenvolvimento humano como um processo dinâmico, contínuo e interdependente das relações sociais e do diálogo, onde aprender e agir estão profundamente conectados. A Psicologia Educacional contribui para essa compreensão ao demonstrar como fatores neurocognitivos, afetivos e relacionais influenciam a capacidade de reflexão, empatia e resolução de problemas (Kolb; Gibb, 2011; McEwen, 2012). O estudo do cérebro e da plasticidade neural revela que experiências de aprendizagem emocionalmente significativas promovem conexões duradouras e potencializam a capacidade do indivíduo de tomar decisões conscientes. Essa integração entre pedagogia freireana e neurociência educacional evidencia que o desenvolvimento integral depende da articulação entre o conhecimento, as experiências vividas e o engajamento crítico do estudante. Freire enfatiza que a conscientização crítica é central para o desenvolvimento humano. Ela permite que o sujeito não apenas compreenda sua realidade, mas reconheça as condições que limitam sua liberdade e, a partir disso, busque transformá-la (Freire, 1992; Freire, 1996). A psicologia educacional reforça que a capacidade de reflexão crítica se constrói ao longo do tempo, a partir de experiências significativas, interações sociais e estímulos que incentivem a autonomia e a responsabilidade pessoal (Posner; Rothbart, 2007). Nesse sentido, a educação se configura como um espaço de empoderamento e formação de sujeitos ativos. O desenvolvimento integral inclui também a dimensão socioemocional, que está intimamente ligada à aprendizagem e à autonomia. Emoções bem gerenciadas favorecem a motivação intrínseca, a perseverança e a capacidade de resolver conflitos de forma ética (Immordino-Yang; Damasio, 2007). A pedagogia freireana reconhece que a educação deve valorizar essas dimensões, promovendo ambientes de aprendizagem que respeitem os sentimentos, experiências e vivências individuais de cada estudante. A ética é outro componente essencial do desenvolvimento humano integral. Freire (1992) sustenta que a educação deve formar sujeitos capazes de agir de maneira responsável, consciente e solidária. Essa dimensão ética se manifesta na capacidade de avaliar as consequências das próprias ações, de respeitar o outro e de contribuir para a construção de ambientes democráticos e justos. A PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 28 Psicologia Educacional complementa essa visão ao estudar como valores, empatia e moralidade influenciam a tomada de decisão e o comportamento social em contextos educacionais. A participação ativa do educando é fundamental para o desenvolvimento humano integral. A pedagogia freireana propõe que o estudante seja protagonista de sua aprendizagem, envolvido em decisões, planejamento e avaliação de atividades (Demo, Ischkanian, Cabral, Santos, Carvalho, Ischkanian, Venditte & Carvalho, 2025). Essa prática não só promove autonomia, como também fortalece a consciência crítica, permitindo que o sujeito perceba a relação entre conhecimento, ação e transformação social. A construção de um ambiente inclusivo e democrático é central para o desenvolvimento integral. Freire (1996) defende que a educação deve romper com práticas excludentes, valorizando a diversidade e reconhecendo diferentes formas de aprender e viver. A Psicologia Educacional indica que contextos inclusivos favorecem autoestima, engajamento e habilidades socioemocionais, além de estimular a cooperação e a empatia entre os estudantes (Belchior, Ischkanian, Cabral, Ischkanian, Carvalho & Carvalho, 2025). A articulação entre experiências práticas e reflexão crítica é essencial para consolidar o desenvolvimento humano integral. Atividades que combinam ação e análise, como projetos comunitários, debates e trabalhos colaborativos, promovem aprendizagem significativa e ampliam a capacidade do estudante de compreender problemas complexos, avaliar alternativas e propor soluções éticas (Drumond Ischkanian, 2025). O desenvolvimento integral também depende da valorização dos saberes prévios do educando. Freire (1982; 1996) enfatiza que a aprendizagem deve partir da realidade e das experiências individuais, conectando conhecimento científico à vivência cotidiana. Essa abordagem fortalece a consciência crítica, pois permite ao sujeito perceber a relação entre teoria e prática, e entre conhecimento e transformação social. A educação para a conscientização crítica envolve o reconhecimento das estruturas sociais que perpetuam desigualdades e injustiças. Freire (1992) propõe que o educando compreenda essas condições, refletindo sobre sua própria posição e as possibilidades de intervenção. A Psicologia Educacional indica que esse processo é potencializado por estratégias de ensino que incentivem análise, debate e questionamento, promovendo desenvolvimento cognitivo e ético simultaneamente. A autonomia e a consciência crítica estão intimamente ligadas no desenvolvimento humano integral. O sujeito que desenvolve autonomia é capaz de tomar decisões informadas e éticas, atuando de maneira responsável em sua comunidade (Freire, 1996). A Psicologia Educacional evidencia que essa capacidade depende de habilidades cognitivas, socioemocionais e PAULO FREIRE E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 29 relacionais, que se fortalecem em contextos de aprendizagem participativos e desafiadores (Kolb; Gibb, 2011). A integração da tecnologia educacional, quando alinhada à pedagogia freireana, pode potencializar