Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DISCIPLINA: GESTÃO E MAPEAMENTO DE PROCESSOS AULA 2 Prof. Roberto Candido Pansonato 2 CONCEITO, NOTAÇÃO E REPRESENTAÇÃO: 1. INTRODUÇÃO Após conhecer os conceitos de processo e gestão por processos, entender a importância do fluxo horizontal nas organizações e de que para se absorver melhor este pensamento, faz-se necessário ter uma visão sistêmica de todo o processo, vamos iniciar a rota 2 com foco na compreensão do mapeamento e modelagem de processos e suas principais técnicas e ferramentas. De acordo com Müller (2003), o mapeamento de processos nos permite definir e destacar quais são as atividades-chave da empresa, bem como as medidas de desempenho que possibilitarão o estabelecimento de um sistema de controle simultâneo sobre as atividades. Com o mapeamento, é possível visualizar onde e porque os recursos da empresa são alocados. A partir do mapeamento, é possível identificar as oportunidades de melhoria e compreender como as atividades se comportam nos processos de negócio das organizações, tanto para processos correntes como para processos propostos. 2. PROBLEMATIZAÇÃO A empresa XYZ é uma indústria fabricante de produtos para o segmento de telecomunicações. Em determinado momento, houve um problema na entrada de material de fornecimento de uma empresa terceirizada em condição de anormalidade (fora das especificações dimensionais). Este material, depois de montado com os demais itens para formação do produto final, foi enviado ao cliente que detectou uma falha no produto, o que ocasionou uma reclamação. 3 Segue abaixo o fluxo de processo apresentado (resumo): Fonte: Elaborado pelo Autor Como ocorre na maioria das empresas, focou-se mais na busca de possíveis culpados do que na solução da não conformidade, não chegando a uma solução sistêmica. De acordo com o fluxo estabelecido e com as informações acima, um dos motivos que “pode” ter causado este problema foi: a) ( ) Falta de implantação de técnicas de liderança dentro da organização; b) ( ) Comunicação ineficiente no processo; c) ( x ) Ausência de responsabilidades no fluxo de processo; d) ( ) Não houve falha no fluxo, pois o ocorrido é inerente a qualquer processo; e) ( ) Não seguimento as regras propostas por Frederick Taylor. LIBERAÇÃO DO DESENHO DEFINIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE INSPEÇÃO INFORMAÇÃO DAS PRINCIPAIS COTAS DO DESENHO INSPETORES CONHECEM O PROCESSO? TREINAMENTO CADASTRO DE CONTROLE DE RECEBIMENTO SOLICITAÇÕES DO CLIENTE PRODUÇÃO Sim Não 4 Análise Neste caso específico que aconteceu em uma empresa real, a causa raiz estava na indefinição de responsabilidades das atividades dentro do processo estabelecido (procedimento com fluxograma sem “raias” e/ou sem indicação de responsáveis (“handoffs”) que será visto mais adiante). Esta indefinição fez com que os procedimentos de inspeção não fossem elaborados, ocasionando falta de informações para o controle de recebimento, o que causou sérios problemas no cliente. O mapeamento de processos tem como um de seus objetivos, apresentar de forma clara os diversos processos de uma empresa e suas respectivas atividades, para que se possa analisa-los e propor as possíveis melhorias. 3. OBJETIVOS DA AULA 3.1 Conhecimento efetivo: entender como se efetua o mapeamento de processos nas organizações e como enxerga-los. 3.2 Conhecimento Conceitual: conceito das principais técnicas de, mapeamento e modelagem. 3.3 Conhecimento Procedural: identificar as notações mais importantes e como e quando utiliza-las. 3.4 Conhecimento Metacognitivo: compreender a relevância do mapeamento de processos para o planejamento estratégico das empresas. 3.5 Quanto ao Processo Cognitivo 3.5.1 – Lembrar o conceito de mapeamento e modelamento de processos 3.5.2 – Entender qual é o objetivo do mapeamento de processos e seus desdobramentos. 3.5.3 – Aplicar os conceitos referentes aos métodos mais utilizadas para mapeamento de processos. 5 3.5.4 – Analisar qual método / abordagem de mapeamento deve ser utilizado conforme aplicação. 3.5.5 – Avaliar a metodologia como um todo. 3.5.6 –Desenvolver habilidades para levantamento de dados através de observação e entrevistas. 6 7 4. MODELAGEM, FERRAMENTAS E TÉCNICAS DE PROCESSOS (VÍDEO 2) 4.1 - Descrição e contextualização Como dito anteriormente, o objetivo do mapeamento de processos é buscar um melhor entendimento dos processos existentes e dos futuros para melhorar o nível de satisfação do cliente e aumentar desempenho do negócio, sendo uma ferramenta básica e primordial para execução da Gestão por Processos. Para melhorarmos o nível de entendimento desta disciplina, é importante diferenciarmos alguns termos que ainda geram confusões, tanto no meio acadêmico quanto no meio empresarial entre Gestão por Processos, Mapeamento de Processos e Modelagem de Processos. Mesmo na literatura técnica especializada, não existe um consenso, principalmente referente a mapeamento e modelagem e interpretações de tradução de termos técnicos. Gestão por processos, como mencionado na rota 1, trata-se de um conceito de gestão onde as empresas se organizam por processos, o que requer uma visão horizontal, com as pessoas trabalhando não mais em uma função, mas em um processo voltado para o cliente. Existem responsáveis pelos processos e não pelos departamentos e funções (Hammer 1998). Para retratar estes processos são utilizadas as ferramentas de mapeamento e modelagem de processos. O CBOK 2.0 (ABPMP, 2009) define modelagem como “um mecanismo utilizado para retratar a situação atual e descrever a situação futura dos processos de negócios”. Tem como objetivo otimizar os processos executados dentro de uma organização. Pode ser “dividida” em dois grandes momentos de análise do ambiente de negócio: situação atual (As-Is) e situação proposta (To- Be), portanto entende “modelagem” como sinônimo de “mapeamento”. No conceito acima, o termo “desenho”, proveniente da tradução para o português do termo design refere-se a criação de novos processos ou modificações em processos existentes. 8 Em uma outra definição, mapeamento de processos é o entendimento de processos já existentes, por meio da sua descrição e representação gráfica, identificando sua inter-relação. É extremamente útil às empresas, visto que com ele consegue-se ter uma visão ampla e mais clara da organização. A modelagem de processos, apesar de ser um conceito comumente citado junto com “mapeamento”, faz uma análise mais específica e profunda do processo, criando um modelo de seu funcionamento com vistas a atingir algum objetivo, como automação ou acompanhamento de longo prazo, por exemplo. Para condução desta disciplina, iremos adotar as definições acima, estabelecendo o mapeamento como a descrição de um processo (existente ou não) e a modelagem como o ajuste necessário conforme modelo a ser objetivado (de cunho administrativo, financeiro, etc). 4.2 – Principais notações para Mapeamento de Processos (vídeo 3) Mapeamentos ou modelos, devem ser fáceis de entender, objetivos e claros. Atualmente existem várias formas de notaçõesgráficas. Conforme PAVANI JUNIOR, SCUCUGLIA (2011), existem três fatores que devem ser levados em consideração para escolha da melhor notação: a cultura da empresa a ser mapeada, dos níveis de compreensão das partes interessadas em ler o modelo e do nível de detalhe e informações exigido para o objetivo do modelo. Abaixo estão representados os principais tipos de notações utilizados para modelagem de processos. 4.2.1 – BPMN – Business Process Modeling Notation 9 Business Process Modeling Notation é um padrão de notação relativamente novo. É seguramente a maior e mais amplamente aceita notação para modelagem de processo por profissionais de “BPM”, porém como possui uma simbologia especial, carece do conhecimento do grande público (profissional, acadêmico, etc). BPMN – Processo Simples (Fonte: CBOK-V 2.0) BPMN –Fragmento de processo com mais detalhes (Fonte: CBOK-V 2.0) 10 BPMN –Fragmento de processo com raias (Fonte: CBOK-V 2.0) 4.2.2 – Fluxograma Provavelmente o padrão de notação mais utilizado, é baseado em um conjunto simples de simbologia para tarefas, decisões e outros elementos primários do processo. Este tipo de notação está associado ao surgimento do movimento de “Gestão Total da Qualidade” (TQM), que surgiu da década de 1950 e foi amplamente utilizado na década de 1970 para representação de fluxos de processos. Existe um padrão de simbologia baseado na norma AISI para fluxogramas, entretanto algumas derivações são utilizadas por profissionais de diversas áreas que adaptam os fluxogramas de acordo com as necessidades pertinentes. No entanto, um típico fluxograma deve ter uma tipologia específica que será vista mais adiante. 11 Fluxograma tradicional Fluxograma Básico (Fonte: o Autor) 4.2.3 – Fluxograma com Raias Notação que representa como o fluxo de trabalho cruza unidades organizacionais (departamentos, setores, áreas ou cargos da organização). Possui este nome porque as unidades organizacionais são semelhantes ás raias de uma piscina. A vantagem na utilização de raias, como foi evidenciado na problematização, é que a notação permite uma fácil visualização dos departamentos envolvidos no fluxo. Neste aspecto, é importante salientar a expressão “handoff”, que significa transferência de controle, tal qual identificado nas raias. A priori, é de senso comum entender que, quanto menor o número de “handoffs” mais bem sucedido é o processo. 12 Fluxograma com raias Fluxograma com Raias (Fonte: o Autor) 4.2.4 – SIPOC – Suppliers / Inputs / Process / Outputs / Customers Tipo de documentação utilizada em “Six Sigma”. Simbologia que possibilita visualização simples de um fluxo com a identificação dos fornecedores, entradas, processos, saídas e clientes. Como benefício desta notação, pode-se destacar (AIAG, 2006): a) Identifica claramente as fronteiras do processo em estudo; b) Resolve conflitos de equipe; c) Assegura que o analista tenha alcance e controle sobre o processo a ser estudado; d) Identifica os requisitos básicos. 13 SIPOC Exemplo de Sipoc (Fonte: https://prezi.com/) 4.2.5 – Cadeia de Valor Notação introduzida por Michael Porter e tipicamente aplicada em Planejamento Estratégico, pressupõe um fluxo simples da esquerda para a direita dos processos que contribuem para gerar valor aos clientes. Uma cadeia de valor representa o conjunto de atividades desempenhadas por uma organização desde as relações com os fornecedores e ciclos de produção e de venda até à fase da distribuição final. A adoção da gestão por processos de forma corporativa quase pressupõe obrigatoriamente a existência de cadeias de valor para representar graficamente a lógica de interação dos macroprocessos de uma organização. É muito essa representação para abordar as relações genéricas entre os processos da companhia (Pavani Junior, Scucuglia - 2011). 14 Cadeia de Valores Genérica. Fonte: (Porter, 1966) 4.2.6 – Value Stream Mapping (Mapeamento do Fluxo de Valor) Notação bastante utilizada em programas de “Lean Manufacturing” (Produção Enxuta). Na Toyota, é conhecido como “Mapeamento do Fluxo de Informação e Material”. Parte do pressuposto de mapear um fluxo de valor num quadro mais amplo, não só os processos individuais; melhorar o todo, não só otimizar as partes. É uma ferramenta que ajuda a enxergar e entender os fluxos de materiais, informações e de processos/pessoas para eliminação dos desperdícios e agregação de valor ao cliente. 15 O mapa de fluxo de valor é uma ferramenta qualitativa com a qual você descreve em detalhe como a sua unidade produtiva deveria operar para criar o fluxo. Números são bons para criar um senso de urgência ou como medida de comparações antes / depois. O mapeamento do fluxo de valor é bom para descrever o que você realmente irá fazer para chegar a estes números (Rother, Shook – 2003). Macro Fluxo de valor (Fonte: o autor) 16 Mapeamento do Fluxo de valor (Fonte: Rother, Shook - 2003) 17 4.3 – Texto Leitura Obrigatória A diferença entre “desenhar” e “modelar” processos (dificuldades na elaboração de um bom modelo de processo) http://blog.iprocess.com.br/2014/01/a-diferenca-entre-desenhar-e-modelar- processos/ 4.4 – Vídeo - 7 a 10 min. 4.5 - Quiz Analise e responda: No ciclo de vida do Business Process Modeling (BPM), há uma de suas fases que tem as seguintes finalidades: (1) entender os atuais processos organizacionais no contexto das metas e objetivos desejados; (2) obter e entender as informações oriundas de planos estratégicos, modelos de processos, medições de desempenho e mudanças nos ambientes externos; e (3) entender completamente os processos de negócio da organização no escopo considerado. Nesse caso, assinale, dentre as alternativas abaixo, o nome da fase do ciclo de vida do BPM que tem tais finalidades. a) ( x) Análise de Processos de Negócio b) ( ) Desenho e Modelagem de Processos de Negócio. c) ( ) Implementação de Processos. d) ( ) Monitoramento e Controle de Processos e) ( ) Refinamento de Processos. 4.6 - Saiba mais - Curiosidade, vídeo do you tube, artigo, animação Assista ao vídeo Fábrica de Loucuras, uma comédia que mostra um choque cultural entre a gestão oriental (Japão) e a ocidental (EUA). Uma 18 oportunidade divertida de se verificar as dificuldades de implantação de um novo sistema organizacional. https://www.youtube.com/watch?v=f3GJORq7vXg 5. FLUXO DE PROCESSOS (VÍDEO 4) 5.1 - Descrição e contextualização Para se conseguir elaborar um mapeamento de processos, é necessário que se tenha informações sobre as atividades desempenhadas na organização. Estas atividades devem ser obtidas através de entrevistas pelo profissional de modelagem (ou mapeamento) de processos e representado graficamente por fluxos. Dentre as diversas notações para mapear processos, nenhuma delas tem se mostrado mais eficaz do que o fluxograma, por sua simples notação que proporciona um fácil entendimento e compreensão dentro das organizações. Conforme Pavani Junior, Scucuglia (2011), a modelagem do estado atual (As-Is) pressupõe o retrato fiel da realidade corrente dos processos da organização. Além disso, a estrutura hierárquica funcional deve ser representada no mapeamento, sendo um dos fatores para mensurar a qualidade da modelagem (ABPMP,2009).Portanto, para organizações ainda com a filosofia de gestão por processos não internalizada (ou em fase de amadurecimento), é necessário a escolha de uma notação que considere a realidade dos cargos do organograma vigente. Neste caso, os fluxogramas atendem plenamente este requisito, conforme mostrado na figura abaixo. 19 Estruturas Organizacionais por Processos (Fonte: Paim, Cardoso, Caulliraux, & Clemente, 2009) 5.1.2 – “Os Processos dentro dos Fluxos” Para inserir as atividades em forma de fluxo em um mapa de processos, é primordial que se relembre a definição de processo: De forma simples Harrington (1993) define processo como uma ação que recebe uma entrada (input), transforma agregando valor e gera uma saída (output). Se fizermos uma simulação de uma entrevista para obter dados das atividades e compor o processo de lavar carros, por exemplo, provavelmente você irá ouvir do lavador de carros coisas do tipo: posicionar o carro dentro do local de lavagem, fechar os vidros, abrir a mangueira de água pressurizada, fazer a primeira lavagem somente com água para eliminar excessos de barro ou poeira, etc. Acredito que raramente o lavador saberá dizer o que ele recebe e o que ele entrega, ou seja, recebe carros sujos e entrega carros totalmente limpos, que são as entradas e saídas de um processo. Portanto, além das atividades, que supostamente todos que as executam devem conhece-las, também as 20 entradas e saídas devem ser mencionadas no fluxo. O que se percebe nas organizações é que muitos colaboradores (assim que são chamados na maioria das empresas), se forem questionados sobre o que eles recebem e o que eles entregam, provavelmente terão dificuldades em responder esta questão. Assim sendo, o entendimento destes elementos é de suma importância para criação do mapeamento do processo. 5.1.3 – Mapeamentos de “baixo pra cima” e “de fora pra dentro” Para definição de como iniciar um trabalho de mapeamento dentro de uma empresa, dois principais modos de abordagem podem ser utilizados: a) Efeito chuveiro (top-down ou de cima para baixo): nesta abordagem, são definidos quais são os processos organizacionais por meio de reuniões, workshops, brainstorm ou por determinação de executivos. A partir deste momento, o profissional de mapeamento inicia o trabalho através de fluxogramas (ou outro tipo de notação). É a abordagem mais comum e a mais utilizada na condução de mapeamentos. b) Efeito bidê (bottom-up ou de baixo para cima): nesta abordagem, tem- se como premissa que os fluxogramas devem ser realizados baseados nas atividades, porém a definição dos limites dos processos deve ser feita após a existência dos mesmos, onde se obtém o encadeamento real das atividades embasado em fatos e evidências. 21 A figura abaixo ilustra as diferenças entre as duas alternativas de modelagem: O Efeito Bidê (Fonte: Pavani Junior, Scucuglia – 2011) 5.1.4 – Macroprocesso, Processo, Sub-Processo e Atividades Independente da abordagem adotada (de cima para baixo ou de baixo para cima), os fluxos do macroprocesso, dos processos, dos sub-processos e das atividades (e tarefas), devem ser identificados, conforme figura abaixo. Fluxos (Fonte: elaborado com base em Harrington, 1993) 22 5.1.5 – Critérios para mapeamento de processos (vídeo 5) A priori, mapear processos através de fluxogramas ou outro tipo de notação, parece ser algo relativamente fácil, mas não é bem assim. Processos mal mapeados não irão traduzir na realidade a metodologia utilizada pela empresa estudada. Por experiência, muitas vezes erros no mapeamento fazem com que algumas empresas se precipitem ao adquirir softwares para gestão de processos que não funcionam na pratica. São recursos gastos sem que de fato agregue valor aos processos da organização. Portanto, alguns critérios devem ser levados em consideração, conforme segue: a) Foco no cliente do próximo processo b) Terminologia padronizada c) Uso pleno da tecnologia da informação (informatização) d) Integração entre os processos e) Generalidade nos processos f) Controle de documentos g) Desvinculação com a estrutura organizacional (hierárquica) h) Identificação de áreas/processos atuais e futuros i) Focos: o que/como fazer j) Os processos precisam ser medidos para serem gerenciados k) Processos são "construídos pelas equipes” 5.1.6 – Os 10 Passos para mapear e modelar um processo Abaixo seguem alguns passos importantes para mapear e modelar um processo. Não se trata de uma receita ou regra rígida a ser seguida, mas sim um guia para melhor aplicação dos conceitos de modelagem. Elaborado com base em www.comexito.com.br.. 23 Passo 1 - Identificar os objetivos do processo: a) Os objetivos do processo estão relacionados com a razão de existir do processo e com o papel que ele exerce no sistema global da organização. b) Entender os objetivos do processo é fundamental para avaliar o quanto o processo adiciona valor, bem como para classificar e selecionar o correto tratamento a ele. Passo 2 - Identificar as saídas do processo: a) Saídas são produtos ou serviços produzidos por um processo. b) Saídas podem ser físicas (um relatório ou um produto físico como um televisor, por exemplo) ou informações, como uma decisão. c) Todos os processos, independentemente de seu tamanho ou complexidade, transformam entradas em saídas. Passo 3 - Identificar os clientes do processo: a) Muitas pessoas foram ensinadas a reconhecer os clientes como pessoas que recebem produtos acabados ou serviços. Uma descrição mais acurada de um cliente é: alguém que recebe ou usa uma saída de um processo. b) Existem duas classificações de clientes na maioria dos processos: Clientes internos: geralmente empregados ou unidades de uma organização. Clientes externos: indivíduos ou empresas fora da organização. Passo 4 - Identificar as entradas e componentes do processo: a) Entradas são itens físicos ou informações que são mudados pelo processo 24 b) Componentes do processo são os recursos que fazem ou auxiliam a transformação das entradas em saídas. Os componentes geralmente caem em uma das categorias abaixo: Recursos humanos; Materiais; Tecnologia; Métodos; Gerenciamento; Máquinas; Meio ambiente; Etc.. Passo 5 - Identificar os fornecedores do processo: a) Fornecedores são os provedores de serviços ou matérias primas que são entradas para o processo. As entradas que eles entregam permitem o início das atividades do trabalho. b) Existem duas categorias de fornecedores: Fornecedores internos: pessoas na organização que fornecem informação, serviços ou componentes para um processo interno; Fornecedores externos: que vendem matéria prima e serviços para uma organização. Passo 6 - Delimitar os limites do processo: a) Os pontos onde os processos iniciam e terminam definem os limites. b) O ponto de início do processo é quando entradas são recebidas de um fornecedor e onde as pessoas que fazem o trabalho passam a ter controle do processo. c) O ponto final do processo é quando a saída e o controle do processo passam a um cliente interno ou externo. 25 Passo 7 - Documentar o processo atual: a) As informações obtidas sobre o processo devem ser colocadas no papel. b) O processo documentado deve ser revisado por todos os envolvidos para garantirque as informações estão corretas e que não faltam informações. c) O modelo utilizado para documentação de processos pode ser o fluxograma. Esta metodologia tem algumas variantes, portanto deve- se escolher a melhor metodologia a ser utilizada. Passo 8 - Identificar as melhorias necessárias ao processo: a) Devemos identificar qual a missão do processo para avaliar se não estamos fazendo demais ou de menos. O importante é obter resultados com eficiência e eficácia b) Durante a identificação das diversas atividades do processo devemos já identificar problemas e não conformidades a serem corrigidos (conhecimento de valor agregado neste momento é muito importante, tal qual os sete desperdícios, que será visto adiante). c) Os problemas identificados devem ser priorizados (através de uma matriz “GUT” ou do gráfico abaixo, por exemplo) e soluções para eles devem ser pesquisadas. Severidade x Impacto (Fonte: ABPMP 2009, p. 79) 26 Passo 9 - Conciliar melhorias a serem aplicadas ao processo: a) Em função dos objetivos do processo devemos escolher as soluções que mais foquem em atingir resultados. b) As soluções identificadas devem ser debatidas com os envolvidos no processo até que se obtenha consenso. c) Um plano de ação deve ser elaborado no modelo 5W2H (por exemplo) para implantação das soluções. d) As ações planejadas devem ser acompanhadas para se garantir que realmente sejam implantadas e sejam eficazes. Passo 10 - Documentar o processo revisado: a) O processo revisado deve ser documentado e aprovado pelos envolvidos. b) As ferramentas e a metodologia utilizadas podem ser diferentes da documentação inicial caso se tenha percebido que outra metodologia ou ferramenta é mais adequada. c) Esta alteração de metodologia e ferramenta só deve ser feita na análise do primeiro processo. Todos os processos documentados devem ser consistentes e ao final usarem a mesma linguagem (padrão). d) Os processos devem ter as conexões entre eles claramente identificadas 5.2 – Texto Leitura Obrigatória Leia o capítulo 2 do livro “Gestão de Processos com Suporte em Tecnologia da Informação” disponível na biblioteca virtual do sistema ÚNICO e responda as perguntas da página 33. 27 5.3 – Vídeo – 7 a 10 min. 5.4 - Quiz Analise e responda: O exercício proposto tem como objetivo fazer com que alguns conceitos de mapeamento sejam praticados. Considere o processo de fazer pipoca na panela. Imagine passo-a-passo o que você faria e identifique: a) Fornecedores: b) Entradas (insumos); c) Atividades do processo; d) Saídas (produto); e) Clientes. Neste momento, não se preocupe com padrões de simbologia, utilize uma simbologia macro conforme sugestão abaixo. Para melhor distribuição dos elementos, deixe um espaço maior para os itens de processo ou faça-os fora do fluxo. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 28 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Nota: A resposta a este exercício será apresentada na rota de aprendizagem 3 6. SÍNTESE DA ROTA 2 (VÍDEO 6) O propósito desta rota foi de aguçar os conceitos de gestão por processos, diagramas, mapeamento de processos e modelagem de processos, pois frequentemente ocorrem dúvidas a respeito destes elementos, tanto da parte acadêmica quanto da parte empresarial. Outro objetivo foi o de apresentar as principais notações de mapeamento de processos. De entendimento quase que geral, o fluxograma é disparado a notação mais utilizada, no entanto existem várias outras, inclusive a baseada no “BPMN” que começa a ser utilizado em algumas empresas. 29 Para que o administrador ou o profissional de modelagem de processos consiga implantar o mapeamento de processos, foi abordado os principais passos a serem seguidos. Mais uma vez foi ressaltado que o entendimento dos fluxos de processo é primordial na meta de se implantar a gestão por processos em uma organização e o cuidado que se deve ter com softwares que são vendidos como solução para gestão por processos. 7. APLICAÇÃO PRÁTICA Nesta rota deverá ser analisado um estudo de caso referente a aplicação dos conceitos previamente estudados. Após a análise, algumas atividades deverão ser realizadas conforme orientação abaixo. Após a realização das atividades, você receberá respostas prováveis elaboradas pelo professor. 7.1 Estudo de Caso Orientações a) Leia o estudo de caso atentamente através do link abaixo: http://www.administradores.com.br/producao-academica/aplicacao- de-mapeamento-de-processos-em-uma-empresa-de-pequeno-porte- um-estudo-de-caso-visando-melhoria-continua-no-sistema-de- gestao-da-qualidade/5933/ b) Identifique no texto de aprendizagem conceitos que se associam ao texto proposto c) Realize as atividades conforme abaixo: 1) No estudo de caso apresentado, a metodologia (notação) utilizada para estruturar e compor os processos é diferente em relação as que foram apresentadas nesta rota. Qual foi esta metodologia, quais as informações que a mesma contém e quais são as principais diferenças em relação ao fluxograma? 30 2) No diagrama de tartaruga reformulado, uma das “patas” da tartaruga menciona alguns requisitos. Do que se tratam estes requisitos? Faça uma pesquisa e determine o conceito de um requisito de cada inicial de numeral (4, 5, 6, 7 e 8). 3) A empresa estudada, a Fermetec, atua na área de tecnologia do setor sucroalcooleiro. Para elaboração do mapeamento do processo, mesmo não utilizando notações mais tradicionais, a mesma utilizou uma abordagem específica. Com base nos estudos até aqui realizados, qual foi esta abordagem? Justifique com exemplos do estudo de caso. 8. ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO 1) A metodologia através do diagrama de tartaruga contém informações extras em relação aos fluxogramas, tais como: equipamentos/ ferramentas utilizadas, requisitos, pessoal envolvido e monitoramento e medição. A grande diferençacom o fluxograma, é que o fluxo de processo não é apresentado de uma forma temporal. 2) Os requisitos representados no estudo de caso referem-se a seções da ISO 9000. Cada aluno deve apresentar um item de cada seção (4, 5, 6, 7 e 8). 3) A abordagem utilizada está mais próxima da abordagem de baixo para cima (bottom-up), ou efeito bidê. 31 9. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO PAVANI JUNIOR, Orlando; SCUCUGLIA, Rafael; Mapeamento e Gestão por Processos – BPM. São Paulo: M.Books 2011. Fundação Nacional da Qualidade (novembro 2009). Pensamento Sistêmico. Revista Excelência em Gestão. PAIM, Rafael; CARDOSO, Vinicius; CAULLIRAUX, Heitor, CLEMENTE, Rafael; Gestão de Processos: pensar, agir e aprender. Porto Alegre: Bookman 2009. STADLER, Adriano; MUNHOZ, Antonio; GUERREIRO, Karen; FERREIRA, Paula; Gestão de Processos com Suporte em Tecnologia da Informação. Curitiba: Intersaberes 2013. BPMN. Acesso em 14 de janeiro de 2015, disponível em www.abpmn.org http://www.comexito.com.br
Compartilhar