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* MINERAIS * Elemento químico inorgânico da dieta; Participantes ativos de reações enzimáticas, com especificidade de função; Ocorre em quantidades mínimas nos alimentos e no organismo; Deficiência causa desordens metabólicas (reestabelecimento na dieta resolve); Nos alimentos, compreendem um grupo numeroso e diverso de elementos e íons complexos INTRODUÇÃO * CLASSIFICAÇÃO DOS MINERAIS Existem formas diferentes de classificação para os minerais: localização preferencial dos tecidos específicos ou órgãos; concentração no organismo; significância nas funções vitais. * Classificação pela distribuição em tecidos e órgãos São agrupados em três classes: 1. Localizados nos tecidos ósseos (cálcio, magnésio, estrôncio, berilo, fluor, bário, titânio, rádio e outros) 2. Localizados no sistema retículo-endotelial (ferro, magnésio, prata, cromo, níquel, cobalto e outros) 3. Uniformemente distribuídos nos tecidos ( sódio, potássio, enxofre, cloro, lítio, rubídio e césio) Obs:. Essa classificação tem maior aplicação para toxicologistas e radiologista, que para bioquímicos e fisiologistas * Limitações dessa classificação: Podem predominar em um sistema, mas estar presente em outro; Ex:. Fósforo (osteotrópico, porém, encontrado no ambiente interno do organismo) Maior predominância em um tecido, não garante seu significado no crescimento e funcionamento do mesmo; Ex:. Cobre e cobalto (acúmulo no fígado via alimentação) Existem minerais que não podem ser classificados em nenhum dos grupos acima Ex:. Iodo (tireóide e ovário) * Classificação baseada no critério quantitativo São divididos em três classes, de acordo com seu conteúdo no animal: 1. Macroelementos - presentes em maior quantidade Ex:. Cálcio, fósforo, potássio, sódio, cloro, enxofre e magnésio 2. Microelementos - presentes em quantidades baixas Ex:. Ferro, zinco, flúor, molibdênio, cobre, manganês e outros * 3. Elementos traços - quantidades muito pequenas Ex:. Cobalto, mercúrio, níquel, prata, bário e outros metais pesados Limitações dessa classificação falta segurança na resposta ao papel de cada elemento mineral individual no organismo; não se pode julgar a eficiência do mineral pela quantidade presente no organismo. * Classificação baseada na função biológica dos minerais Principal classificação para fisiologistas, bioquímicos e especialistas em nutrição. São agrupados da seguinte forma: 1. Elementos essenciais Devem atender a quatro critérios: presente em concentrações constantes nos tecidos sadios de todos os animais (pequenas variações entre espécies) * deficiência na dieta adequada em outros nutrientes, resultam no aparecimento de anormalidades estruturais e/ou fisiológicas; adição do elemento deficiente evita ou recupera a anormalidade surgida; anormalidades de deficiência devem ser acompanhadas por alterações bioquímicas específicas (prevenidas ou revertidas com a remoção da deficiência) * Obs:. Os minerais essenciais são indispensáveis para manutenção do equilíbrio orgânico Ex:. Cálcio, fósforo, magnésio, sódio, potássio, ferro, cobre, cobalto, manganês, cloro, enxofre, iodo, zinco, flúor e outros 2. Elementos não essenciais São aqueles que em sua falta, não existem sintomas de deficiência no organismo, ou podem estar presentes, porém, sem nenhuma função. Ex:. Alumínio, antimônio, boro, chumbo, mercúrio, ouro, prata, rubídio, titânio e outros * 3. Elementos potencialmente tóxicos Quase todos os elementos minerais são tóxicos se ingeridos em excesso A toxicidade depende de fatores, como: - tipos de elemento; - composto químico no qual está presente; - espécie e idade do animal que o consome. * FUNÇÕES DOS MINERAIS Divide-se as funções em basicamente três tipos: 1. Papel plástico Como constituintes da estrutura esquelética do corpo Cálcio e fósforo são os principais, e estão presentes no tecido ósseo na forma de hidroxiapatita * 2. Papel eletrolítico Manutenção do equilíbrio iônico: - quando os líquidos do organismo são eletricamente neutros, ou seja, a soma de íons positivos (cátions) seja equivalente a soma de íons negativos (ânions) - o cloreto de sódio é o principal * Manutenção da pressão osmótica: - extracelular é mantida pelo sódio, cloro e íons bicarbonato - dentro da célula é mantida pelo potássio, magnésio e compostos orgânicos - manutenção dessa pressão é vital * 3. Papel catalítico Participam diretamente com catalisadores em algumas reações químicas no organismo (coagulação sanguínea por exemplo) ou indiretamente como componentes de enzimas. Ferro, iodo, cobalto, zinco, magnésio, cálcio, etc. Obs:. Pode ocorrer de um mesmo elemento exercer as três funções Ex:. Cálcio (função catalítica na coagulação sanguínea, eletrolítica no balanço de fluídos e plástica na formação dos óssos) * MINERAIS E O SISTEMA ENZIMÁTICO Capacidade catalisadora das enzimas está nos centros ativos (resíduos de aminoácidos), o restante da cadeia polipeptídica é para manter esses centros na orientação espacial certa para desempenhar a função catalítica A catálise necessita não só de enzima e substrato, mas também de cofatores (coenzimas e íons metálicos) * As enzimas que necessitam de metais para alcançar sua atividade máxima são classificadas em: a) Metaloenzimas ou metalocoenzimas O metal é parte integrante da molécula da enzima e não pode ser removido Metais mais comuns: Cu, Fe e Zn Pode haver dois metais diferentes na mesma enzima Ex:. Citocromo oxidase (Fe e Cu) Xantina oxidase (Fe e Mo) * b) Metais ativadores de enzimas O metal não é firmemente ligado à enzima, uma vez extraído, a estabilidade continua Metais ativadores: Na, K, Rb, Cs, Mg, Ca, Zn, Cr, Cu, Mn, Fe, Co, Ni, Al Mecanismos envolvendo metais e propriedades catalíticas das enzimas O metal é necessário somente para atividade máxima da enzima * Metal como parte do centro ativo da enzima: aumento na seletividade da enzima em relação ao substrato; reações de oxidação e redução envolvendo transferência de elétrons na catálise Metal com função ativadora: metal facilita a ligação do substrato à enzima; íon metal se liga ao substrato e enzima ao mesmo tempo; metal forma complexo com o substrato ou coenzima e facilita a combinação com o centro ativo; * íon metal se liga ao grupo funcional da enzima e auxilia na estabilização das estruturas e configuração espacial com o centro ativo; metal remove inibidor presente no complexo. * MINERAIS E HORMÔNIOS Interações que podem ocorrer entre minerais e hormônios: a) inclusão direta do mineral na estrutura do hormônio; b) formação de complexos instáveis com os hormônios (facilitam a conformação da molécula e prolongam a ação do hormônio) c) participação na formação do sistema enzimático nos órgãos alvo do hormônio (hormônio atuando como transportador de íons) * Exemplos:. Iodo x tirosina (Iodo toma parte da molécula de proteína, forma as mono e diiodotirosinas, que condensam para formar os hormônios da tireóide) Zinco x Insulina Sódio x Aldosterona Cálcio x tirocalcitonina * BIODISPONIBILIDADE Proporção de um nutriente presente no alimento que é absorvida pelo animal e utilizada nas funções biológicas Fatores que interferem na absorção e utilização dos minerais: espécie, idade e estado fisiológico; forma química que o elemento está presente no alimento ou no intestino; presença de quelantes nos alimentos ou no intestino; substâncias que interferem na utilização. * Obs:. A biodisponibilidade é individual, seja para o elemento, seja para o animal ATRIBUTOS NUTRICIONAIS DOS PRINCIPAIS MINERAIS 1. Cálcio Funções: Formação de ossos e dentes; Coagulação sangüínea (conversão da protrombina em trombina) Produção de ovos e leite * Contração muscular (no músculo, o complexo Ca, Mg e ATP é substrato para ação da ATPase) Transmissão de impulsos nervosos (inibe a formação de acetilcolina) Ativação de sistemas enzimáticos (lipase pancreática, fosfatase ácida, colinesterase, colina acetilase, ATPase e succinato desidrogenase) Balanço ácido-base * Estados patológicos: Hiperparatireoidismo (Hiper-atividade, Hiperplasia ou adenoma das paratireóides) - Altera formação de paratormônio Paratormônio: ativa absorção intestinal e/ou reabsorção dos ossos (mantém nível normal do cálcio sangüíneo) - Hipercalcemia, diminuição do fósforo no soro, aumento na atividade da fosfatase, elevação de cálcio e fósforo urinários, descalcificação óssea e desidratação * Osteoporose (descalcificação óssea, relacionada à ingestão inadequada de Ca) - Alta ingestão de proteínas e baixa de Ca, pode contribuir para o processo Raquitismo (Calcificação defeituosa dos ossos) - relacionado ao teor reduzido de vitamina D na dieta Raquitismo renal (herança genética) Diminuição dos cálcio sérico (pode originar de doença renal severa) * Necessidades: aumentam durante a fase de crescimento 0 a 12 meses - 500 a 600 mg/dia 1 a 9 anos - 400 a 500 mg/dia 10 a 15 anos - 600 a 700 mg/dia 16 a 19 anos - 500 a 600 mg/dia Adulto - 400 a 500 mg/dia Fontes: Leite e derivados, ovo, bacalhau, feijão, arroz, rabanete, couve e outros * 2. Fósforo Funções: Formação de ossos e dentes; Ativação de sistemas enzimáticos (Hexosefosfato, adenina fosfato e creatina fosfato); Balanço ácido-básico; Produção de ovos e leite; Constituinte de fosfoproteínas (caseína); Constituinte de fosfolipídios; * Participa do metabolismo de gordura, na formação da lecitina; Constituinte dos ácidos nucléicos, DNA e RNA, que controlam a hereditariedade, o crescimento e reprodução. Obs:. Ingestão elevada de fósforo por longo período, compromete o metabolismo do cálcio Bom é relação Ca : P de 2 : 1 * Estados Patológicos: Hipertireoidismo - Altera a formação da calcitonina Calcitonina: remove Ca sangüíneo e deposita nos ossos Espru Doença celíaca Obs:. Geralmente são sintomas característicos de defeito hereditário ou adquirido da reabsorção do fosfato pelo tubo renal * Necessidades: aumentam durante a fase de crescimento 6 a 8 anos - 1,7 a 2,0 g/dia Adulto - 1,32 g/dia Grávidas e lactentes - 1,65 g/dia Fontes: Uma dieta que satisfaz as necessidades de cálcio e proteínas, usualmente fornece o fósforo (alimentação mista e abundante - 4 a 7 g/dia) * 3. Magnésio Funções: Formação de ossos e dentes; Necessário a vários sistemas enzimáticos - ativador de todas as enzimas transportadoras de fosfato; - cofator para descarboxilação de algumas peptidases, fosfatase alcalina e ácida, e outras - ativador da colinesterase (controla irritab. neural) Constituinte da clorofila. * Estados Patológicos: Não é comum a ocorrência de carência grave desse mineral Falta: Tremor muscular, contraturas, convulsões e delírio * 4. Potássio Funções: controla pressão osmótica (conteúdo intracelular); equilíbrio ácido - base; metabolismo da água (associado ao Na); estimula a contração muscular; necessário no metabolismo de proteína e carboidratos Estados patológicos: Falta: gera baixo crescimento, baixo consumo de alimentos, emagrecimento (pouco comum) * 5. Sódio Funções: controla pressão osmótica (conteúdo intracelular); equilíbrio ácido - base; metabolismo da água (associado ao Na, controlam a passagem de nutrientes de dentro para fora); estimula a contração muscular; necessário no metabolismo de carboidratos. Estados patológicos: Falta: baixa utilização de alimentos Excesso: desidratação e fraqueza * 6. Cobre Funções: favorece a absorção de ferro; formação da hemoglobina; síntese de queratina; síntese de curacina (pigmento das penas); síntese de melanina; mantém integridade da mielina; formação dos tecidos ósseo e conectivo; participa de vários sistemas enzimáticos (amilases, tirosinase, citocromo oxidase, etc.) * Estados patológicos: Anemia, baixo crescimento, metabolismo ósseo anormal, diarréia, comprometimento de vasos sangüíneos. 7. Fluor Funções: mantém o equilíbrio de cálcio entre o tecido calcificado e o sangue Estados patológicos: Cáries dentárias em crianças e enfraquecimento ósseo * 8. Iodo Funções: Participa dos hormônios tireóidianos (síntese de tiroxina) Estados patológicos: Principal sintoma é o bócio (aumento de tamanho da tireóide), em duas formas: - Simples ou endêmico (falta de iodo) - Exoftálmico (excesso) * 9. Manganês Funções: Atua em vários sistemas enzimáticos (formação de cartilagens e utilização de proteínas, carboidratos e gorduras) Estados patológicos: Problemas reprodutivos e deformidade na formação de tecidos cartilaginosos * 10. Zinco Funções: Atua em vários sistemas enzimáticos - anidrase carbônica - catalisa reações de transporte de CO2 e produção de HCl no estômago - componente de enzimas como, carboxipeptidases pancreáticas, fosfatase alcalina, várias desidrogenases - cofator de enzimas como, arginase, enolase, oxalacético descarboxilase, etc. Sintese de RNA e metabolismo protéico * Estados patológicos: Atraso de crescimento; Alongamento e encurtamento dos ossos; Deformação do esqueleto embrionário; Relaxamento e rachadura da pele; Redução de apetite, ganho de peso e eficiência alimentar
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