Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
5/2/14 1 Lilian Soares Fungos e Micotoxinas Fungos Bolores Leveduras Hifas Micélio: fixação e reprodução São microrganismos multicelulares, filamentosos São microrganismos unicelulares, não filamentosos Taxonomicamente Versatilidade dos Fungos • Crescimento em condições de Atividade de água (Aw) reduzida: dentro do limite de 0,65 até 0,99 • Crescimento em condições de pH reduzido • Crescimento em ampla faixa de temperatura: < 0°C a 40°C • Utilização de uma grande variedade de substratos como fontes de carbono, nitrogênio e energia • Capacidade de esporulação e disseminação em diferentes condições 5/2/14 2 Características menos exigentes que leveduras e bactérias: pH, umidade, temperatura e nutrientes maioria aeróbios, resistem acidez multiplicam-se mais lentamente que as bactérias B O L O R E S Gênero Características Alternaria + comum. Deterioração tomates, pimentões, maçãs e frutas cítricas(escurecimento dos tecidos). Algumas espécies produzem micotoxinas Aspergillus +100 espécies. Deterioração de alimentos. A.flavus e A.parasiticus produzem micotoxinas. Milho, amendoim Claviceps C. purpurea produz alcalóides tóxicos, principalmente em grãos de cereais. Agente etiológico do ergotismo Bolores de Interesse na Área de Alimentos Bolores de Interesse na Área de Alimentos Gênero Características Fusarium Algumas espécies produzem micotoxinas (zearalenona e tricotecenos) outras causam deterioração de frutas cítricas. Penicillium Cereais, frutas cítricas, maçã, pera, pão centeio Algumas espécies utilizadas na fabricação queijo camembert, brie, gorgonzola, roquefort. Outras produzem antibióticos, e outras produzem micotoxinas (P.islandium, P.curinum e P.citreoviridae). 5/2/14 3 Características menos umidade que as bactérias e mais que os bolores Aeróbias ou facultativas + lentos que bactérias, + rápidos que bolores LEVEDURAS Gênero Características Saccharomyces Todas as espécies tem intensa atividade fermentativa. Mais importante S.cerevisiae empregada na producão de pães, bebidas (cervejas, vinhos), álcool, etc. Frequentemente envolvidas em alterações indesejáveis em frutas, laticínios, mel. Leveduras de Interesse na Área de Alimentos Micotoxinas do grego, mykes = fungo Agentes químicos resultantes da atividade metabólica de fungos, induzindo reações tóxicas quando ingeridos em baixas concentrações Intoxicação: direta ou indireta 5/2/14 4 Agudos: Danos no fígado ou nos rins Crônicos: Carcinogenicidade Teratogenicidade Mutagenicidade atividade imunossupressora e depressiva Efeitos na Saúde do Homem Fatores que Favorecem a Produção de Micotoxinas Intrínsecos: • Tipo de alimento, atividade de água e composição Extrínsecos: • Físico: Temperatura, umidade relativa, danos mecânicos e luz • Químico: pH, composição do substrato, variedades resistentes Gêneros Produtores de Micotoxinas Aspergillus .................................. 18 espécies Fusarium...................................... Mais de 19 espécies Penicillium ................................... Mais de 30 espécies Trichotecium................................ Várias espécies Alternaria...................................... Várias espécies Claviceps ..................................... Mínimo 2 espécies 5/2/14 5 Principais Micotoxinas AFLATOXINAS Aspergillus flavus; A. Parasiticus Alimentos envolvidos: amendoim, milho, cevada FUMONISINAS B1 / B2- Fusarium moniliforme Alimentos envolvidos: milho e subprodutos OCRATOXINAS Aspergillus alutaceus, Penicillium verrucosum Alimentos envolvidos: Cereais, café, frutas cítricas, cevada PATULINAS Penicillium expansum, P.cyclopium e A. clavatus Alimentos envolvidos: cereais; frutas: maçã, pessego, pera, uva ZEARALENONAS Fusarium roseum “graminearum” Alimentos envolvidos: milho e rações Aflatoxinas Toxinas de elevada toxicicidade química, produzidas essencialmente por Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus 18 tipos de Aflatoxinas A aflatoxina B1 (AFB1)- maior toxicidade M1 (AFM1) - metabólico da aflatoxina B1 (AFB1) • Alimentos envolvidos: amendoim, trigo, milho e castanhas São as micotoxinas mais amplamente estudadas 1960- quando mais de 100 mil perus morreram na Inglaterra após ingerirem ração contendo amendoim importado da África e América do Sul A ração causou a morte dos animais- isolados Aspergillus flavus e sua toxina AFM1 em Leite Concentração pode variar de um animal para outro e de uma lactação para outra • Pesquisas: 40% amostras leite humano no Sudão - de 3 a 84 µg/L Prado et al., 2000 75 amostras de queijo em MG: 74% positivas: 0,02 – 6,9 µg/kg Mallman et al., 2003 – 21 amostras leite em pó RS: todas <0,2 mg/L AF 5/2/14 6 Aflatoxinas - Consequências • Hepatotóxica e hepatocarcinogenica • imunodepressora • mutagênica • teratogênica • se liga ao DNA, RNA e proteínas Aflatoxicoses no Mundo País Pessoas (mortes) Fontes Nível de Toxina Uganda, 1970 1 (1) Mandioca 1,7 mg/ kg/ aflatoxinas Índia, 1975 397 (106) Milho 6-16 mg/kg AFB1 Índia, 1977 994 (97) Milho 0,01- 1,1 mg/kg aflatoxinas Quênia, 1977 e 2001 20 (12) 24 (12) Milho 1,6-12 mg/kg AFB1 e B2 Fumonisinas • Principal espécie : Fusarium moniliforme 6 tipos : B1, B2, B3, B4, A1 e A2 Fumonisinas mais importantes; A2, B1e B2. • 1986 –câncer de esôfago na África do Sul relacionada com consumo de milho contaminado com Fusarium • 1988 – fumonisina FB1 foi purificada de milho contaminado e sua estrutura química elucidada 5/2/14 7 Legislação em Micotoxinas ANVISA – RDC no 7 de 18/02/2011 • Milho, farinhas e sêmolas; amendoim cru e produtos: máximo 20 µg/kg AFB1+AFB2+AFG1+AFG2 • Leite - 0,5µg/L AFM1 • Queijo – 2,5 µg/kg AFM1 OMS (recomendação): Máximo 20 µg/kg AFB1+AFB2+AFG1+AFG2 • Máximo de 0,5 ou 0,05 µg/L AFM1 em leite XIII Congresso Brasileiro de Toxicologia, 2003 • Souza et al. – 14 amostras de barras de cereais RS: <1mg/kg AFs • IIha et al. – 152 amostras de amendoim e produtos: 52% amostras positivas – 6-1123 µg/kg AFs • Pacheco et al. -120 amostras de castanha do pará safra 2002 – Pré-processo 9 amostras positivas (> 2 µg/kg) – Pós processo – 0 positivas – Comércio – 5 positivas (17%) – Nível mais alto = 686 µg/kg Medidas Preventivas no Campo Realizar a colheita o mais rápido possível Limpar silos e graneleiros removendo pó, lixo e outros materiais Evitar danos mecânicos- Ajustar equipamentos de colheita 5/2/14 8 Medidas Preventivas no Pós- colheita Proceder as operações de limpeza: removendo impurezas, grãos danificados e materiais estranhos Secagem de forma correta garantindo a redução do teor de umidade Armazenamento de acordo com as BPF Avaliação periódica
Compartilhar