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Aula 7 - Marketing_conceito e ambiente

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Jesmar Nunes

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GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: Comercialização e Marketing Agrícola 
 
 
MARKETING: CONCEITO E AMBIENTE 
 
 
7.1 INTRODUÇÃO 
 
A relevância do setor agropecuário no Brasil é incontestável, bem como o au-
mento de sua relevância globalmente. As tendências de consumo atualizadas, junta-
mente com a tecnologia de processamento, transformaram profundamente o cenário 
que antes era considerado tradicional. 
As vastas riquezas naturais do nosso país eram tradicionalmente transforma-
das em commodities (uma expressão do inglês que se refere a bens com caracterís-
ticas bastante padronizadas, geralmente do setor agrícola), que serviam como um 
espelho do agronegócio no Brasil. Atualmente, além das commodities tradicionais, 
observa-se um movimento em direção à singularização dos produtos agrícolas, bus-
cando-se a diferenciação. Isto é, produtos que eram anteriormente homogêneos agora 
são imbuidos de qualidades únicas, que os fazem sobressair. No mercado atual, iden-
tificamos marcas distintas e influentes provenientes do agronegócio, que têm o poten-
cial de promover o Brasil no cenário internacional. Alguns exemplos incluem: o frango 
Sadia, a carne Friboi, o suco de laranja Del Valle, o café Nespresso, o óleo de soja 
Coamo, entre outros. 
Ao examinar essas marcas, amplamente reconhecidas e valorizadas pelo 
consumidor, nota-se que elas representam não somente uma qualidade superior do 
produto, mas também um conjunto de valores adicionais ao produto, que elevam a 
imagem dessas marcas na percepção do consumidor a um ponto em que ele está 
disposto a pagar mais por elas do que por marcas concorrentes de qualidade similar. 
Pode-se afirmar que o conjunto de estratégias e ferramentas utilizadas para 
enriquecer os produtos e as marcas aos olhos dos consumidores é identificado como 
Marketing. Com as transformações e a internacionalização do agronegócio, o marke-
ting passou a ser um elemento chave para o êxito. Entretanto, para aplicar marketing 
no contexto do agronegócio, é necessário possuir um entendimento abrangente e in-
tegrado da cadeia produtiva a que se pertence. 
AULA 7 
 
 
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7.2 CONCEITO DE MARKETING 
 
Diariamente, as pessoas participam de várias ações motivadas pelo marke-
ting, seja escolhendo produtos em um supermercado, selecionando vestimentas, en-
viando mensagens pelo celular, solicitando um táxi, assistindo programas de televisão 
ou navegando na internet. Para as organizações, o marketing se tornou um compo-
nente essencial para alcançar o sucesso empresarial. 
Segundo Kotler (1998), existem cinco conceitos principais que orientam as 
estratégias de marketing das empresas: produção, produto, vendas, marketing e mar-
keting societal. Historicamente, as práticas de marketing começaram com a ênfase na 
produção do que era mais conveniente para a empresa, seguindo para a comerciali-
zação desses produtos sem considerar as preferências dos consumidores. Com o 
tempo, as ações de venda ganharam mais atenção, sendo sinônimo de marketing e 
focadas em como melhor comercializar produtos e serviços. 
A filosofia do marketing moderno surgiu no cenário pós-guerra da década de 
1950, impulsionada pela globalização da indústria e pelo crescimento da competição 
nos mercados. A mera produção e venda de produtos e serviços de qualidade já não 
eram garantias de lucro para as empresas, uma vez que os consumidores ganharam 
maior liberdade de escolha, buscando as melhores relações de custo-benefício. As 
empresas, reconhecendo a influência dos consumidores, passaram a adaptar seus 
produtos e serviços às necessidades e desejos do público, utilizando técnicas como 
pesquisas de mercado para entender melhor seus consumidores. Além disso, come-
çaram a enfatizar as qualidades e benefícios dos seus produtos para distingui-los no 
mercado, expandindo e diversificando os canais de distribuição entre outras estraté-
gias de marketing. 
O marketing societal, que visa também a preservação ou melhoria do bem-
estar dos consumidores e da sociedade, emergiu na década de 1990. Atualmente, 
reconhece-se que a meta principal do marketing é adicionar valor para todos os en-
volvidos com uma marca, evidenciando a progressão das abordagens de marketing 
ao longo do tempo. 
 
 
 
 
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Figura 13 – Evolução das orientações de marketing 
Fonte: Rodrigues (2018). 
 
Conforme definido pela American Marketing Association (AMA) em 2013 e ci-
tado por Rodrigues em 2018, marketing é reconhecido como uma função essencial 
dentro das organizações, abrangendo a gestão de processos que visam a criação, a 
comunicação e a entrega de valor não apenas para os clientes e consumidores, mas 
também para parceiros e a sociedade como um todo. 
De acordo com Kotler e Keller (2006), mencionados por Rodrigues (2018), o 
marketing é considerado simultaneamente uma arte e uma ciência. Eles enfatizam 
que o marketing está envolvido na identificação e no atendimento das necessidades 
humanas e sociais, com o objetivo de gerar lucro para as organizações. 
Os indivíduos possuem necessidades e desejos específicos e buscam produ-
tos que ofereçam a maior satisfação possível em troca de seu investimento financeiro. 
Esse comportamento dá origem a uma demanda por produtos e serviços. Portanto, a 
essência do marketing reside na realização de trocas que proporcionem valor tanto 
para os consumidores quanto para as 
organizações. 
A figura 14 ilustra, de forma 
simplificada, demonstra a dinâmica da 
troca mercadológica que ocorre entre 
clientes e empresas. 
Algumas pessoas podem sim-
plificar o marketing à ideia de que se 
trata meramente da arte de vender 
produtos. No entanto, marketing é 
uma função muito mais abrangente e 
complexa, que se estende além do 
Figura 14 – Troca mercadológica entre clien-
tes e organizações. 
 
Fonte: Rodrigues, 2018. 
 
 
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momento da venda, englobando etapas que precedem e sucedem esse evento. Com-
parando-o com o futebol, o marketing seria semelhante à atuação dos meio-campis-
tas, que preparam as jogadas e assistem o atacante, facilitando a conclusão, que 
neste caso, seria a venda. Embora um vendedor (simbolizado pelo atacante) possa 
concluir uma venda sem o suporte direto do marketing, é incontestável que uma es-
tratégia de marketing bem executada pode significativamente aumentar as chances 
de sucesso, posicionando o "atacante" em uma situação favorável para "marcar o gol". 
Os processos de marketing focados em compreender as necessidades e pre-
ferências do cliente e em disponibilizar produtos e serviços que atendam essas ex-
pectativas tornam o sucesso das vendas muito mais factível. Isso equivale a ter um 
produto ou serviço tão bem posicionado e valorizado no mercado que, conforme o 
ditado popular, "se vende por si só". 
 
 
7.3 MARKETING DE VALOR 
 
O marketing evoluiu e atualmente a filosofia empresarial de marketing trata de 
desenvolver e entregar valor superior para os clientes e demais públicos da empresa, 
acompanhandoas mudanças de mercado e o ambiente, melhorando continuamente 
os processos, em prol de alcançar os objetivos da empresa. 
Valor para o cliente é o resultado de uma equação simples que subtrai os 
benefícios percebidos dos custos percebidos, como mostra a figura 15: 
 
Figura 15 – Equação de valor 
Fonte: adaptado de Churchill; Peter, 2007 apud Rodrigues, 2018. 
 
 
 
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A percepção de valor que um cliente tem sobre um produto ou serviço au-
menta conforme ele identifica mais benefícios e menos custos associados à sua es-
colha. Se os sucos Del Valle, reconhecidos por serem 100% fruta, são vistos como de 
alta qualidade, mas têm preços significativamente superiores aos dos concorrentes, é 
necessário ponderar sobre o custo-benefício. Similarmente, uma empresa de tratores 
que ofereça os melhores equipamentos do mercado, mas falhe em fornecer assistên-
cia técnica e serviços de reparo, pode ser desfavorecida pelos consumidores em suas 
decisões de compra. 
Contudo, os custos envolvidos na decisão de compra não se limitam ao as-
pecto financeiro. O tempo e o esforço despendidos na aquisição de um bem ou serviço 
também são fatores relevantes. Por exemplo, uma banca de pastel na feira que ofe-
reça produtos de qualidade e a preços acessíveis, mas que sempre apresente longas 
filas e falta de assentos, pode acabar perdendo clientes devido ao inconveniente. 
Em relação aos benefícios, estes podem ser tangíveis, como as funcionalida-
des específicas de um produto, ou intangíveis, incluindo a experiência de compra e os 
aspectos sociais envolvidos. Frequentemente, a decisão de compra pode ser influen-
ciada tanto por necessidades práticas – como a eficiência no consumo de combustível 
de um veículo – quanto por fatores emocionais ou sociais, como a compra de um 
modelo de carro que eleva o status social do proprietário ou a preferência por fazer 
compras em shopping centers, que oferecem uma atmosfera mais agradável e segura, 
em detrimento de lojas de rua que, embora possam oferecer preços mais baixos, não 
proporcionam a mesma experiência. 
Assim, fica evidente que não basta mais ao comerciante ter produtos de qua-
lidade e preço bom. Ele precisa oferecer um bom atendimento, criar um ambiente 
agradável de compra, enfim, tornar a experiência de compra a melhor possível. 
A oferta de um valor superior ao cliente o deixa satisfeito, aumenta a possibi-
lidade de ele se tornar fiel e da empresa manter relações duradouras e lucrativas com 
o mesmo, conforme demonstrado pela figura 16. 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 16 – Cadeia de valor. 
 
Fonte: Rodrigues, 2018. 
 
Captar novos clientes – por meio de atividades como visitas para prospecção, 
publicidade e incentivos financeiros – demanda investimentos significativamente mai-
ores do que aqueles requeridos para reter os clientes já existentes. A maior parte das 
receitas de uma empresa geralmente vem de clientes que já possuem um vínculo mais 
sólido com a marca. Por isso, é crucial que empresários e equipes de marketing ado-
tem uma perspectiva de longo prazo no que diz respeito ao relacionamento com os 
clientes. Estes não devem ser vistos meramente como fonte de transações isoladas, 
mas sim como potenciais geradores de uma série de transações ao longo do tempo. 
Este entendimento deu origem ao conceito de marketing de relacionamento ou Cus-
tomer Relationship Management (CRM), que enfoca exatamente a construção e ma-
nutenção de um relacionamento duradouro entre empresa, suas marcas e os clientes. 
A gestão eficaz do relacionamento com o cliente implica em conduzir estraté-
gias de marketing que visam não apenas realizar vendas pontuais, mas sim aumentar 
a frequência de compras por parte de um mesmo cliente, elevando assim a rentabili-
dade da empresa e assegurando um crescimento sustentável do negócio. Para imple-
mentar uma estratégia eficiente de CRM, é necessário dispor de uma robusta base de 
dados, ferramentas de software para o processamento desses dados e uma equipe 
analítica capaz de transformar esses dados em informações valiosas. Essas informa-
ções, por sua vez, são utilizadas para desenvolver estratégias de produtos e serviços, 
oferecendo propostas personalizadas que atendam às necessidades específicas de 
diferentes segmentos de clientes ou até mesmo de clientes individuais. 
Ilustrando esses conceitos, consideremos o caso de um pequeno mercadinho 
de bairro. Devido ao tamanho reduzido do estabelecimento, o proprietário tem a van-
tagem de conhecer seus clientes pelo nome, estar ciente dos produtos mais procura-
 
 
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dos, a frequência de visitas desses clientes e até mesmo os preços que estão dispos-
tos a pagar. Esse conhecimento permite que o mercadinho ofereça promoções quase 
personalizadas, alinhadas aos desejos e necessidades de sua clientela. O proprietário 
está ciente da importância de manter as ofertas atraentes devido à concorrência acir-
rada, compreendendo que deve encantar seus clientes diariamente para garantir o 
retorno deles. 
Manter-se vigilante em relação à concorrência é fundamental, mas não é o 
único ponto de atenção. É crucial também que o dono esteja atento às tendências de 
mercado e às mudanças nos padrões de consumo. Por exemplo, durante períodos de 
crise econômica, se observar um aumento na preferência por refrigerantes em emba-
lagens retornáveis, uma mudança para marcas mais acessíveis de arroz, ou uma re-
dução na frequência de visitas ao mercado, o proprietário deve adaptar rapidamente 
suas ofertas para atender a essas novas demandas e evitar perdas de vendas e re-
ceita. 
O sucesso de estratégias passadas de marketing não garante resultados fu-
turos, dado o dinamismo do mercado e o crescente nível de exigência dos consumi-
dores. Portanto, é essencial que o proprietário do mercadinho se mantenha atualizado 
e inove constantemente em suas ofertas, campanhas publicitárias e materiais de 
ponto de venda. Além disso, a qualidade do atendimento ao cliente é crucial para 
manter o forte vínculo pessoal com a clientela, o que implica motivar constantemente 
os colaboradores, que representam a imagem da empresa perante os consumidores. 
Além da operação interna do mercado, o relacionamento com a comunidade 
local também é vital, independentemente de seus membros serem clientes efetivos 
ou não. Práticas como o descarte adequado de lixo, a promoção de atividades que 
fortaleçam o laço com a comunidade, a priorização de contratação de moradores lo-
cais, o patrocínio de eventos em benefício de causas comunitárias e a adoção de 
práticas sustentáveis são exemplos de como um negócio pode e deve integrar-se ao 
seu entorno social. 
Essa situação exemplifica a complexidade e a importância de construir e man-
ter valor para os clientes, mesmo em empresas de menor porte, destacando a multi-
facetada natureza do marketing e da gestão de relacionamentos. 
Da mesma forma que os donos de pequenos negócios, os produtores rurais 
também devem manter-se vigilantes às preferências e valores dos consumidores de 
 
 
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seus produtos, independentemente de realizarem vendas diretas ao consumidor final 
ou por meio de intermediários. Um exemplo notável vem dos produtores de morango, 
particularmente atentos à qualidade do produto que chega aos consumidores. Na re-
gião sul de Minas Gerais, um agricultor inovou ao desenvolver variedades de moran-
gos que não só apresentam maior durabilidade, tamanho e doçura, mas também são 
oferecidos a preços competitivos. Esta melhoria não somente facilita o transporte e 
armazenamento dos frutos, mas também satisfaz os consumidores, acrescenta valor 
ao produto e aumenta a produtividade do produtor. 
Outro exemplo de adaptação às demandas do mercado é o aumento na oferta 
de alimentos minimamente processados. Essa tendência vem ao encontro do desejo 
dos consumidores por opções mais práticas, sem que isso implique em sacrificar a 
qualidade ou os benefícios nutricionais dos alimentos. Estes exemplos destacam a 
importância da inovação e da sensibilidade às mudanças nas preferências dos con-
sumidores, fundamentais para o sucesso e a sustentabilidade tanto de pequenas 
quanto de grandes operações no setor agrícola. 
 
 
7.4 ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING 
 
A gestão do marketing é uma tarefa repleta de desafios, que engloba a defi-
nição de públicos-alvo, o desenvolvimento de produtos, estratégias de precificação, 
distribuição, comunicação, posicionamento no mercado, e a gestão eficaz de marcas. 
A tomada de decisões nesta área exige uma ampla gama de análises, incluindo ava-
liações do ambiente de mercado e do comportamento do consumidor. O objetivo cen-
tral dessas análises, decisões e a implementação subsequente de estratégias é atrair, 
reter e, eventualmente, fidelizar clientes, fornecendo-lhes valor que supere as ofertas 
da concorrência. 
Philip Kotler (1993) delineou quatro fases fundamentais na Administração de 
Marketing: Análise, Planejamento, Implementação e Controle. De maneira similar, 
Churchill e Peter (2007), citados por Rodrigues (2018), também dividiram o processo 
de gestão de marketing em quatro etapas principais, as quais são detalhadas na Fi-
gura 17. 
 
 
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Essas etapas constituem a espinha dorsal do processo de marketing, come-
çando com a análise, onde se identificam as oportunidades de mercado, os desafios 
e as necessidades dos consumidores. O planejamento segue como a segunda fase, 
na qual estratégias e táticas são formuladas para atender aos objetivos identificados. 
A implementação é a etapa onde as estratégias planejadas são colocadas em prática, 
e por fim, o controle, que envolve o monitoramento dos resultados das estratégias 
implementadas, permitindo ajustes e correções para garantir que os objetivos de mar-
keting sejam alcançados. Essas fases refletem um ciclo contínuo de melhoria e adap-
tação às mudanças do mercado e às preferências dos consumidores, assegurando a 
entrega de valor superior e a sustentabilidade do negócio no longo prazo. 
 
Figura 17 – Etapas da administração de marketing. 
Fonte: Rodrigues, 2018. 
 
Conforme os princípios orientadores da corporação, o procedimento inicial en-
globa a construção de planos que estabelecem metas de marketing, incluindo a reali-
zação de análises contextuais, a apreciação de pontos fortes e fracos, bem como de 
chances e desafios, culminando na escolha das táticas de marketing mais amplas, 
tais como as voltadas para o crescimento. 
No segundo momento, investigações e estudos são concentrados nos consu-
midores e nos cenários de mercado. Dentro deste escopo, se examinam variáveis 
relacionadas ao comportamento dos compradores, como o processo decisório, dife-
rentes formas de decidir, e as influências sociais, circunstanciais e de marketing que 
 
 
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os afetam. Também é nesta etapa que a segmentação de mercado é realizada, vi-
sando o estabelecimento futuro de uma posição para o produto. 
Segue-se a terceira fase, onde se concentram as iniciativas de marketing, in-
corporando quatro componentes fundamentais, conhecidos como os "4 Ps": produto, 
preço, canais de distribuição e ações promocionais. 
A fase quatro aborda a aplicação do plano e a supervisão de sua performance. 
A relevância desta fase tem se ampliado, evidenciando que as ações de marketing 
devem impulsionar os resultados comerciais. Antes da ratificação do plano, estabe-
lece-se a expectativa de retorno sobre o investimento, que será avaliado ao longo de 
sua execução, permitindo ajustes em tempo real, ao invés de somente após sua con-
clusão. 
Ao desenvolver um plano de marketing, uma organização deve seguir um es-
quema, que varia em complexidade conforme cada situação específica. Propõe-se a 
seguir algumas fases essenciais. 
 
1) Compreensão do planejamento estratégico corporativo, seus alvos empresari-
ais e o papel do marketing em alcançar esses alvos. 
2) Análise do contexto e seu efeito 
tanto na organização quanto no 
plano em elaboração. 
Fatores macroambientais 
como questões econômicas, legis-
lativas, sociais, políticas, competiti-
vas, tecnológicas e ecológicas são 
examinados, como ilustrado na fi-
gura 18. 
 
Figura 18 – O macroambiente de marketing. 
Fonte: Rodrigues, 2018. 
 
 
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3) Análises de SWOT ou 
FOFA (forças, oportunidades, 
fraquezas e ameaças) no con-
texto de momento da elaboração 
do plano, conforme figura 19. 
Forças e fraquezas são relacio-
nadas às características internas 
da organização, enquanto as 
oportunidades e ameaças refe-
rem-se a variáveis externas. 
 
 
 
4) Definir metas de marketing baseadas em conclusões extraídas de análises pré-
vias é fundamental. Estas metas devem ser específicas, mensuráveis tempo-
ralmente e alcançáveis. Elas geralmente se concentram em aspectos como 
conquistar, lucrar, lealdade e manutenção de clientes. Na prática: 
• conquistar clientes implica no aumento do número de consumidores ativos; 
• lucrar se refere a incrementar as vendas e a qualidade do serviço ou produto 
ofertado aos clientes existentes; 
• lealdade visa garantir a permanência do cliente por um período prolongado; 
• e manutenção foca em prevenir a transferência dos clientes para os concor-
rentes. 
5) Formular estratégias de marketing adequadas aos objetivos estabelecidos, 
contemplando decisões relativas ao composto de marketing. 
6) Propor ações específicas para implementar as estratégias definidas, deta-
lhando prazos e atribuições de responsabilidades. 
7) Preparar orçamentos e realizar projeções de retorno sobre o investimento 
(ROI), considerando os custos associados ao projeto e o modelo de negócio 
construído a partir do plano. 
Figura 19 – Análise de SWOT. 
 
Fonte: adaptado de Blog Pegg, 2010 por Rodrigues, 2018. 
 
 
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8) Definir indicadores de performance e mecanismos de atualização para o plano, 
estabelecendo momentose critérios para revisões do mesmo e a potencial ati-
vação de estratégias de contingência. 
9) Documentar o plano, compartilhá-lo com os gestores e dar início à sua execu-
ção uma vez obtida a aprovação. É crucial enfatizar que, mais do que possuir 
um plano de marketing sólido, é essencial implementar as ações propostas e 
alcançar resultados concretos. Até mesmo pequenos negócios podem se be-
neficiar dos princípios de um plano de marketing para realizar suas análises de 
mercado, ajustar as estratégias de marketing às exigências de seu empreendi-
mento, executar as ações planejadas e monitorar os resultados alcançados 
 
7.5 PANORAMA GERAL DE MARKETING NO AGRONEGÓCIO 
 
Marketing no setor do agronegócio abrange todas as iniciativas voltadas para 
criar uma imagem positiva, além da promoção e comercialização de produtos e servi-
ços ligados à agricultura e pecuária. O termo marketing rural é entendido de maneira 
abrangente, não se limitando apenas a grandes corporações que fabricam insumos 
ou produtos finais, mas estendendo-se a pequenas empresas familiares, prestadores 
de serviços, cooperativas, entidades governamentais do ramo, e veículos de comuni-
cação especializados. 
Nota-se que o marketing voltado para o campo obteve um impulso significativo 
na última década, impulsionado pela crescente relevância do agronegócio global-
mente, incluindo no Brasil, onde tem uma participação expressiva no Produto Interno 
Bruto (PIB) nacional. 
A elevação da importância do marketing agrícola também se deve a vários 
outros aspectos, como a industrialização dessa área, o aumento da influência dos 
consumidores, o incremento na regulamentação da produção agrícola e a globaliza-
ção do setor. Com essa expansão, companhias do agro reforçaram suas estratégias 
de marketing, investindo em grandes campanhas de divulgação, participação em 
eventos do setor e fortalecimento da presença digital. 
Contudo, observa-se que, embora tenha havido um avanço significativo em 
termos de volume de produção, nem sempre houve um correspondente aumento no 
 
 
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valor agregado dos produtos ou no desenvolvimento de estratégias de marketing efi-
cazes para expandir mercados internacionais. O marketing no agronegócio enfrenta, 
portanto, consideráveis desafios e dispõe de muitas oportunidades ainda não total-
mente aproveitadas. 
O setor agropecuário caracteriza-se por sua produção altamente padronizada 
e, até um passado recente, muitos dos seus grandes players mantinham-se sem iden-
tidade definida perante o mercado. Os produtos do campo tendem a apresentar pouca 
diferenciação, sendo ofertados sem destacar qualidades e valores distintos aos con-
sumidores. Entretanto, atualmente, certas empresas iniciaram esforços significativos 
para introduzir diferenciais em seus produtos, visando superar a estratégia de compe-
tição baseada exclusivamente em preços mais baixos para gerar lucros. A introdução 
de produtos distintos no mercado gera novas demandas, antes não existentes. 
Apostar na diferenciação de itens como fertilizantes, sementes, pesticidas, 
maquinários e outros equipamentos, adicionando valor que o cliente percebe, revela-
se uma estratégia eficaz para estabelecer vantagens competitivas mais sustentáveis 
e rentáveis. Nesse cenário, surgem oportunidades para o desenvolvimento e a gestão 
de marcas. Desse modo, abre-se espaço para a realização de mais estudos destina-
dos a compreender melhor os públicos de interesse, o estabelecimento de canais de 
comunicação mais segmentados para uma interação mais direta e eficiente, e a pro-
moção de uma maior profissionalização em marketing dentro do setor. 
Segundo Tejon e Xavier (2009), citados por Rodrigues (2018), a análise do 
sistema de comercialização na cadeia agropecuária começa pelo que é denominado 
"antes da porteira", referindo-se aos insumos, bens de produção, serviços, educação, 
mídia, informação e tecnologia disponibilizados aos produtores rurais. Estes, conside-
rados o núcleo da cadeia agropecuária, ou "dentro da porteira", adotam as tecnologias 
fornecidas e entregam as matérias-primas para agroindústrias, processadoras, coo-
perativas e demais transformadores "pós-porteira". Aqui residem significativas oportu-
nidades de agregação de valor, especialmente relevante para pequenos produtores, 
que frequentemente carecem de conhecimento mercadológico. Importante é que as 
estratégias de marketing sejam desenvolvidas a partir da perspectiva do consumidor, 
isto é, orientadas pelas suas necessidades e demandas. 
Focar no consumidor é primordial para que os produtos sejam desenvolvidos 
e comercializados, as pesquisas de geneticistas conduzidas, os processos industriais 
 
 
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estabelecidos, a logística e distribuição organizadas, e as estratégias de vendas e 
comunicação implementadas. A chave para um planejamento de marketing bem-su-
cedido no agronegócio está em realizar uma análise sistêmica da cadeia produtiva e 
obter uma compreensão integral do segmento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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o vídeo “Comercialização agrícola e marketing no agronegócio”. 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
1) ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos do Agronegócio. 2. ed. São Paulo: Atlas, 
2007. 
2) KOTLER, Philip. Administração de marketing: análise, planejamento e imple-
mentação e controle. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998. 
3) RODRIGUES, A. F. B. B. Gestão : marketing no agronegócio. Curitiba: SENAR 
AR/PR., 2018.

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